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Ataque ao teatro de Dubrovka

por Elsa Filipe, em 23.10.22

A teimosia de um líder em não negociar com terroristas e tudo o que isso pode implicar, levou à morte de 170 pessoas, no dramático ataque ao Teatro de Dubrovka, na Rússia.

O teatro, estava com a lotação quase esgotada quando a sala foi tomada por "42 chechenos armados" no dia "23 de outubro de 2002." Dos 850 reféns, pelo menos "170 pessoas" acabaram mortas. Os terroristas envolvidos e que foram "liderados por Movsar Barayev, reivindicaram lealdade ao movimento separatista islâmico na Chechênia," bem como a imediata "retirada das forças russas da Chechénia" e só "assim aceitariam libertar os reféns. Face à intransigência das autoridades russas, a situação prolongou-se durante três dias. Nesse espaço de tempo os militantes chechenos apenas aceitaram libertar algumas crianças."

As forças especiais tiveram dificuldades em chegar ao salão onde os reféns estariam e "os agressores possuíam vários explosivos, sendo que os mais poderosos estavam no centro do auditório." Ao quarto dia, "os acontecimentos tomaram um rumo trágico. Os terroristas chechenos executaram duas reféns e as forças especiais russas, os conhecidos Spetsnaz, entraram em ação." Estes "grupos de elite da Spetsnaz do Serviço Federal de Segurança (SFS) Alpha e Vympel, apoiadas por uma unidade SOBR do Ministério de Assuntos Internos da Rússia (MVD), bombearam um agente químico não revelado no sistema de ventilação do edifício e iniciaram a operação de resgate."

O resultado foi a morte de todos os terroristas, bem como de 240 reféns, devido a envenenamento. Os médicos que receberam algumas das vítimas, condenaram também o governo russo por não revelar qual era a "natureza da substância, pois, se ela fosse conhecida, eles poderiam administrar um antídoto específico e salvar mais vidas. Vários reféns morreram a caminho do hospital ou logo que chegaram." Além de acusarem as forças russas de uma "atuação desastrosa, os familiares das vítimas consideram que não foram prestados os cuidados médicos que poderiam ter poupado a vida a muitas pessoas."

A maioria dos sobreviventes, "foram envenenados por gás e alguns deles sofreram ferimentos que resultaram em incapacidades" diversas, incluindo vários "agentes das forças especiais russas." Ainda não foi clarificada a atuação das forças russas e a forma como foi prestado auxílio aos reféns. Na altura, "o mais chocante foi a forma como as autoridades russas colocaram os corpos de algumas vítimas mortais e de feridos em autocarros, longe do olhar das pessoas que estavam no local e das câmaras e máquinas fotográficas da imprensa." Muitos dos reféns, ainda vivos, acabaram por morrer abandonados nesses autocarros. "Muitos engasgaram-se com o seu próprio vómito, outros inconscientes," acabaram por sufocar devido à posição em que ficaram e que lhes impedia a correta passagem de ar pela via aérea.

Em consequência, "o governo de Vladimir Putin" apertou o controlo "russo sobre a Chechénia" e  a 28 de outubro, anunciou a adoção de "medidas adequadas à ameaça" não especificadas. Os alegados "planos para reduzir a presença de 80 mil tropas na pequena república separatista", foram rapidamente cancelados.

"No início de novembro, o ministro da Defesa" russo, "Sergei Ivanov, anunciou que as forças russas" tinham "lançado operações em larga escala contra separatistas em toda a Chechénia," o que causou uma nova crise de refugiados na região.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_dos_ref%C3%A9ns_do_teatro_de_Dubrovka

https://www.noticiasaominuto.com/mundo/886829/crise-de-refens-no-teatro-dubrovka-verdade-irremediavelmente-perdida

 

 

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