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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Hoje em dia vivemos todos numa pequena bolha e o que se passa em França, afeta a nossa economia e a nossa sociedade, tal como nos afeta o que se passa na Ucrânia ou até na Faixa de Gaza. A situação que se vive atualmente em França advém também da crise que afeta toda a Europa.
Em França, várias estradas que dão acesso a Paris continuam bloqueadas devido ao protesto dos agricultores franceses que estão denunciar, acima de tudo, "a queda de rendimentos, as pensões baixas, a complexidade administrativa, a inflação dos padrões e a concorrência estrangeira."
Segundo o porta-voz da ANTRAM, "André Matias de Almeida, estarão em França entre 10 a 15 mil camiões portugueses, ou mais" numa situação que está a dificultar a circulação de camiões afetos a empresas portuguesas, apesar daqueles que transportam bens essenciais estarem a ser deixados passar. Segundo as palavras de André Matias de Almeida, "o protesto vai continuar. Arrancou a marcha para bloquear as vias até Paris e, neste momento, são 22 as autoestradas bloqueadas em toda a França e a situação vai agudizar-se."
Entretanto, já se iniciaram também protestos na "Bélgica e as três principais organizações agrícolas espanholas anunciaram" ontem a sua "adesão ao movimento de protesto dos agricultores europeus com uma série de mobilizações em todo o país durante as próximas semanas."
No nosso país, há o conhecimento de que "a Confederação Nacional de Agricultores (CNA) vai promover iniciativas regionais de protesto, incluindo marchas lentas e manifestações, pela melhoria dos rendimentos no setor."
Os "agricultores portugueses" também "estão solidários com os seus congéneres franceses" e a verificar-se esta adesão de Espanha e de Portugal a esta manifestação, poderemos estar perante uma situação catastrófica.
O ministro da Agricultura francês reuniu hoje "com o comissário europeu da agricultura de forma a dar avanço a temas importantes, como a reforma da Política Agrícola Comum para alterar uma das medidas mais polémicas que foi recentemente introduzida: a de deixar 4% dos terrenos em pousio para preservar a biodiversidade."
De facto, as autoridades têm-se mantido até certo ponto do lado dos manifestantes, permitindo "o bloqueio de autoestradas, mas garantem que não irão permitir que os manifestantes bloqueiam os mercados e os aeroportos de Paris."
Fontes:
A 19 de julho de 1974 é fundado o partido do Centro Democrático Social (CDS), "fruto de uma iniciativa dos mais prudentes membros do Estado Novo, de direita" e que se preferiram manter com "uma identidade centrista." Os seus fundadores foram "Diogo Freitas do Amaral, Adelino Amaro da Costa, Basílio Horta, Victor Sá Machado, Valentim Xavier Pintado, João Morais Leitão e João Porto. "Estes membros eram elementos jurídicos e tecnocráticos da ditadura derrubada pela Revolução de 25 de Abril de 1974."
O partido só é legalizado pelo Supremo Tribunal de Justiça em janeiro de 1975, realizando então o seu primeiro congresso. É membro da União Internacional Democrata e do Partido Popular Europeu, tendo integrado diversos governos, sempre em coligação com outros partidos.
O CDS é um partido conservador e inspirado pela democracia cristã, que se mantém na sua génese também aberto também a liberais. O CDS assumiu-se "contra o Marxismo, moderado e aberto às correntes de catolicismo social e conservadorismo liberal". Apesar de estar à direita do PPD/PSD, ambos eram bem recebidos por muitos apoiantes do Estado Novo. No entanto, apesar das suas origens, "o CDS negou sempre ser de direita," fixando-se em vez disso, no centro."
Afirmando-se como um partido de oposição, nas eleições de 1976, o CDS conseguiu eleger 42 deputados, ultrapassando o PCP. Lembre-se que o CDS foi "o único partido a votar contra a Constituição da República Portuguesa, elaborada pela Assembleia Constituinte, eleita em 25 de abril de 1975."
Em 1978, o "CDS chegou pela primeira vez ao poder em aliança parlamentar com o Partido Socialista," num governo que durou apenas 8 meses. No ano seguinte, o partido "propôs a criação de uma frente eleitoral" unindo-se ao "Partido Social-Democrata e ao Partido Popular Monárquico. Essa proposta deu origem à Aliança Democrática, conhecida por AD, que, liderada por Francisco Sá Carneiro" (PSD), venceu as eleições intercalares de 1979 e de 1980.
A 4 de dezembro de 1980 dá-se o caso de Camarate em que perderam a vida "o primeiro-ministro de Portugal, Francisco Sá Carneiro, o ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa, Snu Abecassis, Maria Manuel Amaro da Costa, António Patrício Gouveia e os pilotos Jorge Albuquerque e Alfredo de Sousa" num trágico acidente de avião até hoje envolto em mistério e suspeitas.
A AD acaba por se desintegrar no final de 1982. Em fevereiro de 1983, a liderança do CDS passa para Francisco Lucas Pires, que saiu vitorioso, concorrendo contra Luís Barbosa. Em 1985, demite-se e "Freitas do Amaral voltou à presidência em plena era cavaquista." Em março de 1992 "uma nova geração tomou conta do CDS" tendo Manuel Monteiro sido eleito nesse ano. Um ano depois, é adicionada a expressão "Partido Popular" ao nome inicial do partido.
Em 1995, nas eleições legislativas, "o CDS–PP apresenta uma recuperação eleitoral, conseguindo eleger 15 deputados. No entanto, em 1997, após fracasso eleitoral nas autárquicas, Manuel Monteiro apresenta a sua demissão. Segue-se Paulo Portas, que propõe "a reconciliação dentro do partido e um regresso à matriz democrata-cristã. Nas legislativas de 1999, o CDS–PP consegue manter o seu grupo parlamentar de 15 deputados."
Em 2002, as eleições legislativas são ganhas pelo PSD" com maioria relativa. Dadas as circunstâncias, vinte anos depois voltou a celebrar um acordo de coligação para governar Portugal. No novo governo, o CDS–PP teve direito a três ministérios: Paulo Portas na Defesa Nacional, Bagão Félix como ministro do Trabalho e Celeste Cardona sobraçando a pasta da Justiça."
Em 2004, Durão Barroso assume a presidência da Comissão Europeia, e é eleito um novo governo pelo presidente da República, Jorge Sampaio, no qual continua a aliança "PSD/CDS–PP, agora liderado por Pedro Santana Lopes." Este novo governo teve fraca popularidade e, depois de apenas quatro meses, o presidente da República acabou por dissolver "a Assembleia da República que apoiava em maioria o governo. Novas eleições foram convocadas para fevereiro de 2005."
