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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
...e o líder do Hezbollah terá sido dado como morto. É nesta situação que agora todas as atenções se estão a focar.
Hassan Nasrallah, líder do movimento islamita libanês, terá sido morto "durante um ataque aéreo na sexta-feira à sede da organização em Beirute." Além dele, terão ainda sido eliminados "outros comandantes do Hezbollah que se encontravam no mesmo local, em Dahiyeh, um subúrbio do sul de Beirute, densamente povoado."
A sede do Hezbollah, estaria a funcionar "numa estrutura subterrânea, debaixo de um edifício residencial," o que levou também à morte de vários civis, cujo número ainda não foi revelado. "As forças israelitas dizem não ter ainda essa informação, recusando especificar o tipo de armamento usado no bombardeamento, assim como detalhes sobre a comprovação da morte de Nasrallah." Sabe-se apenas que terá sido através de um dos vários ataques de precisão lançados contra Beirute, com recurso "a um esquadrão de caças F15I munidos de bombas antibunkers."
De acordo com o jornal New York Times, citado pelo Observador, terão sido "lançadas mais de 80 bombas durante vários minutos com o objetivo de matar Hassan Nasrallah," num ataque que teria "começado a ser planeado no início da semana passada, ainda antes de Netanyahu, primeiro-ministro israelita deixar o país para marcar presença na Assembleia Geral das Nações Unidas."
A situação envolve também o Irão.
Ali Khamenei, líder do Irão, deixou numa "mensagem muito clara sobre as consequências dos ataques militares ao Líbano," que "é obrigatório para todos os muçulmanos apoiar orgulhosamente o povo libanês e o Hezbollah.," contra Israel que acusa de ser um "regime usurpador, cruel e maléfico."
Nasrallah, nasceu em 1960 e tinha 67 anos. "Quando Israel invadiu o Líbano, em 1982, Nasrallah juntou-se a um grupo de combatentes que evoluiria para o atual Hezbollah."
Desde 1992 que era líder do movimento "em substituição de Abbas Moussaoui, depois de este ter sido igualmente morto durante um ataque israelita com um helicóptero."
Durante os últimos anos, viveu quase sempre escondido e tornou-se "o homem mais poderoso e influente" do Líbano. A sua popularidade "no seio da comunidade xiita é apoiadas por uma vasta rede de escolas, hospitais e associações ao serviço dos seus apoiantes. Membro do governo e do parlamento, onde nem o seu campo nem os seus opositores têm maioria absoluta, impediu a eleição de um Presidente da República durante quase dois anos."
Entre ontem e hoje, estão ainda a ser retirados do Líbano vários portugueses.
Fontes:
https://observador.pt/liveblogs/israel-diz-que-matou-lider-do-hezbollah/#liveblog-entry-678580
Passaram 100 anos desde que pela "primeira vez foi reconhecido o direito da criança ser protegida, independentemente de qualquer consideração de raça, nacionalidade ou credo."
Na declaração original, composta por cinco artigos, "entretanto ampliados, foram adotados pela Assembleia Geral das Nações Unidas que em 1959, promulga a Declaração dos Direitos das Crianças."
São tantas vezes as crianças aquelas que mais sofrem com o impacto das crises, das guerras, dos conflitos. São as crianças, tantas vezes as vítimas de crises familiares, desde passarem necessidades, fome, abandono, violência doméstica, abusos físicos e psicológicos...
Sofrem as crianças com os conflitos internacionais, de vários que poderia aqui nomear e que tantas vezes aqui já fui referindo no blogue. Feridas por ataque indiscriminados, desalojadas, fugitivas, perdidas das famílias, órfãs, doentes...
Tantas vezes, falta a estas crianças o acesso a uma alimentação saudável ou a garantia a viverem numa habitação minimamente cómoda. Falta ainda tanto... no país... na Europa... no mundo.
Deixo aqui um link muito interessante, onde podem encontrar referência aos artigos da Declaração dos Direitos da Criança.
É um pequeno livro feito pelo IAC, de uma grande qualidade e que vale a pena ler e ter. Acrescento também a Declaração, num documento mais oficial, de origem da Procuradoria Geral da República Portuguesa.
Dizia o Público em 2022, que "o número das crianças vítimas de trabalho infantil aumenta pela primeira vez em duas décadas. O número de crianças deslocadas é o maior desde que há registo." Refere ainda que em diversas "geografias," ainda "persiste a utilização de crianças como soldados. Os casos de casamento infantil e de violência sexual contra crianças cresceram nos últimos anos."
É assim preciso promover estes direitos!
Fontes:
https://gddc.ministeriopublico.pt/sites/default/files/declaracaodtoscrianca.pdf
E parece que pouco ou nada se pode fazer.
Nos ataques que Israel levou a cabo contra o Líbano entre ontem e hoje, já se contabilizam 558 mortos - o "número mais elevado desde a última guerra entre o Hezbollah e Israel em 2006." Nesta lista, estão "50 crianças e 94 mulheres." Ao número de mortos, é preciso acrescentar os feridos - "1835 feridos até agora" - muitos deles, graves.
