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Amílcar Cabral - 50 anos da sua morte

por Elsa Filipe, em 20.01.23

A 20 de janeiro de 1973, alguém assassinou Amílcar Cabral, à porta de sua casa, em Conacri, na República da Guiné.

Amílcar Cabral, nasceu a 12 de setembro de 1924, em Bafatá, na Guiné, tendo partido com a família "para Cabo Verde com oito anos." Formou-se em agronomia, mas foi como "líder independentista" e fundador do PAIGC, que se destacou. Desde 1960, Amílcar Cabral conduzia "a partir de Conacri, a luta contra o regime colonial português." Queria libertar a Guiné do "imperialismo" português. Naquela noite, ao regressar para casa (local onde morava com a "mulher e a filha" e onde também conduzia "a luta contra a ocupação portuguesa da Guiné-Bissau e Cabo Verde"), vindo de uma receção na embaixada da Polónia, foi atingido com três tiros que se revelaram mortais.

Há quem afirme que os responsáveis pela sua morte terão sido membros do seu próprio partido (PAIGC) e, para isso terá certamente contribuído a ideia de que dentro do PAIGC havia claramente fações com ideias divergentes das suas. Segundo Rossi Cancola, diplomata guineense, "Amílcar Cabral morreu baleado pelas autoridades portuguesas," ou seja, pela PIDE, "contrariando a versão final de vários historiadores que apontam opositores internos como os responsáveis pela morte do dirigente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde." Como militar, terá criado sérias "dificuldades a Portugal durante a guerra colonial."

A sua morte não deitou, porém, abaixo a causa e, a luta até se intensificou. "Aristides Pereira, substituiu-o na liderança do PAIGC." 

A Guiné-Bissau proclamou unilateralmente a sua independência a 24 de Setembro de 1973. A estátua erguida em sua memória, em frente à sua casa e onde hoje se situa a "embaixada da Guiné-Bissau em Conacri," honra não só a sua morte, mas também a de todos os "antigos combatentes," que "participaram na luta armada de libertação".

Fontes:

https://www.rfi.fr/pt/%C3%A1frica/20230120-a-noite-em-que-aconteceu-o-assass%C3%ADnio-de-am%C3%ADlcar-cabral

https://www.dn.pt/internacional/em-conacri-a-pide-ainda-matou-amilcar-cabral-15688173.html/

 

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publicado às 18:46

Revolução Liberal - 200 anos depois

por Elsa Filipe, em 18.08.20

A 18 de agosto de 1820, a Burguesia mercantil, em especial a "guarnição do Porto" que "via os seus negócio ameaçados com a abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional" e que estava revoltada com a falta de pagamentos, inicia aquela que viria a ser conhecida como Revolução Liberal, contando "com o apoio de todas as camadas sociais (Nobreza; Clero e Exercito Português)."

Este foi um movimento revolucionário que veio no seguimento da "invasão de Portugal pelas tropas napoleónicas, em 1807" e que acabaria por "marcar o fim do Antigo Regime" e instituir a "Monarquia Constitucional." A Monarquia Constitucional, através da "Constituição de 1822" viria a consagrar os "direitos individuais de liberdade, segurança e propriedade de todos os portugueses."

O mercantilismo tem o seu início no século XVI, mas a sua aplicação é mais notória no século XVII, estando "intimamente ligada ao Antigo Regime, não só por uma forte intervenção do Estado na economia e na finança, como pelo protagonismo crescente de uma burguesia industrial, mercantil e financeira que, nas cidades, ao garantir a produção manufactureira, dominava as rotas comerciais e o sistema financeiro."

Este grupo era responsável pelo "tráfico marítimo internacional, controlando as rotas comerciais," e também era responsável por investir na "produção industrial," e na atividade bancária. O objetivo principal deste grupo era "exportar o máximo e importar o mínimo," assentando "no princípio do poder monetário." Esta política mercantilista foi então responsável pela "criação de companhias comerciais – empresas privadas associadas aos governos – para a exploração colonial," em que "cada colónia só podia estabelecer relações comerciais com a metrópole respetiva." Assim, "o estado colonizador controlava a circulação de mercadorias e as remessas de riquezas," levando à expansão ultramarina e ao "desenvolvimento económico europeu."

No entanto, nem todos os países seguiram as mesmas orientações. No caso de Espanha, a "política levada a cabo" para "com as colónias americanas ricas em metais preciosos, foi totalmente diferente da implementada em Inglaterra que incentivava a produção manufatureira e a protegia da concorrência externa através de pautas alfandegárias." Já em "França, o governo intervinha fortemente na economia, criando manufacturas e desenvolvendo a marinha mercante", enquanto na Holanda, "o desenvolvimento da indústria manufatureira" ficou aliada "à constituição de grandes companhias monopolistas comerciais vocacionadas para o comércio ultramarino: Companhia das Índias Orientais (Ásia) e Companhia da Índias Ocidentais (América)."

Fontes:

https://www.almaria.pt/edificio-dacorte/datas-portugal

https://ensina.rtp.pt/explicador/objetivos-e-medidas-da-politica-mercantilista-h52/

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publicado às 19:59

A Bula que "fundou" Portugal

por Elsa Filipe, em 23.05.19

Foram diversos os momentos que nos tornaram quem somos: portugueses.

Assinalam-se hoje 840 anos da assinatura da Bula “Manifestis Probatum”, (passava o dia 23 de Maio de 1179). Neste documento, "o Papa Alexandre III" atribuiu "o reino de Portugal ao rei D. Afonso Henriques e a seus herdeiros,"

D. Afonso Henriques merece a distinção de rei depois de ter ficado provado  ̶  “manifestis probatum”  ̶   a sua dedicação pelo reino, através dos "seus feitos em prol do novo reino, cujos territórios aumentara amplamente,  num claro benefício para a Cristandade", reconhecendo assim formalmente a "Independência de Portugal." D. Afonso Henriques, na época já com quase 70 anos, via assim serem salvaguardados "os territórios adquiridos na guerra como fazendo parte integrante de Portugal."

O documento original encontra-se no espólio da Torre do Tombo. Pode dizer-se que, este será o verdadeiro dia de "Portugal, como Estado livre e independente, reconhecido internacionalmente," depois de um processo "naturalmente lento porque dependeu da alteração da conjuntura internacional."

De lembrar que, mesmo com o Tratado de Zamora, havia ainda uma certa influência castelhana sobre Portugal, não tendo agradado aos reis de Castela-Leão a independência de Portugal. Com a "morte do imperador Afonso VII e a separação destes dois reinos, em 1157," dá-se a "emancipação definitiva de Aragão," o que veio a facilitar "as pretensões de D. Afonso Henriques." A isto, juntou-se o enfraquecimento da "autoridade do papado", durante todo o "século XII, com o envolvimento em querelas com o Sacro Império Romano-Germânico e o surgimento de vários anti-Papas."

Este é um dos demais episódios da nossa história em que a igreja católica tem uma forte influência através da figura do Papa.

Fontes:

https://www.ship.pt/sociedade-historica/datas-importantes/

https://ensina.rtp.pt/artigo/a-bula-manifestis-probatum-o-documento-fundador-do-reino/

 

 

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publicado às 20:45


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