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A canção "Saudade, saudade", interpretada por Maro, levou do público e do júri a pontuação máxima, conseguindo assim a passagem para o Festival Eurovisão que se irá realizar na cidade italiana de Turim, em maio. Em 2º lugar ficaram, empatados com os mesmos pontos, Os Quatro e Meia, FF e Diana Castro.

O tema é cantado em português e inglês e foi co-escrito por John Blanda, e fala de um termo muito português. Na minha modesta opinião, a canção é bonita mas eu tenho outra preferida. De qualquer forma, foi uma justa vencedora e esperemos que alcance um bom lugar na Europa.

Saudade é um sentimento causado pela distância ou ausência de algo ou alguém. palavra faz parte do vocabulário dos portugueses e, também, do povo brasileiro. Existe a ideia de que a palavra vem do árabe “saudah”. Alguns especialistas indicam que palavras como saud, saudá e suaida significam «sangue pisado» e «preto dentro do coração». A metáfora perfeita para alguém que carrega no seu coração uma profunda tristeza, tristeza esta que pode ser causada pela saudade.

Os árabes utilizam o termo as-saudá quando se querem referir a uma doença do fígado, diagnosticada por estes como «melancolia do paciente».

Outros entendem que a sua origem está no latim “sólitas”, que significa solidão, embora saudade e solidão não sejam sinónimos. Saudade descreve um sentimento muito mais profundo e que se torna difícil de explicar, uma vez que não tem tradução literal em outras línguas.

De acordo com a perspetiva de Carolina Michaelis ou de José Pedro Machado, a palavra saudade vem do latim "solitate", que significa «isolamento, solidão».

Em certos idiomas, o significado de solitate foi mantido, como é o caso do castelhano (soledad), do italiano (solitudine) ou do francês (solitude)3. Em português e no galego (soidade) alterou-se com o tempo. Assim sendo, quando alguém dizia «tenho saudades de casa» significava que sentia “solidão” por não estar em casa.

Saudade é uma das palavras mais utilizadas nas poesias de amor, nas músicas românticas da língua portuguesa. 

Saudade representa um conjunto de sentimentos, normalmente causados pela distância ou ausência de algo ou alguém. Esta ausência pode ser física ou não, isto é, pode sentir-se saudade quando alguma relação de amizade, por exemplo, termina. Esta palavra expressa, então, um sentimento que envolve afetividade.

A real simbologia, condiz com um conjunto de sentimentos, normalmente causados pela distância ou ausência de algo ou alguém. É a falta que determinado momento, pessoa, lugar ou situação causa nas pessoas. 

De qualquer modo, os portugueses conectaram outros significados à “saudade”. Dizem até que passou a fazer parte do dicionário dos portugueses no tempo dos Descobrimentos Marítimos, descrevendo uma certa melancolia por se sentirem tão sós e distantes dos seus.

 

Fontes:

https://www.nacionalidadeportuguesa.com.br/tradicoes-portuguesas/#A_palavra_Saudade

https://www.fantastictv.pt/2022/03/saudade-saudade-vence-o-festival-da.html

https://www.significados.com.br/saudade/

https://www.nationalgeographic.com/ (em 30 de dezembro de 2019) in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/artigos/rubricas/idioma/algumas-curiosidades-da-palavra-saudade/4003#

 

 

 

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publicado às 19:45

Igor Sampaio

por Elsa Filipe, em 03.09.21

Perdeu-se hoje mais um grande ator. Igor Sampaio, nome artístico de João Luís Duarte Ferreira, nasceu em Ponta Delgada, a 29 de dezembro de 1944, faleceu hoje no Hospital de S. José, em Lisboa, onde estava internado desde 31 de agosto, vitima de um AVC. Tinha 76 anos. Foi também cenógrafo, figurinista e pintor,

Começou então por trabalhar como assistente de cenografia no Teatro Monumental, sob a direção de Pinto de Campos.

Estreou-se profissionalmente em 1967. "A cabeça do Baptista", "Laço de sangue", "Sacrilégio", foram algumas das peças que representou na Casa da Comédia, entre 1970 e 1971, tendo, também assinado os figurinos e cenários. Já depois do 25 de Abril de 1974 e até 1979, Igor Sampaio integrou elencos de teatro de revista em peças como "Até parece mentira", "O bombo da Festa", "E tudo S. Bento levou" e "Rei capitão soldado ladrão".

