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Caderno Diário

Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!

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Octávio Matos

Octávio Matos, o homem que dizia ter pena de se ir embora, deixou-nos com 79 anos. O ator foi encontrado sem vida em sua casa, desconhecendo-se ainda as causas de morte. Ficou conhecido do grande público por séries como "Nico D'Obra".

Foi um dos mais famosos atores de revista da sua geração, tendo também atingido sucesso em diversos programas de humor na televisão.

Octávio Rogério da Costa Matos nasceu no Porto, a 5 de abril de 1939, no seio de uma família ligada ao teatro. Octávio Matos pisou pela primeira vez um palco, com 4 anos, onde fazia ilusionismo, ao lado do pai (considerado um dos melhores ilusionistas do mundo). Em teatro, Octávio Matos estreou-se nos palcos aos 17 anos, também ao lado do pai em Abril de 1956, no Teatro Nacional de Luanda, em África, no registo de comédia.

Do ABC ao Maria Vitória, o seu nome fica associado a uma série de marcos na história da Revista à Portuguesa. Remonta a 1965, a sua estreia no cinema, com “O Parque das Ilusões”, de Perdigão Queiroga, e se a relação com a sétima arte não ficaria por aqui, é através da televisão que reforça o seu vínculo com o grande público, quase sempre através do registo cómico.

Na RTP, Octávio Matos começou por fazer Teleteatro. Entre várias peças, protagonizou “Uma Bomba Chamada Etelvina”, em 1988. Mas muito antes disso, na década de 70, já tinha entrado no “Álbum da Feira”, onde o vemos a contracenar com Ivone Silva. Foi a Londres ver a peça "Sexo nunca, somo britânicos", para depois a executar de forma brilhante em Portugal.

No cinema, Octávio Matos fez um brilharete com o filme “Cruz de Ferro”, onde ganhou todos os prémios que havia para ganhar. Depois disso e apesar de todos os prémios, ficou sete anos sem filmar.

Em 2000, protagoniza, juntamente com Guilherme Leite e Carlos Areia, a série cómica “Bacalhau com Todos” e participa na série “Camilo, o Pendura” (2002). 

Também para a RTP, Octávio Matos entrou nas telenovelas “Primeiro Amor” (1996), “Terra Mãe” (1998) e “Ajuste de Contas” (2000).

O ator recebeu a medalha de mérito, em 2007, pela Câmara Municipal de Lisboa, e deixa, na memória de todos os portugueses, uma carreira notável, que passou pelos palcos do teatro e pelos três canais generalistas. 

O curriculum inclui também outras séries como “Eu Show Nico”, “Nico D’Obra”, “Nós os Ricos”, "Os Batanetes" e “O Prédio do Vasco”.

Em 2016, emprestava a sua voz a uma das personagens de “O Panda do Kung Fu 3”. Estreou o espetáculo "Quem é o Jeremias?" no teatro Vilarett, uma comédia escrita e encenada por Isabel da Mata (substituída depois por Paula Marcelo).

Fontes:

https://observador.pt/2019/02/03/morreu-o-ator-octavio-de-matos/

https://media.rtp.pt/agoranos/artigos/recordar-carreira-octavio-matos