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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
O jovem loiro que saiu de Macedo de Cavaleiros e conquistou o mundo com a sua voz e a sua alegria, partiu hoje, depois de nos deixar um legado de músicas que perpetuarão a sua memória.
Dele lembro-me de ter os discos da minha avó a tocar lá em casa e de o ver na televisão quando vinha atuar a Portugal, em programas como o Big Show Sic. Em casa, a minha mãe ouvia-o em cassetes ou nos discos pedidos da rádio Santiago.
Roberto Leal, nome artístico de António Joaquim Fernandes, filho de Avelino Augusto Fernandes e de Maria Julia Patricio, nasceu na freguesia de Vale da Porca, Macedo de Cavaleiros, a 27 de novembro de 1951e com a sua música e presença artística uniu dois povos.
Cantor, compositor e ator português radicado no Brasil, era considerado embaixador da cultura portuguesa no Brasil. Ao longo da carreira de mais de 45 anos, ganhou trinta discos de ouro, além de cinco de platina e quinhentos troféus.
Teve uma infância pobre e declarou que comeu apenas batatas por um ano, após a colheita de trigo da família ter sido destruída por uma trovoada. Em 1962, emigrou com os pais e com os nove irmãos para o Brasil, com o objetivo de ter uma vida melhor, Na cidade de São Paulo, após trabalhar como sapateiro e comerciante de doces,começou a carreira de cantor de fados e músicas românticas.
Em 1971 obteve o seu primeiro grande sucesso com "Arrebita", conhecida pelo seu refrão "Ai cachopa, se tu queres ser bonita, arrebita, arrebita, arrebita", após aparição no programa Discoteca do Chacrinha. Logo depois, começou a ganhar grande popularidade, sendo convidado para vários programas no Brasil. Os álbuns Carimbó Português (1976) e Rock Vira (1977) ganharam mbos o disco de ouro, por mais de 150 mil cópias vendidas cada um.
Em 1978, participou do filme Milagre - O Poder da Fé, que contou com participação especial de alguns nomes importantes como o apresentador Chacrinha, Elke Maravilha e a atriz Lolita Rodrigues. Lançado em 1979, o filme que abordava a história da sua vida e foi dirigido por Hércules Breseghelo, foi filmado em parte na sua terra natal.
Além do reportório romântico-popular, o seu trabalho também se caraterizava por misturar ritmos lusitanos aos brasileiros, além de ter gravado em estilos tipicamente brasileiros como o forró. Quase todo o seu reportório é composto por faixas da sua autoria ou em parceria com a esposa Márcia Lúcia, com quem foi casado e tinha três filhos entre os quais, o cantor e produtor musical Rodrigo Leal.
Além de cantor e compositor, Roberto Leal foi apresentador de programas na Rádio Capital de São Paulo na década de 1980, apresentador no canal português TVI e no Brasil e também apresentou programas na TV Gazeta e Rede Vida.
Em 2007, gravou o CD Canto da Terra, e em 2009, Raízes. Nesses discos gravou músicas em mirandês para divulgar a segunda língua oficial de Portugal, e onde usou vários instrumentos tradicionais como por exemplo a Gaita de Foles.
Em 2011 participou do elenco no programa Último a Sair, um falso reality show da autoria de Bruno Nogueira, João Quadros e Frederico Pombares, exibido pela RTP1, do qual saiu vencedor. Nesse mesmo ano publicou uma autobiografia, intitulada Minhas Montanhas, que foi lançada tanto no Brasil como em Portugal.
Em 2018 candidatou-se a deputado estadual por São Paulo pelo Partido Trabalhista Brasileiro, mas não foi eleito.
Em janeiro de 2019, Roberto Leal revelou lutar havia dois anos contra um melanoma, mas sofreu com metástases nos olhos e na coluna, e que por conta disto havia perdido parte da visão, também devido a cataratas. A sua morte decorreu de um internamento após ter feito uma reação alérgica a um medicamento e que lhe provocou insuficiência renal.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Leal
https://observador.pt/2019/09/15/morreu-o-cantor-roberto-leal/
Faleceu ontem a dona de uma voz inconfundível. Com apenas 62 anos, a cantora Dina, morreu no hospital Pulido Valente. A cantora sofria de uma fibrose pulmonar grave, há 12 anos, e estava a precisar de transplante de pulmão urgente. Ultimamente a situação agravara-se e precisava de andar com uma garrafa de oxigénio todo o dia. Também eu trauteei as suas cançõpes, com letras que ficavam no ouvido.
