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Quando olho para as notícias, o que vejo é um ataque feito à Europa. E isso preocupa-me muito, dia a dia.

Mesmo que não atinja diretamente o nosso país e que pareça estar muito longe, pois são milhares de quilómetros que nos separam da linha da frente, a verdade é que são as fronteiras europeias que estão a ser atacadas. Parece que estamos a dar muito do que é nosso, quando saiem milhares de euros com destino a armamento ou a ajuda humanitária, mas eu não acho que seja apenas dar a fundo perdido. Eu acredito mesmo que, aquilo que estamos a fazer, é por nós também. Para que eles consigam conter o "monstro" o maior tempo possível. 

Mas o que é que tem sido feito? Por um lado, as medidas que começaram a ser aplicadas foram sobretudo económicas, através de pacotes de sanções contra a Rússia. Estas medidas, num país tão grande, são apenas picadas de mosquito no corpo de um elefante. Chateiam? Sim. Mas afetam quem deveriam afetar? Não me parece.

Por outro lado, há as medidas de apoio direto à Ucrânia, como os fundos de apoio aos refugiados, o mecanismo europeu de apoio à paz e as medidas de apoio dadas a alguns países que, por estarem mais próximos, acabam por ser também mais afetados. Foi o caso da Moldávia por exemplo. Em março de 2022, a "UE assinou um acordo relativo ao estatuto" da "República da Moldávia no que diz respeito às atividades operacionais realizadas pela Frontex (1), o que ajudará as autoridades de gestão das fronteiras da Moldávia a enfrentarem o desafio de regular este afluxo de refugiados e, ao mesmo tempo, controlar uma fronteira com uma zona de guerra ativa."

Há também apoios que chegam a partir de grupos solidários, entre os quais, estão vários portugueses. Entre as ações que vão sendo dadas a conhecer, hpje o destaque vai para a criação de uma enfermaria para receber crianças com doenças graves, custeada por um grupo de voluntários, que se chama "Partilha Magnífica", da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde. Esta associação está também a juntar meios para "modernizar um internato para crianças com doenças físicas e psíquicas." Infelizmente, era "tradição" na antiga URSS, que as crianças que tivessem graves deficiências físicas e mentais, fossem "isoladas em internatos em aldeias e abandonados à sua sorte." É um desses "internatos" que esta associação portuguesa está a modernizar para criar "um centro de reabilitação integral." Seguiram também três ambulâncias para a Ucrânia e, se possível, será enviada mais uma. Para uns parece pouco, para outros, será muito e fará a diferença.

A Ucrânia, perante a continuação dos ataques russos, tenta produzir o seu próprio armamento, muitas vezes recorrendo a engenhos bastante criativos. O material que a Ucrânia vai recebendo não é suficiente, mas enquanto alguns países da NATO, sobretudo os europeus, quer continuar a ajudar e acha que o "objetivo deve ser libertar a Ucrânia", ou seja, ajudar à libertação de todos os territórios ocupados, outros países, estão contra esta constante ajuda seja através do envio de material militar, seja através de outro tipo de pacotes de ajuda, ou acha que já se deu o suficiente, seja lá o que isso for.

Podemos observar também que, na costa da Crimeia, existia uma linha defensiva russa que pressupõe a proteção contra ataques anfíbios, incluindo, os chamados "dentes de dragão" que são uma espécie de barreira que impossibilita a entrada de tanques através da linha de praia. Parece que o mau tempo que se tem feito sentir nos últimos dias, até tem ajudado aqui um pouco e tem vindo a destruir algumas destas áreas de proteção impostas pela Rússia. Veja-se que a Ucrânia tem vindo a atacar posições estratégicas nos territórios da Crimeia que estão anexados à Rússia. Estes territórios, foram de facto ocupados e ilegalmente anexados, mas parece que, aos poucos, isso tem vindo a ser esquecido por alguns Estados. A Ucrânia tem vindo assim a aplicar como que uma "campanha de interdição das estruturas militares russas," nos territórios da Crimeia ocupada, especialmente, contra embarcações russas estacionadas no Mar Negro.

Muitas das informações que eu aqui vou colocando, são de facto de um programa que eu gosto bastante de assistir e com dois grandes comentadores (José Milhazes e Nuno Rogeiro). O programa chama-se "Guerra fria" e dá na SIC. Existem também outros sites que gosto de visitar como alguns sites oficiais ligados à UE, como é o caso do Consilium ou sítios noticiosos como a Euronews, entre outros.

