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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
No dia 11 terminei mais uma etapa da minha vida e comecei umas merecidíssimas e desejadas férias. A procura foi por um local onde pudesse descansar duas noites, que fosse perto de casa para não ter de conduzir muito e onde houvessem praias fluviais ou piscinas para passarmos bons momentos. A companhia, essa estava já muito bem escolhida! Optamos por ir durante a semana e fugir assim às correrias de fim de semana.
Assim, na segunda-feira saímos de casa pela manhã, começando por um bom pequeno-almoço de mãe e filho na Xandite do Seixal e onde preparamos juntos algumas partes do percurso até à pousada da Juventude de Abrantes, onde iríamos pernoitar as duas noites seguintes. Optamos por seguir pela EN10 até à A33 e depois fazer a EN118. Passamos a Ponte da Praia do Ribatejo (uma das pontes sobre o rio Tejo que liga a EN3 e a EN118).
A viagem foi sempre feita devagar para irmos apreciando a paisagem e à chegada a Constância, ficámos encantados. Parámos para almoçar e descansar um pouco na Praia Fluvial. A água é tão límpida como é gelada! A pequena praia que fica situada na margem esquerda do rio Zêzere, na zona onde este se encontra com o Tejo, tem vigilância tanto da GNR como de Nadadores salvadores, não obstante o rio ser extremamente calmo nesta zona. Esta praia, que só foi inaugurada à cerca de um ano, apresenta também uma zona de relva, com excelentes sombras, cafés, restaurantes e fica junto a um pequeno parque de campismo.
Aproveitada a praia, chegamos finalmente a Abrantes. Começamos por visitar a Aquapolis, uma zona fluvial, não classificada como zona balnear, mas onde se pode passear junto ao rio Tejo. Este espaço público é ainda pontuado pela escultura da autoria de Charters de Almeida. É uma peça de grandes dimensões, na linha dos trabalhos de arte contemporânea, as “Cidades Imaginadas”, que o autor tem espalhadas um pouco por todo o mundo.
Depois subimos até à zona onde se ergue o Castelo de Abrantes, numa curta visita. Dali pudemos desfrutar de uma vista ampla sobre a cidade e sobre o rio.
O Castelo, outrora constituindo a chamada Linha do Tejo, conjunto de fortalezas que atualmente faz parte da Região de Turismo dos Templários, tem um jardim fantástico, onde se pode dar um passeio, mas o melhor de tudo, na minha opinião é a vista que temos lá de cima. O Castelo de Abrantes foi conquistado aos Mouros por D. Afonso Henriques, na madrugada do dia 8 de Dezembro do ano de 1148, e por si doado em 1173, à Ordem de Santiago de Espada.
Do antigo e austero castelo medieval, envolto por um jardim público com uma invejável panorâmica, restam atualmente apenas a sólida Torre de Menagem, a Porta de Armas (no ângulo nordeste) e a arcaria de suporte a dois distintos panos de muralhas que servem de parapeito a um miradouro sobre a cidade.
A pousada da Juventude fica localizada na rota da Estrada Nacional 2, numa colina entre a cidade e o rio Tejo, perto do Hospital de Abrantes, num edifício antigo e um pouco degradado onde estão a decorrer obras.
É uma das 42 pousadas, que podemos visitar no nosso país, através do grupo MoviJovem. Eu e o meu filho gostamos bastante da Pousada, em especial do quarto onde pudemos descansar antes do jantar. Temos estacionamento gratuito.
Escolhemos um quarto sem casa de banho incluída e por isso usamos os balneários e não nos arrependemos, pois tinham ótimas condições, eram bastante espaçosos e estavam limpos. Cada chuveiro tinha ainda ao dispor gel de banho que podíamos usar, assim como um conjunto de toalhas para cada um no quarto.
O quarto era bastante razoável, embora só houvesse uma ventoinha para refrescar, o que eu acho que era pouco para o calor que se estava a fazer sentir. Apesar de tudo, a noite foi bastante tranquila. O pequeno almoço foi bastante bom para aquilo que era esperado e tinha bastante diversidade de produtos.
Terça de manhã levantamo-nos cedo e depois do pequeno-almoço, fomos visitar a praia fluvial da Aldeia do Mato que fica em plena albufeira da Barragem de Castelo de Bode, na margem esquerda do rio Zêzere.
A piscina fluvial flutuante tem sempre nadadores salvadores a garantir a segurança dos banhistas e está dividida em duas partes, uma maior para os adultos e outra mais pequena para as crianças.
O percurso é demorado e cheio de curvas e a zona de praia estava um pouco suja.
Sinceramente, ficamos um pouco desiludidos mas ainda deu para descansar um pouco e estarmos os dois a jogar ao Uno na areia, mas pouco mais. Queriamos lá passar o dia, mas estava bastante vento e tornava-se desagradável estar na água. Por isso, optamos por tentar a nossa sorte noutro lado.
Seguimos então para a zona de Cabeça Ruiva, para a praia fluvial de Pontes. Uma descida acentuada dá acesso aos carros até perto da praia (em ambos os casos, as estradas são estreitas e em caso de necessidade, penso que se poderão gerar situações complicadas).
Pelo caminho, apanhamos alguns figos, numa zona onde achamos que não devia haver problema (e soube tão bem!).
Deixamos o carro bastante cá em cima e descemos a pé. Reparamos logo que também aqui havia vigilância. Nesta praia, o ambiente era mais agradável, apesar de estar bastante gente, havia tranquilidade e sentimo-nos mais seguros. Existe uma piscina flutuante onde podemos tomar banho e nadar em segurança.
No regresso, passamos pela pousada para um duche e fomos depois jantar. Nestes dois dias optamos por almoçar em formato piquenique e jantar "comida de plástico", uma vez que o intuito era descansar e não gastar muito.
Depois fomos os dois passear pela zona do Rossio, do outro lado do rio, onde pudemos fazer uma pequena caminhada, ir ao parque e visitar as colunas que em tempos serviram de base à ponte das barcas. Pudemos ver o pôr do sol!
Na quarta, o dia foi passado na piscina municipal. O espaço não é muito grande, mas é ótimo para descansar e aproveitar as sombras das árvores e a piscina. A água estava ótima (o que para mim que sou muito friorenta é mesmo uma novidade) e por isso ainda aproveitei para uns mergulhos. Almoçamos num pequeno bar que há dentro do complexo.
A única coisa que nos incomodou um pouco por ali foram as vespas (estamos na natureza, não há nada a fazer) mas de resto foi um dia espetacular que compensou um pouco o dia de praias fluviais de ontem.
No caminho para casa paramos no miradouro sobre o Castelo de Almourol, já na EN118, na zona da Chamusca. Dali podemos ver um dos lados da fortificação que fica numa pequena ilhota a meio do Tejo. A sua história relembra a Reconquista do território durante a Idade Média. Quando aqui chegaram os cristãos em 1129, o castelo já existia sob o nome de Almorolan, tendo sido então incluído nas terras entregues à guarda dos Templários, sob as ordens de Gualdim Pais. Segundo uma inscrição existente na entrada, as obras de reconstrução datam de 1171. Era um dos sítios que eu gostaria de ter visitado, mas que não consegui.
Umas mini férias a repetir assim que possível. Valeram principalmente pelo encontro comigo mesma, pela possibilidade de descansar, de pôr a leitura em dia, os pés na água e das conversas com o meu filho. Dias maravilhosos!
Fontes:
http://turismo.cm-abrantes.pt/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Abrantes
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