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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Há dias em que acordar é um fardo, uma luta em que até as pálpebras doem abrir. Levantar requer uma dose de concentração, força e energia, que me deixam esgotada para o resto do dia.
Há dias em que conseguir sair de casa e caminhar até à paragem, é um esforço quase demasiado grande para ser suportado. A meio da manhã, já estava a entrar em "burnout" - se é que este pico não foi apenas o sinal do corpo que já lá tinha chegado há vários dias. Alguns "entendidos" dizem que a fibromilagia é uma depressão disfarçada. Eu não acho isso. Eu acho que lutar contra esta doença é tão frustrante que nos leva à depressão. Também é verdade que fico pior quando me irrito, quando estou preocupada, ou quando não durmo o suficiente. Mas então, se fosse só isso, não teria crises em dias em que descansei bem, em que o dia correu de forma normal e sem sobressaltos, em que estive tranquila. Mas nessas alturas, o corpo ataca dizendo "estou aqui" e num repente, surge uma dor aguda numa articulação, ou uma perna fica presa, ou a cabeça começa sem aviso a latejar de tal forma que tenho de me segurar para não cair, a visão fica turva do nada, os olhos a arder e as palavras que estão na cabeça, não são as mesmas que saem da minha boca no decorrer de uma conversa.
Noutros dias, faço as mesmas horas, o mesmo trabalho, os mesmos esforços, com mais facilidade, com mais vontade e sem um nível insuportável de dor. Por isso, isto não é uma queixa, é uma constatação. Para quem tem Fibromialgia, cada dia é diferente. Hoje estou mal, amanhã, estou bem. Não é do calor, não é do frio, é porque sim. Claro que nos dias de mais trabalho, canso-me mais - como todas as pessoas - mas não é esse o factor que despoleta as crises.
O conhecimento da forma como o nosso corpo funciona é fundamental. Mas há dias em que me sinto deseperada, em que o nível de dor torna qualquer movimento difícil, qualquer som passa a ser ensurdecedor, qualquer toque mesmo que ao de leve, parece um forte beliscão. A pele arde como se estivesse com um escaldão e até a roupa incomoda, as pontas do cabelo a tocar na cara e no pescoço parecem agulhas a espetar na pele. Só reconhece verdadeiramente quem já passou por isto, os outros apenas podem imaginar.
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