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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Os movimentos organizados de estudantes repetem-se nos EUA, Canadá, México e Austrália e espalham-se também por alguns países da Europa, nomeadamente, França e Alemanha. Nas universidades americanas, os protestos começaram logo depois de Israel ter atacado a Palestina, depois do ataque do Hamas a Israel que ocorreu a sete de outubro do ano passado,
Os protestos ganharam um novo fôlego nos últimos dias e houve já milhares de detenções, mas já desde 17 de abril, que esta "vaga de protestos a favor de Gaza" se tem intensificado. Os estudantes montaram mesmo auênticos acampamentos junto aos campus universitários. Fala-se já em mais de dois mil detidos. Quando estes protestos levam a atos de invasão de propriedade, vandalismo e destruição de património, não podem, segundo afirmou Biden, ser considerados atos pacíficos. Em várias universidades foram já anunciadas aulas em sistem híbrido.
Na passada terça-feira, um grupo de "manifestantes pró-palestinianos" que estavam "barricados na prestigiada Universidade de Columbia, epicentro do movimento de protesto estudantil, foram expulsos" e os acampamentos desmantelados. Contraditoriamente, os EUA têm fornecido apoio humanitário para a Palestina ao mesmo tempo que, atribuem milhões de euros a Israel.
"Na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), dezenas de estudantes foram detidos, quando "dezenas de polícias com equipamento antimotim avançaram sobre uma multidão de manifestantes." A polícia conseguiu remover barricadas e começou mesmo a "desmantelar acampamentos fortificados." Na UCLA, "centenas de pessoas, entre alunos e ativistas, desafiaram a ordem de dispersão e formaram correntes humanas, enquanto a polícia disparava granadas de atordoamento sobre eles."
Na sua maioria, os protestos têm sido pacíficos, defendendo sobretudo os direitos humanos na Faixa de Gaza e o fim do apoio dado pelo governo dos EUA a Israel. O que está em causa são os milhões de euros que ainda na semana passada foram aprovados pelo "Senado" através de um projeto lei que prevê a atribuição de "cerca de 24,3 mil milhões de euros para Israel e 9,4 mil milhões em assistência humanitária a Gaza." Dá que pensar... Acrescente-se ainda o veto feito pelos EUA à adesão plena da Palestina à ONU.
Em França, muitos estudantes também se juntaram aos protestos. "Pelo menos 23 estabelecimentos de ensino já foram bloqueados, em França." Desde ontem que a polícia francesa tem estado a tentar "retirar várias dezenas de ativistas pró-palestinianos que ocupavam as instalações da escola "Sciences Po" (Instituto de Estudos Políticos de Paris), que se encontra encerrada devido à situação de tensão. "O Governo francês" prometeu que iria "reagir com total firmeza aos bloqueios" e pediu aos reitores das universidades que se mantenham neutros e "não tomem qualquer posição."
Os confrontos com a polícia têm vindo a aumentar. As universidades que têm sido ocupadas e bloqueadas, têm sido estrategicamente escolhidas, "para garantirem que a mensagem é repercutida a nível nacional e internacional." Uma das escolhidas, foi a "Sciences Po" uma universidade com polos espalhados pela França e onde as ações levadas a "cabo pelos estudantes" têm reivindicado o "apoio a Gaza." Apesar dos movimentos serem pacíficos, há sempre confrontos e, não obstante muitos dos participantes serem até judeus, houve já relatos de frases anti-semitas e discursos de ódio.
Os protestos estenderam-se também a algumas universidades inglesas. "Segundo o The Guardian, novos acampamentos de estudantes espalharam-se por várias universidades do Reino Unido, em Manchester, Sheffield, Bristol e Newcastle." Perante as acusações de anti-semitismo, um dos estudantes presentes no acampamento que foi montado na "Universidade de Sheffield," referiu que “alguns dos activistas mais dedicados são estudantes judeus”.
Na Alemanha, a polícia também teve de intervir, "para retirar manifestantes pró-palestinianos reunidos em frente à Universidade Humboldt de Berlim, no centro da capital." Na Suíça, cerca de "uma centena de estudantes pró-palestinianos ocuparam ao fim da tarde de quinta-feira o hall de entrada do edifício Geopolis da Universidade de Lausanne (UNIL)."
No que respeita ao Canadá, foram várias as cidades que se associaram a estes movimentos pró-palestinianos, como aconteceu por exemplo na universidade McGill, em Montreal, onde o primeiro e maior acampamento da região, com cerca de setenta tendas, começou a ser construído a 27 de abril e, progressivamente, foi aumentando de dimensão. "As centenas de manifestantes reforçaram o seu acampamento nos últimos dias devido à ameaça de desmantelamento pela polícia," afirmando-se determinados a "ocupar o local durante o tempo que for necessário, até que a McGill corte todos os laços financeiros e académicos com Israel." Muitos dos manifestantes que ali se encontram podem nem sequer fazer parte da comunidade estudantil. Em Toronto, foi instalado um acampamento com cerca de meia centena de tendas.
Na Austrália, os estudantes das universidades de Sydney, Melbourne, Brisbane e Perth juntaram-se também aos protestos dos seus congéneres americanos e europeus. Em Sydney, a situação tornou-se mais tensa quando, centenas de manifestantes pró-palestinianos e pró-israelitas se encontraram frente a frente durante o dia de hoje. "Apesar de algumas trocas de palavras tensas, os dois encontros mantiveram-se pacíficos e a polícia não interveio. Os ativistas pró-palestinianos estão acampados há dez dias num relvado em frente ao vasto edifício gótico da Universidade de Sydney, um bastião da academia australiana."
No Egito, ou outros países árabes, estas manifestações estudantis não se fazem notar, muito por receio aquilo que as forças apoiantes do governo possam vir a fazer, No Egito, "os protestos públicos foram proibidos por decreto presidencial já que as autoridades temem que as manifestações contra Israel possam mais tarde virar-se contra o governo do Cairo, liderado por Abdel Fattah al-Sisi."
Em Portugal, as coisas aparentemente estão calmas, apesar de no passado dia 17 de outubro, na data em que se assinalavam os 55 anos sobre a "Crise Académica de 1969," se ter registou-se um pedido de palavra para se falar sobre a situação na Palestina. O Presidente da República Portuguesa deu voz aos estudantes que, representados pr uma porta-voz (Joana Coelho), defenderam "o reconhecimento do Estado da Palestina independente" e um cessar-fogo "imediato e permanente". Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou nessa ocasião, aquilo que já tem dito de outras vezes, que "Portugal sempre defendeu o direito da Palestina" a ter a sua autodeterminação como um "Estado independente".
Fontes:
https://www.sabado.pt/mundo/detalhe/manifestacoes-pro-palestina-nao-chegam-as-universidades-arabes
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