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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Das duas partes em conflito, a quem beneficiaria a destruição da barragem de Kakhovka, na área ocupada pela Rússia no sul da Ucrânia? Moscovo e Kiev acusam-se mutuamente sobre os danos na barragem situada na margem oriental do rio Dniepre, numa zona ocupada pelas forças russas.
A empresa pública hidroelétrica ucraniana Ukrhidroenergo disse que os danos ocorridos hoje na barragem de Kakhovka são irreparáveis e foram causados por "uma detonação no interior da sala das máquinas" da estrutura situada no rio Dniepre, Kherson.
Dezenas de cidades estão inundadas e o impacto foi descrito como uma "catástrofe ambiental". Esta represa fornecia água para uma série de comunidades, assim como para a maior usina nuclear da Europa, localizada em Zaporizhzhia. A Administração Militar ucraniana estima que 16 mil pessoas possam ser diretamente afetadas. Ainda se está a investigar a extensão dos danos, bem como a velocidade e a quantidade de água que deverá afetar as áreas vizinhas.
A menos de 50 quilómetros rio abaixo da barragem fica a cidade de Kherson, e as autoridades dizem que a água que flui pelo rompimento na barragem está colocando em risco pelo menos 16 mil pessoas, muitas das quais foram evacuadas. Cem quilómetros rio acima da represa está o reservatório Kakhovka, que fornece água para resfriar os reatores da usina nuclear de Zaporizhzhia (que agora está nas mãos dos russos). O risco é que, se escoar muita água do reservatório pela barragem danificada, não vai sobrar o suficiente para resfriar os reatores da usina, o que pode resultar num colapso.
A inundação das terras levou à evacuação de tropas e civis para o leste, longe da cidade de Kherson e das margens do amplo rio Dnipro. Por outro lado, pode afetar o abastecimento de água potável à região da Crimeia, uma península árida que depende de água doce de um canal próximo à barragem rompida, que também está sob domínio russo.
O Dnipro já era um rio largo quando chega ao sul da Ucrânia e atravessar uma brigada blindada, sob a artilharia russa, mísseis e drones seria extremamente perigoso. Com a barragem agora rompida e grandes extensões de terra a jusante inundadas, a área na margem esquerda (leste) oposta a Kherson tornou-se efetivamente uma área proibida para os blindados ucranianos.
Daquilo que se sabe, no passado, mais propriamente em agosto de 1941, as tropas soviéticas explodiram uma barragem no mesmo rio Dnipro para bloquear o avanço das tropas nazis, levando à morte de milhares de cidadãos soviéticos. Nessa ocasião, perante o avanço das tropas alemãs, os comandantes do exército soviético decidiram destruir as pontes e a represa de Zaporizhzhia para evitar que o inimigo atravessasse o Rio Dnipro. A população civil não foi avisada, e os historiadores estimam que pelo menos 3 mil pessoas foram mortas.
Para mim, o ponto principal são as vítimas. Pessoas e animais que perderam a vida, em consequência da rápida subida das águas. Em qualquer dos casos, as vítimas estão praticamente abandonadas. Nenhum ataque a alvos civis, pode ter justificação. A Ucrânia e a Rússia tinham vindo a trocar acusações sobre alegados ataques à barragem e, em outubro, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, avisou que Moscovo tinha colocado explosivos na estrutura para causar uma inundação e dificultar o avanço das tropas ucranianas. As imagens em si, são já bastante sugestivas, dos danos causados.
Fontes:
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cxed53r1el5o
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c29z3n58wjwo
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