Seguiu-se um período de grande crise no partido e só em 2007 o CDS começa a recuperar e é já em 2009 que se assiste à sua ascenção nas eleições legislativas, nas quais conseguiu "ser a terceira força política na Assembleia da República (AR), ao conquistar" 21 assentos no parlamento. Esta "foi considerada uma grande vitória para o CDS–PP e, particularmente, para o seu líder, Paulo Portas, sobretudo face às projeções negras." Assim, aumentou também o número de deputados.
Em 2011, o CDS voltou a registar um grande "crescimento eleitoral," com 24 deputados nas legislativas. "Face aos resultados eleitorais do PSD, que não conseguiu maioria absoluta, foi celebrada nova coligação com o CDS, formando assim o XIX Governo Constitucional."
Já em 2013, nas "eleições autárquicas, o partido obteve também resultados positivos, conseguindo dezenas de autarquias em coligações com o PSD, e concorrendo individualmente conseguiu subir o número de uma para cinco autarquias, num total de 47 mandatos."
É a 25 de abril de 2015, que "no decorrer das comemorações dos 41 anos da Revolução dos Cravos, o líder do Partido Social Democrata, Pedro Passos Coelho e o líder do CDS, Paulo Portas" anunciam "uma coligação pré-eleitoral entre os partidos para as eleições legislativas" desse ano com a dresignação, "Portugal à Frente." Apesar da vitória conseguida pela coligaçã"o PSD/CDS nas eleições legislativas de 2015, o secretário-geral do PS, António Costa, formou governo com apoio do PCP e do BE, não tendo Pedro Passos Coelho e Paulo Portas formado novo governo. Em consequência, Paulo Portas anunciou, ao fim de 16 anos, que não se recandidataria à presidência do CDS-PP."
É eleita como lider do partido, "Assunção Cristas, que se apresentou como" única candidata e passando a ser "a primeira mulher a dirigir o CDS-PP." Nas autárquicas de 2017, "Assunção Cristas, fica em segundo lugar, à frente do PSD, na câmara de Lisboa." Mas em 2019, o partido vê "reduzida de 18 para cinco deputados" a sua bancada parlamentar o que leva à queda de Cristas que acaba por sair da liderança em 2020.
Em 2022, nas eleições legislativas, "após uma campanha marcada pelas críticas internas à direção" do então lider Francisco Rodrigues dos Santos, "o CDS-PP não elegeu qualquer deputado à Assembleia da República, obtendo apenas 1,61% dos votos, no que foi o pior resultado eleitoral da sua história, e perdendo assim a representação parlamentar que tinha desde 1975."
Em 2022, depois do fraco resultado eleitoral e perante as críticas sentidas internamente, Francisco Rodrigues dos Santos acaba por apresentar a sua "demissão do cargo de presidente do CDS-PP."
Em janeiro de 2024, antecipando tanto as eleições legislativas, como as eleições europeias de 2024, e com a liderança de Nuno Melo, "o CDS-PP firmou uma aliança com o PSD de Luís Montenegro e com o PPM de Gonçalo da Câmara Pereira, chamada Aliança Democrática," o que poderá agora conduzir a um regresso do partido à Assembleia da República.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/CDS_%E2%80%93_Partido_Popular
https://www.noticiasaominuto.com/politica/1399325/45-anos-de-historia-do-cds-pp-em-39-datas
Retomando hoje a história dos partidos portugueses, calha agora a vez do Iniciativa Liberal, que foi reconhecido como partido em dezembro de 2017.
O seu aparecimento deu-se depois da ideia criada num almoço de natal em 2015, no restaurante "Cisterna" em Lisboa, entre "Alexandre Krauss, Rodrigo Saraiva, e Bruno Horta Soares, que desafiaram um grupo de pioneiros a colaborar." Daí formou-se a "Associação Iniciativa Liberal – uma Iniciativa de um grupo de cidadãos que pretendia explorar a viabilidade de um partido liberal em Portugal – um partido para juntar todos os liberais portugueses." Esta associação, da qual a Comissão Executiva foi "presidida por Miguel Ferreira da Silva," desenvolveu desde logo o Manifesto Portugal Mais Liberal que efetivou uma avançou para a recolha de assinaturas para dar entrada "do processo no Tribunal Constitucional em Setembro de 2017."
Prosseguiu-se à "elaboração do programa político Menos Estado, Mais Liberdade, que viria a definir a grande abordagem política" deste novo partido.
Em 2019, o Iniciativa Liberal concorreu, "com listas próprias, a todas as eleições de 2019 – às Eleições para o Parlamento Europeu, Legislativas da Madeira e Legislativas Nacionais, tendo eleito um deputado à Assembleia da República. Em 2020, concorreu às Eleições Regionais dos Açores, elegendo o seu primeiro deputado numa Região Autónoma. Em 2021 a Iniciativa Liberal apoiou a candidatura presidencial de Tiago Mayan Gonçalves, e concorreu às Eleições Autárquicas, tendo eleito 89 autarcas liberais por todo o país. Em 2022 a Iniciativa Liberal elegeu oito deputados à Assembleia da República," tendo-se consagrado "como a quarta maior força política a nível nacional."
Desde o primeiro ano, o IL promoveu a Festa da Liberdade, no Porto, das quais se destaca a edição de 2021 dedicada aos temas da Juventude e à comemoração do 25 de Novembro, seguindo-se uma nova edição já em novembro de 2022, quando "realizou a V Festa da Liberdade, para comemoração do 25 de Novembro, com paineis especiais dedicados à liberdade."
Em 2022, o IL viu a sua presença na "23ª marcha do Orgulho LGBTI+", recusada pela primeira vez desde 2018, porque a organização da marcha "não aceitou o partido liderado por João Cotrim Figueiredo na festa." De acordo com a organização da festa, “em resposta à proposta de integração da IL, explicámos que um dos motivos para não os aceitarmos é que têm elementos transfóbicos na direção” e acusando-o de ser "um partido com historial de comentários discriminatórios nas redes sociais." Mas esta polémica já vinha desde os comentários feitos nas redes sociais por Rafael Corte Real que em 2016, dirigiu "insultos a participantes de uma marcha feminista contra a violência sexual" e se identificou como “um inimigo das feminazis doentes da cabeça” entre outros comentários que nem o dignificam a ele nem ao próprio partido que representava na altura. Para colmatar a justificação desta recusa, há ainda na memória a participação da Iniciativa Liberal em 2019 com alegados membros que levavam "cartazes" bastante polémicos.