O ministro libanês da Saúde, Firass Abiad, “desmente todas as alegações israelitas de que os alvos são combatentes", acrescentando que "na verdade, infelizmente, a grande maioria, se não todos, são pessoas desarmadas que se encontravam nas suas casas". Muitos habitantes do sul do Líbano acabaram por fugir "em massa para Beirute," devido incessantes bombardeamentos por parte da aviação israelita. "A preocupação também atinge a capital libanesa com habitantes a receberem avisos israelitas nos seus telemóveis e linhas fixas. As escolas foram encerradas em todo o país."
Durante esta manhã, dezenas de rockets foram disparados do Líbano contra Israel, em retaliação, atingindo diversos edifícios. De um lado, ou do outro, quem sofre é o povo...
As companhias aéreas já estão a cancelar os voos para Beirute devido ao risco de insegurança que o intensificar deste conflito está a provocar.
O Irão promete que não vai abandonar o Hezbollah e a escalada de violência não parece parar aqui. Como pode alguém aguentar tudo isto? Como não compreender que, muitas destas pessoas, queiram afinal sair destes territórios, deixando para trás o pouco que tinham?
Hoje começou a "79.ª Assembleia Geral da ONU" onde António Guterres apelou "à comunidade internacional" para que se mobilizasse de forma a que "seja alcançado um acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns entre Israel e o Hamas." Referiu ainda que “devemos todos ficar alarmados com a escalada" de violência que está a lcolocar o "Líbano à beira do abismo." Apela a que se faça alguma coisa para que "o Líbano" não "se transforme noutra Gaza."
Fontes:
https://www.rfi.fr/pt/geral/20240924-ataques-israelitas-no-l%C3%ADbano-provocaram-mais-de-550-mortos
Uma comitiva que transportava diplomatas de vários países foi alvo de um "ataque no Paquistão," levando à morte de um polícia e a ferimentos em três outros. Na comitiva seguiam "o embaixador russo e diplomatas portugueses, iranianos, turcomanos, tajiques, cazaques, bósnios, zimbabueanos, ruandeses e vietnamitas." O ataque aconteceu "no vale do Swat, em Khyber Pakhtunkhwa, na fronteira com o Afeganistão." Os diplomatas estariam a participar num encontro para "promover o comércio local, conhecido pelo seu artesanato e pedras preciosas."
Na caravana, composta por 12 diplomatas, "viajava o embaixador português, Frederico Silva, que o Ministério dos Negócios Estrangeiros português confirmou à Lusa estar bem," uma vez que ia a meio do comboio e a viatura onde seguia não chegou a ser atingida. Esta é uma região perigosa por ser um "bastião dos talibãs paquistaneses (TTP), treinados para o combate no Afeganistão e que defendem a mesma ideologia dos talibãs afegãos."
Ontem, escrevi sobre a situação tensa no Médio Oriente e até agora os ataques não cessaram - nem tão cedo se espera que isso aconteça, infelizmente. Nos últimos dias, os ataques contra território libanês já provocou "dezenas de mortos, segundo a Defesa Civil," sendo que "o balanço provisório do atentado de sexta-feira é de 50 mortos e 66 feridos, mas há ainda 11 desaparecidos."
Preocupado com a escalada do conflito, "o secretário-geral da ONU, António Guterres," receia que o conflito no Líbano se torne "uma nova Gaza", numa entrevista dada à CNN.
Depois de aconselhar os habitantes do sul do Líbano a "manterem-se afastados" de edifícios onde o "Hezbollah pode ter armazenadas armas" e que possam ser alvos "do movimento pró-iraniano Hezbollah," Israel lançou esta segunda-feira dezenas de ataques "no sul e no leste do Líbano." Em cerca de meia horam foram lançados "mais de 80 ataques aéreos."
A agência Reuters, descreveu os bombardeamentos desta manhã "como os mais vastos que Israel realizou em simultâneo desde outubro do ano passado." Na última sexta-feira, o exército israelita assassinou "um importante comandante do Hezbollah, Ibrahim Aqil, num bombardeamento em Beirute que fez pelo menos 12 mortos, incluindo cinco crianças."
Este comandante era "procurado há décadas pelos Estados Unidos" acusado de ter sido responsável "pela morte de mais de 300 pessoas nos atentados de 1983 em Beirute." O ataque de 1983 terá morto 307 pessoas que se encontravam num "quartel de uma força internacional de manutenção de paz," entre as quais "241 militares norte-americanos." A explosão de um camião provocou ainda a morte de "63 pessoas na embaixada norte-americana," daquele país.
https://www.publico.pt/2024/09/23/mundo/noticia/israel-ataca-alvos-sul-leste-libano-2105114
Não tem havido dia em que não se fale da tensão vivida no Médio Oriente e, esta semana, a situação não foi diferente. Este foi mais um fim de semana sangrento em que nenhum dos lados teve paz.
Um dos ataques mais importantes - não pela ocorrência de vítimas, mas pelo seu simbolismo - foi sem dúvida o encerramento da estação de televisão Al-Jazeera, por forças israelitas que "entraram nas instalações do canal de rosto coberto e fortemente armados," dando ordens de encerramento da "redação em Ramallah, na Cisjordânia ocupada." O encerramento foi ordenado "45 dias." Quando se retira do povo o direito a ter acesso ao que se passa, através dos meios de comunicação social, retira-se uma importante parte dos seus direitos. Já no passado dia 12 de setembro, o Governo israelita tinha anunciado "a retirada de acreditações aos jornalistas da Al-Jazeera, cujas emissões já tinham sido proibidas em inícios de maio por, alegadamente, violarem a segurança do Estado." Estes atos vão contra a liberdade de imprensa, defendida pelo direito internacional.
