Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Nascimento e história do BE

por Elsa Filipe, em 25.01.24

Bloco de Esquerda (BE) tem representação parlamentar desde 1999, ano em que nasceu "da aproximação de três forças políticas: a União Democrática Popular (marxista), o Partido Socialista Revolucionário (trotskista mandelista) e a Política XXI (socialista democrática), às quais posteriormente se juntaram vários outros movimentos." Estes três partidos, foram entretanto extintos.

Este foi o primeiro partido de "Nova Esquerda" com destaque em Portugal. Nesse ano participou nas Europeias (com Miguel Portas como cabeça de lista) e em outubro do mesmo ano, concorreu às eleições legislativas portuguesas, elegendo dois deputados: "Francisco Louçã e Luís Fazenda". Uma curiosidade: durante a cerimónia de tomada de posse da Assembleia da República, "os dois novos deputados bloquistas estiveram" de pé durante toda a sessão, "uma vez que não aceitaram a atribuição de cadeiras na quarta fila do hemiciclo e exigiram também lugares na primeira fila como as restantes forças políticas no parlamento."

Em 2001, o Bloco consegue a câmara de Salvaterra de Magos nas eleições autárquicas, com a eleição da independente, Ana Cristina Ribeiro. Este era o seu segundo mandato, mas o primeiro pelo Bloco.

Em 2004, "elege o seu primeiro deputado europeu, Miguel Portas." No ano seguinte, "na sua IV Convenção Nacional, o Bloco de Esquerda oficializou Francisco Louçã como porta-voz da Comissão Política." Uma das maiores lutas do B.E. foi a despenalização do aborto, cujo referendo ocorreu em 2007.

Em 2009, nas eleições europeias, "Miguel Portas, Marisa Matias e Rui Tavares foram eleitos para o Parlamento Europeu pelo bloco." Nesse ano, nas mesmas eleições "que reconduziram o socialista José Sócrates" ao poder, o Bloco conseguiu eleger "16 deputados, a maior bancada parlamentar do partido até àquela altura."

Rui Tavares "viria a romper com o bloco em 2011, juntando-se ao Grupo Europeu dos Verdes."

Em 2011, "em plena campanha eleitoral das eleições legislativas portuguesas", Francisco Louçã vem a público afirmar "que o Bloco teve a sua maior vitória política desde a sua fundação, ao conseguir um consenso sobre a renegociação da dívida contraída durante a crise da dívida pública da Zona Euro." Nesse ano, nas eleições presidenciais, "que viriam a reconduzir Cavaco Silva, o Bloco apoiou a candidatura de Manuel Alegre, ligada ao PS."

Miguel Portas acaba por não conseguir sobreviver a um cancro no pulmão e morre a "24 de Abril de 2012," com 53 anos em Antuérpia, na Bélgica. Em novembro do mesmo ano, "na VIII Convenção do B.E., foram eleitos João Semedo e Catarina Martins para a liderança do Bloco de Esquerda, sucedendo a Francisco Louçã." 

"A redução de expressão eleitoral do Bloco de Esquerda precipitou o aparecimento de clivagens entre os movimentos e tendências que o compunham." De facto, dentro do Bloco sempre houve um conflito de ideias, muitas derivadas da origem partidária de vários dos seus membros. 

No início de 2016, "a eurodeputada do BE, Marisa Matias, concorreu ao Palácio de Belém e conseguiu ultrapassar a marca dos 10%, com mais de 469 mil votos, ficando em terceiro lugar na corrida" da qual Marcelo Rebelo de Sousa saiu como Presidente da República. "A 26 de junho de 2016, após a X Convenção do Bloco, a Comissão Permanente foi dissolvida e Catarina Martins passou a ser a única coordenadora do partido."

Em 2018, morre o ex-coordenador do BE João Semedo, "depois de uma luta contra o cancro desde 2015", com 67 anos. João Semedo, que tinha estado 30 anos do PCP, lutou pela "despenalização da eutanásia, tendo organizado um livro, lançado nas vésperas do debate e votação no parlamento, intitulado "Morrer com Dignidade - A decisão de cada um", no qual reuniu depoimentos de diferentes figuras defensoras desta causa."

"Nas eleições europeias de 2019, o Bloco de Esquerda solidificou-se como terceiro maior partido do país ao conseguir eleger José Gusmão como segundo eurodeputado, juntamente com a primeira candidata Marisa Matias," e "nas eleições legislativas" realizadas no mesmo ano, "depois de quatro anos de ‘geringonça’, nome pelo qual ficou conhecida a solução governativa na qual toda a esquerda apoiou parlamentarmente um Governo minoritário do PS", o partido conseguiu manter-se como a "terceira maior força política do país." Porém em 2022, perde vários dos deputados e passa "ao estatuto de sexta força política."

Atualmente, Mariana Mortágua é a representante do B.E.. Esta "economista e política portuguesa" desempenha "as funções de Coordenadora Nacional do Bloco de Esquerda, deputada na Assembleia da República e vice-presidente do grupo parlamentar."

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bloco_de_Esquerda

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/a-historia-do-bloco-de-esquerda-em-mais-de-duas-dezenas-de-momentos-marcantes

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 13:11


Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.



Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D