Fontes:
https://iniciativaliberal.pt/ainiciativa/historia/
https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/marcha-pride-cancelou-a-iniciativa-liberal
https://esqrever.com/2021/05/28/iniciativa-liberal-temos-de-falar/?amp=1
Fazendo aqui uma pausa nas minhas publicações viradas à política, venho hoje desabafar aqui um pouco, depois dos últimos dias que foram física, mental e emocionalmente muito cansativos.
Na sexta de manhã fui fazer a eletromiografia (sim, aquela que estava planeada desde novembro, daquela consulta que eu já estava à espera desde janeiro passado) e não vim de lá mais satisfeita. É que durante os últimos meses, meti na cabeça que ia ser operada e que as dores nas minhas articulações e a dormência que tenho constantemente nos dedos eram do túnel cárpico, mas afinal, parece que o problema não está aí. E não foi por descobrir que o túnel que poderia estar inflamado não está assim tão mau que fiquei descansada. É que as dores que tenho nos dedos têm aumentado muito nos últimos meses, os tremores (o meu sismógrafo pessoal, como lhe costumo chamar) voltaram e acho que têm estado piores do que estavam e às vezes tenho retrações dos tendões que são extremamente dolorosas e incapacitantes.
Associado a estes sintomas e que nada ligam com as mãos, tenho cãibras frequentes, bem como parestesias em determinadas zonas dos pés, do nariz e de outras zonas do corpo. E há aquela sensação de que tenho bichos a passar pela pele, que "mordem, picam" a noite inteira! Coço-me tanto que às vezes a pele começa a escamar e chego a fazer feridas. O cansaço tem vindo a aumentar mas sinto que isso pode estar relacionado com a perda de massa muscular, uma vez que devido às dores na articulação da anca e do ombro, passo todo o tempo que posso na cama... Pelos entretantos, levanto-me para ir trabalhar (ou apenas me sento quando o trabalho é online) e só subir a rua (uns longos 500 metros...) é um esforço demasiado pesado para os músculos cada vez mais fracos. Quando me encosto no muro da secundária, a meio da subida, não é para mais do que para descansar um pouco antes de continuar a subir.
Acabei por desistir do desfile deste ano, quando percebi que poderia dar-se o caso de não ser capaz de fazer a avenida, mas também porque tenho episódios de desiquilibrio e de tonturas quando estou em pé. E nem todos entendem que no ensaio eu devia estar sentada para me conseguir concentrar porque em pé, não são apenas as dores que pioram: são também os espasmos e as parestesias que me distraem do que estou a tentar fazer, E não, ninguém é obrigado a entender aquilo que às vezes nem eu sei explicar. E os meus colegas estão sempre a perguntar se estou melhor, se já consigo ensaiar ou o porquê de afinal eu não ir desfilar e eu, na maioria das vezes, já nem sei que lhes responder. Só que tenho dores e estou farta e cansada de ter dores! E quando regresso a casa depois de assistir aos ensaios, venho para casa e choro.
Ainda tenho a árvore de natal para acabar de arrumar. Não consigo fechar os ramos e enfiá-la na caixa. Já me deu vontade de a pôr no lixo... tirei as placas que protegem a parte de baixo dos móveis da cozinha e não consigo pô-los de volta porque isso implica baixar-me para os voltar a encaixar. E não consigo. Então, estão ali, a um canto...
De manhã, costumo levantar-me com o objetivo de ir fazer uma caminhada - mesmo que pequena - mas fico cansada nas pequenas tarefas, como tomar duche, vestir-me ou deixar o quarto minimamente arrumado que na maior parte das vezes acabo por desistir. Se faço a cama, já não arrumo a loiça que está na máquina... é tudo uma coisa de cada vez. Que inveja que eu tenho das pessoas que têm forças para manter tudo limpinho, tudo arrumado e organizado!
Nos últimos dias, tenho boicotado as tarefas da casa de manhã e obrigo-me a ir à rua, conduzir um pouco ou ir a pé, para ver gente ou, às vezes, só ficar dentro do carro a ler umas páginas de um livro. Quando está sol. Se está nevoeiro ou chuva, só me consigo levantar porque me obrigo a ir trabalhar. É mais do que uma sensação de cansaço. É acordar já exausta.
Escrever... ai, era tudo o que eu queria... tenho tanta coisa para pôr no papel e não consigo! No teclado, é por enqunto muito mais fácil e lá vou conseguindo fazer alguns textos, preparar as minhas formações, com algumas pausas pelo meio mas... e pegar numa caneta, como sempre gostei? Tenho um romance a meio, mas não consigo avançar no teclado do computador. Falta-me a ligação entre o cérebro e a mão, que é mais natural e mais verdadeira que o ecrã. Às vezes, escrevo nas fichas dos meus alunos e depois percebo que o que escrevi não está tão percetível como eu desejava, a minha letra está diferente. Eu que estou sempre a defender a escrita "à mão" e que defendo o seu uso como forma preferencial por dezenas de razões, às vezes, nem eu percebo o que escrevi... e se isso vos pode parecer que não é nada de mais, enganam-se! Para mim, é tudo, porque sempre amei a escrita, porque em tudo o que faço e para onde vou, tenho canetas e papel a acompanhar-me!
E sim, por tudo isto, às vezes fico acordada noite dentro sem saber o que a vida me reserva... acabando às vezes por ter de me levantar para ir trocar a fronha da almofada, molhada pela tristeza que me assoma pelas longas noites.
As nossas forças policiais estão em protesto! E, na minha opinião, com todo o direito.
Os protestos começaram à cerca de duas semanas, depois da iniciativa tomada por "um agente da PSP em frente à Assembleia da República," e atinge já uma grande mobilização a nível nacional "sendo as iniciativas organizadas através de redes sociais, como Facebook e Telegram."
A plataforma responsável por esta marcha, "foi criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança, depois de o Governo ter aprovado no final do ano passado um suplemento de missão para a Polícia Judiciária." Os manifestantes não criticam "a atribuição deste suplemento à PJ" mas criticam a "decisão política de manter de fora os profissionais da PSP e da GNR que diariamente estão na primeira linha de intervenção e que são também prejudicados nas penalidades, nas insalubridades e no risco da sua missão." De facto, o próprio "presidente do maior sindicato da PSP" tem vindo a afirmar que o que está a ser exigido é o "equilíbrio relativamente ao risco, penosidade e salubridade" em relação à Polícia Judiciária.