Israel poderá ter estado por trás do ataque feito através de "materiais explosivos" colocados em "pagers que foram vendidos ao Hezbollah e que explodiram na terça-feira, provocando pelo menos nove mortos e 2.800 feridos." Os aparelhos de comunicação portáteis "explodiram, de forma quase simultânea, no Líbano," ferindo "centenas de membros do grupo xiita," entre os quais o próprio "embaixador do Irão no Líbano, Mojtaba Amani."
Apenas algumas horas depois deste ataque, foram usados "aviões de guerra israelitas" para efetuar dezenas de ataques no sul do Líbano, respondendo à ameaça de retaliação feita pelo "líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah", que sobreviveu ao ataque feito "com explosivos em pagers e walkie-talkies, nos últimos dias."
A situação entre Israel e Líbano está a escalar cada vez mais depressa. O "Hezbollah disparou mais de 100 projéteis durante a noite," atingindo várias aldeias e "obrigando milhares de residentes e refugiarem-se em abrigos antiaéreos." Como resposta ao ataque feito através do território libanês, Israel lançou centenas de mísseis, tendo atingido, segundo informação do exército israelita, "cerca de 400 alvos no sábado, incluindo lança-foguetes do Hezbollah, e que irá continuar a atacar o movimento apoiado pelo Irão." Em Israel foram já encerradas "todas as escolas" e foram restringidos "ajuntamentos no norte do país."
No que respeita ao outro lado do conflito, Gaza foi novamente atacada este sábado, tendo sido atingida "uma escola que abrigava milhares de desalojados no sul de Gaza." Contam-se já oito crianças entre as desassete vítimas mortais. Contam-se ainda 30 feridos. As "vítimas são maioritariamente mulheres e crianças que estavam abrigadas na escola para fugir à guerra naquela região."
Na mesma zona de Gaza, foi também "registado um ataque a outra escola, onde várias pessoas ficaram feridas." Os números mais recentes apontam para 60 mortos desde sexta-feira, provocados por "bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza," entre os quais estão três palestinianos que perderam a vida, no ataque a um autocarro que "transportava deslocados," perto da "passagem de al-Abas."
"Em Rafah, no sul, pelo menos 14 habitantes de Gaza foram mortos em dois ataques israelitas, segundo a Defesa Civil, 13 deles numa única casa bombardeada, e mais uma pessoa foi morta quando conduzia numa mota na zona de Khirbet al-Adas."
Fontes:
https://www.rtp.pt/noticias/mundo/israel-lanca-grandes-ataques-contra-o-libano_a1601288
Assim devia ser, todos os dias e... em todo o lado.
Infelizmente, a paz é quase uma utopia, algo impossível de alcançar. Neste dia, os Estados deviam reforçar os ideais de paz, "através da observação de 24 horas de não-violência e de cessar-fogo em todo o mundo."
Mas o que temos?
Numa cultura de paz em que deveria prevalecer o "respeito pela vida, pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais," temos milhares de pessoas deslocadas dos seus países, fugindo praticamente sem nada.
Quando "a promoção da não-violência através da educação, do diálogo e da cooperação" falha, temos escolas a ser destruídas por mísseis, meninos e meninas sem poderem estudar porque as salas onde antes se ensinava para a vida, estão agora a servir-lhes de abrigo. Estas crianças nunca mais sentirão na escola um lugar seguro. As lembranças dos seus dias de infância serão negros e escuros, os seus ouvidos não lembrarão cantigas de roda, mas o silvar das balas e a queda das bombas. Os gritos. A agonia.
Se não se consegue um "compromisso com a resolução pacífica dos conflitos", quem sofre são sempre os mais frágeis, aqueles que menos têm, aqueles que só queriam estar junto das suas famílias nas suas casas.
Quando falha "a adesão à liberdade, à justiça, à democracia, à tolerância, à solidariedade, à cooperação, ao pluralismo, à diversidade cultural, ao diálogo e à compreensão a todos os níveis da sociedade e entre as nações," falha também a humanidade. Falhamos todos.
A guerra devia ser uma memória que tivesse de ser contada nos livros de história aos alunos, nunca uma vivência para qualquer criança ou jovem, nunca uma ameaça ou, uma certeza. A paz, parece estar cada vez mais longe e a ameaça de um conflito global envolve-nos a todos. Desde que o Homem é Homem, que esta dicotomia faz parte da sua natureza. A humanidade evoluiu tanto e, nisto, fomos incapazes de evoluir, de construir pontes e de quebrar fronteiras. A guerra nunca trouxe nada de positivo, muito pelo contrário, mas é com armas que constroem barreiras entre culturas, é com a morte que se destrói um povo.
Fontes:
https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/dia-internacional-da-paz
Hoje o dia acordou cinzento, com algumas nuvens e chuva em alguns pontos do país. Chuva que veio trazer algum alívio às populações, mas que tem de ser olhada também com alguma precaução. Como sempre, depois de grandes incêndios, as áreas ardidas e as zonas adjacentes ficam cobertas de cinza e de muitos inertes que podem ser arrastados pelas encostas, poluindo os cursos de água. É natural e expectável que isto aconteça, é mais uma consequência dos incêndios (que não é contabilizada na pena dos incendiários). As zonas atingidas pelos incêndios podem agora sofrer deslizamentos de terras para as quais a população deve estar atenta e mostrar uma atitude preventiva.
