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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
A relação entre a Sérvia e o Kosovo tem sido bastante tensa ao longo dos últimos anos, não obstante a sensação de aparente acalmia que brota da falta de informação sobre estes dois estados, cujas tensões "persistem desde a guerra entre as forças kosovares e sérvias" da década de 1990.
Ontem, uma forte explosão atingiu um dos canais "que fornece água a duas centrais elétricas," perto da cidade de Zubin Potok, na zona norte do Kosovo. Esta situação, levou a que durante algum tempo "parte do Kosovo" tivesse ficado "sem eletricidade." O presidente sérvio negou "qualquer envolvimento” do seu país neste ataque que ocorreu na sexta-feira, e que atingiu um "canal de água vital para o arrefecimento de duas centrais térmicas", dizendo mesmo que estas acusações são "infundadas."
A Sérvia ainda não reconheceu a independência do Kosovo, que era uma das suas províncias até 1999, altura em que um ataque da NATO, permitiu a separação destes dois estados.
Fontes:
Na Irlanda do Norte, registaram-se várias "inundações, linhas de comboio encerradas e árvores caídas," tendo a região de Newtownabbey, sido uma das mais afetadas. "Milhares de casas, quintas e empresas ficaram sem eletricidade."
Devido à tempestade, "que assolou o país com chuvas torrenciais e fortes rajadas de vento durante o fim de semana," foram vários os operadores ferroviários que tiveram de cancelar os seus serviços. "Árvores caídas para linhas de comboio interromperam os serviços entre Londres e o Aeroporto de Stansted."
As estradas transformaram-se em autênticos "cursos de água," com as "principais estradas de Northamptonshire e Bristol" a serem encerradas. Vários voos sofreram atrasos no "aeroporto de Newcastle" e muitos ficaram mesmo em terra.
Fontes:
O primeiro ministro de Israel anunciou "um acordo de cessar-fogo no Líbano após uma reunião do Conselho de Segurança de Israel." Este acordo "abre espaço para pôr termo a quase 14 meses de combates iniciados após a resposta israelita ao ataque de 7 de outubro do Hamas." Mas será que o acordo vai ser respeitado?
Entre outras coisas, esta trégua de 60 dias, que foi mediada com os EUA e com a França, "implicaria o fim da presença armada do Hezbollah ao longo da fronteira a sul do rio Litani e exigiria a retirada das tropas israelitas do sul do Líbano," ali colocadas "para combater as milícias xiitas libanesas do Hezbollah." A área situada entre uma e outra região, "ficará sob responsabilidade de uma força de cinco mil soldados das forças armadas libanesas e de contigentes da ONU integrados na UNIFIL." Esta proposta, na qual está incluida "a criação de um comité internacional para monitorizar a aplicação do acordo, liderado pelos Estados Unidos, é muito semelhante àquela que em 2006 foi feita com o apoio norte-americano "e que originou 17 anos de tréguas entre o Hezbollah e Israel. Na altura, constituiu-se uma força das Nações Unidas, a UNIFIL, em apoio ao exército do Líbano, que seria agora reforçada."
No entanto, antes do cessar-fogo ter sido anunciado, os ataques contra Beirute agravaram-se, com o envio da parte de Israel de "uma forte vaga de ataques aéreos" contra a capital do Líbano e que resultaram na morte de, pelo menos, sete pessoas.
O acordo não é extensível a Gaza, havendo mesmo a intenção de intensificar os ataques na região.
Fontes:
O 25 de abril de 1974 trouxe grandes mudanças na governação do país, o que levou a uma clara distinção "entre aqueles que pretendiam prosseguir a revolução com o MFA, incluindo-se aqui o governo liderado por Vasco Gonçalves e os que entendiam que o caminho se deveria fazer com os partidos políticos sufragados em eleições."
As opiniões dividiam-se e o país acabou por assistir, nos meses seguintes, a vários "episódios de violência de grupos mais ou menos organizados da extrema-esquerda e da extrema-direita. Sentia-se no ar "a ameaça de uma guerra civil." O que se passou no dia 25 de novembro, foi um entre tantos momentos importantes, naquele período de dois anos que vai de 1974 a 1976. Foram dois anos complicados, em que se sucederam diferentes governos provisórios, em que uns se demitiram e outros se revoltaram. Não se fala disto nos livros de História e, só se o formos pesquisar, é que encontramos alguma informação sobre esta data e sobre os vários acontecimentos que se sucederam à Revolução de Abril. Parece que foi apenas uma data e que no dia seguinte, a democracia estava instalada. Nada disso...
