
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Ontem, a grande maioria dos portugueses foi surpreendida por uma falha de energia elétrica. O que nos primeiros minutos se pensou ser algo mais localizado, era de facto uma falha que atingia também Espanha e uma zona de França. Não atingiu toda a Europa como ainda se chegou a ouvir. Aliás, durante o dia de ontem (e hoje ainda mais, pois hoje é que as pessoas foram regressando às redes) tem sido divulgada muita informação duvidosa. E se numas vezes, pode ser mesmo por desconhecimento e por tentativa de encontrar uma causa para esta situação, noutras terá mesmo sido divulgada informação falsa com a intenção de lançar o caos e de prejudicar os envolvidos. Nem uma nem outra coisa deveriam ter sido feitas e era bom que se encontrassem os responsáveis por começarem a lançar teorias da conspiração através (não apenas, mas principalmente) na Internet.
No meio disto tudo, e apesar de em algumas regiões do país a eletricidade ter regressado ao final da tarde, muitas pessoas acabaram por estar sem luz, sem comunicações e sem água até perto das 23h00 (sendo que nalgumas regiões a situação só se restabeleceu pela manhã de hoje).
A falha de eletricidade num país vai afetar, não apenas o consumidor final desse tipo de energia, como também outros sistemas que dependem de eletricidade para funcionar, como é caso do fornecimento de água, cujas bombas são elétricas, e o caso das torres de telemóveis, que ao longo do dia foram ficando sem sinal.
O que nunca nos abandonou foi a rádio. Neste dia, muitas das rádios estiveram em transmissão ininterrupta, trabalhando para encontrar e transmitir à população o máximo de informação possível. Mesmo com as dificuldades de filtragem de toda a informação, a rádio acabou por prestar um excelente serviço à comunidade - tenham sido as rádios nacionais, tenham sido as rádios locais.
Não vou divagar muito sobre este tema, uma vez que acho que, apesar de ser muito importante, está a ser, erradamente, aproveitado para se fazer campanha política. Acho, no entanto, que devo dar os parabéns àqueles profissionais que, mais uma vez, continuaram a trabalhar para que a situação regressasse à normalidade o mais rapidamente possível. E um destaque para os funcionários dos supermercados: parabéns pela vossa paciência, para aturar coisas que não lembra a ninguém.
A nossa sociedade continua a não estar preparada para eventos destes. A marioria das pessoas não sabia o que fazer, não estava organizada com a família para que fossem tomadas decisões assertivas. Dou um exemplo que aconteceu com algumas famílias. Por não conseguirem encontrar transporte, muitas pessoas entraram em pânico por não conseguirem contatar com ninguém para o filho ou a filha serem recolhidos da escola, ou da creche. Foram vários casos destes que aconteceram e, claro, é natural que se fique ansioso, mas tem de haver um plano familiar pré-definido que, nestes casos, possa ser executado. As creches, Jardins de Infância e escolas de 1º ciclo e 2º ciclo, não poem crianças sozinhas no meio da rua e mesmo nas escolas em que os alunos são mais velhos, a ordem foi para só se deixar sair aqueles alunos que, já nos outros dias, saem sozinhos.
O que eu senti, e que entendo perfeitamente, foi a necessidade das pessoas resolverem a sua própria situação no imediato, numa impaciência motivada talvez pela falta de comunicação das entidades competentes. Mas temos de nos lembrar que, no decorrer destas horas, muitas das pessoas ligadas às entidades competentes estavam a gerir situações. E essa gestão, feita de acordo com procedimentos organizados, tem ordens de prioridades e obedece a tempos que muitas vezes não são os mesmos que a cada um de nós poderia interessar.
De acordo com informação do "operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes", a meia noite estariam já "ligadas parcialmente 424 subestações," o que dava para fornecer energia a cerca de 6,2 milhões de clientes" dos 6.5 milhões de consumidores.
Não acho, porém, que tenha sido um bom dia. Houve situações graves que podiam ter corrido muito mal e se, ainda, não temos registos de mortos, foi porque no meio do possível caos que se começou a fazer sentir, houve algumas pessoas que usaram uma capacidade que se chama resiliência, enquanto outras usavam o "chico-espertismo." Por favor, isto não foi nada bom, podia ter sido bem pior. Agora que já passou, podemos refletir - a nível pessoal e familiar, o que correu bem ou mal, o que podia ter sido feito de outra forma e, claro, a nível comunitário, encontrando não tanto soluções, mas caminhos.