Entre 1979 e 2001 fez parte do elenco do Teatro Nacional D. Maria II, onde entrou em peças como "As Três Irmãs", "O Judeu", "As Fúrias", "Rei Lear", entre outras.

Do currículo do ator constam ainda trabalhos com o Novo Grupo/Teatro Aberto, nos anos 1980, e, no Teatro da Trindade, já depois de 2000, em espetáculos como "A desobediência", "O dia das mentiras" ou "Os Maias no Trindade".

Nos últimos anos, trabalhava como ator no teatro A Comuna, em Lisboa. "As artimanhas de Scapin" (2020), "Os apontamentos de Trigorin" (2018) e "Play Strindberg" contam-se entre as peças da companhia dirigida por João Mota em que Igor Sampaio subiu ao palco nos últimos anos.  

Sobre o ator podemos dizer que frequentou o curso de atores do Conservatório Nacional, fez teatro de revista no Teatro Maria Vitória e fez parte do elenco fixo do Teatro Nacional D. Maria II.

Igor Sampaio foi um ator transversal, tendo feito parte do grupo de bailados "Verde Gaio" e tinha presença regular em televisão, nomeadamente em telenovelas e séries.conta ainda com uma longa carreira em telenovelas e séries televisivas, dos quais se destaca para a RTP "Mau tempo no canal", "A banqueira do povo", "A mulher do sr. ministro", "Vidas de Sal", "Ballet Rose", "O processo dos Távoras" e "Lusitana Paixão", "Velhos amigos", "A ferreirinha" e "Pai à força", entre 1970 e 2010.

Já na TVI particpipou em "Equador", "Morangos com açúcar", "Super pai", "Bons vizinhos", "Tudo por amor".  Enquanto que para a SIC integrou os elencos de "Laços de sangue", "Perfeito coração" ou "A Família Mata".

Atualmente, integrava o elenco da telenovela "Mulheres", ainda em exibição na TVI.

Fontes:

https://www.dn.pt/cultura/morreu-igor-sampaio-ator-de-pai-a-forca-e-morangos-com-acucar-14087001.html

https://www.tsf.pt/portugal/sociedade/funeral-do-ator-igor-sampaio-realiza-se-no-domingo-no-cemiterio-dos-prazeres-14089554.html

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publicado às 20:25

Artur Garcia

por Elsa Filipe, em 15.04.21

Artur Garcia, morreu esta quarta feira, na véspera de completar 84 anos.

Poucos se lembram deste cantor que cedo deixou - ou foi afastado - da vida pública de cantor, mas que teve uma vida completamente dedicada à música e ao entretenimento. Faleceu quase a completar os 84 anos, após um período de doença e de um AVC que o deixa dependente. Estaria muito debilitado e a residir numa residência de Cuidados Continuados em Cascais.

Como outros grandes nomes da canção da sua geração, Artur Garcia frequentou o Centro de Preparação de Artistas da então Emissora Nacional.  Além de programas como “Gente Nova ao Microfone” e “Serões para Trabalhadores”, participou em "Andam canções no ar", em "Melodias de Sempre" onde fazia duetos com vozes tão conhecidas como Simone de Oliveira, Fernanda Soares, Madalena Iglésias e Maria de Lourdes Resende.

Artur Garcia participou em várias edições do festival da canção, nomeadamente nas duas primeiras, em 1964 e 1965. Em 1967, interpretou “Porta Secreta”, uma canção composta pelo autor de “Ele e Ela”, Carlos Canelhas, com a qual atingiu o 5.º lugar, a sua melhor posição neste festival e que se revelou um dos maiores êxitos da sua carreira.

A última vez que representou o seu país na Eurovisão foi em 1974, com “Dona e Senhora da Boina”. Este foi um Festival da Canção muito particular, dele viria a sair a primeira senha para o arranque do Movimento das Forças Armadas que viria a devolver a liberdade e a democracia aos portugueses. Este Festival realizou-se a 7 de março no Teatro Maria Matos em Lisboa e teve apresentação de Artur Agostinho e de Glória de Matos.

Foi também ator em diversas peças e filmes e em algumas produções da RTP. De 1978 a 1998, com menos atividade nos palcos, foi proprietário de uma loja de discos, em Lisboa. Em 1977 fez com Amália Rodrigues uma digressão aos Estados Unidos.