Ondina Maria Farias Veloso, nasceu a 8 de junho de 1956, em Carregal do Sal. Durante a sua adolescência, participa em algumas peças de teatro, no colégio que frequenta, mas descobre que é na música que está o seu futuro. Faz então as suas primeiras composições e em 1975 entra para a formação do grupo "Quinteto Angola".
Ainda durante o ano de 1980 editou o single "Pássaro Doido" e o single "Há Sempre Música Entre Nós" é lançado em 1981. Colabora com Carlos Paião no tema "Quando as Nuvens Chorarem", lançado em 1988.
Ficou conhecida no meio musical como Dina quando cantou Amor de Água Fresca no Festival da Canção em 1992, 12 anos depois de ter ficado conhecida no Festival da Canção da RTP com o tema Guardado em Mim, em 1980. A década de 90, traz-lhe reconhecimento e uma carreira de sucesso.
No decorrer da sua carreira, gravou diversos temas para telenovelas. Em 2008 é editado o álbum "Da Cor da Vida", uma colectânea com 18 êxitos da cantora e dois inéditos. Ainda que a fibrose pulmonar tivesse sido diagnosticada em 2006, só a partir de 2009 percebeu as limitações da doença.
Fontes:
https://www.dn.pt/cultura/cantora-dina-morre-aos-62-anos-10789236.html
A intérprete de "Silêncio e tanta gente", que num espectáculo apresentado por Fialho Gouveia e Manuela Moura Guedes, se sentou ao piano e surpreendeu os portugueses pela qualidade do seu trabalho, no festival da canção de 1984, faleceu vítima de infeção respiratória com 73 anos. O velório de Maria Guinot realiza-se este domingo, a partir das 16h, na Igreja da Parede. O funeral realiza-se na segunda-feira, no cemitério de Barcarena.
Maria Guinot, de seu verdadeiro nome Maria Adelaide Fernandes Guinot Moreno, nasceu em Lisboa a 20 de Junho de 1945 e foi viver com a família para o Barreiro.
Aos 4 anos de idade começou a aprender piano. Depois de terminar o curso no Conservatório conseguiu ingresar no Coro Gulbenkian. Iniciou a sua carreira no mundo do espetáculo no final da década de 1960, com um programa de rádio, que acabou por conduzir à gravação do seu single de estreia, lançando ainda um segundo single com o título "Criança Loura" (1968) mas foi a sua participação em dois festivais da canção que a tiraram do anonimato.
Permanece afastada da música durante vários anos, até à década de 1980, quando ficou em 3.º lugar no Festival RTP da Canção de 1981, com o tema "Um Adeus, Um Recomeço". Participa no Festival da Canção da Rádio Comercial com os temas "Falar Só Por Falar", "Vai Longe o Tempo" e "Um Viver Diferente". No mesmo ano lançado o single "Falar Só Por Falar".
Em 1984 volta ao Festival RTP da Canção com "Silêncio e Tanta Gente" e fica em primeiro lugar, com letra e música assinada pela própria. A noite que haveria de levar Maria Guinot para os palco internacional da Eurovisão foi, no mínimo, peculiar. No dia 7 de março de 1984, os finalistas do Festival da Canção subiram ao palco para interpretar os seus temas sem a habitual orquestra. Um diferendo entre a RTP e o Sindicato dos Músicos ditou que a edição daquele ano iria avançar sem a colaboração dos músicos. Todos os concorrentes foram, assim, obrigados a recorrer ao playback.
Todos menos uma: Maria Guinot. A cantora fez saber à organização que precisava apenas de um piano. Ela própria iria tocar e cantar. E assim foi. Acabou por vencer e por garantir um lugar na Eurovisão.
O Diário de Lisboa anunciou a sua vitória na capa do jornal com o título: “Festival guinou para melhor”. Na edição do dia seguinte – 8 de março de 1984 – escreveu então uma crónica com o título, “Uma canção certa num festival errado”, o regional descrevia a vitória da cantora como sendo o único ponto positivo de uma noite que ficaria marcada pelo desaguisado entre a televisão pública e os músicos.
Representa Portugal na Eurovisão, mas apesar da excelente receção a canção não foi além do 11º lugar.
O tema "Homenagem às Mães da Praça de Maio" é incluído no duplo álbum Cem Anos de Maio, editado pela CGTP em 1986.