Este apagão acabou por levar ao encerramentos dos aeroportos, ao "congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades," ao encerramento de lojas e serviços e à "falta de combustíveis," e de ter sido até considerado como um dos mais graves a acontecer na Europa nos últimos anos. Para muitos, foi um incómodo, um dia diferente que nos surpreendeu e transtornou, mas para algumas pessoas, foi mesmo uma situação de uma gravidade extrema, principalmente naqueles casos em que a presença de uma tomada elétrica pode fazer a diferença entre a vida e a morte.
Foi o caso de doentes que necessitam de dispositivos como ventiladores, bipap, cipap ou outros (apesar de haver baterias, por vezes, as pessoas esquecem-se de as carregar e de ter baterias extra caso aquelas se tenham de gastar até ao fim ou avariem), ou podem sofrer um agravamento da sua situação devido ao stress causado pela falha elétrica em si. Outros casos bastante graves - as pessoas que ficaram retidas em comboios, elétricos e elevadores (felizmente a falha começou às 11h30 porque se fosse na hora de ponta em que os transportes vão completamente apinhados, acredito que aí sim a situação teria sido bem pior), as que estavam em veículos suspensos (teleféricos) ou em gruas e estruturas elevatórias. Muitos destes sistemas funcionam a eletricidade e, apesar de terem sistemas de descida redundantes (por exemplo, manuais) ou hidráulicos.
Esperemos que uma situação destas não se volte a repetir, mas que esta tenha servido de aprendizagem para muitas pessoas. Principalmente no que se refere à prevenção.
Fontes:
Como um dia Ary dos Santos afirmou num dos seus célebres poemas, "agora ninguém mais cerra, as portas que Abril abriu". Mas se este era o desejo do poeta... 50 anos depois, ainda há restícios de um país com medo da Liberdade!
Ontem à noite, assisti aqui no Seixal ao concerto de celebração dos 51 anos da Revolução de Abril, com a atuação de A Garota Não e de Ségio Godinho. Duas vozes diferentes, de gerações diferentes mas que se conjugaram de forma brilhante. Com letras carregadas de simbolismo e que fazem uma verdadeira reflexão sobre os tempos em que vivemos, A Garota Não, que cantou "Diga 33", uma letra dedicada ao trabalho de Sérgio Godinho, mostrou-nos também que ainda há espaço para as cantigas de intervenção. Sérgio Godinho e Os Acessores, trouxeram-nos as canções de Abril, sem esquecer a poesia de Eugénio de Andrade e de Zeca Afonso. De entre bgrande momentos desta noite, a cantiga "A Balada da Rita", uma versão de arrepiar de "Os Vampiros" cantada a dois. Ums dupla que me surpreendeu pela positiva, seguido de um espetáculo de fogo de artifício que, pelo que estamos acostumados, foi bastante mais contido e concentrado.
E porque é que este ano eu falo deste espetáculo de abril?
Porque em muitos locais, num país que é laico, pela sua constituição, se pararam as celebrações por luto ao Papa. Se somos um país em que todas as religiões são permitidas, então como é que se faz luto ao chefe máximo da igreja católica e não se declarou luto nacional por exemplo, pela morte do Aga Khan, líder dos muçulmanos ismailitas, que até presidia em Lisboa? Ninguém põe em causa a importância da figura do Papa, especialmente deste Papa, amado por tantos e repeitado por muitos, católicos ou não. Mas, não consigo entender como é que o governo coloca à frente da Liberdade e da Democracia, à frente do país, o representante de uma religião, fosse ela qual fosse. Reforço, na Constituição da República, diz que somos um país Laico. Mas parece que é mais uma daquelas coisas que está escrita, sem no entanto ser posta em prática pelos nossos governantes.
A religião não pode fazer parte das decisões do país nem nelas ter qualquer interferência. Infelizmente. este não é o primeiro caso em que isso acontece e, especialmente, num dia de celebração da Liberdade, esta interferência revolta-me. Sejam lá o que quiserem, acreditem naquilo que queiram, mas não, por favor, não imponham aos outros as vossas crenças e credos. Faleceu um homem bom, um diplomata, um pacificador, um revolucionário que de certeza defenderia que celebrassemos a nossa liberdade e que afirmassemos os valores de democracia e de paz!
