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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Hoje celebra-se o Dia da Criança. E nada melhor, que nós, adultos, repensarmos o que podemos fazer por elas.
Olho a minha casa e vejo que sempre tive sorte. Nem tudo foram rosas no meu crescimento, na minha infância e nem tudo serão facilidades na minha vida atual e do meu filho, mas se tenho de me queixar, não é de passar frio, de estar no meio de uma guerra ou de passar fome.
Refletindo um pouco, trabalho todos os dias com crianças, oriundas de vários países e dos mais variados meios sociais. Uma coisa os une - os seus sorrisos. Sorrisos em várias línguas, os abraços, as palavras carinhosas, as gargalhadas e as patifarias. E por isso é que ser criança é tão mágico! Pudessem todas as crianças viver nesta magia, sem mísseis nem armas na mão...
As crianças e os adolescentes têm os mesmos direitos humanos gerais que os adultos e também direitos específicos de acordo com o reconhecimento das suas necessidades especiais. Não são propriedade de seus pais nem são objetos indefesos de caridade - são seres humanos e são sujeitos de seus próprios direitos.
A Convenção sobre os Direitos da Criança estabelece os direitos que devem ser respeitados para que todas as meninas e meninos se desenvolvam em todo o seu potencial.
Ao reconhecer os direitos das crianças e dos adolescentes dessa forma, a Convenção fixa firmemente o foco na criança e no adolescente em toda a sua integridade, reconhecendo a dignidade humana fundamental de todas as crianças e todos os adolescentes e a urgência de assegurar o seu bem-estar e desenvolvimento.
Além do mais, torna clara a ideia de que uma qualidade de vida básica deve ser o direito de todas as crianças e todos os adolescentes, em vez de um privilégio que só poucos desfrutam.
As crianças e os adolescentes têm o mesmo status de membros da restante família humana e devem poder confiar nos adultos para a criação e a orientação de que precisam para crescer em direção à independência. Têm se ser amaparados e regados todos os dias, como uma planta que só cresce com amor! Essa educação é idealmente encontrada nos adultos que constituem a sua família. Mas, quando os cuidadores adultos primários não podem atender às necessidades dos meninos e meninas, cabe ao Estado, como principal responsável, encontrar uma alternativa que tenha como objetivo atender ao melhor interesse da criança e do adolescente.
Assim, praticamente todas as áreas da política governamental – da educação à saúde pública – afetam as crianças e os adolescentes em algum grau. A formulação de políticas “de vista curta”, que não levam em conta meninas e meninos, tem um impacto negativo no futuro de todos os membros da sociedade. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, menos da metade das partes envolvidas em conflito no mundo se comprometeram de fato em proteger as crianças.
Sem atenção especial às opiniões das crianças e dos adolescentes – expressas em casa, nas escolas, nas comunidades locais e até mesmo nos governos –, os pontos de vista de meninas e meninos não são ouvidos nos muitos assuntos importantes que os afetam agora ou que os afetarão no futuro.
A transformação da estrutura familiar, a globalização, as mudanças climáticas, a digitalização, a migração em massa, a mudança dos padrões de emprego e o encolhimento da rede social em muitos países, todos têm fortes impactos sobre as crianças. O impacto dessas mudanças pode ser particularmente devastador em situações de conflito armado e outras emergências. A diretora executiva da agência da ONU declarou que “ano após ano, os lados em conflito continuam demonstrando desprezo pelo bem-estar” dos menores.
A Unicef revela ainda que as nações com os maiores números de casos de violência sexual contra crianças foram RD Congo, Somália e República Centro-Africana. Como ainda se estão a desenvolver, as crianças são especialmente vulneráveis – mais do que os adultos – a condições de vida precárias, como pobreza; assistência médica, nutrição, moradia e água potável inadequadas; e poluição ambiental.
O uso de explosivos é uma ameaça persistente. Outro problema destacado pela agência é o recrutamento de crianças para o combate, especialmente em países africanos como Somália e República Democrática do Congo. A Unicef pede a todos os lados em conflito para implementarem planos de ação e medidas concretas para proteger as crianças e evitar que essas graves violações ocorram.
Os efeitos da doença, desnutrição e pobreza ameaçam o presente e o futuro das crianças e dos adolescentes e, portanto, o futuro das sociedades em que vivem.
Fontes:
https://news.un.org/pt/story/2021/12/1775292
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