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Dias negros... luto nacional

por Elsa Filipe, em 20.09.24

Hoje o dia acordou cinzento, com algumas nuvens e chuva em alguns pontos do país. Chuva que veio trazer algum alívio às populações, mas que tem de ser olhada também com alguma precaução. Como sempre, depois de grandes incêndios, as áreas ardidas e as zonas adjacentes ficam cobertas de cinza e de muitos inertes que podem ser arrastados pelas encostas, poluindo os cursos de água. É natural e expectável que isto aconteça, é mais uma consequência dos incêndios (que não é contabilizada na pena dos incendiários). As zonas atingidas pelos incêndios podem agora sofrer deslizamentos de terras para as quais a população deve estar atenta e mostrar uma atitude preventiva.

O país está de luto. Pelas vidas humanas perdidas foi declarado pelo governo que hoje seria dia de luto nacional. Mas não chega... temos de exigir mais! "Morreram sete pessoas e 166 ficaram feridas, devido aos fogos que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas." (Pelas contas da ANEPC são apenas contabilizados "cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita").

De acordo com a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, em apenas quatro dia (de 14 a 18 de setembro) foram registadas "1044 ignições, 416 das quais em período noturno," a que respeita uma área ardida de cerca de "94.146 hectares." 

A ministra informou também que foram "detidas 11 pessoas, suspeitas de crime de incêndio florestal, sendo que oito delas foram apanhadas em flagrante delito."

O incêndios ainda não estão completamente extintos. Os dois incêndios que deflagravam em Castro de Aire, no distrito de Viseu, ainda não foram dominados. O incêndio de "Penalva do Castelo, distrito de Viseu, entrou esta madrugada em fase de resolução." Também o incêndio que começou em Alvarenga, Arouca, na quarta-feira, entrou "em fase de resolução."

Os incêndios de Sabroso de Aguiar e de Veria de Jales e Quintã, apesar de já terem estado em fase de resolução, acabaram ontem por sofrer "reativações", na zona de Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real.

Agora está na hora de avaliar os prejuízos e esperar que as seguradoras façam a sua parte. O governo tem de apoiar agora estas autarquias, para que possam numa perspetiva de maior proximidade, apoiar as suas populações. São as autarquias, as assistentes sociais, as entidades locais (cruz vermelha, bombeiros, associações...) que sabem o que cada família necessita, que conhecem as empresas e aquilo que foi realmente perdido e danificado. Tenho estado a ver diversas entrevistas e reportagens televisivas e as perdas são muito grandes para cada uma destas pessoas. Em Castro Daire, Codeçais, são as quinze cabras que sobreviveram com ferimentos que dão agora alento a este pequeno produtor que teve de abandonar tudo para salvar a sua própria vida. Este senhor, perdeu mais de uma centena de animais (que são de uma raça autóctone transmontana, e por isso valiosa), mas além dos animais perdeu também alfaias, reboques, maquinarias, mais de dez quilómetros de cercas e terras... contabilizar tudo isto e agora multiplicar por outros produtores e pequenos empresários que perderam aquilo que tinha sido até aqui a sua vida. (Entrevista na Sic Notícias)

Falta agora pasto para os animais, ardeu o que estada dentro dos estábulos, dos armazéns e lojas. Ardeu a lenha que muitas pessoas já armazenavam para o inverno, e que lhes traria algum conforto no inverno frio que se aproxima. Arderam as arcas onde havia carne congelada para alimentação das famílias.

No "município de Albergaria-a-Velha" 41 famílias "perderam a casa, por causa das chamas."

A autarquia de Penalva do Castelo, registou "danos em equipamentos municipais no valor de cerca de 200 mil euros." Em Aveiro, os incêndios já se encontram "completamente dominados", mas "60 casas foram atingidas pelos fogos."

Em São Pedro do Sul, "arderam duas casas de primeira habitação," cerca de dez casas "de segunda habitação" e ainda vários "palheiros."

Fontes:

https://www.rtp.pt/noticias/pais/dia-de-luto-nacional-chuva-alivia-bombeiros-mas-ainda-ha-chamas_n1601289

https://www.rtp.pt/noticias/pais/concelhos-fazem-contas-aos-estragos-causados-pelos-incendios_n1601329

https://pt.euronews.com/my-europe/2024/09/19/cerca-de-quatro-mil-bombeiros-no-terreno-combatem-17-incendios-em-curso

 

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publicado às 12:45


1 comentário

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De Rhesus a 21.09.2024 às 09:12

Perdemo-nos entre os números, não é?

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