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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Se há coisas de que tenho algum orgulho é de viver num país que me permite liberdade de expressão. Estas são as minhas palavras de hoje. Um país com muitas falhas, um país com corrupção no governo, com gente que nada vale em altos cargos, mas um país onde é possível dizer o que se pensa, escrever sobre o que se acha. Ser ponderado não é deixar de ser livre. Ser crítico, não é ser mal educado nem tão pouco ofensivo. Estar contra ou a favor de algo é apenas uma opinião, não é ter mais ou menos razão que o outro. Debater, é isso apenas, trocar ideias, discutir pontos de vista. Não é virar as costas à opinião do outro, mas pode ser escolher o lado que se acha mais correto segundo os nossos padrões.
Quando se procura alívio, nestes tempos difíceis, fazer um desabafo em forma de escrita pode ter uma função terapêutica. Uma página em branco pode ser difícil de ultrapassar, mas pode ser também uma terapia de autoconsciencialização e de reflexão sobre o que se passa à nossa volta.
As notícias à nossa volta são assustadoras. Todos os dias somos "atacados" por más notícias, que nos vão afetando a mente e a compreensão do mundo. Podemos tornar-nos imunes à dor do outro? Não quero estar imune! Isso seria deixar de sentir, deixar de me importar. A dor do outro não pode ser desvalorizada só por estar atrás de um ecrã, por estar tão longe aparentemente. As lágrimas de uma mãe que grita a morte de um filho vítima de um bombardeamento, não pode ser vista de ânimo leve sem uma dor profunda que nos atravessa o coração. A dor de um pai que segura o corpo de um filho nos braços, caminhando numa estrada cheia de pó... sem destino...
Quando o local que conhecem como habitação, é atingido, para onde se dirigem os sobreviventes? Quando um familiar, um amigo, um conhecido, um vizinho, está ferido, para onde se leva? Parece que não é assim tão literal em contexto de guerra, pois não? E quem protege quem salva?
Na Ucrânia, já se registam mais de 500 crianças mortas desde o início da guerra (ou seja, desde fevereiro de 2022) e ferimentos em mais de mil (e, como é bastante fácil de compreender, estes dados podem estar a ser divulgados por baixo). Sobreviver, é apenas a primeira fase, depois, chegam outros problemas, uma vez que os ataques aéreos e as explosões também danificam "serviços essenciais como escolas e hospitais" o que traz um forte impacto na vida e na saúde destas crianças.
De 7 a 14 de outubro, mais de 700 crianças foram mortas na Faixa de Gaza. Citando James Helder, porta-voz da UNICEF, "as imagens e histórias são claras: crianças com queimaduras horríveis, ferimentos de morteiro e partes do corpo perdidas. E os hospitais estão totalmente sobrecarregados para tratá-los.” Afirma também James Helder que, as crianças israelitas que foram raptadas no passado dia 7 de outubro, e que ainda estão "como reféns em Gaza devem ser reunidas de forma segura e imediata com as suas famílias e entes queridos”.
Os ataques aos hospitais e os cortes sistemáticos de energia colocam também a vida de milhares de crianças em risco na Faixa de Gaza. Um dos médico que se manifestou, afirma que "muitas crianças que dependem de ventiladores não sobreviveriam a uma interrupção de eletricidade em Gaza".
No dia 17 deste mês, o hospital de "Al-Ahli na Cidade de Gaza," foi alvo de um bombardeamento e "caso seja confirmado, será o mais mortífero bombardeamento aéreo israelita nas cinco guerras que foram travadas desde 2008." Nas imagens que foram mostradas por alguns meios de comunicação, vê-se "um enorme incêndio rodeando as fachadas do edifício, vidros estilhaçados e corpos, muitos deles desmembrados, espalhados por toda a zona." O ataque terá feito cerca de 500 mortos, entre os quais dezenas de crianças. No mesmo dia (17/10) uma escola foi também bombardeada, o que provocou a morte de pelo menos seis pessoas e dezenas de feridos. A escola, que era administrada por uma agência afeta à ONU, estava localizada no "acampamento de refugiados de Al Maghazi." Seriam cerca de 4000, as pessoas que "estavam refugiadas naquela escola."
Para quê isto?
E é difícil escrever sobre estes ataques. Mas temos de o fazer. Repetidamente. Temos de continuar a espalhar estes números por aí. Talvez o meu blogue não chegue a muita gente, o meu público é "pouqinho" (mas bom), mas acho que é um passo importante se cada um de nós for chamando a atenção para estes problemas uma e outra vez, não sendo cumplíces em calar tanta maldade!
Fontes:
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