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Em primeiro lugar, permitam-me dizer que eu, não estou do lado de nenhum dos dois, e quando aqui coloco como título "de que lado estamos" estou a clocar o enfoque na União Europeia e na "nossa" posição como país, nesse âmbito. 

Analisar estes factos não é fácil, porque estou desde logo a falar de culturas e de ideologias diferentes daquelas com as quais me identifico. Afinal, qual a posição das nações e como é que Portugal se está a posicionar no meio destes conflitos? Penso que Portugal vai na onda da maioria, mas aquilo que todos queríamos é que este conflito tivesse um fim...

E o que é que se passa nesta tríade - Israel, Irão e Palestina? Sabemos que o ataque do Hamas a 7 de outubro foi um ato terrorista que veio abalar a segurança de Israel, resultando na morte de perto de 1400 pessoas e em muitos reféns. Israel, atacou a Faixa de Gaza, com a principal intenção de acabar com o Hamas e recuperar os reféns. O Hamas é apoiado pelo Irão através de grupos como o Hezbollah, O Irão fornece a maioria do armamento de que o Hamas dispõe, colocando assim o Irão na linha direta de ataque de Israel. Apesar do Irão ter negado a sua participação no ataque de 7 de outubro, há sempre a questão da origem das armas utilizadas.

Como está mais do que percebido, os ataques das tropas israelitas, estão a destruir edifícios residenciais, hospitais, escolas e, até, centros de refugiados, com a desculpa de que nesses locais estão homens do Hamas. Mas também se diz que é verdade que os membros deste grupo, usam a população civil como escudo humano. Assim, como é possível que se esteja a debater quem é no meio disto tudo tem razão! Acho que, na verdade, estamos impotentes e que estamos todos a aguardar qual será o próximo ataque, para depois apoiarmos os civis, de um lado ou do outro, minimizando da forma que for possível, os danos causados. E é isto que é triste! Esta impotência!

O primeiro-ministro israelita coloca-se contra todos os países que vêm defender os palestinianos ou mesmo contra aqueles que defendem um cessar-fogo. Sabemos também que, apesar de não haver consenso dentro da União Europeia, uma coisa é certa, os resultados atingidos por Israel ficam muito aquém dos seus objetivos e colocaram a Palestina numa crise humanitária sem precedentes naquela zona.

Enquanto a União Europeia se esforça "por controlar uma potencial retaliação israelita e evitar uma escalada ainda maior," Netanyahu já veio por diversas vezes dizer que já estariam aprovados "planos para uma operação militar no sul de Gaza." 

Na terça-feira, dia 16, os 27 ministros dos Negócios Estrangeiros da UE realizaram por videoconferência "uma reunião extraordinária do Conselho," na qual discutiram "a resposta coletiva à escalada, vista como um ponto de inflexão no conflito no Médio Oriente." Apesar de muitos se terem colocado do lado de Israel, ninguém quer que este conflito escale. Reino Unido e França, estão de facto do lado dos EUA e reconhecem "o direito do Irão a uma resposta ao ataque ao seu consulado" em Damasco, na Síria. As forças destes três Estados participaram de forma ativa "na interceção do ataque iraniano" a Israel, abatando vários dos drones lançados contra o país. Mas Israel, deve retaliar?

Se Israel retaliar, o conflito irá complicar-se. O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, ameaçou que “se o regime sionista fizer a mais pequena invasão" contra o Irão, "os israelitas podem ter a certeza de que enfrentarão uma resposta agressiva e em larga escala”. Mas Israel (cuja população é composta na sua maioria - mais de 75% - por judeus) já atacou diversos alvos do Hezbollah, grupo que é apoiado pelo Irão (regime islâmico).

Os EUA são os principais fornecedores de armamento a Israel e é em parte esse armamento que tem destruído a faixa de Gaza. Apesar de, quando a 9 de abril, Netanyahu afirmou que já existia "uma data para o início das operações militares em Rafah," os Estados Unidos da América terem avisado que não apoiariam qualquer operação que visasse um ataque à "cidade do sul da Faixa de Gaza," parece que afinal agora voltaram com a palavra atrás. Se antes pareciam preocupados com os quase 1,5 milhões de palestinianos que estão encurralados em Rafah, agora parecem ver esse ataque como um mal menor, desde que se evite uma propagaçaõ da guerra contra outros países.

Numa declaração das autoridades egípcias, a um meio de comunicação do Catar, é hoje dito que os EUA "aceitaram o plano de Israel para avançar com uma ofensiva em Rafah, em troca de não retaliar contra o Irão." Ou seja, será que estou a ler bem? Desde que fiquem dentro daquelas fronteiras, não há problema em apoiar ataques contra milhões de civis que neste momento, nem comida nem água têm?

Segundo informações de órgãos de comunicação internacionais, "pelo menos quatro batalhões do Hamas estão em Rafah, preparados para o início da ofensiva". Em Rafah podem estar escondidos "vários líderes do Hamas" mas também é possível que estejam "reféns israelitas". Mas... e os quase 1,5 milhões de palestinianos que lá estão encurralados?

 

Ontem, quarta-feira, no decorrer da reunião entre os 27 estados da UE ficou decidido que iriam ser reforçadas as sanções contra o Irão, depois do ataque de sábado. Ao isolarem o Irão, estes estados, esperam conseguir "avançar no sentido de um processo de paz" na região. Mas em parte, alguns dos países que também estão representados na ONU, defendem que "os líderes europeus devem tomar medidas mais concretas contra Israel, incluindo a revogação do reconhecimento diplomático e a aplicação de sanções específicas a funcionários do governo." Ainda há poucos dias, isto foi defendido pela Irlanda e pela nossa vizinha Espanha. Manu Pineda (eurodeputado espanhol) veio afirmar que é "vergonhoso que a União Europeia continue a comprar e a vender armas a Israel, que estão a ser utilizadas em combate e que estão a cair sobre as cabeças das crianças palestinianas na Faixa de Gaza."

Fontes:

https://sicnoticias.pt/mundo/2024-04-18-video-lideres-da-uniao-europeia-decidem-reforcar-sancoes-contra-o-irao-8f2b31ba

https://sicnoticias.pt/video/2024-04-09-Netanyahu-garante-que-ja-tem-data-para-ataque-a-Rafah-3c908a2d

https://pt.euronews.com/my-europe/2024/04/15/ue-tenta-controlar-repercussoes-do-conflito-entre-israel-e-irao

https://sicnoticias.pt/mundo/2024-04-17-video-netanyahu-diz-que-agradece-conselhos-dos-lideres-mundiais-mas-decide-sozinho-ataque-ao-irao-75115339

https://pt.euronews.com/my-europe/2024/04/10/albanese-ue-deve-suspender-relacoes-com-israel-devido-ao-genocidio-em-gaza

 

 

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publicado às 18:49


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