
Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Os avisos foram dados. Os palestinianos tinham de fugir porque a cidade estava prestes a ser atacada. Na mira estão alvos do Hamas, infraestruturas que as tropas israelitas defendem estar escondidas por baixo de habitações civis, hospitais e escolas. Então, nenhum local é seguro em Gaza! Qualquer prédio, praça ou parque pode ser atacado com violência porque os túneis passam por baixo destas infraestruturas. Mas a questão é se, mesmo destruindo tudo o que está por cima, atingirão realmente os alvos pretendidos?
Fugir para onde? É a questão que se coloca. Não podem passar para Israel onde não são bem vindos e o Egipto não lhes abre as fronteiras a sul. Rafah seria o seu ponto de fuga mas está limitado apenas à entrada controlada de ajuda humanitária e, mesmo essa, passa a conta gotas. Os palestinianos estão retidos numa pequena faixa de terreno e não são, na sua maioria, aceites nos países vizinhos, pelas mais variadas razões, tanto políticas como culturais e religiosas. Os israelitas foram atacados pelo grupo terrorista Hamas e estão a defender-se, mas atacando população civil, a qual não respeitam de forma alguma. Falta água, luz, comida e combustível. Faltam medicamentos. Os hospitais que ainda funcionam estão sobrelotados e são para algumas famílias que ali procuram refúgio, uma pequena luz ao fundo do túnel, quando já não sabem para onde ir.
Na fronteira do Egipto, no terminal de Rafah, no sul de Gaza, passou hoje a primeira caravana de 20 camiões, supervisionada pela ONU. Estes camiões levam fornecimentos vitais organizados pelo Crescente Vermelho Egípcio (parte das sociedades internacionais da Cruz Vermelha) e pelas próprias Nações Unidas, que entregarão a ajuda ao Crescente Vermelho Palestiniano. Não podem levar combustível. E não se sabe se a ajuda sequer chegará a quem precisa, apesar dos esforços de todos os envolvidos.
António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas, apelou aos governos e organizações no terreno a que garantam a chegada da ajuda humanitária a todos os palestinianos dizendo que estes "camiões, são uma tábua de salvação, são a diferença entre a vida e a morte para muitas pessoas em Gaza. E vê-los presos aqui faz-me ser muito claro: o que precisamos é de os fazer sair, fazê-los passar para o outro lado do muro. Fazê-los sair o mais depressa possível e o maior número possível". Segundo o último balanço das autoridades de Gaza, contavam-se 4469 mortos e mais de 13 mil feridos deste conflito e Daniel Hagari, porta-voz das forças armadas israelitas informou que o número de bombardeamentos vai aumentar: "temos de entrar na próxima fase da guerra nas melhores condições."
Em Gaza é estimado que haja atualmente cerca de um milhão de pessoas deslocadas, das quais cerca de 350 mil se encontram em campos organizados pela Agência das Nações Unidas, ou seja, estão em campos de refugiados sem ter para onde fugir. Já o Egipto, receia que a abertura total das fronteiras faça entrar milhares de refugiados no país, já a braços com a crise da Síria. As conversações entre líderes europeus e árabes têm sido difíceis, com opiniões divergentes sobre se Israel tinha ou não o direito a atacar Gaza depois do ataque que sofreu a 7 de outubro.
Fontes:
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.