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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
A 19 de julho de 1974 é fundado o partido do Centro Democrático Social (CDS), "fruto de uma iniciativa dos mais prudentes membros do Estado Novo, de direita" e que se preferiram manter com "uma identidade centrista." Os seus fundadores foram "Diogo Freitas do Amaral, Adelino Amaro da Costa, Basílio Horta, Victor Sá Machado, Valentim Xavier Pintado, João Morais Leitão e João Porto. "Estes membros eram elementos jurídicos e tecnocráticos da ditadura derrubada pela Revolução de 25 de Abril de 1974."
O partido só é legalizado pelo Supremo Tribunal de Justiça em janeiro de 1975, realizando então o seu primeiro congresso. É membro da União Internacional Democrata e do Partido Popular Europeu, tendo integrado diversos governos, sempre em coligação com outros partidos.
O CDS é um partido conservador e inspirado pela democracia cristã, que se mantém na sua génese também aberto também a liberais. O CDS assumiu-se "contra o Marxismo, moderado e aberto às correntes de catolicismo social e conservadorismo liberal". Apesar de estar à direita do PPD/PSD, ambos eram bem recebidos por muitos apoiantes do Estado Novo. No entanto, apesar das suas origens, "o CDS negou sempre ser de direita," fixando-se em vez disso, no centro."
Afirmando-se como um partido de oposição, nas eleições de 1976, o CDS conseguiu eleger 42 deputados, ultrapassando o PCP. Lembre-se que o CDS foi "o único partido a votar contra a Constituição da República Portuguesa, elaborada pela Assembleia Constituinte, eleita em 25 de abril de 1975."
Em 1978, o "CDS chegou pela primeira vez ao poder em aliança parlamentar com o Partido Socialista," num governo que durou apenas 8 meses. No ano seguinte, o partido "propôs a criação de uma frente eleitoral" unindo-se ao "Partido Social-Democrata e ao Partido Popular Monárquico. Essa proposta deu origem à Aliança Democrática, conhecida por AD, que, liderada por Francisco Sá Carneiro" (PSD), venceu as eleições intercalares de 1979 e de 1980.
A 4 de dezembro de 1980 dá-se o caso de Camarate em que perderam a vida "o primeiro-ministro de Portugal, Francisco Sá Carneiro, o ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa, Snu Abecassis, Maria Manuel Amaro da Costa, António Patrício Gouveia e os pilotos Jorge Albuquerque e Alfredo de Sousa" num trágico acidente de avião até hoje envolto em mistério e suspeitas.
A AD acaba por se desintegrar no final de 1982. Em fevereiro de 1983, a liderança do CDS passa para Francisco Lucas Pires, que saiu vitorioso, concorrendo contra Luís Barbosa. Em 1985, demite-se e "Freitas do Amaral voltou à presidência em plena era cavaquista." Em março de 1992 "uma nova geração tomou conta do CDS" tendo Manuel Monteiro sido eleito nesse ano. Um ano depois, é adicionada a expressão "Partido Popular" ao nome inicial do partido.
Em 1995, nas eleições legislativas, "o CDS–PP apresenta uma recuperação eleitoral, conseguindo eleger 15 deputados. No entanto, em 1997, após fracasso eleitoral nas autárquicas, Manuel Monteiro apresenta a sua demissão. Segue-se Paulo Portas, que propõe "a reconciliação dentro do partido e um regresso à matriz democrata-cristã. Nas legislativas de 1999, o CDS–PP consegue manter o seu grupo parlamentar de 15 deputados."
Em 2002, as eleições legislativas são ganhas pelo PSD" com maioria relativa. Dadas as circunstâncias, vinte anos depois voltou a celebrar um acordo de coligação para governar Portugal. No novo governo, o CDS–PP teve direito a três ministérios: Paulo Portas na Defesa Nacional, Bagão Félix como ministro do Trabalho e Celeste Cardona sobraçando a pasta da Justiça."