Na última quarta-feira, foram cerca de quinze mil, os elementos das forças policiais (entre agentes da PSP, militares da GNR, e guardas prisionais)os que se juntaram "em Lisboa, no Largo do Carmo, e marcharam até à Assembleia da República, reclamando por melhores condições de trabalho."
Depois de marcharem de forma ordeira e quase sem bandeiras, nem palavras de ordem, "os manifestantes cantaram três vezes o hino nacional em frente ao Parlamento." Ficaram depois "dezenas de elementos da PSP e da GNR" acampados junto à Assembleia da República," que não desmobilizaram.
Dia 31 espera-se outra manifestação, desta vez no Porto.
A maior manifestação de polícias até agora em Portugal, aconteceu em 2013, do qual resultaram vários confrontos e onde aconteceu a invasão da escadaria da Assembleia da República.
Fontes:
O CH (Chega) "é um partido político português, de ideologia populista, de direita radical, nacionalista, conservador, sendo o seu espectro político definido como sendo de direita a extrema-direita." É apresentado como parte de uma nova direita radical portuguesa, que esteve afastada desde a revolução de 25 de abril de 1974. No entanto, a "decisão de classificar o Chega como um partido extremista foi controversa em Portugal, onde o partido insiste em considerar-se populista e não de extrema-direita."
O Chega foi criado "a partir de pequenos grupos dentro do Partido Social Democrata," tendo ganho mediatismo muito por André Ventura, conhecido dos portugueses pelos acesos comentários desportivos.
Em abril de 2019, o Tribunal Constitucional Português, aceitou a sua inscrição no registo dos partidos, ano que conseguiu eleger "um deputado único nas eleições legislativas portuguesas." No mesmo ano, o "Chega fez parte da coligação Basta! para as eleições parlamentares europeias de 2019, não elegendo nenhum eurodeputado." Em julho do ano seguinte, aderiu como afiliaado "à associação da extrema-direita europeia" Identidade e Democracia (ID).
Em 2022, nas eleições legislativas, "o partido aumentou a sua contagem de assentos parlamentares" passando de um para doze deputados. Esta foi uma rápida ascensão de "um partido tão jovem e controverso, que rapidamente se inseriu no vasto panorama dos partidos populistas e de direita europeus, cortejando a extrema-direita com as suas narrativas contra os migrantes, a comunidade LGBTQ+ e os muçulmanos, mas rejeitando sempre ser descrito como tal."
Dentro do partido, têm existido várias divergências que têm levado à saída de inúmeros militantes, de entre os quais, do número 2 do partido, Nuno Afonso, que se desfiliou do "partido em janeiro de 2023, alegando autoritarismo de André Ventura, após ter exercido funções de vice-presidente do partido e de chefe de gabinete do CH na Assembleia da República, funções das quais foi exonerado por André Ventura, presidente do partido."
Desde sempre envolto em polémicas, dentro do Chega "ocorreram" também "agressões físicas entre militantes do partido, como sucedeu entre o deputado Rui Afonso e um dirigente do partido no Porto, em janeiro de 2023, e entre os deputados Bruno Nunes e Gabriel Mithá Ribeiro, em 2022." Também são vários os casos noticiados em que houve agressões e insultos "contra terceiros, inclusivamente com recurso a insultos homofóbicos contra cidadãos, tal como sucedeu em Viseu, em julho de 2021, ou com recurso a ameaças e insultos nas redes sociais, como sucedeu por parte de dirigentes do partido contra o jornalista Pedro Coelho, em 2023."
Com uma liderança incontestada dentro do partido, Ventura defende "a privatização do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e do sistema de educação pública." O partido mostra-se contra o multiculturalismo e afirma a existência de uma "teoria da conspiração do marxismo cultural." Acusam os restantes partidos de estarem a atacar a "identidade portuguesa." No seu discurso político populista, está o conceito de "nativismo" do qual o "principal alvo" tem sido "a população cigana," e propõe "uma visão autoritária da sociedade."
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Chega
https://pt.euronews.com/2023/08/17/a-ascensao-da-extrema-direita-na-politica-portuguesa
O Bloco de Esquerda (BE) tem representação parlamentar desde 1999, ano em que nasceu "da aproximação de três forças políticas: a União Democrática Popular (marxista), o Partido Socialista Revolucionário (trotskista mandelista) e a Política XXI (socialista democrática), às quais posteriormente se juntaram vários outros movimentos." Estes três partidos, foram entretanto extintos.
Este foi o primeiro partido de "Nova Esquerda" com destaque em Portugal. Nesse ano participou nas Europeias (com Miguel Portas como cabeça de lista) e em outubro do mesmo ano, concorreu às eleições legislativas portuguesas, elegendo dois deputados: "Francisco Louçã e Luís Fazenda". Uma curiosidade: durante a cerimónia de tomada de posse da Assembleia da República, "os dois novos deputados bloquistas estiveram" de pé durante toda a sessão, "uma vez que não aceitaram a atribuição de cadeiras na quarta fila do hemiciclo e exigiram também lugares na primeira fila como as restantes forças políticas no parlamento."
Em 2001, o Bloco consegue a câmara de Salvaterra de Magos nas eleições autárquicas, com a eleição da independente, Ana Cristina Ribeiro. Este era o seu segundo mandato, mas o primeiro pelo Bloco.
Em 2004, "elege o seu primeiro deputado europeu, Miguel Portas." No ano seguinte, "na sua IV Convenção Nacional, o Bloco de Esquerda oficializou Francisco Louçã como porta-voz da Comissão Política." Uma das maiores lutas do B.E. foi a despenalização do aborto, cujo referendo ocorreu em 2007.
Em 2009, nas eleições europeias, "Miguel Portas, Marisa Matias e Rui Tavares foram eleitos para o Parlamento Europeu pelo bloco." Nesse ano, nas mesmas eleições "que reconduziram o socialista José Sócrates" ao poder, o Bloco conseguiu eleger "16 deputados, a maior bancada parlamentar do partido até àquela altura."
Rui Tavares "viria a romper com o bloco em 2011, juntando-se ao Grupo Europeu dos Verdes."
