D. Afonso Henriques merece a distinção de rei depois de ter ficado provado ̶ “manifestis probatum” ̶ a sua dedicação pelo reino, através dos "seus feitos em prol do novo reino, cujos territórios aumentara amplamente, num claro benefício para a Cristandade", reconhecendo assim formalmente a "Independência de Portugal." D. Afonso Henriques, na época já com quase 70 anos, via assim serem salvaguardados "os territórios adquiridos na guerra como fazendo parte integrante de Portugal."
O documento original encontra-se no espólio da Torre do Tombo. Pode dizer-se que, este será o verdadeiro dia de "Portugal, como Estado livre e independente, reconhecido internacionalmente," depois de um processo "naturalmente lento porque dependeu da alteração da conjuntura internacional."
De lembrar que, mesmo com o Tratado de Zamora, havia ainda uma certa influência castelhana sobre Portugal, não tendo agradado aos reis de Castela-Leão a independência de Portugal. Com a "morte do imperador Afonso VII e a separação destes dois reinos, em 1157," dá-se a "emancipação definitiva de Aragão," o que veio a facilitar "as pretensões de D. Afonso Henriques." A isto, juntou-se o enfraquecimento da "autoridade do papado", durante todo o "século XII, com o envolvimento em querelas com o Sacro Império Romano-Germânico e o surgimento de vários anti-Papas."
Este é um dos demais episódios da nossa história em que a igreja católica tem uma forte influência através da figura do Papa.
Fontes:
https://www.ship.pt/sociedade-historica/datas-importantes/
https://ensina.rtp.pt/artigo/a-bula-manifestis-probatum-o-documento-fundador-do-reino/