O país está de luto. Pelas vidas humanas perdidas foi declarado pelo governo que hoje seria dia de luto nacional. Mas não chega... temos de exigir mais! "Morreram sete pessoas e 166 ficaram feridas, devido aos fogos que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas." (Pelas contas da ANEPC são apenas contabilizados "cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita").
De acordo com a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, em apenas quatro dia (de 14 a 18 de setembro) foram registadas "1044 ignições, 416 das quais em período noturno," a que respeita uma área ardida de cerca de "94.146 hectares."
A ministra informou também que foram "detidas 11 pessoas, suspeitas de crime de incêndio florestal, sendo que oito delas foram apanhadas em flagrante delito."
O incêndios ainda não estão completamente extintos. Os dois incêndios que deflagravam em Castro de Aire, no distrito de Viseu, ainda não foram dominados. O incêndio de "Penalva do Castelo, distrito de Viseu, entrou esta madrugada em fase de resolução." Também o incêndio que começou em Alvarenga, Arouca, na quarta-feira, entrou "em fase de resolução."
Os incêndios de Sabroso de Aguiar e de Veria de Jales e Quintã, apesar de já terem estado em fase de resolução, acabaram ontem por sofrer "reativações", na zona de Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real.
Agora está na hora de avaliar os prejuízos e esperar que as seguradoras façam a sua parte. O governo tem de apoiar agora estas autarquias, para que possam numa perspetiva de maior proximidade, apoiar as suas populações. São as autarquias, as assistentes sociais, as entidades locais (cruz vermelha, bombeiros, associações...) que sabem o que cada família necessita, que conhecem as empresas e aquilo que foi realmente perdido e danificado. Tenho estado a ver diversas entrevistas e reportagens televisivas e as perdas são muito grandes para cada uma destas pessoas. Em Castro Daire, Codeçais, são as quinze cabras que sobreviveram com ferimentos que dão agora alento a este pequeno produtor que teve de abandonar tudo para salvar a sua própria vida. Este senhor, perdeu mais de uma centena de animais (que são de uma raça autóctone transmontana, e por isso valiosa), mas além dos animais perdeu também alfaias, reboques, maquinarias, mais de dez quilómetros de cercas e terras... contabilizar tudo isto e agora multiplicar por outros produtores e pequenos empresários que perderam aquilo que tinha sido até aqui a sua vida. (Entrevista na Sic Notícias)
Falta agora pasto para os animais, ardeu o que estada dentro dos estábulos, dos armazéns e lojas. Ardeu a lenha que muitas pessoas já armazenavam para o inverno, e que lhes traria algum conforto no inverno frio que se aproxima. Arderam as arcas onde havia carne congelada para alimentação das famílias.
No "município de Albergaria-a-Velha" 41 famílias "perderam a casa, por causa das chamas."
A autarquia de Penalva do Castelo, registou "danos em equipamentos municipais no valor de cerca de 200 mil euros." Em Aveiro, os incêndios já se encontram "completamente dominados", mas "60 casas foram atingidas pelos fogos."
Em São Pedro do Sul, "arderam duas casas de primeira habitação," cerca de dez casas "de segunda habitação" e ainda vários "palheiros."
Fontes:
Há vários dias que aqui tenho estado a tentar escrever um pouco sobre os incêndios que afetam o nosso país. Estamos todos de luto pelas perdas humanas, mas não nos podemos esquecer daqueles que ficam. Como lidar com a perda de uma casa, como olhar para os seus próprios animais carbonizados? Em 2017, estive na região da Pampilhosa da Serra, depois dos grandes inêndios de outubro e ainda hoje quando recordo aqueles dias, me recordo do cheiro e das lágrimas. Dias depois, ainda havia pontos quentes e aqui e ali pequenas chamas pontuavam a paisagem de laranja no meio do negro. Para muitas destas pessoas, a vida mudou totalmente, acabou ali, perderam tudo o que tinham.
André Fernandes, Comandante Nacional da Proteção Civil, tem feito todos os dias o ponto de situação das ocorrências, tentando passar através da comunicação social as informações mais relevantes nesta ocasião.
Podemos dizer que a descida de temperatura está a dar uma ajuda. "Os fogos que lavram há vários dias no distrito de Aveiro continuam a ser os que mobilizam mais operacionais e meios. Ainda assim, incêndios em Oliveira de Azeméis e Albergaria-a-Velha estão em fase de resolução."
No incêndio que deflagra em Sever do Vouga, há a registar um ferido "com gravidade," na localidade de Frágua. O incêndio atingiu "casas, sobretudo devolutas, e destruiu pelo menos 5 empresas." Os meios aéreos tiveram o seu trabalho dificultado pelo vento, que dificulta o combate às chamas, impedindo a sua atuação.
Em Castro Daire a situação é ainda complexa, continuando "a lavrar com muita intensidade" e, havendo, segundo declarou Paulo Almeida, do município de Castro Daire, "cerca de 12 frentes ativas". De acordo com a Proteção civil, o incêndio está a provocar "grandes projeções" que obrigam "à reposição dos meios de combate."