Em julho de 1975, Vasco Gonçalves, faz a proposta de recentrar "a autoridade no Conselho da Revolução, e a liderança política num diretório que incluiria também Costa Gomes (na altura Presidente da República) e Otelo Saraiva de Carvalho." Vasco Gonçalves, ficaria conhecido como "companheiro Vasco" e já em finais de 1973, tinha integrado o movimento dos capitães e participado na comissão responsável pela elaboraço do "programa do Movimento das Forças Armadas (MFA), assegurando também a ligação ao general Costa Gomes," sendo por isso uma das várias personalidades importantes e que é tantas vezes esquecido.
Outros, seriam os integrantes de um grupo organizado e composto por "um conjunto de militares moderados e pertencentes ao Conselho da Revolução," designado de “Grupo dos Nove." Este grupo vem propor que "o poder seja exercido pelos partidos políticos.
Este grupo, "composto por militares conotados com a ala moderada do Movimento das Forças Armadas (MFA)", lançaram a 7 de agosto de 1975, um documento que ficaria conhecido como o “Documento dos Nove”, em que se "opunham aos modelos socialistas da União Soviética e da Europa do Leste, assim como à social-democracia europeia."
Vieram ainda a propor um "sólido bloco social de apoio a um projeto nacional de transição para o socialismo", mas que fosse de forma inequívoca, "inseparável da democracia política”.
No entanto, acabam por ser mesmo afastados do "Conselho na sequência dessa tomada de posição," e em resultado do confronto entre as diversas forças políticas durante o chamado " Verão Quente de 1975," Vasco Gonçalves acaba também por ser afastado do poder, "não voltando à ribalta política."
No dia 12 de novembro desse ano, "houve uma manifestação reivindicativa que contou com dezenas de milhares de trabalhadores e que cercou o Palácio de São Bento durante dois dias," impedindo que os deputados que estavam lá dentro pudessem sair "durante dois dias." O Ministério do Trabalho recusa-se a receber os manifestantes o que conduz a ações mais radicais e à mobilização contra o VI Governo Provisório.
Na semana seguinte o governo - algo que eu nunca pensei que pudesse acontecer - "entra em greve por falta de condições para exercer o seu mandato." O país acaba por ficar num limbo em que não tem quem o governe.
É a 25 de novembro que toda esta tensão chega ao limite, "com setores da esquerda radical a tentarem um golpe de estado," com o Grupo dos Nove a ser responsável por "organizar e desencadear as operações do 25 de Novembro fazendo a tal correção para a via democrática, liberal." Este golpe acabou por sair frustrado pelos militares que se encontravam em conluio com o “Grupo dos nove”, apoiados por um "plano militar liderado por Ramalho Eanes."
Mas qual o motivo de tanta discórdia, se a verdade é que este golpe pôs fim aos extremos (da esquerda e da direita)?
Para Joaquim Vieira, autor da biografia de Mário Soares, “o 25 de Novembro assinalaria o fim do PREC e a entrada de em fase de normalização democrática, com a consagração do projeto constitucional e a realização dos atos eleitorais nele previstos." O resultado, acabou por ser a vitória da chamada "ala moderada do Movimento das Forças Armadas (MFA)," que "marcaram o fim do chamado Processo Revolucionário Em Curso (PREC)."
Diz também o autor que, o próprio Mário Soares, se fosse vivo, teria recusado participar nestes festejos. O seu papel foi, no entanto, preponderante na vitória da democracia conseguida nessa data. Mário Soares era, na época, "ministro sem pasta do IV Governo Provisório," e como representante do PS, assinaria "o primeiro pacto constitucional MFA-Partidos," em abril de 1975. Depois da sua demissão, "juntamente com os restantes ministros do PS, a 10 de julho de 1975," e da "demissão dos ministros do PSD", a crise agravar-se-ia.