Foi homenageado em 2005 pela Câmara Municipal de Lisboa, aquando dos 50 anos da sua carreira.

Em 2015, participou no espetáculo “Scarllaty – 40 Anos, A Vida à sua Maneira”, dedicado a Guida Scarllaty, a personagem criada por Carlos Alberto Ferreira, pioneiro do transformismo em Portugal.

 

Fontes:

https://www.dn.pt/cultura/morreu-o-cantor-artur-garcia-13571211.html

https://www.jn.pt/artes/morreu-cantor-artur-garcia-nome-da-musica-ligeira-portuguesa-da-decada-de-60-13571252.html

https://festivaiscancao.wordpress.com/2018/08/09/artur-garcia-no-xi-grande-premio-tv-da-cancao-portuguesa-1974/

 

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publicado às 21:51

Adelaide João

por Elsa Filipe, em 03.02.21

Um surto de covid 19, na "Casa do artista" levou dos palcos a querida Adelaide João. Uma vida cheia de muitas outras vidas, as das personagens a que foi dando corpo ao longo de toda uma carreira.

Maria da Glória Pereira Silva, de nome artístico Adelaide João, nasceu em Lisboa em 27 de julho de 1921 e começou como atriz amadora no grupo de teatro da Philips.

A atriz iniciou-se pela mão do pai do ator Morais e Castro e foi buscar o nome profissional aos dois primeiros nomes da mãe e do pai.

Estudou no Conservatório Nacional e, em 1961, partiu para Paris para estudar teatro, com uma bolsa de estudo, tendo trabalhado com várias companhias francesas (obteve a carteira de atriz profissional em França). Chegou a ser dirigida por Ingrid Bergman.

Adelaide, integrou o elenco de "A intrusa", do dramaturgo belga Maurice Maeterlinck. Participou em "A Castro", de António Ferreira, em 1961, e em "Eva e Madalena", de Ângelo César, em 1962.

Em 1961, representou "O consultório", de Augusto Sobral, no Teatro Nacional D. Maria II, e, um ano depois, "A rapariga do bar", dirigida por Couto Viana, no Teatro da Trindade pela Companhia Nacional de Teatro.

Em 1965, Adelaide João, volta de vez a Portugal, voltando também para a televisão e integrando a Companhia do Teatro Estúdio de Lisboa, dirigida por Helena Félix e Luzia Maria Martins.

Nos anos seguintes, integrou companhias como o Teatro Experimental de Cascais, Teatro Maria Matos, Casa da Comédia, Empresa Vasco Morgado ou O Bando, de que era cooperante.

No teatro O Bando fez parte do elenco de peças como "Ensaio sobre a cegueira", de José Saramago, e "Os anjos", de Teolinda Gersão, entre outras.

O seu trabalho na televisão repartiu-se por séries, telenovelas, telefilmes e teatro televisivo.

Participou também nas peças "O fidalgo aprendiz", de Francisco Manuel de Melo, "A sapateira prodigiosa", de Federico García Lorca, "A vida do grande D. Quixote", de António José da Silva, "Schweik na Segunda Guerra Mundial", de Brecht.

Integrou o elenco de telenovelas como "Vila Faia" (1982), "Origens" (1983), "Chuva na areia" (1985), "Palavras cruzadas" (1987), "Nunca digas adeus" (2001) e "Tudo por amor" (2002).

Em filmes, a atriz desempenhou papéis em "Os gatos não têm vertigens", de António-Pedro Vasconcelos, "A última dança", "A mulher que acreditava ser presidente dos Estados Unidos", de João Botelho, "Telefona-me" e "A estreia", de Frederico Corado, "O processo do rei" e "O fim do mundo", de João Mário Grilo, "Francisca", "manhã submersa" e "Amor de perdição", de Manoel de Oliveira.

O último trabalho de Adelaide João na televisão data de 2014 na série televisiva "The Coffee Shop Series", cuja primeira temporada foi transmitida na SIC Radical e, a segunda, na RTP 2.

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Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Adelaide_Jo%C3%A3o

https://mag.sapo.pt/tv/atualidade-tv/artigos/covid-19-morreu-a-atriz-adelaide-joao-aos-99-anos

 

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publicado às 21:00

António Cordeiro

por Elsa Filipe, em 31.01.21

Faria todo o sentido falar deles em vida, os que nos deixam memórias. Nas últimas entrevistas que deu (por exemplo no programa Alta definição, na Sic) António Cordeiro manifestou o sentimento de abandono e o desejo de voltar a trabalhar, mesmo sofrendo de paralisia supranuclear progressiva, uma doença rara, degenerativa, que o estava a afetar de forma galopante e bem visível.