A câmara de Almada manteve os eventos programados, mantendo também "a sessão solene da Assembleia Municipal, no qual se homenageiam "os valores de liberdade," cancelando apenas o fogo de artifício. A Câmara de Sintra, chegou mesmo a cancelar a "tradicional cerimónia de hastear da bandeira, nos Paços do Concelho." E não se pense que isto tem apenas a ver com a cor política, pois em Beja, mesmo "depois de o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ter criticado o executivo de Luís Montenegro por ter adiado festividades," o presidente da Câmara, autarca do PS, cancelou o "fogo-de-artifício em Beja," devido ao luto nacional de três dias que foi "decretado pelo Governo pela morte do Papa Francisco."
O governo, ao ser criticado. veio já esclarecer que não “cancelou”, nem "recomendou o cancelamento de quaisquer sessões evocativas da revolução," tendo no entanto "adiado para o dia 1 de Maio o evento festivo na residência oficial do primeiro-ministro". E a razão evocada para que os concertos ficassem "adiados para o 1.º de Maio," foi "por o país estar em luto nacional pela morte do Papa Francisco."
Noite fora, fui vendo pela televisão o que se estava a passar no Largo do Carmo, "um dos locais mais simbólicos do 25 de Abril de 1974 por ter sido no quartel da Guarda Nacional Republicana (GNR) lá situado que Marcello Caetano se refugiou antes de o edifício ser tomado por uma companhia do Movimento das Forças Armadas liderada por Salgueiro Maia o ter tomado." Tal como ocorreu no ano passado, e mais uma vez sem contar com o apoio da Câmara de Lisboa, o povo juntou-se e entoou "Grândola Vila Morena", de Zeca Afonso.
Uma frase que me fica do dia de hoje, foi a acusação de Pedro Nuno Santos, repetida em vários canais televisivos é a seguinte "Hoje o povo sai à rua, enquanto o Governo fica à janela."
Fontes:
https://cm-sintra.pt/atualidade/cultura/aviso-comemoracoes-do-25-de-abril-canceladas
Assusta-me pensar que um dia, os nossos jovens deixem de saber o que aconteceu na Revolução. E não é por falta de se falar sobre isso - pois fala-se e muito - é por falta de interesse, por desvalorização daquilo que é a nossa história, por uma orientação para novos valores. Não se pode falar ainda em saudosismo, mas quando a nossa juventude, os futuros homens do amanhã, dizem que não lhes interessa saber o que era a ditadura, não sabem o que é o fascismo e não sabem que importância tiveram os capitães de abril... penso que estamos em risco de perder a luta no futuro.
Por isso, sim, vou ser chata e continuar a falar e a escrever sobre o mesmo. A ensinar mesmo quando não lhes apetece aprender, a tentar mostrar que se hoje podem abrir um site e ler sobre o que se passa em qualquer parte do mundo, isso se deve a uma luta que, infelizmente, ainda não terminou. Quando um aluno não reconhece importância às primeiras eleições onde as mulheres puderam votar em igualdade com os homens, algo se tem vindo a perder na nossa sociedade. Quando um juíz acusa uma vítima de se insinuar e ser culpada por ser violada, algo de muito mau se está a passar neste país. Quando um político não respeita a casa da democracia, que exemplo é dado à juventude?
Abril.
Abril é para mim o mês da Liberdade, uma data a assinalar, venha quem viar, haja ou não luto nacional. Não me interessa quem está no governo, quem tenta ditar as leis ou quem tenta impor as suas crenças. Num estado livre e laico, irei sair à rua e celebrar a Liberdade. Hoje, amanhã e sempre!
Devo muito.
Devo muito aos homens e mulheres que morreram pelo meu país. Sim. Pelos que morreram, também. Não foram só os militares que naquele dia se encheram de coragem e saíram à rua, foram anos de luta contra uma autoridade que não tinha dó em acusar, em prender, em torturar e matar! Foram anos de censura, anos de medo e de repulsa, contra um regime contra o qual não se podia sequer tossir. E é para que esses dias não voltem, para que o medo se continue a afastar - continue, sim, pois ainda temos muita gente a viver com medo - que eu continuarei a ler, a escrever, a falar sobre a Liberdade, sobre a importância da nossa história.
Não se calem!
Gritem pela liberdade! Defendam os valores de Abril.