Em 2004, Durão Barroso assume a presidência da Comissão Europeia, e é eleito um novo governo pelo presidente da República, Jorge Sampaio, no qual continua a aliança "PSD/CDS–PP, agora liderado por Pedro Santana Lopes." Este novo governo teve fraca popularidade e, depois de apenas quatro meses, o presidente da República acabou por dissolver "a Assembleia da República que apoiava em maioria o governo. Novas eleições foram convocadas para fevereiro de 2005."
Seguiu-se um período de grande crise no partido e só em 2007 o CDS começa a recuperar e é já em 2009 que se assiste à sua ascenção nas eleições legislativas, nas quais conseguiu "ser a terceira força política na Assembleia da República (AR), ao conquistar" 21 assentos no parlamento. Esta "foi considerada uma grande vitória para o CDS–PP e, particularmente, para o seu líder, Paulo Portas, sobretudo face às projeções negras." Assim, aumentou também o número de deputados.
Em 2011, o CDS voltou a registar um grande "crescimento eleitoral," com 24 deputados nas legislativas. "Face aos resultados eleitorais do PSD, que não conseguiu maioria absoluta, foi celebrada nova coligação com o CDS, formando assim o XIX Governo Constitucional."
Já em 2013, nas "eleições autárquicas, o partido obteve também resultados positivos, conseguindo dezenas de autarquias em coligações com o PSD, e concorrendo individualmente conseguiu subir o número de uma para cinco autarquias, num total de 47 mandatos."
É a 25 de abril de 2015, que "no decorrer das comemorações dos 41 anos da Revolução dos Cravos, o líder do Partido Social Democrata, Pedro Passos Coelho e o líder do CDS, Paulo Portas" anunciam "uma coligação pré-eleitoral entre os partidos para as eleições legislativas" desse ano com a dresignação, "Portugal à Frente." Apesar da vitória conseguida pela coligaçã"o PSD/CDS nas eleições legislativas de 2015, o secretário-geral do PS, António Costa, formou governo com apoio do PCP e do BE, não tendo Pedro Passos Coelho e Paulo Portas formado novo governo. Em consequência, Paulo Portas anunciou, ao fim de 16 anos, que não se recandidataria à presidência do CDS-PP."
É eleita como lider do partido, "Assunção Cristas, que se apresentou como" única candidata e passando a ser "a primeira mulher a dirigir o CDS-PP." Nas autárquicas de 2017, "Assunção Cristas, fica em segundo lugar, à frente do PSD, na câmara de Lisboa." Mas em 2019, o partido vê "reduzida de 18 para cinco deputados" a sua bancada parlamentar o que leva à queda de Cristas que acaba por sair da liderança em 2020.
Em 2022, nas eleições legislativas, "após uma campanha marcada pelas críticas internas à direção" do então lider Francisco Rodrigues dos Santos, "o CDS-PP não elegeu qualquer deputado à Assembleia da República, obtendo apenas 1,61% dos votos, no que foi o pior resultado eleitoral da sua história, e perdendo assim a representação parlamentar que tinha desde 1975."
Em 2022, depois do fraco resultado eleitoral e perante as críticas sentidas internamente, Francisco Rodrigues dos Santos acaba por apresentar a sua "demissão do cargo de presidente do CDS-PP."
Em janeiro de 2024, antecipando tanto as eleições legislativas, como as eleições europeias de 2024, e com a liderança de Nuno Melo, "o CDS-PP firmou uma aliança com o PSD de Luís Montenegro e com o PPM de Gonçalo da Câmara Pereira, chamada Aliança Democrática," o que poderá agora conduzir a um regresso do partido à Assembleia da República.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/CDS_%E2%80%93_Partido_Popular
https://www.noticiasaominuto.com/politica/1399325/45-anos-de-historia-do-cds-pp-em-39-datas
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