Estreou-se em 1987, na série "Duarte e Companhia" no papel de um psiquiatra. Tornou-se especialmente conhecido do grande público em 1991, quando protagonizou a série policial "Claxon" onde foi detetive.

A última novela em que participou foi em "Espelho de água" na Sic, em 2018, mas teve papéis também em "Coração de Ouro", "Mar salgado", "Laços de Sangue" e "Perfeito Coração" entre outras. Na "Ilha dos Amores" foi o Inspetor Resendes e no "Triângulo Jota" o detetive Anacleto. Também na 3ª série dos "Morangos com Açucar" o vimos representar.

No cinema, participou em filmes como "O processo do Rei" (1990), "Os Olhos da Asia" (1996)e mais recentemente em "Índice Médio de Felicidade" (2017) ano em que foi diagnosticado com paralisia supranuclear progressiva, doença rara e degenerativa que o foi privando da fala e dos movimentos até estar confinando a uma cama.

Morreu a 30 de janeiro de 2021, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, com apenas 61 anos.

Imagem: <a href="//pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ant%C3%B3nio_Cordeiro.jpg" title="Conteúdo restrito">Conteúdo restrito</a>, <a href="https://pt.wikipedia.org/w/index.php?curid=6479335">Hiperligação</a>

 

Fontes:

https://www.dn.pt/cultura/morreu-o-ator-antonio-cordeiro-que-a-televisao-revelou-como-detetive-claxon-13297816.html

https://expresso.pt/cultura/2021-01-30-Morreu-o-ator-Antonio-Cordeiro

 

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publicado às 12:51

Natália de Sousa

por Elsa Filipe, em 14.01.21

A atriz Natália de Sousa, deixou-nos ontem, com 73 anos.

Quem não recorda a participação de Natália de Sousa em o "Tal canal"?

Natália de Sousa ficou conhecida como uma das “coelhinhas” que acompanhavam a personagem "Tony Silva" (Herman José), contracenando com atores como Helena Isabel, Lídia Franco, Margarida Carpinteiro, Manuel Cavaco e Vítor de Sousa. Na televisão, teve outras participações também elas marcantes.

Participou em "Hermanias", e noutras produções de comédia como "Lá em Casa Tudo Bem", "As Aventuras do Camilo" e "Milionários à Força".

Foi presença regular em outras produções: "Nicolau no País das Maravilhas" (1975) e "Eu Show Nico" (1980), de Nicolau Breyner, e também em "Excursões Air Lino" (2018), com Rui Unas.

"Sabadabadu"E "O Resto São Cantigas", ambos de 1981, "Um Solar Alfacinha" (1990), "Não Há Duas Sem Três" (1998), "Médico de Família" (2000) e "As Taradas" (2003) são outras produções de espectáculo, comédia e ficção, que tornaram o rosto de Natália de Sousa conhecido por quase todos nós.

A actriz, no entanto, também fez papéis dramáticos, como em "O Homem que Matou o Diabo", série da RTP sobre o romance de Aquilino Ribeiro, 1979, "Antígona" de Jean Anouilh, filmada para a televisão pública em 1984, e "Ricardina e Marta" em 1990, novela baseada nos romances de Camilo Castelo Branco.

No teatro, foi co-fundadora companhia Ádóque - Cooperativa de Trabalhadores de Teatro, que construiu o seu próprio palco, no largo do Martim Moniz, em Lisboa, após o 25 de Abril. Entrou na revista inicial, "Pides na Grelha", em 1974, e na produção seguinte, a "CIA dos Cardeais", de 1975. Com esta companhia destacam-se igualmente os seus trabalhos em "A paródia" e "Ó da guarda!", em 1977, "Chiça! Este é o bom governo de Portugal" e "Paga as favas", de 1980 e 1981, respetivamente, depois ter atuado em "A Batalha do Colchão", que esteve em cena em 1977, no Teatro Capitólio.

No ano de 1978, fez parte do elenco de "Aldeia da Roupa Suja",  de Vasco Morgado, no Teatro Variedades, Parque Mayer. No início dos anos 80, entrou na revista "Não Há Nada Pra Ninguém", do Teatro Maria Vitória, e depois em "Sem Rei Nem Rock".