Um sismo "de magnitude 6.2, seguido de várias réplicas," atingiu a região de Istambul, Turquia. Foi também sentido "nas províncias vizinhas de Tekirdag, Yalova, Bursa e Balikesir, e na cidade de Izmir, cerca de 550 quilómetros a sul de Istambul."
O primeiro abalo teve o seu "epicentro no Mar de Mármara, distrito de Silivri," a cerca de 40 quilómetros de Istambul, a uma profundidade calculada de quase dez quilómetros. Em pânico, várias pessoas saltaram de edifícios, resultando em 151 feridos, dos quais nenhum em estado grave.
"A Turquia é atravessada por duas grandes linhas de falha e os terramotos são frequentes. Um sismo de magnitude 7,8 a 6 de fevereiro de 2023, seguido de outro horas mais tarde, provocou mais de 53.000 mortos na Turquia e 6.000 nas regiões norte da vizinha Síria." Há cerca de um ano, uma série de abalos deixou a Turquia em alerta.
Hoje morreram pelo menos 24 pessoas "num ataque terrorista a tiros na região de Pahalgam, um destino turístico popular na parte indiana de Caxemira." O ataque, perpetado por um grupo armado, autodenominado "Resistência de Caxemira," teve como alvo principal "um grupo de turistas," ."que se encontravam numa "estância turística." Que turistas seriam e de onde, fica a questão, pois não me apercebi de grandes movimentações acerca do tema (refira-se no que se trata de política externa). De referir, ainda que não exista qualquer relação confirmada, que este "ataque coincidiu com a visita à Índia do vice-presidente dos EUA, JD Vance, que está a efetuar uma viagem de quatro dias de caráter pessoal."
"O ataque foi descrito como o pior contra civis nos últimos anos na região, que tem maioria muçulmana e vinha registando relativa acalmia após anos de conflito." Numa mensagem colocada nas redes sociais, o grupo que reinvindicou o ataque, "criticou a concessão de direitos de residência a mais de 85 mil pessoas de outras partes da Índia, o que, segundo eles, estará a promover uma mudança demográfica na região."
A região de Caxemira é atualmente disputada pela Índia e pelo Paquistão. Num conflito com mais de 50 anos, "só na última década, o confronto que opõe a Índia ao Paquistão já provocou mais de 50 mil mortos e um inquantificável sofrimento às populações." Nos últimos anos, este conflito agravou-se "quando as duas potências anunciaram a realização de ensaios nucleares, numa demonstração mútua de força destinada a intimidar o rival."
Assim vai o nosso mundo...
Fontes:
https://www.dn.pt/internacional/caxemira-ataque-armado-contra-turistas-faz-pelo-menos-24-mortos
https://www.rtp.pt/programa/tv/p13497
Hoje o dia amanheceu mais triste.
Morreu o Papa Francisco, um homem que se destacou pela sua simplicidade, mas também pela controvérsia, pelas suas origens e sobretudo, pelas suas mensagens de amor.
Jorge Mario Bergoglio nasceu a 17 de dezembro de 1936, no bairro de Flores de Buenos Aires, na Argentina. Era neto de emigrantes, vindos do norte de Itália. O mais velho de cinco irmãos, teve uma educação católica. Em "1957, formou-se em Química," ao que se seguiu aos 21 anos, a sua entrada para o "seminário da Companhia de Jesus" onde se formou "na área da Filosofia."
"Uns anos mais tarde, deu aulas nos colégios da Companhia de Jesus em Santa Fé e em Buenos Aires," onde ensinou "Literatura e Psicologia." Nesta época, uma doença respiratória que lhe surgiu na juventude, piorou e "teve de ser submetido a uma cirurgia para retirar parte de um pulmão." Isso não o fez parar e, a "13 de dezembro de 1969, Jorge Mario Bergoglio foi ordenado sacerdote e, no ano seguinte, graduou-se em Teologia na Faculdade de Filosofia e Teologia de São Miguel, continuando a lecionar em paralelo."
Vivia-se uma ditadura militar na Argentina quando, durante a década de 1970, Jorge Bergoglio "foi eleito responsável pela ordem jesuíta" no seu país. "Em 1986 foi para a Alemanha, onde finalizou a tese de doutoramento." Regressou à Argentina em 1992, tendo sido "designado bispo auxiliar de Buenos Aires."
