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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Esta quinta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fizeram um pedido à Rússia para repatriar as crianças ucranianas que alegadamente terão sido raptadas e a acabar com as "adoções expeditas", devolvendo-as. É que já não bastava a invasão, os crimes de guerra têm-se vindo a suceder e este é mais um entre tantos, que vitima, de forma diferente, bebés e crianças ao separá-los das suas famílias.
As Nações Unidas declararam que as acusações de rapto podem ser verdadeiras e que as forças russas enviaram crianças ucranianas para a Rússia para adoção. A 17 de março de 2023, as deportações levaram o Tribunal Penal Internacional a emitir um mandado de prisão para o presidente russo Vladimir Putin, bem como para Maria Lvova-Belova, comissária presidencial para os direitos da criança na Rússia. Em causa estarão milhares de crianças ucranianas institucionalizadas que foram transportadas à força para a Rússia ou para territórios ucranianos ocupados pelas tropas russas.
As acusações vão mais longe. Terá sido dito a estas crianças que os pais a abandonaram, terão sido estabelecidos acampamentos de verão para órfãos ucranianos e "educação patriótica". A isto chamam de "russificação", dando-lhes uma cidadania e pais russos,com o objetivo de apagar aquela que é a sua verdadeira identidade - ucraniana.
Maria Lvova-Belova, já tinha dito que estava disposta a devolver à Ucrânia crianças deportadas, se as respetivas famílias o solicitassem. Disse aos pais que bastava escreverem-lhe um email. o Conselho dos Direitos Humanos da ONU já tinha também exigido à Rússia que autorizasse organizações internacionais a visitar as crianças e outros civis "deportados à força" da Ucrânia para territórios controlados por Moscovo.
Daqui a poucos anos, algumas destas crianças, as mais pequeninas e que ainda não têm memórias formadas, não se lembrarão das suas veradeiras origens.
O conflito está a ter consequências físicas e psicológicas devastadoras para milhões de crianças -- tanto as que fugiram do país para se refugiarem do conflito, como as que permanecem no país e que diariamente são confrontadas com bombardeamentos e, em algumas regiões, a ocupação russa.
Os primeiros relatos de deportações forçadas para a Rússia surgiram em meados de março de 2022, durante o Cerco de Mariupol. No entanto, a Rússia começou a transferir crianças de territórios ucranianos já em 2014, o que faz com que o problema não seja novo e se torne cada vez mais difícil de resolver.
Fontes:
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