No programa "Deixem Passar a Música", gravado para a RTP, Maria Guinot foi acompanhado pela orquestra dirigida por José Mário Branco nas canções "Atlântida", "Balada das Meias Palavras", "Ai Quem Me Dera", "O Baile das Segundas-feiras", "Feiras das Existências" e "A Bela Adormecida". Em play-back apresentou "As Mães da Praça de Maio" e "Saudação a José Afonso" (canção recusada pelo júri do Festival RTP da Canção de 1986, ainda com o nome de "A Título Póstumo").
Em 1987 foi editado o álbum "Esta Palavra Mulher", uma edição de autor. Participa no Festival da Canção desse ano ao assinar a letra de "Imaginem Só", interpretada por Ana Alves.
Em 1990, colabora no disco "Correspondências", de José Mário Branco.
Em 1991 é editado pela UPAV o álbum "Maria Guinot", com produção de José Mário Branco. Participam neste disco José Marinho (piano, teclados), Irene Lima (violoncelo) Luís Oliveira (viola acústica) Tony Rato (baixo eléctrico) Carlos Bica (contrabaixo) Ricardo Ramalho (flauta) Edgar Caramelo (saxofone tenor) João Nuno Represas (percussões) Fernando Ribeiro (acordeão) Maria Guinot (piano) e Artur Moreira (clarinete).
Em 1999 é editado pelo Ediclube o livro "Histórias do Fado" de Maria Guinot, Ruben de Carvalho e José Manuel Osório, sob o tema de "Um século de Fado".
Em 2004, Maria Guinot lança o livro "Memórias de um Espermatozóide Irrequieto", que inclui também um CD com 13 inéditos, de nome "Tudo Passa".
Maria Guinot cede um tema para o disco "Um mar de sons", comemorativo da 100ª edição do roteiro cultural de Oeiras, com nove músicas cantadas ou tocadas por gentes de Oeiras, numa mistura de sons e estilos. Outros nomes que participaram no disco incluem o Coro de Santo Amaro de Oeiras, Fade Out, Pedro Osório, Cramol, Desso Blues Gang, Pedro Carneiro, Flushot e o Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras.
Em 2010, depois de ter sofrido três AVC's deixa de tocar piano.
Sobre ela, Júlio Isidro, apresentador, lamenta ao Observador o facto de a artista ”nunca ter tido o reconhecimento popular que merecia”, apesar de ter sido “reconhecida pelos seus pares”. Por isso, “isto é um adeus mas pode ser também um recomeço” para a cantora e a sua obra. “Tenho já saudades de Maria Guinot. Na verdade, já as tinha, porque ela acabou muito antes de ter desaparecido hoje”, concluiu.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Guinot
https://www.dn.pt/cultura/morreu-a-cantora-maria-guinot-10127165.html
Celeste não foi tão conhecida como a irmã e talvez, apenas talvez, a sua sombra não lhe tivesse permitido o crescimento como fadista e cançonetista. Escrevo hoje um pouco sobre a sua vida, de forma singela mas como homenagem. de várias músicas cantadas por ela, no dia em que nos deixou com 95 anos. A artista contava com mais de 70 anos de carreira.
O velório é esta quinta-feira no Pátio da Galé, a partir das 19h, seguindo o funeral sexta-feira, às 14h30, para o Cemitério dos Prazeres.
Celeste Rodrigues nasceu a 14 de março de 1923 no Fundão, Castelo Branco. Irmã de Amália Rodrigues - 3 anos mais velha -, os seus pais vieram para Lisboa quando Celeste tinha apenas 5 anos e instalaram-se primeiro em Vila Cândida, depois em Campo de Ourique e, só mais tarde, em Alcântara.
Foi empregada numa fábrica de bolos, trabalhou com a sua irmã num ponto de venda de artigos regionais no Cais da Rocha. O seu primeiro amor conta-se ter sido aos 17 anos, um romance de três anos com o cavaleiro tauromáquico Zé Casimiro.
Numa noite de fados na Adega Mesquita, o empresário musical e proprietário de várias casas de fado José Miguel ouve-a cantar e insiste que se profissionalize como fadista. Com apenas 22 anos Celeste Rodrigues estreia-se no Casablanca, (posteriormente conhecido como Teatro ABC), no Parque Mayer. Amália, foi a sua tradicional madrinha de fado, colocando-lhe o xaile preto nos ombros.