Recebe o "título de cardeal" a 21 de fevereiro de 2001. Nesta ocasião, terá convencido "centenas de argentinos a não viajarem para Roma. Em vez de irem ao Vaticano celebrar a nomeação, pediu que dessem o dinheiro da viagem aos pobres."
Em 2005, no conclave que levou à eleição "do alemão Joseph Ratzinger", acabou por ser "o segundo mais votado entre os cardeais."
"Jorge Mario Bergoglio foi o primeiro papa do continente americano, o primeiro pontífice do hemisfério sul, o primeiro chefe da Igreja Católica não europeu desde há mais de 1200 anos e também o primeiro jesuíta a assumir as funções no Vaticano." Foi padre, professor universitário e arcebispo. "Foi também o primeiro papa com o nome Francisco, em referência a São Francisco de Assis, simbolizando humildade e compromisso com os pobres." Disse sempre que não queria ser Papa, mas acabou por ser "eleito pelo Conclave a 13 de março de 2013, apesar de quase nada indicar que seria o escolhido para suceder Bento XVI."
Ontem, o Papa Francisco despediu-se. Já muito debilitado, apareceu pela última vez na Praça e, podemos até dizer que de forma simbólica, teve o seu "último" banho de multidão, tivesse ele consciência disso ou não. No seu último dia de vida, a sua presença foi
Sustentava que a Igreja devia "ser mais aberta e acolhedora," defendendo uma igreja para "todos." Esteve sempre "próximo do povo." Durante o seu papado, deu enfoque à "justiça social" e tentando sempre manter uma "abertura ao diálogo interreligioso." Quis tornar a igreja mais inclusiva, chegando a promover "uma postura mais aberta sobre temas polémicos na Igreja mais conservadora, como o acolhimento a divorciados, de pessoas LGBTQ+ e pessoas em situação de marginalização. Foi também o primeiro a nomear uma mulher para um cargo no Vaticano.
Durante o seu papado, "deu ênfase ao combate de abusos sexuais por membros do clero católico, tornando obrigatórias as denúncias e responsabilizando quem as omite."
Foi sempre um homem dedicado à promoção da paz, tentando "aproximar e fortalecer o diálogo inter-religioso, encontrando-se com líderes islâmicos, judeus e cristãos ortodoxos." Mostrou sempre que condenava "a invasão da Ucrânia pela Rússia ou os ataques na Faixa de Gaza, nos combates entre Israel e o Hamas."
Durante o seu pontificado, "Francisco visitou Portugal em duas ocasiões." A primeira foi em maio de 2017 aquando das "celebrações do Centenário das Aparições de Fátima - tendo estado no Santuário de Fátima, onde canonizou os pastorinhos Jacinta e Francisco Marto." A segunda vez que cá esteve foi em 2023, na tão falada "Jornada Mundial da Juventude" que se em Lisboa. Nessa ocasião, "presidiu a celebrações no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, visitou bairros da capital portuguesa e reuniu com vítimas de abusos na Igreja." Chegou ainda a visitar novamente o santuário de Fátima.
"O estado de saúde de Francisco era frágil há vários anos, tendo-o levado a pelo menos três hospitalizações desde 2023." Este ano, a situação piorou bastante e, chegou a estar 38 dias internado "devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março." Desde aí, tem estado a recuperar desta situação.
De acordo com informação já divulgada pelo médico "Andrea Arcangeli, responsável pela certidão de óbito," do sumo pontífice, a sua morte ter-se-á devido a um "Acidente Vascular Cerebral (AVC) que provocou uma insuficiência cardíaca irreversível."
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Francisco
É tempo de festa para uns, fé para outros, mas independentemente da religião e crenças de cada um, deveria ser um tempo de paz, de respeito e de tolerância. Mas o que mais se vê, é ódio. Quero acreditar que o ser humano consegue ser melhor do que isto...
O presidente Vladimir Putin declarou uma trégua durante o período de Páscoa, com o anúncio de um cessar-fogo. No entanto, o ato não passou de um anúncio, já que no terreno, os ataques continuaram.
Kiev acusa a Rússia de ter duplicado "o uso de drones kamizakes."
Na província de Kherson, "três pessoas morreram" devido a ataques russos.