Em 1983, entrou no musical "Annie", no Teatro Maria Matos, onde contracenou com Manuela Maria e Canto e Castro, entre outros conhecidos atores.

Participou ainda em várias comédias, até meados da década de 1990, entre as quais "Coronel em Dois Actos", de Jean-Jaques Bricaire e Maurice Lasaygues, adaptada aos palcos portugueses por Francisco Nicholson, com Alina Vaz e Camilo de Oliveira, no Teatro Variedades.

Resultado de imagem para natália de sousaImagem do site MoveNotícias.

 

Fontes:

https://www.flash.pt/celebridades/nacional/detalhe/morreu-a-atriz-natalia-de-sousa-aos-73-anos-de-idade

https://www.movenoticias.com/2021/01/morreu-a-atriz-natalia-de-sousa/

 

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publicado às 10:38

Fernanda Lapa

por Elsa Filipe, em 07.08.20

Fernanda Lapa, atriz e encenadora portuguesa, deixou-nos ontem com 77 anos.

Nascida na Junqueira, em Lisboa, em maio de 1943, fez os seus estudos no Colégio de Santa Maria de Belém.  Em 1962 passou pelo Teatro dos Alunos Universitários de Lisboa (TAUL), integrando no ano seguinte o núcleo fundador da "Casa da Comédia", companhia de vanguarda na década de 60 em Portugal, ao lado de Fernando Amado, Maria do Céu Guerra, Manuela de Freitas, Norberto Barroca e outros jovens artistas.

Foi na "Casa da Comédia" que se estreou como atriz na peça de Almada Negreiros "Deseja-se Mulher", em 1963. E foi com essa mesma peça que se estreou como encenadora, também na "Casa da Comédia", em 1972, dirigindo a sua irmã São José Lapa.

Ao longo de quase 60 anos de vida profissional, Fernanda Lapa tornou-se uma figura de referência pela visão inovadora que trouxe para o teatro. Influenciou gerações de artistas e manteve uma atividade cívica constante na defesa de direitos das mulheres e na reivindicação de condições de trabalho para os criadores portugueses. No auge da sua luta, fundou a "Escola das Mulheres", em 1995 com Isabel Medina, Cucha Carvalheiro, Cristina Carvalhal, Aida Soutullo, Conceição Cabrita e Marta Lapa.

Do seu percurso conta-se o curso de assistente social no Instituto Superior de Serviço Social eo trabalho que desempenhou durante uma década na reabilitação de cegos na Fundação Sain.

Em 1979 conseguiu uma bolsa da Secretaria de Estado da Cultura, que a levou para Varsóvia, a fim de frequentar a Escola Superior de Encenação. Nesta escola diplomou-se em Encenação, realizando em seguida estágios no Teatro Laboratório de Grotowski, no Teatro Contemporâneo de Wroclaw e no Teatro Stary de Cracóvia.

Encenou espetáculos de teatro, teatro-dança e ópera. Desenvolveu também outras atividades pedagógicas na área do teatro e do cinema, ao mesmo tempo que se destacava como atriz em teatro, televisão e cinema.

Foi nomeada para os 'Sete de Ouro' em 1984, 1990 e 1991. No ano de 1992, ganhou o prémio de melhor encenação e o Prémio de Crítica para a Encenação com "Medeia é Bom Rapaz". Em 1996, foi nomeada para os Globos de Ouro e recebeu o prémio SIC na modalidade de Teatro. Em 1999, recebeu o prémio especial "Procópio" e em 2005 ganhou o Globo de Ouro de Melhor Espetáculo com "A Mais Velha Profissão" e a Medalha de Ouro de Mérito cultural.

A atriz e encenadora continuava no ativo e coordenava até agora as comemorações do centenário do nascimento do escritor e dramaturgo Bernardo Santareno, que se assinala em 2020 e de quem a Escola de Mulheres vai levar a cena, previsivelmente em novembro, a obra "O Punho", com versão cénica da própria Fernanda Lapa.

Foi professora e diretora do conselho do departamento de artes cénicas da Universidade de Évora até agosto de 2012, e de onde se reformou. Também deu aulas na Escola Profissional de Teatro de Cascais e na Universidade Intergeracional (UNIESTE).

