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40: um passo em direção ao futuro

por Elsa Filipe, em 01.09.23

images.pngBom dia!

 

Para começar, dizem que hoje completo 40 anos de vida! E para mim é um dos primeiros marcos da minha vida. Já vivi experiências muito diversas e tenho uma vida (razoavelmente) estável, se comparada a tantas pessoas que vivem em dificuldades.

Nasci na maternidade do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, num parto difícil, a ferros. Apesar de ter tido uma infância feliz em que nada me faltou, olho agora para trás e vejo que os meus problemas de saúde foram começando na infância e na época não foi dada qualquer atenção. Era a chata que dizia ter dores de cabeça para ficar na sala e não ir brincar, implicava com os barulhos e a confusão das festas de aniversário, ficava com febre porque não queria ir ao infantário (como se eu pudesse provocá-la conscientemente)... mais tarde, as dores musculares e articulares limitaram a minha continuidade na ginástica, não fui escolhida para a acrobática e os trampolins levaram a lesões sucessivas e mal curadas, que hoje em dia sei que teriam tido outros cuidados.

Refletindo na minha vida, foram 40 anos a lidar comigo mesma e se acham que sou difícil, acreditem que sozinha comigo, às vezes sou bem pior! Mas foram também 40 anos de grandes conquistas e realizações: ter um filho foi a maior de todas. Hoje em dia, já não me importa o que disseram de mim no passdo, o que me criticaram ou quem se considerava superior a mim. Hoje em dia, o meu foco é na minha vida e na vida do meu filho, no nosso crescimento como pessoas. Hoje em dia, ao contrário daquilo que acontecia há sete ou oito anos atrás, não me vejo uma pessoa cheia de limitações que está prestes a se reformar. Estou num patamar diferente, em que a aceitação das limitações, me levam sim a desafiar os meus próprios limites e a aproveitar cada dia e cada momento mesmo com dores.

Em 40 anos, o mundo tem mudado muito e já não é o mesmo. Em novembro de 1983, um exercício da NATO, (tratava-se dos exercícios militares Able Archer, que se baseavam no cenário hipotético de uma invasão soviética da Europa Ocidental que escalaria ao ponto da NATO realizar um ataque nuclear contra as forças da URSS e do pacto de Varsóvia - bloco comunista) - e que levou a que quase se tivesse entrado numa verdadeira guerra nuclear. Felizmente, tal não chegou a acontecer apesar da tensão constante entre as duas forças.

Mas será que 40 anos mudaram assim tanto o nosso país?

Em Portugal o ano de 1983, foi marcado por diversas greves e manifestações sindicais, em especial da CP, metropolitano e Carris. No dia 7 de Junho de 1983, vários trabalhadores da margem sul do Tejo, das empresas Lisnave, Parry and Sons, Companhia portuguesa de Pescas, Siderurgia Nacional e Mundet, realizam ações de rua, que incluem o corte do trânsito da auto-estrada Lisboa-Setúbal, como protesto contra a situação nestas empresas e o atraso no pagamento de salários.

A 5 de Outubro de 1983, a CGTP promove, em diversos pontos do país, desfiles e manifestações de protesto contra a política do governo, os salários em atraso, os despedimentos (lay-off) e o roubo do 13º mês.

A 6 de Dezembro de 1983, explodem 14 petardos de fraca potência, em Lisboa, Barreiro, Seixal, Cacilhas e Setúbal, espalhando panfletos das FP25 e a 13 de Dezembro a União dos Sindicatos de Lisboa (CGTP) revela que mais de 30 mil trabalhadores do distrito de Lisboa, de 118 empresas repartidas por 15 sectores, têm salários em atraso, num montante de cerca de 2 milhões de contos. O sector mais afectado é o metalúrgico.

A democracia ainda mostrava instabilidade e a nível social o país continuava a mostrar os seus muitos problemas. Ao longo destes anos, várias destas empresas acabaram por fechar, levando milhares de trabalhadores para o desemprego.

Fontes:

https://www.bbc.com/portuguese/geral-56230542

https://cdi.upp.pt/cgi-bin/cronologia.py?ano=1983

 

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publicado às 18:07



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