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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Tal como esperado, Trump regressou ontem à Casa Branca. Por cá, a comunicação social foi acompanhando todas as etapas e, foram vários os comentadores que nos foram ajudando a perceber o que se ia passando. A cerimónia teve a presença de várias figuras americanas importantes, grandes magnatas, multimilionários que desde logo receberam uma atenção especial. Por outro lado, notou-se a ausência de líderes europeus (excetuando a primeira-ministra italiana, Georgia Meloni).
Mas antes do poder ter sido entregue a Donald Trump, ainda houve tempo para que Joe Biden assinasse mais alguns indultos, que tinham um objetivo preventivo, ou seja, foram aplicados mesmo antes dos indivíduos terem sido julgados. Biden atribui indultos "ao responsável pelo combate à Covid-19, Anthony Fauci, ao ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, Mark Milley, além de membros do Congresso e funcionários que integraram uma comissão de investigação sobre o ataque ao Capitólio, ocorrido a 6 de janeiro de 2021, numa ação sem precedentes destinada a prevenir uma potencial vingança da administração Trump."
No princípio do ano, antecipando a mudança de poder de mãos, "Biden comutou as penas de cerca de 1 500 pessoas que foram libertadas da prisão e colocadas em confinamento domiciliário durante a pandemia de COVID-19 e de 39 outras condenadas por crimes não violentos, o maior ato de clemência num só dia na história moderna dos EUA."
Além disso, e como foi amplamente divulgado pelos meios de comunicação social, concedeu o "perdão pós-eleitoral" ao seu próprio filho, que tinha sido acusado "de posse de armas e fuga de impostos."
Mas as ações de Biden não se ficaram por aqui. Biden tinha já alterado "as sentenças de 37 dos 40 reclusos federais" que se encontravam no corredor da morte e que viram as suas penas serem agora convertidas em "prisão perpétua, semanas antes de passar o poder ao presidente eleito Donald Trump, um defensor da pena de morte." Esta decisão "surge na sequência da pressão exercida por democratas do Congresso, ativistas contra a pena de morte e líderes religiosos, incluindo o Papa Francisco, devido às preocupações com a posição da nova administração Trump em matéria de execuções." Ficam ainda "2200 prisioneiros no corredor da morte condenados em tribunais estaduais dos EUA, uma vez que Biden não tem autoridade sobre essas execuções," que acabarão por ir, certamente, em frente.
Regressemos então a Trump... pois a noite foi longa e eu acabei por ficar acordada, assoberbada com tudo o que se ia passando do outro lado do Atlântico. Trump também concedeu "indultos presidenciais para aqueles que foram condenados pela invasão ao Capitólio," que aconteceu a 6 de janeiro de 2021. Comparou os detidos, a reféns.
Uma das primeiras ordens executivas, assinadas ainda "no palco da Capital One Arena," em vez de - como seria de esperar - na Sala Oval, foi a polémica "retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris e o fim do teletrabalho para funcionários do Estado." Já na Sala Oval e enquanto ia assinando mais alguns documentos, Trump respondia a algumas questões dos jornalistas presentes. A tradução simultânea não deixada perceber tudo, mas ficou desde logo certo que os EUA irão sair da OMS, uma das agências da ONU. Quando questionado, Trump "justificou a sua decisão criticando o facto de os Estados Unidos contribuírem com muito mais recursos do que a China para este organismo."
Uma outra medida, atirada como se de uma qualquer banalidade se tratasse, pelo agora 47º presidente dos EUA, foi a promessa de deportação de “milhões de imigrantes ilegais." A luta contra a imigração ilegal não é de agora.
Trump não se coibiu também de decretar "emergência nacional na fronteira com o México," bem como de dizer que vai "assumir o controlo do Canal do Panamá, uma infraestrutura marítima fundamental para o comércio," e que liga os Oceanos Atlântico e Pacífico. "O canal é, e continuará a ser, do Panamá", garantiu José Mulino, presidente do Panamá em resposta.
Trump quer também "mudar o nome do Golfo do México, passando este a chamar-se Golfo da América."
Outro interveniente que deu que falar, foi Elon Musk que, "depois da tomada de posse de Donald Trump," subiu ao palco para discursar e no final fez "um gesto que está a ser considerado polémico," por se assemelhar a uma saudação nazi. Mais do que o gesto em si, que Musk veio depois negar, fica aquilo que disse há cerca de um mês, quando fez uma declaração referindo "que só o partido de extrema-direita alemão" poderia "salvar a Alemanha," palavras essas que foram consideradas por vários líderes europeus de que Musk poderá ser um "perigo para a democracia."
E quanto à situação de Israel? É sabido que durante o seu primeiro mandato, Trump, tal como fez lembrar Netanyahu, "retirou-se do acordo nuclear perigoso com o Irão, reconheceu Jerusalém como capital de Israel, transferiu a embaixada dos EUA para Jerusalém e reconheceu a soberania de Israel sobre os Montes Golã."
Foi também durante a primeira presidência de Trump que se firmaram os "históricos Acordos de Abraão, ao abrigo dos quais Israel estabeleceu a paz com quatro países árabes." Na sua mensagem, "Netanyahu agradeceu ainda a Trump pelos seus esforços” para libertar os reféns israelitas detidos pelo Hamas desde o ataque que visou o sul de Israel a 7 de outubro de 2023."
E aqui... é só a ponta... o que virá mais?
Fontes:
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