A 23 de novembro, o discurso que faz durante a "manifestação do PS na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa," acabou por ser um marco simbólico "na mobilização que visava conter os setores mais radicais do processo revolucionário português."
Este ano, pela primeira vez, a data será celebrada na Assembleia da República - assinalando-se a passagem de 49 anos desde o acontecimento. Porquê só este ano - ou porquê este ano?
Fontes:
https://ensina.rtp.pt/artigo/25-de-novembro-uma-tentativa-de-golpe-falhada/
https://ensina.rtp.pt/artigo/vasco-goncalves-o-companheiro-vasco/
O ocidente assinalou esta semana 1000 dias de conflito entre a Rússia e a Ucrânia, mas a verdade é que se perguntássemos a um ucrâniano, esse número seria muito superior. O momento da invasão da Ucrânia pela Rússia deu-se no dia 24 de fevereiro de 2022, mas as tropas russas há muito que se aproximavam das fronteiras daquele país.
Estes dois países "compartilham diversos laços históricos, políticos e culturais e inclusive fizeram parte de uma mesma nação, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), uma das principais potências do século XX, que se fragmentou em diversas repúblicas." Em 1991 a Ucrânia ganha a sua própria independência, mas o novo país quer mais e torna o afastamento à Rússia e a aproximação à União Europeia e à NATO (Tratado do Atlântico Norte), como um dos objetivos a conseguir.
Esta tentativa de aproximação que a Ucrânia tem feito ao Ocidente, de há cerca de trinta anos para cá, desde sempre foi considerada pela Rússia "como uma ameaça à sua soberania" e pode ser apontada como uma das principais causas do conflito entre os dois países. Em 2014, a Rússia "invadiu a Península da Crimeia, parte integrante do território ucraniano," com o "pretexto de proteger os russos nativos que habitam essa região." A região do Donbas, situada no leste da Ucrânia, tem também sofrido com "conflitos separatistas ao longo dos últimos anos."
Apenas quatro dias depois da invasão russa, que ocorreu a 22 de fevereiro de 2022, a Ucrânia, "visando ao apoio político e económico das potências europeias, realizou o pedido oficial para ingressar na União Europeia." A Rússia consegue tomar Kherson a sul, alguns dias depois. Esta cidade é "considerada estratégica pelos dois lados do conflito" devido à sua localização geográfica na foz do rio Dnieper. Entretanto, logo nos primeiros dias de conflito foram milhares as pessoas que abandonaram as suas casas e tentaram sair do território, pedindo asilo um pouco por toda a Europa. Países como a Polónia, a Hungria, a Eslováquia, a Roménia e a Moldova foram os que maior número de refugiados receberam, embora toda a Europa tenha reunido esforços para aceitar a chegada de refugiados, na sua maioria mulheres e crianças e de os apoiar com habitação, alimentação, vestuário e educação.
Segue-se a queda de Mariupol, outra "cidade estratégica, localizada nas margens do mar de Azov" a sudeste, onde se registou aquele que pode ser considerado como "um dos mais sangrentos conflitos" desta guerra, com um elevado "número de civis mortos" às mãos das forças russas.
A 2 de abril de 2022 a Ucrânia consegue recuperar Kiev, aproveitando-se "das dificuldades encontradas pela Rússia" e da consequente mudança "de foco do conflito para o leste ucraniano," onde se localiza província de Lugansk que acabaria nas mãos da Rússia a 3 de julho desse ano, "consagrando assim o objetivo desse país em concentrar seus esforços de guerra na porção leste do território ucraniano."
A 30 de setembro de 2022 é finalmente formalizado pela Ucrânia o pedido de entrada na NATO, "visando a um apoio militar efetivo da Organização do Tratado do Atlântico Norte. A Rússia nunca deixou de ameaçar que, caso a Ucrânia fosse ajudada por países pertencentes à NATO, estes países estariam sob mira de ataques russos, inclusivé de ataques com mísseis nucleares. E esse fator sempre serviu para que o apoio à Ucrânia fosse feito usando pinças, de forma a evitar que o conflito escalasse e se alargasse a outros territórios. A 5 de outubro de 2022, a Rússia procede à anexação ilegal e não reconhecida das províncias "de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia."
