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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Depois do rescaldo da noite eleitoral, o país aguarda agora a indigitação do primeiro-ministro. Essa será a tarefa seguinte do Presidente da República, mas só depois de chegarem os resultados dos círculos externos. "Marcelo Rebelo de Sousa vai ouvir os partidos por ordem crescente de votos e a ritmo de um por dia."
Mas sobre a noite de ontem e os resultados eleitorais que já se conhecem...
Confirmando a maioria das projeções, a Aliança Democrática vence estas eleições com 79 assentos parlamentares, logo seguido a pouca distância do PS, com 77 lugares. Esta derrota da Esquerda já era um resultado esperado e nove anos depois os Socialistas regressam à oposição. Se olharmos para as análises televisivas feitas distrito a distrito, vemos que a AD venceu no Porto, mas o PS até ganhou nos distritos de Lisboa, Santarém e Setúbal. Em Setúbal o CHEGA ficou mesmo à frente da AD, o que deve ser alvo de reflexão por parte dos dirigentes. Já no que a Leiria se refere, "a Aliança Democrática ultrapassou o PS," o que se repetiu também em Braga.
Podemos dizer que houve muito mais gente a ir votar, o que pode ser visto como um ponto positivo. No entanto, apesar da diminuição da abstenção, os resultados alcançados por alguns partidos têm obrigatoriamente de levar o país a fazer uma reflexão sobre o que está mal e o que ainda nos espera.
O Chega foi um dos partidos que mais cresceu, especialmente no Algarve e conquistou 48 deputados na Assembleia da República, sendo de referir que neste distrito, se analisarmos concelho a concelho, "o Chega venceu em Portimão, Lagoa, Silves (onde a Câmara é presidida pela CDU), Albufeira, Loulé e Olhão. Nos restantes 10 municípios algarvios, o PS foi a opção mais escolhida por quem votou." Este crescimento do CHEGA pode dever-se em muitos casos ao chamado "voto de protesto", mas a verdade é que o país e a Europa estão em mudança e a Direita mais radical está, infelizmente, a ganhar força.
André Ventura tem estado a exercer pressão sobre a AD, através de Luís Montenegro, afirmando que ele deve mudar de opinião quanto a fazer um acordo de "entendimento pós-eleitoral com o Chega," chamando-lhe "um líder muito irresponsável," caso a AD viesse a permitir um governo do PS. Esperemos que Montenegro não caia nessa e não ceda a quaisquer ameaças. Ventura fez também vários "ataques aos jornalistas e comentadores," afirmando que deveriam engolir "algumas palavras”, bem como criticou de forma acesa as "empresas de sondagens, a cujos diretores sugeriu a demissão." Criticou o próprio Presidente da República. Entre várias críticas, das quais não escapou sequer o próprio Presidente da República, Ventura afirmou que a vitória do Chega deve ser visto como “um ajuste de contas com a História de um país que durante décadas foi asfixiado e atrofiado pela esquerda e pela extrema-esquerda”. Mesmo chegando de mansinho... já se vão manifestando.
"A IL, com oito lugares, o BE, com cinco, e o PAN, com um, mantiveram o número de deputados. O Livre passou de um para quatro eleitos enquanto a CDU perdeu dois lugares e ficou com quatro deputados." Por diversos fatores, a grande derrota do PCP não fez espantar muita gente, conseguindo apenas quatro lugares na AR, tantos como o Livre. "O PCP deixou de ter representação parlamentar em Beja, pela primeira vez em 50 anos de democracia," perdendo também força em Évora.
De preocupar também o resultado do ADN que, embora sem conquistar nenhum lugar na AR, conseguiu 1.6% dos votos, contra "0,20% dos votos" conseguidos nas legislativas de 2022. Será que este crescimento, embora aparentemente pareça pequeno, não nos deve fazer preocupar? O próprio Bruno Fialho, "líder do partido Alternativa Democrática Nacional (ADN), e cabeça de lista por Lisboa nestas eleições legislativas, defendeu este domingo que o partido" teria sido "o grande vencedor da noite" atingindo "mais de 99 mil votos," recusando também que este resultado "seja fruto de uma qualquer confusão entre siglas de partidos."
A não existência de uma maioria absoluta fez com que as agências de rating europeias já se tenham vindo manifestar, explicando que o "facto de nenhum partido ter obtido uma maioria absoluta nas eleições deste domingo," tal como já seria esperado, “pode atrasar o processo de formação de um novo Governo." Assim, ainda é cedo para se falar em mudança, porque a acontecer, terá sempre de passar pela Assembleia, onde nem todos apoiam a AD, caso seja realmente Luís Montenegro a ser indigitado por Marcelo Rebelo de Sousa nos próximos dias.
Fontes:
https://expresso.pt/politica/eleicoes/legislativas-2024/2024-03-11-Um-grande-vencedor-oito-vitorias-e-sete-derrotas---Quem-ganhou-e-quem-perdeu-na-emocionante-noite-das-eleicoes-ba75e983
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