Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Num ano atípico, onde alguns alunos passaram quase mais tempo "fora" do que dentro da sala de aula, motivar para a realização das provas de 9º ano tem sido uma tarefa hercúlea. É que uns não deram a matéria toda por causa do covid, da falta de professores e das greves, outros deram mas já fizeram contas e basta-lhes ter um 10 para passarem o ano. E assim vai a vontade dos alunos que este ano foram avaliados a matemátia e vão ser avaliados a português.
Fazer um texto? Não é obrigatório concluir a prova toda e se fizerem só a escoha múltipla dá para passar de ano. E continuamos com esta palhaçada.
Sem falar das provas de aferição.
Quanto a essas, os alunos sabem que não contam para a nota e que "se calhar" o professor nem vem porque faz greve. Então e o papel dos pais, aqui fica onde? Cansados de tanta greve, já nem obrigam os filhos a estudar porque "é tempo perdido". Verdade que já ouvi isto. Não lhes consigo dar razão, porque mesmo sem testes e sem provas a contar para "passar" a aprendizagem é contínua, e um dia, eles nem um email sem erros serão capazes de enviar.
É para isto que estamos a caminhar. Falta exigência no ensino! Não a exigência que se aplicava nos anos 70, 80 ou 90... algo mais medido e adequado aos tempos que correm! A educação precisa de um novo rumo!
Como é que se chega a um quarto ano sem saber ler? Sim, existem vários casos (e não estou a falar de crianças com Necessidades Educativas Específicas, nem abrangidas por nenhum apoio especial), estou mesmo a falar de meninos e meninas, que vão à escola, não costumam faltar, mas estão ali só a ver passar a marcha.
Os professores estão sem tempo para nada. Vejo cadernos, de 3º e 4º ano, em que cada palavra tem um erro e em que não se respeitam parágrafos, maiúsculas, pontuação... e nada, nem uma correçãozinha a lápis. Novas formas de ensinar, sim de acordo, mas, mesmo que não se assinale, é preciso agir com exercícios em que o aluno consiga atingir aquela meta. Ou escrever a nossa Língua de forma minimamente correta não é uma das várias metas a atingir?
Depois rimo-nos quando vêmos nas notícias, caixas de texto com erros, acentos usados ao contrário e outros pontapés na gramática e na ortografia. Lá fazemos umas piadinhas sobre isso, mas a culpa é de quem? Do ensino, da sua falta de exigência, da falta de motivação dos alunos? E da falta de motivação dos professores? Não será também?
Há tanto a fazer, mas só se fala em anos, meses e dias, merecidos e devidos sim, mas que não vão resolver os problemas de base do nosso sistema educativo que se está a afundar.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.