De acordo com Paulo Almeida, "muitas famílias acabaram por perder tudo, a sua subsistência," havendo danos em várias "primeiras habitações, barracões, anexos, arrumos, carros, máquinas, explorações agrícolas." Castro Daire recebeu o "reforço de meios espanhóis que estava previsto para o incêndio de Sabroso de Aguiar, Vila Pouca de Aguiar," que para ali acabaram por ser desviados. Estes "120 operacionais" da "Unidade Militar de Emergência espanhola" que vinham reforçar "o combate ao fogo no concelho de Vila Pouca de Aguiar," acabaram por ser desviados para Castro Daire, devido ao agravamento da situação.
O incêndio de Nelas, que terá tido início na aldeia de Folhadal, "na segunda-feira, está em resolução desde as 10:23, disse à agência Lusa fonte do Comando Sub-regional de Viseu Dão Lafões."
"Na aldeia de Arrancada do Vouga, as chamas já chegaram às casas, algumas devolutas, mas também algumas de primeira habitação."
No caso da ocorrência do concelho de Mangualde, que terá tido "origem em Penalva do Castelo" na passada segunda-feira, encontra-se "completamente dominado."
De acordo com declarações à Lusa, feitas pelo "adjunto de comando dos Bombeiros Voluntários de Santo Tirso, Luís Coelho," o "incêndio que começou na segunda-feira em Paços de Ferreira," e que avançou em direção a Santo Tirso, "teve dois reacendimentos na madrugada de hoje, continuando ativo em vários pontos," depois de ontem ter sido dado como dominado.
E deixo para o fim, o meu agradecimento aos que lá estão! Aos elementos das forças de autoridade, aos elementos da Cruz Vermelha, às várias associações, aos membros do INEM e aos bombeiros. Morreram quatro bombeiros e, apesar de tardiamente a meu ver, a presidência já declarou que amanhã será dia de luto nacional.
Como esclarecimento, a declaração de "luto nacional pode acontecer após a morte de uma três mais altas figuras do Estado: Presidente da República, presidente da Assembleia da República e primeiro-ministro." Mas não só: pode também ser "decretado quando morrem os antigos chefes de Estado" e, pode também "ser declarado pelo falecimento de personalidade ou ocorrência de evento de excecional relevância”. Tal como aconteceu em Pedrógão Grande, como ocorreu nos "incêndios de 15 de outubro," ou como aconteceu quando "uma árvore de grande porte caiu durante a festa da padroeira da Madeira."
Não vai trazê-los de volta, mas é um reconhecimento pelo seu trabalho e por uma vida dedicada a uma causa que não se esgota apenas no combate às chamas, mas que tem neste a sua maior visibilidade. Recebem pouco mais de dois euros à hora. Alguns... outros estão lá sem receber nada (e sim, vão porque querem, porque gostam, porque se sentem bem a ajudar os outros...), mas é justo? Não.
O trabalho dos bombeiros tem sido complicado e, nem sempre, reconhecido. Felizmente, são poucos aqueles que não admiram e agradecem o trabalho efetuado por todos estes homens e mulheres que deixam as suas casas e famílias para ir combater aquele inimigo nefasto. Muitos que lá estão, também têm as suas casas em risco e têm de ir acudir aos outros - foi esta a vida que escolheram. Mas haveria tanto a dizer sobre o que está errado... sobre a falta de descanso, sobre a falta de alimentação! Felizmente, as populações apoiam os bombeiros e quando lhes é possível, dão-lhes água, comida e algumas situações até acesso a uma casa de banho. Não vos veio ainda à ideia isso, pois não? Alguém imagina o que é estar numa viatura um dia inteiro sem poder ir a uma casa de banho, sem ter um pouco de dignidade? As mulheres que estão nos bombeiros, precisam também de se sentir minimamente limpas, por vezes, de trocar um penso ou um tampão.
Fontes:
https://www.rtp.pt/noticias/pais/incendios-em-portugal-a-situacao-ao-minuto_e1600960
...num pequeno país onde apesar de tanto mar, rios e lagoas, falta água que ponha cobro a tantas chamas!
Pois é, o que é "demasiado" num dia, no outro já falta. De inverno, ficamos aborrecidos quando chove e a água sobe, os rios transbordam, inundando tudo à sua passagem. Agora, imagino que um pouqinho dessa água estaria a fazer falta a muita gente. Infelizmente, não mandamos no tempo. Não podemos fechar a "janela" e evitar o vento, mas existem outras coisas que podemos fazer e, das quais, só nos lembramos quando a desgraça chega à nossa porta.
Parece que em breve, a chuva vai voltar e parece que existem meios a caminho de Portugal, vindos de Espanha e de outros países. Pelo menos, ajudarão a dar alguma "folga" aos nossos bombeiros que não têm tido descanso.