Em 2011, "em plena campanha eleitoral das eleições legislativas portuguesas", Francisco Louçã vem a público afirmar "que o Bloco teve a sua maior vitória política desde a sua fundação, ao conseguir um consenso sobre a renegociação da dívida contraída durante a crise da dívida pública da Zona Euro." Nesse ano, nas eleições presidenciais, "que viriam a reconduzir Cavaco Silva, o Bloco apoiou a candidatura de Manuel Alegre, ligada ao PS."
Miguel Portas acaba por não conseguir sobreviver a um cancro no pulmão e morre a "24 de Abril de 2012," com 53 anos em Antuérpia, na Bélgica. Em novembro do mesmo ano, "na VIII Convenção do B.E., foram eleitos João Semedo e Catarina Martins para a liderança do Bloco de Esquerda, sucedendo a Francisco Louçã."
"A redução de expressão eleitoral do Bloco de Esquerda precipitou o aparecimento de clivagens entre os movimentos e tendências que o compunham." De facto, dentro do Bloco sempre houve um conflito de ideias, muitas derivadas da origem partidária de vários dos seus membros.
No início de 2016, "a eurodeputada do BE, Marisa Matias, concorreu ao Palácio de Belém e conseguiu ultrapassar a marca dos 10%, com mais de 469 mil votos, ficando em terceiro lugar na corrida" da qual Marcelo Rebelo de Sousa saiu como Presidente da República. "A 26 de junho de 2016, após a X Convenção do Bloco, a Comissão Permanente foi dissolvida e Catarina Martins passou a ser a única coordenadora do partido."
Em 2018, morre o ex-coordenador do BE João Semedo, "depois de uma luta contra o cancro desde 2015", com 67 anos. João Semedo, que tinha estado 30 anos do PCP, lutou pela "despenalização da eutanásia, tendo organizado um livro, lançado nas vésperas do debate e votação no parlamento, intitulado "Morrer com Dignidade - A decisão de cada um", no qual reuniu depoimentos de diferentes figuras defensoras desta causa."
"Nas eleições europeias de 2019, o Bloco de Esquerda solidificou-se como terceiro maior partido do país ao conseguir eleger José Gusmão como segundo eurodeputado, juntamente com a primeira candidata Marisa Matias," e "nas eleições legislativas" realizadas no mesmo ano, "depois de quatro anos de ‘geringonça’, nome pelo qual ficou conhecida a solução governativa na qual toda a esquerda apoiou parlamentarmente um Governo minoritário do PS", o partido conseguiu manter-se como a "terceira maior força política do país." Porém em 2022, perde vários dos deputados e passa "ao estatuto de sexta força política."
Atualmente, Mariana Mortágua é a representante do B.E.. Esta "economista e política portuguesa" desempenha "as funções de Coordenadora Nacional do Bloco de Esquerda, deputada na Assembleia da República e vice-presidente do grupo parlamentar."
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bloco_de_Esquerda
No ano em que se assinalam os 50 anos da revolução de 25 de abril, assinala-se também o "nascimento" do PSD. No seguimento da revolução apareceram vários partidos - como o Partido Cristão Social Democrata ou o Partido Social Democrata Português - que no entanto rapidamente acabaram por desaparecer.
A social-democracia que "surgiu em fins do século XIX e início do século XX por partidários do marxismo", e que foi a base de referência do aparecimento do PSD, resultou "sobretudo, do prestígio que então alcançava o modelo do SPD" que então, "alcançava um enorme prestígio na Europa, principalmente com o estilo de Helmut Schmidt," (reformista e humanista, Chanceler da Alemanha Ocidental entre 1974 a 1982) que concebeu um projeto diferente para Portugal, percebendo que já era evidente a ocupação do "espaço socialista de esquerda a centro-esquerda" pelo Partido Socialista. "O Partido Social Democrata ocupou, assim, o espaço político destinado a um partido de ideologia social-democrata ao centro, com posições que iam do centro-direita liberal ao centro-esquerda, reformista, personalista e com carácter não-confessional, ou seja, laico, que, de modo peculiar, no caso português, combateu o coletivismo económico e os movimentos marxistas, subsequentes à Revolução de 25 de Abril de 1974."
Na sua base era defendida uma "democracia parlamentar e representativa, o Estado Social de Direito e a integração de Portugal na Comunidade Económica Europeia."
A história do PSP começa particularmente com duas pessoas: Francisco Sá Carneiro e Pinto Balsemão. Em 1969, Sá Carneiro e Pinto Balsemão "aceitam integrar as listas da União Nacional. Começam a bater-se pela democratização política da sociedade segundo o modelo ocidental, pela resolução da guerra colonial e por um projeto de revisão constitucional que consagrasse liberdades, direitos e garantias individuais."
Ao decidir "integrar as listas da União Nacional, a convite do renovador Melo e Castro, declarou" a sua total "independência em relação ao Governo de Marcello Caetano." Com o desaparecimento de Salazar, Sá Carneiro afirma-se "como um dos políticos fundamentais" que através das palavras tenta demonstrar a necessidade da aspiração "das classes médias, o crescimento económico e a Europa democrática como padrão." Nas suas intervenções parlamentares, "Sá Carneiro privilegiou a defesa das liberdades públicas e do primado do Direito e bateu-se" pela ideias de uma "democracia de tipo europeu e ocidental".
"Fora da Assembleia, defendeu presos políticos, incluindo comunistas, como José Pedro Soares, que visitou em Caxias." Em 1972, numa entrevista ao "República," declara-se "social-democrata", o que era naquela época, "uma escandalosa heresia." Nessa mesma entrevista, Sá Carneiro professa "o republicanismo e a laicidade como as formas de organização estrutural do Estado Português."
Desta forma começa a ser acusado de movimentações clandestina, cuja "atividade, dentro e fora da Assembleia Nacional," era considerada pelo poder vigente como "preocupante", havendo o receio de que se tornasse "explosiva" e até "subversiva".
Levando à prática a sua determinação, e apesar da eleição direta do Presidente da República ter sido extinta em 1959, "Sá Carneiro liderou catorze deputados, subscritores do projeto-lei a defender a eleição do Presidente da República por sufrágio universal," perante a incredulidade de Marcelo. Em plena Assembleia, "Sá Carneiro e seis outros liberais protestaram ruidosamente e saíram do hemiciclo em plena sessão — foi o abandono simbólico da barca caetanista." Determinado, é em 1972 que Sá Carneiro desafia "Spínola para se candidatar."