Um "cessar-fogo de 36 horas entre o meio-dia de 6 de Janeiro e a meia-noite de 7 de Janeiro, coincidindo com a celebração do Natal cristão ortodoxo," é permitido pela Rússia, mas poucos dias depois, a 13 de janeiro de 2023, a Rússia reclama a conquista de Soledar, "alegando ter provocado mais de 500 baixas nas forças de Kiev." Por seu lado, a Ucrânia admitiu uma “situação difícil” na defesa desta localidade, "mas continua sem admitir tê-la perdido para os invasores." Apesar de não haver registo de mortos ou feridos, a verdade é que nas "horas que antecederam o início do cessar-fogo, vários mísseis atingiram um prédio residencial na cidade ucraniana de Kramatorsk, perto da linha de frente oriental, danificando 14 casas."
Ainda durante o mês de janeiro, a Alemanha anuncia "finalmente o envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia, depois de ter autorizado os países aliados a reexportar os veículos de fabrico alemão, e após dias de pressão, com este tema em cima da mesa." A caminho da Ucrânia estariam catorze veículos "Leopard 2."
Em fevereiro de 2023, quase um ano volvido, realiza-se "em Kiev a cimeira UE-Ucrânia para discutir as reformas necessárias para a adesão da Ucrânia ao bloco europeu." Além dos "tanques Leopard 2, de fabrico alemão," já enviados por Berlim, encontram-se também a caminho de Kiev, "os Challenger 2 britânicos" e trinta e um "Abrams norte-americanos," embora os "pedidos de aviões de guerra, em particular os caças F-16" ainda não tivessem sido atendidos. Quanto a Portugal, iria decidir nos dias seguintes sobre o envio dos Leopard 2 solicitados por Zelensky.
Dias depois das eleições que deram a Trump a vitória, Joe Biden, ainda presidente dos EUA, fez uma declaração em que dizia autorizar a Ucrânia a usar armamento americano para atacar alvos russos em território do invasor. Ou seja, a Ucrânia passou a dispor de uma melhor e mais avançada força bélica para usar contra alvos dentro das fronteiras russas, em vez de a usar apenas como defesa do seu próprio território. Esta mudança de paradigma trouxe logo uma resposta russa, com Vladimir Putin a voltar às ameaças, garantindo que iria atacar quem fosse o proprietário das armas e não apenas quem as usasse.
A 21 de novembro de 2024, a Rússia lança um míssil balístico "de alcance intermédio, capaz de transportar uma ogiva nuclear", o Oreshnik, "contra um alvo militar na cidade ucraniana de Dniepropetrovsk." Este ataque vem na "sequência das autorizações dos Estados Unidos e do Reino Unido para que as Forças Armadas ucranianas usem mísseis de longo alcance ATACMS e Storm Shadow, respectivamente, para atingir alvos militares dentro do território russo." O
governo russo acusou ainda a "nova base militar dos EUA na Polónia," a qual foi inaugurada no passado dia 13, como sendo "mais um passo extremamente provocador numa série de acções profundamente desestabilizadoras por parte dos norte-americanos e dos seus aliados da NATO”. Esta base de defesa antimísseis de Redzikowo, na Polónia, há muito que foi incluída na lista de alvos prioritários” da Federação Russa “para possível destruição”.
Fontes:
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/tensao-entre-russia-e-ucrania.htm
No passado domingo, Joe Biden, levantou as restrições impostas ao uso de armamento dos EUA pela Ucrânia, permitindo assim que o país pudesse utilizar mísseis de fabrico americano contra território russo. Foram assim utilizados "mísseis balísticos ATACMS," de fabrico norte-americano, tendo o alvo - "um armazém de munições em Karachev, na região russa de Bryansk" - sido atingido com sucesso. Este depósito seria "utilizado para armazenar bombas e munições, incluindo as fornecidas pela Coreia do Norte."
A Ucrânia pode a partir de agora atingir importantes bases aéreas, instalações militares e bases logísticas russas.
Este ataque ucraniano, segue-se então a, momentos antes, Putin ter assinado "um decreto para autorizar o uso alargado de armas nucleares em caso de ataque."
