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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Não sei se por ser dia 1, mas de certeza que também devido a algum receio natural do aumento dos preços dos produtos básicos devido ao que se está a passar por toda a Europa, hoje às 17 horas havia já uma maior afluência aos super e hipermercados e que foi aumentando.
Tal como esperado e como ontem referi aqui no blogue, os agricultores portugueses também se juntaram aos protestos que se têm vido a espalhar pela Europa. Por cá, o movimento é expontâneo e não está ligado a nenhuma associação do setor, exigindo que seja pago o valor prometido pelo primeiro pilar da política agrícola comum (PAC).
Neste pilar, podemos ler que a "União Europeia concede aos agricultores um apoio ao rendimento ou «pagamentos diretos» que servem de rede de segurança e que visam tornar a agricultura mais rentável, garantir a segurança alimentar na Europa, ajudar os agricultores a produzir alimentos seguros, saudáveis e a preços acessíveis e recompensar os agricultores pelo fornecimento de bens públicos que normalmente não são pagos pelos mercados." Mas esta PAC, trouxe custos absurdos para os agricultores, que agora não têm o retorno do seu esforço.
Os agricultores portugueses também pedem que haja uma adaptação da PAC a cada país, uma vez que Portugal tem vivido anos de seca que levaram a uma diminuição da produção. Acresce-se a questão de que a ministra da agricultura, Maria do Céu Antunes, falhou redondamente!
Passou exatamente um ano desde que o PSD acusou a ministra Maria do Céu Antunes de "falta de competência, falta de rumo, falta de ambição e teimosia." Na altura, também o Chega, através das palavras do "deputado Pedro Frazão, e a Iniciativa Liberal, através de João Cotrim Figueiredo, subscreveram as críticas e o pedido de demissão da ministra da Agricultura." Em contraponto, o deputado do PS Francisco Rocha, mostrou-se do lado do governo na altura ainda em plenas funções e argumentou que de acordo com “todos os indicadores das exportações no complexo agroalimentar” a agricultura portuguesa “está a viver um bom momento," desvalorizando toda a situação. Seguiu-se um ano de seca, de crise económica e, claro, a queda do governo.
Com eleições à porta, é natural que agora, estando o país em plena campanha, se comecem a verificar cada vez mais, ações de protesto como a dos agricultores. Além do mais, o "timing" é o ideal, uma vez que se espera que, os partidos que se mostraram anteriormente do lados dos agricultores e que tanto criticaram a ministra da agricultura, façam agora das palavras, atos. O grande problema é que, levados ao limite pelas dificuldades que têm sentido, pela falta dos prometidos pagamentos e pela desvalorização do setor, estão por certo mais suscetíveis de serem atiçados (ainda que de forma dissimulada) por alguns partidos das alas mais extremas e pelas manifestações que se têm vindo a fazer sentir por toda a Europa, se possam agora verificar situações que vão além do direito à manifestação e que são anti-constitucionias, como o encerramento de auto-estradas e o fecho de fronteiras. O problema não será de certo resolvido nas próximas horas, nem penso que o seja nos próximos dias, mesmo que a resposta vinda de Bruxelas vá de alguma forma ao encontro daquilo que os agricultores esperam, uma vez que, o problema cá em Portugal, é muito mais localizado e específico!
Fontes:
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