Fez diversas participações em televisão, das quais destaco a série da RTP "Pós de bem-querer" (1992), a telenovela "Filhos do Vento" em 1997, "O Processo dos Távoras" (escrita por Francisco Moita Flores, 2001) e onde também entraram Henrique Viana, João d’Ávila, Júlio Cardoso, Lia Gama, Canto e Castro e João Lagarto, a telenovela "Lusitana Paixão" na RTP em (2003) e na telenovela da TVI "Doce Fugitiva", em 2006, e em 2016 participou na "Impostora" na TVI.

Em janeiro deste ano, estreou a sua última criação, no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa: a peça Sem Flores Nem Coroas, de Orlando Costa (pai do atual primeiro-ministro, António Costa, e amigo de longa data de Fernanda Lapa).

A atriz estaria agora gravar "Amar demais". O elenco perdeu também Pedro Lima, em Junho deste ano.

 

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Fernanda_Lapa

https://www.jn.pt/artes/morreu-a-atriz-e-encenadora-fernanda-lapa-12500433.html

 

 

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publicado às 12:07

Roberto Leal

por Elsa Filipe, em 15.09.19

O jovem loiro que saiu de Macedo de Cavaleiros e conquistou o mundo com a sua voz e a sua alegria, partiu hoje, depois de nos deixar um legado de músicas que perpetuarão a sua memória.

Dele lembro-me de ter os discos da minha avó a tocar lá em casa e de o ver na televisão quando vinha atuar a Portugal, em programas como o Big Show Sic. Em casa, a minha mãe ouvia-o em cassetes ou nos discos pedidos da rádio Santiago.

Roberto Leal, nome artístico de António Joaquim Fernandes, filho de Avelino Augusto Fernandes e de Maria Julia Patricio, nasceu na freguesia de Vale da Porca, Macedo de Cavaleiros, a 27 de novembro de 1951e com a sua música e presença artística uniu dois povos.

Cantor, compositor e ator português radicado no Brasil, era considerado embaixador da cultura portuguesa no Brasil. Ao longo da carreira de mais de 45 anos, ganhou trinta discos de ouro, além de cinco de platina e quinhentos troféus.

Teve uma infância pobre e declarou que comeu apenas batatas por um ano, após a colheita de trigo da família ter sido destruída por uma trovoada. Em 1962, emigrou com os pais e com os nove irmãos para o Brasil, com o objetivo de ter uma vida melhor,  Na cidade de São Paulo, após trabalhar como sapateiro e comerciante de doces,começou a carreira de cantor de fados e músicas românticas.

Em 1971 obteve o seu primeiro grande sucesso com "Arrebita", conhecida pelo seu refrão "Ai cachopa, se tu queres ser bonita, arrebita, arrebita, arrebita", após aparição no programa Discoteca do Chacrinha. Logo depois, começou a ganhar grande popularidade, sendo convidado para vários programas no Brasil. Os álbuns Carimbó Português (1976) e Rock Vira (1977) ganharam mbos o disco de ouro, por mais de 150 mil cópias vendidas cada um.

Em 1978, participou do filme Milagre - O Poder da Féque contou com participação especial de alguns nomes importantes como o apresentador Chacrinha, Elke Maravilha e a atriz Lolita Rodrigues. Lançado em 1979, o filme que abordava a história da sua vida e foi dirigido por Hércules Breseghelo, foi filmado em parte na sua terra natal.

Além do reportório romântico-popular, o seu trabalho também se caraterizava por misturar ritmos lusitanos aos brasileiros, além de ter gravado em estilos tipicamente brasileiros como o forró. Quase todo o seu reportório é composto por faixas da sua autoria ou em parceria com a esposa Márcia Lúcia, com quem foi casado e tinha três filhos entre os quais, o cantor e produtor musical Rodrigo Leal.

Além de cantor e compositor, Roberto Leal foi apresentador de programas na Rádio Capital de São Paulo na década de 1980, apresentador no canal português TVI e no Brasil e também apresentou programas na TV Gazeta e Rede Vida.

Em 2007, gravou o CD Canto da Terra, e em 2009, Raízes. Nesses discos gravou músicas em mirandês para divulgar a segunda língua oficial de Portugal, e onde usou vários instrumentos tradicionais como por exemplo a Gaita de Foles.

Em 2011 participou do elenco no programa Último a Sair, um falso reality show da autoria de Bruno Nogueira, João Quadros e Frederico Pombares, exibido pela RTP1, do qual saiu vencedor. Nesse mesmo ano publicou uma autobiografia, intitulada Minhas Montanhas, que foi lançada tanto no Brasil como em Portugal.