Esta decisão de Biden, depois do seu partido ter perdido as eleições e num momento delicado do conflito em que se assinalam 1000 dias de guerra, vem neste momento mudar a panorâmica do conflito. Se é verdade que a Ucrânia deve ter todo o direito de se defender perante o inimigo que a invade, matando os seus cidadãos de forma indiscriminada e destruindo habitações e infraestruturas, também não deixa de ser verdade que Putin sempre colocou a ameaça nuclear como travão para evitar o apoio de outros países à Ucrânia.
O que mudou agora, para que essa ameaça deixasse de ser tida em conta pelos EUA, avançando com esta decisão? E a decisão foi devidamente debatida pela NATO ou foi uma decisão tomada apenas pela presidência de Biden, sem esquecer que estamos apenas a algumas semanas da passagem de poder para Trump.
Que interferência terá tido o acordo feito entre a Coreia do Norte e a Rússia para esta decisão dos EUA? Estima-se que existam já cerca de "12000 soldados norte-coreanos envolvidos em combates de pequena escala na Ucrânia," e que "tanto Moscovo como Pyongyang, são potências nucleares."
Fontes:
https://pt.euronews.com/2024/11/12/coreia-do-norte-conclui-pacto-historico-de-defesa-com-a-russia
A situação tem estado bastante complicada na região das Filipinas. Este domingo foi a vez do supertufão Man-Yi atingir o norte das Filipinas e deixar um rasto de destruição, principalmente na "ilha de Luzon, a mais populosa das Filipinas, destruindo casas, provocando inundações e a fuga em massa da população." Os alertas emitidos durante o dia de ontem davam conta de um evento de "categoria 5, a mais elevada do índice da PAGASA," que poderia vir a causar um "impacto potencialmente catastrófico", com previsão de ondas de 14 metros de altura a atingir a costa. A tempestade passou a ser classificada como um "supertufão à medida que aproximava de Cantaduanes, uma região onde vivem cerca de seis milhões de pessoas."
Em menos de um mês, esta foi a sexta grande tempestade a atingir aquela região, deixando ainda mais frágeis as habitações, que poderão não resistir. A situação já obrigou a que mais de "750 mil pessoas" se vissem obrigadas a refugiar "em abrigos de emergência, incluindo igrejas e um centro comercial," havendo a lamentar a morte de 160 pessoas, consequência do "raro número de tempestades e tufões consecutivos que assolaram Luzon em apenas três semanas." As Filipinas poderão ser obrigadas a "ter de importar mais arroz, um alimento básico para a maioria" da sua população, devido à destruição de infraestruturas e campos agrícolas.
Além dos danos, este supertufão obrigou ainda ao encerramento de "26 aeroportos nacionais e dois aeroportos internacionais ," bem como ao cancelamento dos "serviços de ferry e de transporte de mercadorias entre ilhas" devido à grande agitação marítima provocada pelo mau tempo. "Todos os navios, desde barcos de pesca a petroleiros, receberam ordens para permanecer ou regressar aos portos."
É habitual que estas ilhas sejam anualmente "fustigadas por cerca de 20 tufões e tempestades," no entanto, a situação de haver mais do que uma tempestade desta envergadura ativa em simultâneo na região é invulgar tal como foi partilhado pelo observatório da Terra da NASA, numa imagem onde se podiam observar "quatro tempestades ativas simultaneamente no oceano Pacífico a 11 de novembro: a Yinxing, a Toraji, a Usagi — que atingiram o norte do país na quinta-feira – e a Man-Yi."
https://observador.pt/2024/11/16/supertufao-man-yi-atinge-provincia-filipina-com-ventos-de-200-km-h/
A situação devido ao mau tempo em Portugal foi, de longe, bem diferente da ocorrida em Espanha, mas nem por isso deixou de provocar avultados danos e alguns feridos. Parece que andamos cada vez mais ansiosos com toda esta situação e, culpa disso, talvez seja a frequência com que nos são transmitidas notícias e a forma como as mesmas nos chegam. E com tudo isto, que razão teremos para não ser um povo prevenido?
