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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
A Venezuela foi a eleições na passada semana, mas passada quase uma semana, os resultados ainda não são explícitos. Ainda não tinha conseguido vir aqui falar deste assunto (sendo que por outro lado estava também a aguardar que a situação deixasse de ser tão ambígua e que as atas fossem realmente apresentadas e a verdade reposta), mas uma semana depois a situação na Venezuela - onde estão milhares de cidadãos portugueses e luso-descendentes - continua tensa.
No passado domingo, ainda faltava terminar a contagem de várias mesas eleitorais, já Nicolás Maduro alegava ter ganho com 51,20% dos votos contra 44,2% da oposição, liderada por Edmundo Urrutia. Logo depois, a oposição reinvindicava que, mesmo sem a contagem total, já tinham conseguido derrubar o governo de Maduro por quase 80% dos votos. Perante esta dualidade de resultados e com a falta de apresentação das atas definitivas, a verdade é que uma semana depois, a situação não está devidamente esclarecida e Maduro não foi ainda legitimado para iniciar o seu terceiro mandato consecutivo como presidente da Venezuela. Vários estados vieram já pedir a divulgação das atas eleitorais, ainda mais, depois de ter sido recusada a entrada de representantes europeus e pan-americanos.
Por sua vez, Maria Corina Machado, afirma que Edmundo Urrutia venceu com 70% dos votos, levando a que milhares de venezuelanos viessem para a rua protestar por fraude eleitoral. Corina Machado, depois de alegar que tinha tido de se esconder e que temia pela sua própria vida, acabou por aparecer na manifestação, pedindo "mobilização para exigir transparência no resultado eleitoral e defender a alegada vitória de Edmundo González."
Aquilo que está em causa não é apenas a contagem dos votos, mas sobretudo os atos de violência que estão a ser executados contra quem se opõe a Maduro ou quem se mostre apoiante da oposição. Desde domingo passado, já se registaram vários conflitos, os quias levaram à morte de, pelo menos, 20 pessoas, entre as quais estava um jovem de apenas 15 anos.
Fora da Venezuela, os Estados Unidos já vieram reconhecer a "vitória de Edmundo Gonzales", considerando "válida a contagem de votos apresentada pela oposição, liderada por María Corina Machado, que representa 80% das assembleias de voto."
Na sexta-feira, Nicholás Maduro já veio anunciar que 1200 pessoas tinham sido "detidas em protestos pós-eleitorais na Venezuela" e que outras 1000 estavam "a ser procuradas por destruírem 300 esquadras" no país, alegando ainda que estes "alegados criminosos" tinham sido "treinados nos Estados Unidos, na Colômbia, no Peru e no Chile."
Brasil, Colômbia e México, já vieram apelar para que "os atores políticos e sociais" exerçam as suas manifestações com a "máxima cautela e contenção" para que possa ser evitada "uma escalada de episódios violentos," bem como a que seja realizada "uma verificação imparcial dos resultados" das eleições presidenciais.O Brasil assumiu entretanto a representação da Argentina, depois dos diplomatas de sete países terem sido expulsos aquando do rompimento diplomático entre Caracas e Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai. Os governos desses países foram acusados pelo governo de Maduro de "intromissão" e de "desconhecerem os resultados eleitorais". A apoiar Maduro estão países como a China e a Rússia...
Fontes:
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