De acordo com declarações à imprensa do presidente Zelensky, "até agora, de acordo com relatórios do comandante-chefe, as operações de ataque russo continuam em vários setores da frente e o fogo da artilharia russa não diminuiu," sobretudo na "frente de Pokrovsk, localizada na região de Donetsk e uma das prioridades nos esforços da Rússia para continuar a ganhar terreno no leste da Ucrânia."
Fontes:
No dia 19 de abril de 1506, aconteceu um dos mais trágicos momentos da nossa história. Nesse dia, uma multidão em fúria perseguiu e matou milhares de judeus (segundo Garcia de Resende, terão sido mais de 4000), naquele que ficou conhecido como o Massacre de Lisboa de 1506. Esta matança aconteceu porque a população precisava de um culpado para a situação de seca e fome que, junto com a chegada da peste negra, assolavam o país. E a culpa foi direcionada para os milhares de judeus que nove anos antes tinham sido forçados a se converterem ao catolicismo, em Portugal. Este é mais um pedaço da nossa história que teima em ser "esquecida," e que não vem "nos livros de história," acabando por cair no esquecimento.
Reinava D. Manuel I e os judeus que se convertiam eram chamados Cristãos-Novos.
Naquele domingo, rezava-se no Convento de São Domingos de Lisboa. Os fiéis pediam o fim" da seca e da peste que grassavam em Portugal, e alguém jurou ter visto no altar o rosto de Cristo iluminado — fenómeno que, para os católicos presentes, só poderia ser interpretado como uma mensagem de misericórdia do Messias — um milagre."
"Um cristão-novo," que também assistia àquela missa, "tentou explicar que esse milagre era apenas o reflexo de uma luz, mas foi calado pela multidão, que o espancou até à morte."
Portugal, vivia ainda um período obscuro, de ignorância coletiva e de medo perante qualquer fenómeno desconhecido e, este episódio, foi o reflexo dessa mesma ignorância. Nos três dias que se seguiram, as mortes sucederam-se, incitadas pelos "frades dominicanos que prometiam absolvição dos pecados dos últimos 100 dias para quem matasse os hereges." O resultado foi "uma turba de mais de quinhentas pessoas incluindo muitos marinheiros da Holanda, da Zelândia e de outras terras," que perseguiram e mataram todos os judeus que iam encontrando.
Sem escapatória possível, "homens, mulheres e crianças foram torturados, massacrados e queimados em fogueiras improvisadas no Rossio, mais precisamente junto ao largo de São Domingos. Os judeus foram acusados entre outros "males", de deicídio e de serem a causa da profunda seca e da peste que assolava o país."
A esta turba de maus homens e de frades que, sem temor de Deus, andavam pelas ruas concitando o povo a tamanha crueldade, juntaram-se mais de mil homens (de Lisboa) da qualidade (social) dos (marinheiros estrangeiros), os quais, na Segunda-feira, continuaram esta maldade com maior crueza. E, por já nas ruas não acharem Cristãos-novos, foram assaltar as casas onde viviam e arrastavam-nos para as ruas, com os filhos, mulheres e filhas, e lançavam-nos de mistura, vivos e mortos, nas fogueiras, sem piedade. E era tamanha a crueldade que até executavam os meninos e (as próprias) crianças de berço, fendendo-os em pedaços ou esborrachando-os de arremesso contra as paredes. E não esqueciam de lhes saquear as casas e de roubar todo o ouro, prata e enxovais que achavam.
(Damião de Góis, in «Chronica do Felicissimo Rey D. Emanuel da Gloriosa Memória»)
Em consequência do massacre, "D. Manuel I penalizou os envolvidos, confiscando-lhes os bens, e os dominicanos instigadores foram condenados à morte por enforcamento."
"No seguimento do massacre, do clima de crescente antissemitismo em Portugal e do estabelecimento do Tribunal do Santo Ofício — que entrou em funcionamento em 1540, perdurando até 1821 — muitas famílias judaicas fugiram ou foram expulsas do país, tendo como destino principal os Países Baixos," mas também a "França, Turquia e Brasil."
Este massacre traduz bem aquilo que é "a psicologia das massas e a demonstração primitiva da falta de tolerância." Em Lisboa, existe um monumento alusivo a esta data. Um singelo "tributo da cidade de Lisboa às vítimas da intolerância e do fanatismo religioso resultantes do massacre judaico de 1506."