No total, foram já registadas "150 vítimas, entre elas 12 feridos graves, (...) 65 ligeiros feridos ligerios e 68 assistidos." Lamenta-se ainda a perda de sete vidas, dos quais quatro eram bombeiros. Da corporação de Vila Nova de Oliveirinha, lamenta-se a perda de Paulo Santos, Susana Carvalho e Sónia Melo. Dos bombeiros de S. Mamede de Infesta, lamenta-se a morte de João Manuel Silva. Uma outra vítima foi Carlos Eduardo, "imigrante brasileiro" de 28 anos e que "morreu carbonizado no incêndio de Albergaria-a-Velha," quando "tentava salvar maquinaria da empresa para a qual trabalhava." Conta-se também a morte de uma senhora com 83 anos, "vítima de paragem cardiorrespiratória na aldeia de Almeidinha, Mangualde, ao ver as chamas a aproximar-se da sua área de residência." Há ainda a contabilizar a morte de um homem de 88 anos, do "lugar do Fontão, na freguesia de Angeja em Albergaria-a-Velha" e que deixa "três filhos e vários netos."
As regiões norte e centro do país continuam a ser as mais afetadas, tendo o Governo declarato situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.
Em Gondomar, desde o início desta grande ocorrência, foram já assistidos oito bombeiros, dos quais um chegou mesmo a ser sujeito a uma cirurgia. Este incêndio iniciou-se ontem pelas 13h02 e, já levou à evacuação "por precaução, e no sentido de evitar a inalação de fumo," de trinta idosos do "Lar da Santa Casa da Misericórdia de Gondomar. Estes "idosos foram transportados para o Multiusos de Gondomar, estando acompanhados pelos técnicos do próprio lar e pelos técnicos das áreas da saúde e da ação social da Câmara Municipal de Gondomar."
Foi também necessário proceder à evacuação de "três estabelecimentos de ensino - EB1 de Ramalde (S. Cosme), EB1 de Aguiar (Jovim) e Jardim de Infância de Trás da Serra (Jovim), tendo, dos cerca de 100 alunos dos três estabelecimentos, 20 sido transportados para o Multiusos de Gondomar, de onde foram depois "recolhidos pelos encarregados de educação". Há pessoas desalojadas e terão já ardido "três casas arderam esta segunda-feira no incêndio que está a lavrar na freguesia de Jovim." O incêndio avançou "na direção da freguesia vizinha da Foz do Sousa." Algumas habitações localizadas "na zona de Branzelo, em Melres, concelho de Gondomar, estão a ser evacuadas e a população retirada devido aos incêndios."
No que respeita ao incêndio de Valongo, Gondomar, presidente da junta de freguesia foi constituído arguido devido a ser responsável por "dois funcionários da autarquia" que, alegadamente, estavam a usar "roçadoras de disco," para limpar as ruas. Estas máquinas, que são proibidas quando existem alertas (como era o caso) "terão gerado faíscas." Segundo o autarca, os funcionários teão usado o disco por "haver uns tojos na rua" e as faíscas prococadas terão dado início ao incêndio, "tendo o alerta, segundo os Bombeiros de Valongo, sido dado às 9:45," de ontem.
Em Vila Pouca de Aguiar a situação também é crítica. O "incêndio galgou para Vila Real, pelas zonas de Covelo e da Samardã," avançando em diferentes frentes. O comandante Hugo Silva, informou à agência Lusa, que tinha havido uma "reativação forte em Sabroso, uma frente completamente incontrolável, acrescentando que não tinha "meios disponíveis para reforçar" nem para "substituir" os bombeiros que "já andam aqui em trabalho há vários dias."
O comandante mostrou também receio de que este incêndio que "progride em direção a norte," chegue "à porta de Vidago (Chaves)." Existem ainda outras duas frentes preocupantes "que se desenvolvem na zona de Soutelinho do Mezio e na Samardã."
O incêndio de Tábua, no distrito de Coimbra, e que "teve origem no fogo que na segunda-feira eclodiu em Nelas e se estendeu a Carregal do Sal, no distrito de Viseu," foi fdado esta manhã como "dominado" apesar de não ter havido hipótese de se baixar os braços.
Em Arouca, no distrito de Aveiro, uma "parte do troço de madeira dos Passadiços do Paiva," foi consumida pelas chamas. Devido a este incêndio, foi necessário proceder à retirada de alguns "habitantes com mobilidade reduzida," que foram depois "conduzidos para casa de familiares, noutras localidades." Foram também encerrados "todos os estabelecimentos de ensino da rede pública do concelho, afetando as escolas-sede dos agrupamentos de Arouca e Escariz ao acolhimento exclusivo" dos "filhos e dependentes a cargo dos profissionais diretamente envolvidos nas operações de socorro no âmbito dos incêndios." Uma ação de valorizar!
O incêndio de Albergaria-a-velha, que começou na segunda-feira, pelas 07:20, "entrou" segundo o comandante Albano Ferreira, "em resolução cerca das 10:30. Continua agora a ser necessário manter os meios no terreno, "atentos a reativações" que possam ocorrer.
"Os meios aéreos fornecidos pelos países europeus ao abrigo do mecanismo de proteção civil da União Europeia já estão a operar em território luso. Ao todo operam oito aviões, quatro oriundos de França, dois de Itália e mais dois de Espanha." Chegaram também esta madrugada 230 bombeiros vindos de Espanha, com a missão de apoiar os operacionais portugueses. Foi cancelada a vinda dos meios gregos. "O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até quinta-feira a situação de alerta."
