Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]



As autoridades japonesas deram início nesta quinta-feira, à "terceira fase de descarga no mar da água tratada da central nuclear de Fukushima, enquanto Pequim e Moscovo restringiram as importações japonesas em protesto contra este processo, que deve durar várias décadas." Contextualizando a notícia, de que se tratam estas descargas?

A descarga de águas "tratadas" vem no seguimento do acidente nuclear de 2011, que ocorreu em Fukushima quando a central foi atingida por um sismo de 9.1 na escala de Richter, a que se seguiu um tsunami, que fez suspender o fornecimento de eletricidade que garantia a sua refrigeração e levou a que "os reatores, mesmo desativados," continuassem a aquecer, levando a "uma fusão parcial do núcleo nos reatores 1, 2 e 3," seguido de explosões de hidrogénio que levaram à contaminação do ambiente. Este tsunami, levou também à "evacuação de 160000 pessoas."

"Depois de tratadas, as águas usadas para o arrefecimento das barras de combustível dos três reatores destruídos foram armazenadas em cerca de mil tanques, estando a ocupar grande parte da área da central e devem ser removidas para libertar espaço para a construção de instalações para a limpeza e desmantelamento da central, o que também deverá demorar décadas."

Este escoamento das águas que fazem o arrefecimento dos núcleos, e que alegadamente são depois "tratadas", é feito através de descargas no oceano. No entanto, o processo não consegue tratar o Trítio, que em quantidades elevadas poderá ser nocivo para o ambiente e para as pessoas. Os dados são ainda pouco fiáveis, porque não existem ainda "dados a longo prazo." Por isso, as águas depois de tratadas são diluídas até uma concentração "aceitável." Está estimado que este processo ainda "demore entre 30 e 40 anos a ficar concluído."

Mesmo com a "Agência Internacional de Energia Atómica," a considerar que são "perfeitamente seguras," as operações de descarga levaram a "vários protestos, sobretudo por parte de pescadores e ambientalistas." Têm sido também vários os países a manifestar-se, entre eles, a China e a Rússia.

Em agosto deste ano, o governo chinês anunciou "a proibição imediata de todas as importações de marisco do Japão," chamando a estas descargas, um "ato extremamente egoísta e irresponsável que ignora os interesses públicos internacionais." Também na China, já tinham sido proibidas "as importações de produtos alimentares e agrícolas" de 10 prefeituras japonesas. Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, já tinha vindo dizer que o "oceano é propriedade de toda a humanidade, não um sítio para o Japão despejar arbitrariamente as suas águas contaminadas com matéria nuclear." Wenbin, informou ainda numa conferência de imprensa que seriam tomadas "as medidas necessárias para salvaguardar a vida marinha, a segurança alimentar e a saúde pública."

No entanto, o próprio governo japonês, já veio lembrar "que a descarga de água com trítio é prática comum em centrais nucleares do mundo inteiro, particularmente na Coreia do Sul e China, os países que mais se têm exprimido contra as descargas nipónicas."

Apesar do governo da Coreia do Sul, não se ter manifestado contra as descargas, "milhares de pessoas participaram em manifestações," contra a "libertação das águas contaminadas," o que resultou "na detenção de pelo menos 14 protestantes."

Fontes:

https://rr.sapo.pt/noticia/mundo/2023/11/02/japao-arranca-terceira-fase-de-descarga-de-agua-de-fukushima-no-pacifico/353406/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Acidente_nuclear_de_Fukushima_I

https://observador.pt/2023/08/24/protestos-em-toquio-e-importacao-de-marisco-proibida-pela-china-apos-libertacao-das-aguas-residuais-da-central-nuclear-de-fukushima/

https://pt.euronews.com/2023/08/24/descargas-de-fukushima-fazem-ondas-no-pacifico

https://rr.sapo.pt/noticia/mundo/2023/08/29/japao-pede-a-china-para-travar-assedio-por-causa-de-fukushima/344500/

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 21:50



Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.



Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D