Spínola era o "governador da Guiné," e já se tinha apercebido da ruptura iminente que nos finais de 1971, alimentava a hipótese de uma outra via, "entre o autoritarismo e o socialismo." No entanto, o grupo considerado "liberal" não adquiriu a coesão necessária e acabou por agir um pouco "ao sabor do improviso individualista."
Em janeiro de 72, Sá Carneiro demite-se, "alegando falta de condições para o exercício das funções de deputado." Dedica-se "à escrita, como colunista" do Expresso, "criado, em Janeiro de 1973," por Pinto Balsemão e onde tantas vezes era censurado.
Pode-se afirmar que o PSD tem então a sua origem na ala Liberal "da Assembleia Nacional, composta por uma geração de políticos adeptos de uma forte liberalização do regime do Estado Novo." Das personalidades que pontificaram a Ala Liberal anterior à Revolução, estão figuras "como Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão, Mota Amaral, Joaquim Magalhães Mota, Miller Guerra, entre outros". Esta ala vem expor, "as fragilidades do regime, influenciando algumas decisões e rompendo com os cânones de uma linha mais dura e pouco flexível que aos pouco foi acabando por ceder."
"Foi no escritório dos maçons Mário Cal Brandão e António Macedo, conhecido como A Toca, que o Partido Popular Democrático tem, em parte, a sua génese." Em 1974, o "Movimento das Forças Armadas põe fim a quase meio século de autoritarismo," depondo o regime. O poder "passa a ser exercido pela Junta de Salvação Nacional" e "Portugal inicia o processo de transição democrática." No mesmo ano, forma-se o PPD (Partido Popular Democrata) em 1974 por Francisco Sá Carneiro, antigo aluno de Marcello Caetano na Faculdade de Direito.
A JSD (Juventude Social-Democrata) nasce em junho de 74 "por iniciativa de 30 jovens que haviam formado o Núcleo de Jovens do PPD no início do mês." Em agosto, é "lançado o jornal do Partido, o semanário Povo Livre, do qual é diretor "Manuel Alegria que assina também o primeiro editorial."
A 25 de abril de 75, depois da instalação do PREC, o PPD consegue ser "o segundo partido mais votado com 26,39% dos votos, garantindo a eleição de 81 deputados para a Assembleia Constituinte."
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Social_Democrata_(Portugal)
https://www.psd.pt/pt/cronologia
O Partido Comunista Português (PCP) "é um partido político de caráter comunista e marxista-leninista," fundado em 1921 e sendo "definido como sendo de esquerda a extrema-esquerda. Hoje iremos novamente recuar ao início do século XX para percebermos o contexto histórico em que se estabelece um dos mais antigos partidos políticos de esquerda.
Depois da morte de Sidónio Pais em 1917 e com o "fracasso da greve geral decretada pela anarquista União Operária Nacional, precisamente em novembro de 1918 e a repressão trabalhista que se seguiu" é apressado "o fim da ditadura sidonista."
Em setembro de 1919, dois anos depois da revolução de outubro que "levou à criação da República Socialista Federativa Soviética da Rússia", é fundada, por "sindicalistas revolucionários dos setores mais radicais do movimento operário, a Federação Maximalista Portuguesa", tendo sido criada a "CGT - Confederação Geral do Trabalho", potenciada pelo agravamento das condições de vida, inspirada pela "revolução bolchevique." De salientar que, de forma diferente do que tinha acontecido "na generalidade dos países europeus, o Partido Comunista Português não se formou a partir de uma cisão no Partido Socialista, mas ergueu-se, essencialmente, com militantes saídos das fileiras do sindicalismo revolucionário e do anarco-sindicalismo, que representavam o que havia de mais vivo, combativo e revolucionário no movimento operário português."
Em 1920, o seu principal animador, Manuel Ribeiro, foi preso depois de publicações feitas no jornal maximalista "Bandeira Vermelha", sobre o comportamento governamental na greve dos ferroviários, e a "Federação Maximalista" foi proibida. No entanto, apenas três meses depois, "viria a fundar-se o Partido Comunista Português, dando seguimento ao conjunto de pessoas que no processo de desarticulação da Federação Maximalista aviltravam a necessidade de um congresso comunista," na sede da "Associação dos Empregados de Escritório, em Lisboa, realiza-se a Assembleia que elege a direcção do PCP."
Pouco depois da fundação do Partido, "criou-se também a Juventude Comunista (JC), que estabeleceu imediatamente contatos com a Internacional Comunista Juvenil." Em 1922, o PCP "estabeleceu contatos com a Internacional Comunista, tornando-se em 1923 a secção Portuguesa do Comintern," que depois de vários problemas no seio do partido e com a intervenção do suíço Jules Humbert Droz, assiste nesse ano às primeiras eleições nas quais, "Carlos Rates" se torna o 1º Secretário Geral do PCP." A JC é então dissolvida.
Em 1924, "Carlos Rates desloca-se a Moscovo para participar no V Congresso da Internacional Comunista (IC)." No ano seguinte, propõe fazer uma aliança com o PSP para as eleições legislativas, mas esta é recusada. Forma-se então "o bloco ED/PCP, onde nenhum dos oito candidatos do PCP, que participaram nas respetivas listas," foi eleito.
Tal como aconteceu com outros partidos, o regime ditatorial conduz à sua ilegalização, fragilizando a sua estrutura que, apesar de tudo, se manteve ativa. Em 1929, Bento Gonçalves é eleito como secretário- geral e no ano seguinte, começam a ser criadas "as bases para o relançamento da Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas." Segundo se sabe, em 1931, "já não restava ninguém em liberdade do Comité Central Executivo eleito na Conferência de abril, com a exceção de José de Sousa, tendo este uma intensa atividade como responsável sindical do PCP."
Em 1942, Bento Gonçalves, secretário-geral do PCP morre "no campo de concentração do Tarrafal," para onde eram levados os presos políticos e até 1961 o partido esteve sem secretário-geral. Álvaro Cunhal, que tinha sido recrutado em 1934 a partir da atividade da JC, e que em 1936 integrara pela primeira vez o "Comité Central," é preso em julho de 1937, tal como muitos dos membros desse comité. A sentença de Álvaro Cunhal acaba "em julho de 1938, quando os problemas internos na direção do PCP já estão avançados." Álvaro Cunhal, prossegue então "os estudos, e não volta de imediato à clandestinidade, mas também não se priva da atividade política."