Do seu repertório constam, entre outros temas, “A Lenda das Algas” e o “Fado das Queixas”.
Ao longo da carreira fez parte dos elencos de várias casas de fados, como o Café Latino, o Marialvas, Adega Mesquita, Tipóia e Adega Machado e a Parreirinha de Alfama, de Argentina Santos.
A sua primeira internacionalização foi em Madrid, no Pasapoga, em 1945. Um par de meses depois da sua estreia, foi convidada para uma companhia teatral e parte em digressão para o Brasil que vai durar um ano e onde participa, com Amália, no elenco da opereta Rosa Cantadeira e da revista Boa Nova.
A partir daqui recusa outros convites para integrar peças de teatro mas ainda subiria aos palcos teatrais para cantar, por exemplo em Cabelo Branco É Saudade (2005) ou em Sombras (2010).
Com 25 anos Celeste conhece Varela Silva, actor português, com quem casaria com 30 anos e com quem teria duas filhas. Ambos abrem uma casa de fados na Rua das Taipas: "A Viela", projecto que abandonariam após quatro anos. Estavam na década de 1950 e Celeste atingia a notoriedade com o tema "Olha a Mala", de Manuel Casimiro.
Ainda em finais da década de 1950 foi das primeiras fadistas a atuar na televisão, ainda no período experimental da RTP, no teatro da Feira Popular, e “a primeira a enfrentar as câmaras, quando os estúdios do Lumiar passaram da fase de experiências para as emissões regulares”, segundo o "Álbum da Canção”, de maio de 1967.
Após "A Viela", Celeste cantou durante por mais uma década na "Parreirinha de Alfama", de Argentina Santos, passando depois a integrar o elenco da "Taverna do Embuçado", de João Ferreira-Rosa longo de 25 anos.
Depois da Revolução dos Cravos, passou meio ano no Canadá, acabando por divorciar-se do seu primeiro e único marido.
Em 2005, o encenador Ricardo Pais, então diretor do Teatro Nacional São João, no Porto, convidou a fadista a participar no espetáculo "Cabelo Branco é Saudade", ao lado de Argentina Santos, Alcindo de Carvalho (1932-2010) e Ricardo Ribeiro, e com o qual fez uma digressão europeia.
Em 2007 editou o álbum “Fado Celeste”, no qual gravou fados tradicionais e inéditos com letras de autores contemporâneos, como Helder Moutinho, José Luís Gordo e Tiago Torres da Silva.
Nesse ano de 2007 foi homenageada pela Associação Portuguesa dos Amigos do Fado (APAF), no Museu do Fado, num reconhecimento da “voz bonita, capacidade interpretativa e regularidade de uma carreira”, segundo declarações de Julieta Estrela de Castro, presidente da APAF à agência Lusa.
Em 2010, estreou o documentário sobre a sua vida, “Fado Celeste”, realizado pelo seu neto Diogo Varela Silva, e recebeu a Medalha de Prata da Cidade de Lisboa, no cinema S. Jorge. Em 2015, pelos seus 70 anos de carreira, a secção Heart Beat do Festival DocLisboa, abriu com uma remontagem do documentário, intitulado, apenas, “Celeste”.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Celeste_Rodrigues
https://mag.sapo.pt/showbiz/artigos/celeste-rodrigues-15-cancoes-para-recordar-a-fadista
Hoje, publico sobre a morte de Madalena Iglésias que nos deixou ontem. Madalena foi considerada por muitos uma das grandes vozes do panorama musical português e uma figura importante para a nossa cultura musical de quem eu não poderia deixar de falar. Tinha 78 anos e faleceu numa clínica de Barcelona em Espanha.
Madalena Iglésias nasceu em Lisboa, no bairro de Santa Catarina, no dia 24 de outubro de 1939. Terá estudado no Conservatório e na Escola do Canto e, com apenas 15 anos, entrou para o Centro de Preparação de Artistas da Rádio da Emissora Nacional, sob a direcção de Motta Pereira.
Em 1954, estreia-se em simultâneo na televisão e na Emissora Nacional. Rapidamente, a sua carreira se torna internacional, com a oportunidade de atuar em 1959 na televisão espanhola.
Em 1960, recebe os títulos de Rainha da Rádio e da Televisão, no mesmo ano em que se estreia no cinema, ao lado de António Calvário, em "Uma Hora de Amor", de Augusto Fraga. Participou também no filme "Canção da Saudade", de Henrique Campos.
