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A Rússia está praticamente a um mês de ir a eleições e poucos duvidam que Putin vai continuar a governar. Afinal, quantos são os seus opositores e que poder têm? As "eleições presidenciais na Rússia," deverão colocar Putin por "mais seis anos no poder."

Navalny, "líder da oposição russa, advogado e ativista político, reconhecido pela sua luta contra a corrupção e autoritarismo,"morreu na prisão possivelmente na tarde desta sexta-feira. De acordo com os serviços prisionais, Navalny "sentiu-se mal depois de uma caminhada", estando as causas da morte a "ser apuradas". De acordo com o "hospital da cidade de Labytnangui, perto da colónia penal," os "médicos que chegaram ao local continuaram as operações de reanimação já efetuadas pelos médicos da prisão durante mais de 30 minutos, mas o óbito acabou por ser declarado no local."

Tinha apenas 47 anos e era um forte opositor ao regime de Vladimir Putin. Era "casado com Yulia, pai de Daria e Zakhar." Nos anos "2000, inicialmente através do seu blog" Navalny começou a expor diversos "casos de corrupção no Governo russo e em empresas estatais como a gigante do gás Gazprom e a gigante do petróleo Rosneft." Ganhos muitos inimigos mas também vários apoiantes. "Em 2020, Navalny" esteve perto da morte depois de ter sido vítima de "envenenamento com o agente nervoso Novichok, um incidente que atraiu condenações internacionais e suspeitas de envolvimento do Governo russo." Fez a sua recuperação na Alemanha e podia ter ficado por lá, mas em janeiro de 2021, resolve voltar a enfrentar o regime e regressar ao seu país. Assim que chega a Moscovo, é novamente detido. "Desde então, tem alternado estadas em confinamento solitário com condições de detenção rigorosas." Foi "acusado de extremismo," levando num somatório de várias penas a uma condenação de cerca de 30 anos, os quais teria de cumprir "numa colónia de regime especial." Este tipo de prisões são as que têm as mais duras "condições de detenção" e, normalmente, estão "reservadas a presos a cumprir pena de prisão perpétua e aos detidos mais perigosos."

Em outubro do ano passado, conseguem isolá-lo um pouco mais, através da detenção de três dos seus advogados e, em dezembro, a família e os seus apoiantes passam cerca de três semanas sem saber do seu paradeiro até que no final de dezembro recebem a notícia de que se encontra numa prisão siberiana. Segundo os seus apoiantes, foi novamente isolado para que não consiga de nenhuma forma interferir nas "eleições presidenciais de março," mas os serviços prisionais informam que tinha estado de quarentena e que, depois disso, teria sido condendo a mais sete dias de solitária por não se ter "identificado" de forma correta.

Por todo o mundo se fala da sua morte, das dúvidas que as declarações prestadas pelos serviços prisionais suscitaram e agora a grande questão que é saber onde está o corpo. Assim que a notícia foi divulgada, "centenas de pessoas em dezenas de cidades russas acorreram com flores e velas a memoriais e monumentos improvisados em homenagem às vítimas da repressão política." Muitas acabaram detidas, por motivos políticos e acusadas de estarem a participar em manifestações contra a guerra. Fala-se já em mais de 400 detenções, sendo que cerca de 200 destas detenções aconteceram apenas em São Petersburgo.

"Fora da Rússia, as manifestações de luto pela morte do opositor de Putin foram mais visíveis," como aconteceu na capital da Estónia, onde muitas pessoas se juntaram em "frente à embaixada de Moscovo e não esconderam as lágrimas nem a raiva pelo que consideram mais um homicídio do regime."

Já na "Áustria, apoiantes de Navalny no exílio reuniram-se num momento solene em memória do ativista junto da missão diplomática russa em Viena." Noutros países europeus, "os momentos de homenagem repetiram-se" marcando a admiração pela coragem de Navalny em "fazer frente ao regime de Putin, mesmo que não tenha sido sempre uma figura consensual no seio da oposição russa."

"Poucos minutos após o anúncio da morte de Alexei Navalny, o Ocidente começou a pronunciar-se e a acusar Putin de ser responsável," incluindo João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios estrangeiros de Portugal. O próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acabou por afirmar que Navalny "merece o nosso respeito e admiração pela forma como lutou pelas suas convicções, sabendo os riscos que corria".

Grigory Mikhnov-Voitenko, "sacerdote da Igreja Ortodoxa Apostólica - um grupo religioso independente da Igreja Ortodoxa Russa" - foi um dos detidos. Este sacerdote tinha anunciado "nas redes sociais planos para realizar uma cerimónia em memória de Navalny" e após a sua detenção no sábado de manhã, "foi hospitalizado com um AVC."

Fontes:

https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2504190/mais-de-400-detidos-na-russia-em-homenagens-apos-morte-de-navalny

https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2504145/das-acusacoes-ao-corpo-escondido-o-que-se-sabe-sobre-a-morte-de-navalny

https://sicnoticias.pt/mundo/2024-02-16-Quem-era-Navalny-o-principal-opositor-de-Putin-que-morreu-na-prisao-e09ff1db

https://sicnoticias.pt/mundo/2024-01-09-Opositor-russo-Alexei-Navalny-colocado-de-novo-em-isolamento-99dea3b0

https://sicnoticias.pt/mundo/2023-12-26-Nao-se-preocupem-comigo-Navalny-garante-estar-bem-em-penitenciaria-no-Artico-russo-165312fa

https://sicnoticias.pt/mundo/2023-10-13-Advogados-de-Alexei-Navalny-presos-na-Russia-1d737b1f

https://pt.euronews.com/2024/02/16/russos-prestam-tributo-a-navalny-mesmo-arriscando-a-detencao

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publicado às 13:43



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