A ocorrência de tempestades e de fenómenos atmosféricos não é novidade, mas tal como os incêndios, parece que nos espantam de cada vez que acontecem. Ainda me lembro de ir para a escola com água quase até aos joelhos, ou de ter baldes a amparar a água que escorria pelo candeeiro do quarto onde eu dormia na casa da minha avó sempre que o telhado do prédio se enchia de água porque o algeroz entupia! Era normal. Agora chove mais um pouco e parece que ficamos logo com vontade de encerrar tudo e de ficar em casa. Em alguns casos, isso seria até uma medida a aplicar de forma preventiva, mas se tanto nos espantamos quando se anunciam ao longe umas nuvens de tempestade, a verdade é que lá vamos nós fazer umas imagens. Nas redes sociais, num dia reclamamos que só chove no norte e que faz falta no sul, mas na semana seguinte, estamos a reclamar que foi demasiada chuva no sul e que está tudo alagado!
Leitos de cheia onde se constrói há anos, e onde passe o tempo que passar, ninguém ainda saiu de lá e marés grandes que atingem as zonas ribeirinhas e levam a areia para longe são todos os anos tema de conversa. Especialistas e outros nem tanto vão aos telejornais falar de fenómenos atmosféricos e ficamos horas colados aos ecrãs a ouvi-los e a ver as imagens que se repetem. Iguais em todos os canais...
Esta manhã, um "comboio regional" que fazia o "troço entre a Fuzeta e Olhão," descarrilou, "devido à queda de pedras na sequência das chuvas intensas que se sentiram nas últimas horas no sotavento algarvio," levando ao corte da linha do Algarve. Não houve feridos. Foi lançado um alerta amarelo para os distritos de Faro e Beja, devido à previsão de chuva que se previa forte, e à possibilidade de ocorrência de "trovoadas e granizo," devido a um fenómeno semelhante ao DANA que na semana passada provocou o caos e a destruição em Espanha.
Em Olhão, uma senhora resolveu sair do carro para ir espreitar a ribeira de Alfandanga, que corria com mais água e mais fordça do que o habitual e acabou por cair. A "mulher foi resgatada," por alguns populares e, posteriormente, "socorrida pela ambulância de suporte de vida de Tavira do Instituto Nacional de Emergência Médica, e transportada para a Unidade Local de Saúde do Algarve."
Ontem, "dois idosos de nacionalidade francesa ficaram desalojados em Castro Marim," devido às fortes chuvas, enquanto em "Tavira, duas pessoas tiveram de ser resgatadas," uma encontrava-se dentro da sua viatura que acabou por ficar imobilizada na Ribeira de Almargem, enquanto a outra teve de ser retirada da sua "habitação na Asseca." Ainda na região de Tavira, houve danos em muros que acabaram por ruir, e "diversas embarcações" que acabaram por se soltar e ficar "à deriva" levaram ao cancelamento das "carreiras fluviais para a Ilha de Tavira."
A zona de Luz de Tavira foi uma das mais afetadas pelo mau tempo dos últimos dias nesta região, havendo ainda estradas cortadas.
Fontes:
Faleceu aos 91 anos, Celeste Caeiro, a mulher que na manhã de 25 de abril de 1974, teve um gesto que ligou para sempre os cravos à revolução de abril. Um gesto simples que, ao ser fotografado e, depois repetido, ano após ano, celebrado e comemorado em eventos, escolas e homenagens, marcou esta revolução com cor, a cor da liberdade.
Celeste tinha 40 anos e vivia no Chiado, em Lisboa. Era filha de mãe espanhola, "de Badajoz e de pai desconhecido, com dois irmãos mais velhos," tendo crescido na Casa Pia. Naquele dia, o café onde Celeste trabalhava, na rua Braancamp, em Lisboa, "completava um ano e o patrão tinha comprado cravos para oferecer aos clientes," mas a presença dos militares nas ruas fez com que o comércio não abrisse e as flores iriam "estragar-se no armazém, por isso pediram aos funcionários que os levassem para casa."
Celeste foi até ao Chiado para ver o que se estava a passar, e numa troca de palavras com um dos militares que lhe pede um cigarro, ela que não fumava, resolveu dar-lhe um dos cravos que levava. Foi o primeiro. Dali, "até perto da Igreja dos Mártires deu o resto dos cravos que levava a outros militares," mas nunca pensou que a revolução se viesse a chamar "dos cravos" devido àquela singela oferta.