Fontes:
https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2024/09/16/incendios-seis-bombeiros-feridos-em-gondomar/393884/
https://www.rtp.pt/noticias/pais/incendios-em-portugal-a-situacao-ao-minuto_e1600618
https://portocanal.sapo.pt/noticia/356074/
Desde ontem que o país olha horrorizado para um país que arde, aparentemente, de forma desgovernada.
Uma das pessoas que gostei de ouvir explicar vários factos, foi o comandante Mário Conde, do CB da Amadora, que esteve a comentar de forma extremamente assertiva a situação que se vive desde a passada sexta-feira no nosso país. Uma das melhores conversas que vi, nos últimos dias, entre o jornalista e apresentador Hernâni Carvalho e o comandante que, ao contrário de muitos "pseudo" comentadores que por aí andam, disse o que tinha a dizer de forma direta e sem medo de represálias (que certamente, as poderá vir a ter), no programa 'Linha Aberta', transmitido hoje, dia 17 e, em que se analisaram "os motivos que poderão estar a causar um mar de chamas acima do Mondego."
Não têm sido dias fáceis e há a lamentar sobretudo a morte de quatro bombeiros.
No passado domingo, dia 15, "João Manuel dos Santos Silva," que era "membro da corporação dos Bombeiros Voluntários de São Mamede de Infesta (Matosinhos)," estaria numa pausa para se alimentar durante o combate a "um incêndio na região de Oliveira de Azeméis," quando "morreu vítima de doença súbita." João Silva e os colegas foram jantar depois de terem estado "a combater as chamas," e "quando estavam a tomar café," o bombeiro "entrou em paragem cardiorrespiratória." Apesar de ter sido "assistido no local por uma equipa do INEM," o quadro já não foi possível de reverter. Este homem, era casado e "tinha dois filhos, sendo que o mais novo também é bombeiro, e dois netos. Durante muitos anos, trabalhava como padeiro de noite e depois de dia ia para os bombeiros."
Em Tábua, distrito de Coimbra, três bombeiros perderam a vida. Carbonizados depois de terem ficado cercados pelas chamas. Sabem o que é estar a sentir o corpo a "cozinhar" dentro dos equipamentos que estes bombeiros vestem? Imaginem só o querer encontrar o caminho, saber dos colegas e cair, atingido pelas chamas cavalgantes. Duas mulheres e um homem, que estavam a combater uma frente de incêndio (e não em deslocação com veiculado por alguns meios de comunicação social) perderam a vida e as suas famílias irão apenas ter os seus corpos carbonizados para chorar. Imaginem-se e entendam porque é que a mim, perante estas notícias, me sobe uma vontade de atirar com os incendiários para o meio das chamas e deixá-los lá. Não nos podemos esquecer que há também feridos a lamentar, entre eles, vários bombeiros. De entre os feridos, a situação mais grave será a de uma bombeira que está a lutar pela vida nos Cuidados Intensivos.
Que haja mão firme da justiça!
Além disso, lamentam-se também vários civis que acabaram por perder a vida, por causas direta ou indiretamente, ligadas aos incêndios florestais.
Segundo a GNR, no dia 16, segunda-feira, "foi encontrado cerca das 15.30 horas um corpo carbonizado na zona florestal do Sobreiro, no concelho de Albergaria-a-Velha" que se revelou vir a tratar-se de "um cidadão de nacionalidade brasileira, de 28 anos de idade, funcionário de uma empresa que se dedica à exploração florestal." Aparentemente, este homem "terá ido, juntamente com outros funcionários da empresa, recuperar alguma maquinaria que se encontrava na zona afetada pelo incêndio."
Durante a noite, uma idosa de 83 anos, morreu perto de Mangualde.
Ao longo da noite, muita gente teve de ser evacuada. Manter a calma é algo quase impensável quando se tem de abandonar a casa, os bens que se levou uma vida a juntar, as memórias que não sabem se lá vão estar quando regressarem. Não há ninguém que abandone a sua casa e a sua terra de ânimo leve. Já arderam cerca de 40 casas e diversas viaturas.
Muitos voluntários têm estado a ajudar nestas evacuações e também no combate às chamas, em locais onde os profissionais não conseguem chegar tantas são as ocorrências que ocorrem em simultâneo. Ajudam com tratores, com máquinas agrícolas, com pequenos tanques com água. Muitos voluntários de diversas organizações, ou até por iniciativa própria, têm estado a ajudar a resgatar animais. Infelizmente, parece que não tem sido possível salvar todos os animais.
Resumindo um pouco, algumas das ocorrências, de referir que pouco depois da meia-noite, havia em Ribeira de Fráguas, na zona de Albergaria-a-velha, uma zona habitacional que era atingida pelas chamas. Os bombeiros estavam longe de conseguir chegar a todo o lado e, se por um lado se pedia às populações para dixarem as suas casas e irem para um lugar seguro, por outro, a ausência de meios que os tranquilizassem, fazia com que poucos aceitassem arredar pé.
Em Vila Pouca de Aguiar, o fogo também não deu tréguas durante a noite, com o vento forte a piorar a situação.
Em Coimbra, o incêndio que na véspera tinha deflagrado numa zona florestal, durante a noite ameaçou a cidade. Ninguém se esquece do incêndio que há 19 anos, cercou e invadiu a cidade.