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Lisboa_de_1506
Desde que o presidente Donald Trump lançou uma nova campanha militar contra os rebeldes Houtis no mês passado, este terá sido um dos maiores ataques, resultando na morte de "pelo menos 58 pessoas" e ferindo "mais de 100." O ataque aéreo atingiu "o porto petrolífero de Ras Issa, no Iémen," e o grupo Houthi, veio já divulgar "imagens gráficas do rescaldo," alegando "que o ataque visava trabalhadores civis."
"O Pentágono não fez comentários sobre as vítimas civis e recusou-se a responder às perguntas dos meios de comunicação social," embora Washington tenha já informado que o ataque tinha "como objetivo cortar uma fonte de de combustíveis e fundos para os huthis."
Este ataque vem aumentar a escalada de violência de uma "campanha que começou a 15 de março," e que tem como objetivo "acabar com as ameaças aos navios no Mar Vermelho." Num comunicado raro, os Houthis afirmam que esta foi uma "agressão completamente injustificada" e que a sua ocorrência "representa uma violação flagrante da soberania e independência do Iémen e um alvo direto de todo o povo iemenita." Designaram ainda o alvo como uma "instalação civil", que tem sido vital para a população há largos anos. De facto, cerca "de 70% das importações do Iemén e 80% da ajuda humanitária chegam através de três portos, incluindo o de Ras Issa.," que agora foi alvo de ataque.
O porta-voz da diplomacia iraniana considerou o caso “um exemplo de crime agressivo e uma flagrante violação dos princípios fundamentais da Carta da ONU”. Em resposta, o grupo afirma que foram lançados "ataques contra um alvo militar próximo ao aeroporto Ben Gurion, em Israel, e contra dois porta-aviões dos EUA."
O bombardeamento do porto de Ras Issa, "acontece pouco antes da segunda ronda de negociações entre Washington e Teerão sobre o programa nuclear iraniano," o qual está previsto para amanhã, sábado, em Roma.
Fontes:
Faleceu Nuno Guerreiro. Para mim, uma das maiores vozes portuguesas da atualidade. Ainda no outro dia, mostrava ao meu filho a canção "Caçador de sóis", uma das minhas preferidas.
Nascido em Loulé, a 5 de Setembro de 1972, cedo Nuno quis ir para a capital estudar.
Estudou na Escola de Dança do Conservatório Nacional, para onde foi com apenas 16 anos para tentar uma carreira como bailarino, mas foi com a limpidez e singularidade da sua voz que se destacou. Dançou no palco do Teatro São Luiz, tendo também sido neste palco que cantou pela primeira vez, numa colaboração "com o grupo Diva de Natália Casanova."
Carlos Paredes viu-o a cantar e convidou-o "a participar, em 1992," nos seus concertos de Lisboa e do Porto. "Colaborou também com o ex-Madredeus Rodrigo Leão." Mais tarde, integraria a "Ala dos Namorados", convidado por João Gil e Manuel Paulo.
Gravou a solo o álbum "Carta de Amor", e o álbum "Tento Saber" em 2002. Juntou-se a outros grandes nomes para um tributo a José Afonso (com Olavo Bilac, dos "Santos & Pecadores" e Tozé Santos da banda "Per7ume"). Em 2014 lança o álbum "Felicidade."
Em 2021 participou no programa "A Máscara" da SIC, onde desempenhou brilhantemente o papel de "Coruja".
Atualmente, Nuno era colaborador no Cineteatro de Loulé, na área da produção e estava também envolvido num projeto intitulado "Nuno Guerreiro & Mau Feitio, composto pelos músicos do Algarve Ricardo J. Martins, João Palma, Vítor Bacalhau e Vasco Moura. O grupo deu vários concertos recentemente." Chegou mesmo a dar dois espetáculos, "com casa cheia", nos dias 30 e 31 de março, juntamente com os 'Mau Feitio' e com a Banda Filarmónica da Sociedade Recreativa Artistas de Minerva.
Nuno Guerreiro tinha apenas 52 anos. Lançou o seu último trabalho como vocalista da banda Ala dos Namorados em 2023. O seu último trabalho a solo tinha sido lançado no ano anterior e encontrava-se ainda a colaborar com a AR para a produção de um evento nas celebrações do 10 de Junho deste ano.
Uma enorme perda para o nosso panoraman musical... fica por saber o que esta voz ainda teria para nos dar, tal o seu talento!
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nuno_Guerreiro_(cantor)
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.