Este ano, na comemoração dos 50 anos desta data, Celeste Caeiro esteve presente na Avenida da Liberdade, em Lisboa, naquele que poderá ter sido "um dos momentos mais marcantes da celebração. Ao lado da família distribuiu cravos, 50 anos depois do dia que a marcou na história do país. Os fotógrafos presentes registaram o momento: as fotografias foram amplamente partilhadas e Celeste Caeiro celebrada pela importância que teve."
"Em 1988, perdeu tudo no incêndio do Chiado, ficou sem casa, sem fotografias e sem as recordações de uma vida. Em abril deste ano tinha sido já noticiado que sofria de graves problemas de visão, audição e locomoção. Viva em casa da filha e da neta em Alcobaça. "
Foi “militante comunista, mulher trabalhadora, de convicções fortes”, que “enfrentou uma vida de dificuldades com perseverança," pode ler-se num comunicado do PCP. Celeste já faz parte dos livros de HGP, só espero que na suaa constante "simplificação" não se perca também o nome desta mulher e de tantosoutros homens e mulheres importantes e sobre os quais as nossas crianças e jovens pouco ou nada sabem.
Fontes:
https://www.dn.pt/3592434070/morreu-celeste-caeiro-a-mulher-que-deu-o-cravo-ao-25-de-abril/
Trump é o vencedor das eleições americanas, "depois de ter vencido as eleições presidenciais norte-americanas à candidata democrata, Kamala Harris."
As eleições americanas são de facto bastante diferentes daquilo a que estamos acostumados a ver por cá. Desde logo, pela organização do Congresso (que poderíamos comparar ao nosso Parlamento) e que está "dividido entre Câmara dos Representantes (435 lugares), a câmara baixa do Congresso, e do Senado (100 lugares), definida como câmara alta do Congresso norte-americano."
Uma das caraterísticas a ter em conta é que não será votada a totalidade da câmara alta do Congresso - "composta por 100 senadores (dois por cada estado do país, independentemente do número de habitantes)" - mas sim "um terço, ou seja, 34 lugares," nos quais se incluem "os altos cargos do Governo e dos juízes do Supremo Tribunal Federal."
Trump, apresentou-se usando "a mesma retórica populista e anti-imigração que o fez conquistar, em 2015, o apoio da ala mais conservadora do Partido Republicano e atraiu antigos eleitores democratas desiludidos com a estagnação económica e um sistema político que sentiam ser injusto." E esta retórica fê-lo ganhar as eleições, conseguindo "pela primeira vez o voto popular numa eleição, algo que não conseguiu nem em 2016 contra Hillary Clinton nem em 2020 contra Biden."
A maior das suas apostas era o "controlo da imigração ilegal", definindo como prioridade "continuar a construção do muro na fronteira com o México e travar a entrada de pessoas não autorizadas." Além disso, prometeu que faria a maior deportação "em massa de imigrantes ilegais de sempre." E mesmo assim, os americanos acharam que este seria o caminho a seguir e deram-lhe o seu voto, tendo o candidato ganho o condado da Flórida onde existe uma graande comunidade hispânica.
Trump afirmou também que, caso "fosse eleito, colocaria um fim à guerra da Rússia contra a Ucrânia em 24 horas com um par de telefonemas." O que significariam esses "telefonemas" para nós, europeus e membros na NATO e da UE?
A tomada de posse será apenas em janeiro de 2025, mas as consequências já começam a ser visíveis, por exemplo na bolsa de valores, onde o euro começou a perder valor perante o dólar. Órban, presidente da Hungria, já veio felicitar e mostrar o seu apoio a Trump.
Kamala perde por vários motivos, mas um dos principais foi o descontentamento "de parte do eleitorado norte-americano face ao apoio incondicional dos Estados Unidos a Israel." Devido ao apoio demonstrado a Telavive, muitos ativistas garantiram que não irão dar o seu voto à democrata Kamala Harris, "direcionando o seu voto para candidatos independentes."
Esta demoonstração de insatisfação com o apoio dado a Israel "tem sido visível desde as eleições primárias, no início do ano, quando milhares de democratas decidiram votar em branco." No entanto, é Trump quem se tem mostrado um grande apoiante de Netanyahu.
Fontes:
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