Em 2018 candidatou-se a deputado estadual por São Paulo pelo Partido Trabalhista Brasileiro, mas não foi eleito.

Em janeiro de 2019, Roberto Leal revelou lutar havia dois anos contra um melanoma, mas sofreu com metástases nos olhos e na coluna, e que por conta disto havia perdido parte da visão, também devido a cataratas. A sua morte decorreu de um internamento após ter feito uma reação alérgica a um medicamento e que lhe provocou insuficiência renal.

 

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Leal

https://observador.pt/2019/09/15/morreu-o-cantor-roberto-leal/

 

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publicado às 23:28

Rui Rechena, a perda dos Amor Eletro

por Elsa Filipe, em 07.08.19

Rui Rechena nasceu em 1966.

Rex, como era conhecido, era um dos elementos fundadores da banda Amor Electro (2010), e o baixista. Homenageado pelo grupo, Rui Rechena estava internado no hospital desde junho, vindo a falecer hoje, com apenas 53 anos e deixando 4 filhos.

Além de Amor Electro, participou noutros projetos musicais, sendo um importante nome do panorama cultural contemporâneo, pelo seu papel na afirmação de uma geração de artistas que encontrou na tradição da música portuguesa raízes para um novo caminho de modernidade e renovação da produção nacional. É uma grande perda no panorama musical português, com muito ainda para dar e no auge de uma carreira de sucesso. 

 

Fontes:

https://www.novagente.pt/morreu-baixista-dos-amor-electro-rui-rechena-tinha-53-anoshttps://www.sabado.pt/ultima-hora/detalhe/funeral-de-rui-rechena-realiza-se-sexta-feira

 

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publicado às 22:24

Cremilda Gil

por Elsa Filipe, em 07.02.19

Faleceu a atriz Cremilda Gil. a atriz de 91 anos, que vivia há muitos anos na aldeia de Malarranha, concelho de Mora, no Alentejo, nasceu nas Caldas da Rainha, a 23 de fevereiro de 1927.

A sua ligação ao teatro começou como atriz no Conjunto Cénico Caldense, nas Caldas da Rainha. Estreou-se como atriz profissional em 1959, no Teatro Nacional D. Maria II na peça "Diálogos das Carmelitas".

Em 1961, estreia-se no cinema com o filme "Raça", de Augusto Fraga. Passa por várias companhias teatrais como o Teatro Estúdio de Lisboa ou Teatro Ádóque.

Na televisão fez teleteatro; séries; telefilmes e telenovelas. Participou na primeira telenovela portuguesa Vila Faia.

Retalhos da vida de um médico, Sabadabadu, Vila Faia, Origens, A relíquia, A morgadinha dos canaviais, O Mandarim, Cinzas, As Aventuras do Camilo, A Lenda da Garça e Inspector Max são alguns dos trabalhos em que participou em televisão. 

No teatro, atuou em Madame Sans-Gêne no D. Maria II, Sinhá Eufémia e António Marinheiro, no Teatro Villaret, Pimpinela, no Monumental, em Lisboa, mais recentemente, no Teatro da Terra em A casa de Bernarda Alba e A maluquinha de Arroios.

No cinema foi dirigida por António Macedo, em Domingo à tarde, por João Botelho em Um adeus português e Aqui na Terra e por Manoel de Oliveira em A divina comédia.

Em Cruz de Ferro (1967), um dos últimos trabalhos do realizador Jorge Brum do Canto, contracenou com Octávio Matos (do qual infelizmente também dei conta aqui da morte ainda há poucos dias).

 Ao longo da sua carreira fez vários trabalhos em cinema e televisão, entre eles as famosas novelas da TVI Todo o Tempo do Mundo, em 1999, Olhos de Água, em 2001, e a série Inspetor Max, em 2005.

Entre as mulheres, um telefilme de 2012, foi o seu último trabalho em televisão.

Fontes:

https://www.dn.pt/cultura/morreu-a-atriz-cremilda-gil-10554686.html

https://www.publico.pt/2019/02/08/culturaipsilon/noticia/morreu-actriz-cremilda-gil-91-anos-1861261

https://www.delas.pt/morreu-a-atriz-cremilda-gil/atualidade/544354/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cremilda_Gil

 

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