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A 5 de dezembro de 2018, foi proclamado o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares através da Resolução 73/40 adotada na Assembleia Geral das Nações Unidas. Esta data celebra-se anualmente a 26 de setembro e procura alertar para a necessidade do desarmamento nuclear a nível global - um dos mais antigos objetivos da ONU.

Assente na convicção dos prejuízos económicos e sociais que a proliferação deste armamento implica a nível mundial. Este dia alerta, ainda, para a ameaça à paz e segurança que a utilização de meios nucleares significa.

As armas nucleares são aos milhares. Desde o fim da Guerra Fria que nenhuma arma foi destruída ao abrigo de um tratado.

Este ano, esta data tem ainda uma simbologia maior, dada a atual situação de tensão que se vive. Neste Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, a ONU organizou um encontro de alto nível para ampliar a conscientização sobre a ameaça que os armamentos representam e a necessidade de mobilizar esforços internacionais para alcançar um mundo sem armas nucleares. Na abertura da sessão, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que a eliminação das armas seria o “maior presente que poderíamos deixar as futuras gerações”. 

Guterres lembrou que o período da Guerra Fria deixou a humanidade a “minutos da aniquilação” e que, agora, décadas após a queda do Muro de Berlim, o barulho das ameaças nucleares voltou a ressoar. O secretário-geral disse que a “era de chantagem nuclear deve acabar”. Para o chefe da ONU, a ideia de que qualquer país poderia lutar e vencer uma guerra nuclear é uma loucura.

Após quatro semanas de negociações na sede da ONU, as delegações saíram sem um documento final porque a Rússia se opôs ao texto sobre o controle das instalações nucleares ucranianas. António Guterres promete não desistir do assunto e pede aos países que usem “todas as vias de diálogo, diplomacia e negociação para aliviar as tensões, reduzir o risco e eliminar a ameaça nuclear”.

Falou ainda da necessidade de uma nova visão para o desarmamento nuclear e da sua não-proliferação.

Já o presidente da Assembleia Geral da ONU, Csaba Korosi, lembrou que a guerra na Ucrânia aumentou os riscos de desastre nuclear global. Ele está “chocado com as ameaças recorrentes e veladas de ataques nucleares”. Korosi diz que a ameaça nuclear na Península Coreana também continua a representar um risco inaceitável para a região e para o mundo. Ele disse que o mundo possui quase 13 mil ogivas.

Ele também falou sobre o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, aberto para assinatura há 25 anos, e pediu que os que ainda não assinaram que considerem o texto “sem demora”. O documento ainda não entrou em vigor porque precisa ser firmado por 44 países detentores de tecnologia nuclear, sendo que oito nações ainda não o ratificaram. Como é que ainda não está ratificado? 

Será que algum destes entendidos, acha realmente que, se as armas nucleares forem usadas, eles mesmos e os seus estarão a salvo das suas consequências? Estamos na era do nuclear, com os seus riscos e os seus benefícios, mas as armas são formas de destruição maciça que podem destruir completamente um país, matando milhares de pessoas e deixando danos para tantas outras por largos anos.

De acordo com o artigo de Joana Fonseca (que está fantástico) no ECO, "uma arma nuclear é um dispositivo projetado para libertar energia sob a forma de uma explosão através de reações nucleares de fissão, de fusão ou de reações combinadas dos dois processos." Joana explica ainda no artigo de Março deste ano que de "uma forma simplista, a fissão nuclear corresponde à divisão do núcleo de um átomo instável e pesado em dois núcleos atómicos mais leves, sendo libertada no processo uma enorme quantidade de energia. O elemento mais utilizado na fissão é o urânio." Conhecendo assim um pouco melhor deste processo, a "fissão nuclear é geralmente aplicada aos processos de produção de energia e de bombas atómicas."

As consequências apontadas são terríveis, mas não podemos dizer inimagináveis quando já assistimos milhares de vezes a imagens de Nagasaki e de Hiroxima e de vários documentários realizados sobre o tema. Não apaguemos da nossa mente, essas terríveis imagens, para que nunca nos lembremos de aceitar o uso deste tipo de armamento. "As armas nucleares possuem um enorme poder destrutivo. Quando uma arma nuclear é utilizada liberta quatro tipos de energia: uma onda de choque, luz intensa, calor e radiação. Esta radiação pode facilmente alastrar e disseminar-se muito para muito para além do local da explosão, podendo causar fortes lesões ou até a morte por queimaduras, bem como levar ao desenvolvimento de doenças a longo prazo, como, por exemplo, o cancro."

"Além do impacto destrutivo imediato e dos efeitos radioativos a médio e longo prazo para as populações afetadas, as armas nucleares podem inclusivamente levar à cegueira de pessoas próximas do local da explosão (efeito colateral do clarão de luz) e contaminar alimentos e fontes de água." Aconselho a leitura total deste artigo, pois o mesmo está muito bem escrito. E que nos deixa dados preocupantes: 

"Segundo os dados mais recentes do Stockholm International Peace Research Institute, referentes ao início de 2021, há nove países com armamento nuclear: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, Israel e a Coreia do Norte. Só a Rússia e os EUA detêm, entre si, 90% das cerca de 13.080 ogivas nucleares existentes. O país liderado por Vladimir Putin é a nação com o maior armamento nuclear: tem 6.255 armas nucleares, das quais 1.625 estão prontas a usar ou acopladas a mísseis e as restantes 4.630 estão armazenadas, de reserva, ou aguardam desmantelamento."

 

Fontes:

https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/dia-internacional-para-eliminacao-total-das-armas-nucleares-2021

https://news.un.org/pt/story/2022/09/1802421

https://eco.sapo.pt/2022/03/22/o-que-sao-armas-nucleares-que-paises-as-detem-e-quais-as-consequencias-8-respostas/

 

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publicado às 20:36



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