Segundo as palavras do presidente da câmara municipal de Sever do Vouga, um dos incêndios que começou perto da zona industrial, uma pessoa foi vista a dar início a esta ignição e a fugir. O vento estava fortíssimo, o local era distante dos outros focos de incêndio e os meios estavam empenhados noutras ocorrências muito consideráveis. Maldade pura de quem achou boa ideia dar início a uma nova ignição, ainda por cima perto de uma zona industrial. As pessoas criticam a falta de meios e demora na ajuda, mas por muito que custe a alguns compreender, em situações destas, não há meios que cheguem a todo o lado e a população não consegue e não pode fazer mais.
Em Gondomar, deflagraram vários incêndios em pontos diferentes. A população vai tentando proteger as casas com baldes e mangueiras domésticas e está cada vez a ficar mais nervosa e cansada. O presidente da Câmara de Gondomar referiu que "a propagação para a área urbana do incêndio", está "contida", embora na zona de Melres, a situação não esteja controlada. Um dos maiores focos, começou na zona de Cosmes, ontem pouco depois das 13h00.
Na zona de Baião, já arderam várias casas. O presidente queixa-se da falta de meios aéreos referindo, no entanto, que compreende a situação tendo em conta o que se está a passar pelo país.
Em Valongo, a Polícia Judiciária "constituiu arguidos quatro funcionários da União de Freguesias de Campo e Sobrado," por presumívelmente terem, pela sua atuação irresponsável, sido os autores de um incêndio florestal. Os funcionários, apesar de todos os alertas, usaram "uma roçadora de disco metálico, cuja utilização é proibida quando o índice de perigo de incêndio rural se encontra a um nível máximo ou mesmo muito elevado”. Agora coloco a questão: usaram por sua iniciativa, ou alguém os mandou utilizar aquele tipo de máquina?
Em Mangualde, arderam também várias habitações e há feridos a registar. A população ajuda como pode, mas o incêndio veio de Penalva, empurrado pelo forte vento. Nelas, Mangualde e Penalva do Castelo são apenas alguns exemplos de zonas onde devido aos incêndios as aulas foram canceladas, as creches e jardins de infância não abriram e alguns lares foram evacuados. A A25 continua cortada nos dois sentidos, para segurança dos condutores e, também, para servir de faixa de emergência para a circulação dos meios.
"Os incêndios de Cabeceiras de Basto e Póvoa de Lanhoso, distrito de Braga, preocupam a Proteção Civil por haver casas na linha de fogo e pelo risco de propagação a uma mancha florestal contígua de vários hectares." Este incêndio, chegou mesmo a "cercar a aldeia de Samão, obrigando os moradores a refugiarem-se num abrigo previamente definido no âmbito do Programa Aldeias Seguras."
Em Amarante, no distrito do Porto, deflagraram três incêndios em diferentes zonas do concelho, com algumas das frentes muito "próximas de zonas residenciais." Dois destes incêndios "lavram nas zonas da serra da Aboboreira e de Vila Meã."
Um outro incêndio, lavra em Aguiar de Sousa, Paredes, tendo tido origem pelas "05:21 na zona de Sobreira." O incêndio que teve início "na segunda-feira em Soutelo, Castro Daire," está neste momento com “várias frentes ativas” e segue já em "direção aos municípios vizinhos de São Pedro do Sul e Viseu."
Além dos bombeiros, que têm o maior dispositivo de sempre a atuar, não nos podemos esquecer de todas as outras entidades que têm estado a ajudar. No entanto, na contabilização dos meios, não nos podemos esquecer de fazer a distinção entre os meios em combate e os meios em trânsito, ou os meios em reserva, o que por vezes é transmitido de forma um pouco confusa pela comunicação social, fruto desses dados não lhes serem transmitidos.
A Cruz Vermelha Portuguesa já "mobilizou 100 colaboradores e voluntários para o apoio às autoridades no socorro às populações afetadas pelos incêndios, naquele que é o maior contingente dos últimos cinco anos, anunciou hoje a instituição."
Por volta das 09:30 desta manhã, "a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC)" registava "mais de 140 ocorrências, envolvendo mais de 5000 operacionais, apoiados por 1600 meios terrestres e 21 meios aéreos." Ao longo do dia de hoje, a situação evoluiu para norte e o Minho rapidamente foi atingido. Olhando o mapa, observa-se a localização da maioria dos incêndios e, podemo-nos perguntar o porquê de estarem localizados numa zona, apesar de extensa, limitada.
Fica também sobre hoje o registo de um aluno de apenas 12 anos que esta tarde esfaqueou seis colegas na Escola Básica da Azambuja. As aulas tinham começado apenas há poucas horas quando "depois de ter ido a casa à hora do almoço buscar a arma branca", um aluno do 7º ano esfaqueou seis colegas, aparentemente de forma indiscriminada. O aluno tinha saído para almoçar e, no regresso, "já no interior do edifício da escola," retirou da mochila "um colete à prova de bala, que mais tarde identificou ser do pai, e uma faca." Cá estas situações não são muito comuns - felizmente - mas noutros países é frequente existirem este tipo de ataques em escolas.
Fontes:
https://www.rtp.pt/noticias/pais/incendios-em-portugal-a-situacao-ao-minuto_e1600254
https://www.jn.pt/7262728855/dois-mortos-nos-incendios-em-albergaria-a-velha/
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