Em 1939 começa a Segunda Guerra Mundial, e é dada a Cunhal "a tarefa de clarificar a posição do Partido" e nos anos 40 o partido começa a reorganizar-se. Durante a década de 40, apesar de proibidas, começam a suceder-se as greves e os "movimentos rurais," devido à "deterioração dos salários já por si muito baixos, assim como outras medidas claramente impopulares, como a renumeração de horas extraordinárias apenas a 50%" - dos quais embora não tendo contribuído diretamente - se aproveita o partido para a promoção "da agitação e propaganda através de panfletos" e da publicação do "Avante!" A 26 de julho de 1943, o PCP já mostra o seu lado interventivo e nas primeiras greves, nos corticeiros de Almada, chega-se a 3 500 operários em greve. "Dois dias depois, o PCP já fala em 50 mil operários grevistas," chegando mesmo a ser declarado estado de sítio no Barreiro.
Ainda em 1943, e pouco antes do início das greves, "o Partido Comunista propõs a criação da plataforma MUNAF, Movimento de Unidade Nacional Antifascista, às restantes forças políticas de oposição, dado a conjuntura da segunda guerra mundial, que favorecia os Aliados." Nos seus objetivos estavam, "fundamentalmente, derrubar Salazar, substituí-lo por um governo de Unidade Nacional que tomasse medidas contra o "Eixo", liquidar as suas instituições como a Legião Portuguesa e a União Nacional, liquidar as instituições corporativas, extinguir o Tarrafal e libertar os presos políticos." Em 1944, a aprovação do "programa de emergência do MUNAF," vem a coincidir com o "início da derrota do Nazifascismo, com a batalha da Normandia e o ofensiva soviética no Leste europeu", acreditando que Salazar poderia cair devido à "derrota dos nazis."
Em 1945, o MUNAF é ultrapassado "na sequência da formação de uma plataforma de entendimento comum das oposições ao Estado Novo" denominado de MUD - Movimento de Unidade Democrática. "Ainda sem a direção do PCP, o novo movimento político gera elevado entusiasmo junto dos setores mais liberais do país e massiva adesão." No entanto, no final de 1945 o MUD acaba por ter ordem de suspensão pelo Regime. No "verão de 1946," Salazar apresenta "a candidatura de Portugal à ONU", a qual foi apoiada pelos Estados Unidos e por Inglaterra e "vetada pela União Soviética e a Polónia."
"Em abril de 1947, o PCP declara formalmente greve no contexto do aumento de horas extraordinárias e da ausência de resposta às suas reivindicações, alcançando 20 mil grevistas," apesar das deportações e prisões que se seguiram, numa "implacável vaga repressiva sobre o PCP, com dezenas de prisões" que levaram ao conhecido "processo dos 108."
Álvaro Cunhal viajou entretanto "até à Jugoslávia, com a ajuda de Bento de Jesus Caraça, com o intuito de melhorar as relações com o Bloco Socialista. Em 1948, viajou até à União Soviética para falar com Mikhail Suslov, após as ligações entre o PCP e o Movimento Internacional Comunista terem sido restabelecidas." Cunhal acaba preso pela PIDE, quando regressa da União Soviética." No panorama da Guerra Fria, em "abril de 1949, com o apoio de Ruy Luís Gomes, Virgínia Moura e Maximiano da Silva às Comissões de Freguesia do Porto, é constituído o Movimento Nacional Democrático (MND), cuja primeira comissão central inclui Maria Lamas, José Morgado, Albertino Macedo, António Areosa Feio, Pinto Gonçalves e João Saias." Através de ações públicas, este movimento manifesta-se "contra o envio de tropas para Macau" e protesta "contra a adesão de Portugal à NATO."
Assim, no "início de 1952 há um protesto contra a realização da Cimeira da NATO em Lisboa" em que o "PCP fez várias ações contra a Cimeira, o que leva a direção do PCP, numa reunião", a proclamar que esta era a sua "primeira grande luta do nosso povo contra a guerra." Um outro acontecimento importante, foi a expulsão de vários membros devido ao "receio da inflitração de agentes da PIDE, espiões do MI6, e espiões da CIA no Partido."
Com a conclusão da "Segunda Guerra Mundial, nascem vários movimentos anticoloniais, sendo um deles a Casa dos Estudantes do Império, onde a maior parte se encontrava no MUD Juvenil e alguns no PCP." Pelo MUD Juvenil, passam entã nomes como "Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Lúcio Lara, Alda Espírito Santo, Noémia de Sousa, Luís Cabral, Marcelino dos Santos, Vasco Cabral, Mário de Andrade."
Muitos destes acabaram presos e as alianças do PCP, "nomeadamente o MUDJ e o MND, iam caindo com a repressão impiedosa da polícia."
É só em 1955 que "o Partido começa a beneficiar de fundos soviéticos." Em 1960, "um grupo de dez membros do PCP conseguiram fugir da prisão de alta-segurança de Peniche," naquela que ficou conhecida como a "Fuga de Peniche, entre elas Álvaro Cunhal, que seria eleito no ano seguinte o primeiro Secretário-geral em dezanove anos." Entre os fugitivos, estava também "Jaime Serra, que iria organizar secretamente o grupo de Ação Revolucionária Armada" (ARA) que era "um grupo armado do PCP" que viria a "ser responsável por alguns golpes militares contra o regime ditatorial nos anos" 70.
Não nos podemos esquecer que em "1961 começou a Guerra Colonial em África, primeiro em Angola, depois em Moçambique e Guiné-Bissau" que durou 13 anos, e que forçou inevitavelmente "milhares de Portugueses a deixar o país, tanto para procurar melhores condições de vida em países como a França, Alemanha e Suíça, como para fugir à guerra." O PCP opõe-se fortemente à guerra nas colónias mostrando o seu "apoio aos movimentos anticoloniais. A guerra, criando grande instabilidade na sociedade Portuguesa, ajudou ao declínio do regime de Salazar."
Depois da revolução de abril,que marca o "fim da ditadura", o PCP torna-se numa das principais forças políticas "do novo regime democrático". Logo depois da revolução, começam a ser progressivamente "restabelecidos" os "direitos básicos de democracia em Portugal."
A 27 de abril de 74, os "prisioneiros políticos foram libertados." Álvaro Cunhal regressa a Lisboa, no dia 30 de abril "onde foi recebido por milhares de pessoas. O dia 1 de Maio foi comemorado pela primeira vez em 48 anos, e aproximadamente meio milhão de pessoas juntaram-se no Estádio 1.º de Maio em Lisboa para ouvir os discursos do líder comunista Álvaro Cunhal e do socialista Mário Soares. No dia 17 de Maio, o jornal do Partido, Avante!, lançou a sua primeira edição legal."
