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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Mais do que deputada, Odete Santos foi advogada e uma acérrima defensora dos direitos das mulheres. Faleceu com 82 anos, mas deixa como marca o seu trabalho na Assembleia da República e na autarquia de Setúbal.
Nascida em 26 de Abril de 1941, na freguesia de Pêga, concelho da Guarda, Maria Odete Santos mostrou desde logo o seu interesse pela atividade política em 1961, participando nos movimentos associativos estudantis. Foi ainda na faculdade de Direito da Universidade de Lisboa que Odete Santos teve o primeiro contacto com o Partido Comunista Português, ao qual viria a aderir após o 25 de Abril de 1974.
Entre 1980 e 2007 foi deputada à Assembleia da República entre 1980 e 2007, tendo exercido também vários cargos a nível partidário e autárquico, em Setúbal. Em 1980, também se juntou ao primeiro Conselho Nacional do Movimento Democrático de Mulheres.
Odete Santos foi a principal voz do PCP na defesa da despenalização do aborto, em 1984, quando foi aprovada a primeira lei, em 1998, no primeiro referendo e em 2007, quando ganhou o 'sim'. No parlamento, dedicou-se às áreas do direito do Trabalho, Assuntos Constitucionais e direitos das mulheres, tendo sido agraciada com a Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
"Odete Santos destacou-se pelo seu compromisso com os trabalhadores e o povo, com uma particular ligação com a juventude, afirmando a sua notável capacidade, profundidade de análise, solidariedade, dedicação, frontalidade, coragem e força de intervenção", enaltece o PCP, recordando também a sua intervenção pela igualdade e a emancipação da mulher.
Escreveu vários livros, entre os quais “Em Maio há cerejas” e “A Bruxa Hipátia – o cérebro tem sexo?” Além do âmbito político, foi também presença regular em programas de televisão, desde debates políticos a programas de entretenimento.
Apaixonada pelo teatro amador, a antiga deputada estreou-se nos palcos em 1966. Voltaria a participar numa peça em 1991, e, em 1999, protagonizou "Quem tem medo de Virgínia Woolf" numa encenação do Teatro Animação de Setúbal. Subiu também ao palco do Maria Vitória, em Lisboa, onde interpretou adaptações de Gil Vicente e de Moliére, ainda que em regime amador. Em 2004 aceitou um convite para participar desta vez numa revista, "Arre Potter Qu'É Demais", no teatro Maria Vitória.
Fontes:
https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/morreu-odete-santos-deputada-do-pcp
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