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Avançando pela Bielorrússia

por Elsa Filipe, em 26.03.23

Parte da URSS durante largos anos, ainda mantém as suas bases soviétivas, ditatoriais e opressoras com Alexander Lukashenko desde 1994 no poder. A sua relação com a Rússia é evidente e acaba por estar isolada dos outros países mantendo uma dependência direta, que pode significar uma possível reunificação.

Os meios de comunicação têm sido limitados pelo regime, levando a que muitos dos habitantes, não façam ideia do que relamente se está a passar. As próprias eleições realizadas em 2020 e que deram o sexto mandato a Lukashenko (com 80,23% dos votos) colocaram no exílio a sua opositora - Svetlana Tikhanovskaia - que está a ser julgada à revelia por acusações de traição.

Este mês, o presidente bielorrusso introduz a pena de morte para os casos de alta traição, para os oficiais do Estado e membros do Exército, a qual até agora só era aplicada nos crimes de homicídio agravado ou de atos de terrorismo. Outra lei, prevê uma pena de prisão para aqueles que desacreditarem as Forças Armadas do país  -  lei semelhante foi aprovada pela Rússia no ano passado, logo depois da invasão do território ucraniano.

Este fim de semana, voltou-se a falar muito neste país, e quem viu ontem o programa "Toda a Verdade" da SIC, teve a oportunidade de saber um pouco mais sobre esta relação - para mim, muito preocupante - entre Putin e Lukashenko.

Aquilo que foi anunciado por Putin neste sábado, foi que chegou a acordo para armazenar armas nucleares na Bielorrússia, uma estratégia de ataque que pode ser tanto à Ucrânia - uma vez que este país faz fronteira com a Ucrânia, permitindo assim a passagem de armas pelo seu território, tal como aconteceu no início do conflito - como à própria União Europeia. O Presidente russo, afirma que não está a violar o Tratado de Não Proliferação Nuclear, mas este é o mesmo homem que dizia estar a salvar cidadão russos das mãos dos nazis na Ucrânia, por isso, sobre as suas afirmações não há mais nada a dizer.

Falar de armas nucleares é pôr na mesa um assunto que deixa as populações com medo, sem saber o que pode estar reservado para o futuro.Esta é uma questão que devia ser inaceitável, se pensarmos bem, e pelo que tem sido referido em vários sites noticiosos, a Rússia tem mais ogivas que os próprios EUA (não sei se este é um facto verdadeiro, mas preocupa-me). Que os EUA tenham armas na Europa - e isso também parece ser facto confirmado - será no nosso caso um fator defensivo, em caso de ataque, mas ninguém sairá bem se o conflito rebentar, envolvendo as formas russas (e os seus aliados) e a própria NATO.

Putin, sente-se de certa forma livre para ir contornando as regras do jogo e tem do seu lado, a Bielorrússia - que pode parecer um país pequeno mas que a nível geoestratégico é muito importante no avanço russo, como também de uma grande potência mundial como é a China. Estas reuniões e encontros não são meras coincidências diplomáticas. Algo mais se prepara em banho-maria, mas se aumentarem o lume, entrará em ebulição e os estragos serão imensos.

Fontes:

https://observador.pt/seccao/mundo/europa/bielorrussia/

https://www.infoescola.com/europa/bielorrussia/

Programa: "Toda a Verdade" -SIC Notícias;

 

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publicado às 23:37



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