Em 1992, Carlos Carvalhas substitui Álvaro Cunhal "e em 2004 é Jerónimo de Sousa o escolhido pelo Comité Central para Secretário-Geral do PCP." Já em 2022, "é eleito Paulo Raimundo para o cargo."
Em Portugal, o PCP é mais popular "nas áreas rurais do Alentejo e Ribatejo" e em alguma áreas industrializadas da zona de "Lisboa e Setúbal, onde" nos últimos anos, tem vindo a liderar "vários municípios."
Fontes:
https://www.pcp.pt/como-nasceu-partido-comunista-portugues
https://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Comunista_Portugu%C3%AAs
https://www.esquerda.net/artigo/o-pcp-foi-fundado-ha-100-anos/73136
"As raízes ideológicas do Partido Socialista e do seu Grupo Parlamentar na Assembleia da República estão indissoluvelmente ligadas ao ideal do socialismo democrático, desenvolvido em meados da segunda metade do século XIX." Na sua origem esteve a "evolução do movimento operário português, em particular a partir das fações lideradas pelos poucos intelectuais que em Portugal por meados do século XIX se interessaram pelas questões do proletariado e pelas transformações sociais ditadas pela Revolução Industrial."
Começamos por ter de constextualizar a situação social e económica em que o país se encontrava, não nos esquecendo que Portugal, apesar da crescente industrialização, era um país ainda muito pobre, cuja classe proletária lutava pela "defesa dos interesses dos trabalhadores face ao crescente poder do patronato e à dureza das condições de trabalho e magreza dos salários." Estes movimentos acabam por desembocar na formação da "Associação dos Operários, em 1852, tendo em 1853 sido aprovados os "estatutos do Centro Promotor de Melhoramentos das Classes Laboriosas." Em 1860, começa a desenvolver-se no país "um forte movimento associativo entre o operariado, com a formação de associações de classe, que desembocaria no sindicalismo." Nesta senda, há uma cereteza de que para se melhorar as condições dos trabalhadores, se tem de mudar o regime político vigente no país. É fora de Portugal que o partido dá os primeiros passos, seguindo as linhas espanhola e francesa. Em 1871, Antero de Quental publica pela primeira vez um artigo onde se refere ao movimento socialista em Portugal.
Em 1875 foi criada a "primeira organização partidária do movimento socialista em Portugal" por importantes personalidades da época, entre os quais "Azedo Gneco, Antero de Quental e José Fontana", na sequência do "Congresso de Haia da Associação Internacional dos Trabalhadores, o qual votara a criação de partidos socialistas nacionais", realizado em setembro de 1872. Na sequência deste congresso, este partido assumiu-se como "marxista (depois federalista e proudhoniana), rejeitando as propostas de pendor anarquista da fação do movimento operário" que se inspirou no "pensamento de Mikhail Aleksandrovitch Bakunin."
"A Fraternidade Operária seguiu as orientações aprovadas no Congresso e iniciou o processo de fundação de um partido socialista em Portugal," tendo cabido a liderança deste processo ao suíço radicado em Portugal, José Fontana, um jovem muito popular.
É em 1895 aprovado o seu primeiro Programa.
No ano que se seguiu à queda da monarquia, a Constituição de 1911 consagra os ideais republicanos, mas a República como era apregoada tinha os dias contados e em pouco tempo sucumbiu perante a possível entrada de Portugal na 1ª Grande Guerra.
A 28 de maio de 1926, o país perde o seu caminho democrático e entra naquilo que foi conhecido como o período da Ditadura, instituído pelo Estado Novo. Em 1933, o P.S.P. ainda "realizou uma Conferência Nacional, em Coimbra, nas vésperas da entrada em vigor da Constituição Portuguesa de 1933 a partir da qual a existência de partidos políticos se tornou ilegal em Portugal. No entanto, a atividade continuou e nas décadas de 40 - 50, animados pela "conjuntura do pós-guerra", na tentativa de fazer "oposição ao Estado Novo", o país podia contar com "o Núcleo de Doutrinação e Acção Socialista (1942-1944), o Partido Socialista Independente (1944), a União Socialista (1944-1950), o Partido Trabalhista (1947) e a Frente Socialista (1950-1954)." Em 1946, "o P.S.P. (S.P.I.O)" - Partido Socialista Português, como se designava - tentava também reorganizar-se.
É em 1953, que se forma a "Resistência Republicana e Socialista (1955-1964), grupo de reflexão e intervenção política." Segue-se a constituição da A.S.P., criada em Genebra, em 1964, por iniciativa de Mário Soares, Manuel Tito de Morais e Francisco Ramos da Costa.
No dia 19 de Abril de 1973, realizou-se um Congresso da Ação Socialista Portuguesa (ASP), na cidade alemã de Bad Munstereifel, onde "militantes da Ação Socialista Portuguesa" aprovaram a "transformação da ASP em Partido Socialista." O primeiro símbolo utilizado foi "oferecido por Enzo Brunori, militante do Partido Socialista Italiano."
Atualmente, o "Grupo Parlamentar do Partido Socialista tem assento na atual Assembleia da República desde 1976, ano que marca o início da I Legislatura (1976-1980) do Portugal democrático," na sequência da revolução de abril."
Nas "primeiras eleições para a Assembleia da Republica, a 25 de abril de 1976," o Partido Socialista, "liderado por Mário Soares," ganha "com 38,4% dos votos," o que garantiu "ao Partido o assento de 107 deputados."
"O seu primeiro presidente e líder parlamentar foi Francisco Salgado Zenha, que exerce funções durante a I e II Legislaturas (1976-83)."
"A 8 de Julho do mesmo ano, a Assembleia da República aprova o seu Regimento e elege o seu 1º presidente constitucional, Vasco da Gama Fernandes, membro histórico do Partido Socialista e da oposição antifascista republicana."
Os ideiais do "Grupo Parlamentar do Partido Socialista" afirma o seu empenho "na construção de uma sociedade livre, igual e solidária, aberta à diversidade, à iniciativa, à inovação e ao progresso."
Fontes:
https://www.ps.parlamento.pt/sobre
https://ps.pt/a-nossa-historia/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Socialista_Portugu%C3%AAs
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