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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Falar de religião... para mim é falar da história das comunidades que se unem, dos costumes culturais. De todas as religiões há tanta coisa positiva a retirar, mas também há a maldade dos homens, escondida atrás de dogmas e de crenças que em qualquer das religiões seguidas, os leva a cometer atos de fanatismo, de desrespeito pela liberdade dos outros, de imposição de valores. Vêm de muito longe no tempo os primeiros atos de violência cometidos entre povos. Sou agnóstica e para mim é difícil conceber que uma pessoa siga de tal maneira uma doutrina que mate em nome disso. Consigo respeitar as diferenças culturais e as diferenças religiosas até um certo ponto, mas ainda não consigo ser benévola quanto ao se cometerem crimes em nome de algo ou de alguém, em vcez de se assumirem como verdadeiros prevadicadores em vez de tentarem imiscuir a sua culpa em atos religiosos. Todas as pessoas podem ser boas ou más.
E assim depois destas palavras deixo mais uma notícia para pensarmos. Foram 49 mortos. Duas mesquitas foram atacadas na Nova Zelândia, deixando um rasto de 49 mortos e cerca de 48 feridos. Os ataques, passava pouco da meia noite em Lisboa, aconteceram nas mesquitas de Al Noor, em Hagley Park, e de Linwood Masjid. Entre as vítimas estarão vários refugiados e imigrantes. Refugiados e imigrantes que foram mortos sem se saber quem eram, quem seriam as suas famílias. Quem o fez apenas olhou ao local onde estavam e os classificou como sendo, talvez, criminosos a que teriam de fazer frente, não fossem estas pessoas fazer-lhes mal. Assim vai o nosso mundo em pleno século XXI. Mata-se ainda como no tempo dos Cruzados, como se não tivessemos evoluído da barbaridade para uma sociedade civilizada.
Muitos dos feridos estão em estado grave e o número de vítimas ainda pode aumentar. O atentado ocorreu durante as orações da tarde e foi transmitido em direto na Internet, num vídeo que mostra um homem com uniforme militar e uma arma semiautomática a entrar numa das mesquitas e abrir fogo sobre os que estavam em oração, abandonando depois o local num carro e continuando a disparar pela janela. O mesmo cenário poderia acontecer entrando um homem de armadura a cavalo, golpeando uns quantos e fugindo de seguida com o sentimento de dever cumprido. Só que na altura a mensagem era levada por escudeiros ou mensageiros durante semanas ou meses até chegar ao seu destino e agora é levada em direto pelas redes sociais. Só mudou a rapidez, de resto continuam a existir uma humanidade rude e sem escrúpulos.
A equipa de críquete do Bangladesh, que está em Christchurch para defrontar a Nova Zelândia, encontrava-se na mesquita de Hagley Park para a oração diária quando o tiroteio começou, mas conseguiu abandonar o local sem que qualquer dos jogadores tenha sido atingido pelos disparos. Não se sabe se seriam um dos alvos.
A polícia neozelandesa deteve quatro pessoas relacionadas com os disparos. Uma delas, um homem com mais de 20 anos, está acusado de homicídio, confirmou o comandante da polícia neozelandesa, Mike Bush. Um dos suspeitos é um cidadão australiano, que escreveu um manifesto anti-imigração com mais de 70 páginas, onde começa com um poema de Dylan Thomas e detalha as motivações dos suspeitos: “criar uma atmosfera de medo” e “incitar à violência” contra os muçulmanos. Um mulher também foi detida mas ainda não se sabe se teve participação direta nos ataques.
Como resposta ao ataque, houve quem saísse à rua para prestar homenagem às vítimas. Há tributos a acontecer em Daca (Bangladesh), Bombaim (Índia), Carachi (Paquistão) e Wellington, capital da Nova Zelândia. A polícia também terá desativado dois carros armadilhados que não chegaram a explodir e que se pensa estarem relacionados com os ataques.
Christchurch é a capital de Canterbury e a maior cidade da Ilha Sul da Nova Zelândia e a terceira maior cidade do país com cerca de 376,700 habitantes, localizada na costa leste da ilha e a norte da península de Banks. Desde o ataque que as autoridades reforçaram o patrulhamento junto das mesquitas do país. O mesmo está a acontecer em França e no Reino Unido.
Mais uma vez, estamos a lidar com o medo. Não é aqui, mas podia ser. Ninguém parece estar seguro, quando há armas a circular por aí e se chega tarde para extinguir estas ações terroristas. Parece que conseguem sempre ganhar no jogo do gato e do rato contra as autoridades. E quando se prende ou mata um, outro o substitui e começa a levar a cabo um novo plano. Desta vez foi do outro lado do mundo, mas quem é que pode afirmar que está em segurança?
Fontes:
https://www.rtp.pt/noticias/mundo/dezenas-de-mortos-em-ataque-a-mesquitas-na-nova-zelandia_n1134966
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