Em 1962 e por intermédio da Emissora Nacional, representou Portugal no Festival de Benidorm. Esta participação acabou por lhe abrir definitivamente as portas do mercado internacional. Realizou digressões por Espanha e pela América do Sul, gravou para a discográfica Belter e concorreu a diferentes festivais internacionais, como o Palma de Maiorca e o de Aranda del Duero, do qual foi vencedora em 1964.
Ainda em 1964, participou no Grande Prémio TV da Canção Portuguesa (que se realizou nos Estúdios do Lumiar, a então sede da RTP desde 1957), apresentando-se em palco com duas canções: a "Balada Das Palavras Perdidas", com a qual consegue um 5º lugar, e "Na tua Carta", que lhe dá o 10º lugar. Neste registo disponível nos Arquivos da RTP, podemos ver e ouvir a interpretação de Madalena Iglésias (entre os 11 e os 15 minutos) com a canção "Na tua Carta".
Em 1965, com a canção "Silêncio Entre Nós", fica em 3º lugar no Grande Prémio da TV da Canção. Grava também uma versão de "Sol de Inverno" (popularizado por Simone de Oliveira, mas também interpretado por outros artistas). 1965 é também o ano de "Poema de Nós Dois", tema do filme "Passagem de Nível" de Américo Leite Rosa. No mesmo ano, é coroada "Rainha" (tal como Simone de Oliveira) no concurso "Reis da Rádio e Televisão", promovido pela revista "Flama". Já nessa época, as revistas escrutinavam o que podiam da vida das figuras públicas e estas duas grandes mulheres não foram diferentes. Assim, ainda hoje se fala na rivalidade entre Simone e Madalena que terá dado na altura uma verdadeira "novela". Na data da morte de Madalena, a cantora Simone de Oliveira declarou à revista "Flash" que a relação entre as duas "umas vezes foi muito boa, outras vezes menos boa", considerando nas suas palavras que o grupo de fãs da Madalena era "muito agressivo".
No ano seguinte, leva três temas a votação. Interpreta "Rebeldia" com o qual consegue o terceiro lugar e ainda o tema "Ele e Ela" com o qual vence o Festival RTP da Canção de 1966, um tema da autoria de Carlos Canelhas e que ficou para sempre na memória dos portugueses. E que tal espreitar aqui novamente os Arquivos RTP, com mais este precioso registo?
Em 1968, Madalena Iglésias representou Portugal na primeira edição das Olimpíadas da Canção da Grécia onde atuaram 32 participantes oriundos de 17 países.
Participa no Festival RTP da Canção de 1969 no teatro S. Luíz, em Lisboa, com "Canção Para um Poeta", escrita por Maria Amália Ortiz da Fonseca e musicada por Carlos Canelhas. Nesse ano é editado pela Belter um EP com os temas "Canção Que Alguém Me Cantou", "É Você, "Oração Na Neve" e "De Longe, Longe, Longe…".
Casou em 1972 altura em que abandonou a carreira artística e foi viver para a Venezuela. Grávida de oito meses, ainda fez um programa no Canal 4 da televisão venezuelana, mas deixou de atuar até os seus filhos terem cinco anos de idade. Depois, voltou a atuar esporadicamente na televisão venezuelana.
Em 1987, mudou-se para Barcelona, onde viveu até agora.
Em 2008, em declarações à Lusa, a propósito da publicação da sua fotobiografia “Meu nome é Madalena Iglésias”, de autoria de Maria de Lourdes de Carvalho, a intérprete afirmou que sempre se sentiu perseguida pelo complexo da beleza, apesar de reconhecer que "estava à frente" do seu tempo.
No texto de abertura da sua fotobiografia, a cantora referiu-se à sua carreira, que ultrapassou as fronteiras nacionais, como “um caminho percorrido com entusiasmo, alegria, êxitos e algumas nuvens”, e onde garantia: “Tenho um pouco do que vibrei!”.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Madalena_Igl%C3%A9sias
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/grande-premio-tv-da-cancao-portuguesa-parte-i/
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/grande-premio-tv-da-cancao-portuguesa-1966/
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/coroacao-das-rainhas-da-radio-e-da-televisao/
https://observador.pt/2018/01/16/morreu-a-cantora-madalena-iglesias-aos-78-anos/
https://mag.sapo.pt/showbiz/artigos/morreu-a-cantora-madalena-iglesias
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