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Notas:

A Frontex, criada em 2004, é de facto uma Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira que dá apoio "aos países da UE e do espaço Schengen na gestão das fronteiras externas da UE e na luta contra a criminalidade transfronteiras." Através deste centro, há a partilha de "informações e conhecimentos especializados com todos os países da UE, bem como com países terceiros vizinhos afetados pelas tendências migratórias e pela criminalidade transfronteiras."

Fontes:

https://european-union.europa.eu/institutions-law-budget/institutions-and-bodies/search-all-eu-institutions-and-bodies/frontex_pt

https://www.consilium.europa.eu/pt/policies/eu-response-ukraine-invasion/timeline-eu-response-ukraine-invasion/

https://sicnoticias.pt/guerra-fria/2023-11-28-Guerra-Fria-o-dirigente-para-toda-a-eternidade-d9533bd1

https://pt.euronews.com/video/2023/11/06/kiev-intensifica-ataques-a-posicoes-de-apoio-russas-na-crimeia

 

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publicado às 23:26

As pazes fingidas e a entrega de reféns

por Elsa Filipe, em 27.11.23

Não devíamos estar a falar nisto, não está certo. Estas pessoas, estas mulheres, homens e crianças, estes filhos, pais, avós e netos... nunca deviam ter passado estes quase dois meses em cativeiro. Ao longo dos últimos quatro dias, o Hamas libertou 69 reféns: 51 israelitas, 17 tailandeses e 1 filipino. Em contrapartida, Israel liberta 150 prisioneiros.

A troca, conseguida com a mediação do Egito e do Qatar e com a participação da Cruz Vermelha, permitiu a libertação de 69 pessoas, mas muitas mais continuam reféns e as famílias ainda precisam de ter respostas, de saber pelo menos se os seus familiares estão vivos.

Não devíamos estar a falar nisto! Hoje, no quarto dia de tréguas, foram entregues as últimas onze das 69 pessoas negociadas. Onze vidas que foram devolvidas, que foram entregues e que nunca deveriam ter tido de esperar tantos dias para voltar às suas famílias. Só hoje...

Só hoje estas 11 pessoas foram trocadas - como se de uma moeda ou coisa se tratasse - como parte do acordo firmado entre o Exército de Israel e o grupo terrorista palestino Hamas. Estas pessoas, reféns, chegaram já a Israel e irão passar por uma avaliação médica. O exército irá acompanhá-los até que se reencontrem com suas famílias. Todos (três mulheres adultas, uma mulher idosa e sete crianças) têm dupla cidadania. 

No sábado foi também permitida a passagem de 61 camiões com alimentos, água e suprimentos médicos de emergência ao norte da Faixa de Gaza. Ao mesmo tempo, 11 ambulâncias, três carros e uma plataforma foram para o Hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza, para ajudar na evacuação de dezenas de feridos. Estes, 21 dos quais estariam em estado grave, foram transferidos para os hospitais de Khan Younis, no sul do enclave. Em Gaza terão também entrado 129 mil litros de combustível. A certo ponto, no sábado, a tensão aumentou e esteve em causa a continuação do acordo, com o Hamas a acusar Israel de estar a violar as tréguas ao impedir a chegada de ajuda humanitária ao norte da Faixa de Gaza e ameaçou interromper a entrega de reféns, o que entretanto se acabou por resolver.

Fontes:

https://noticias.r7.com/internacional/hamas-entrega-11-refens-israelenses-a-cruz-vermelha-nesta-segunda-feira-27-27112023

https://www.rtp.pt/madeira/politica/hamas-entrega-17-refens-a-cruz-vermelha_129523

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/onu-diz-que-61-caminhoes-entregaram-suprimentos-ao-norte-de-gaza-no-sabado-25/

https://pt.euronews.com/2023/11/25/cessar-fogo-entre-israel-e-hamas-acelera-entrada-de-ajuda-humanitaria-em-gaza

 

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publicado às 22:41

O uso de whatsapp pelas crianças e jovens é cada vez mais frequente e, sejamos realistas, tem-se tornado uma necessidade até na comunicação entre os alunos de uma mesma turma, entre treinadores e atletas, entre outras funções que já fazem parte do nosso dia a dia. Eu pessoalmente utilizo bastante como forma preferencial de comunicação uma vez que permite o rápido envio de ficheiros, ou por exemplo, para receber trabalhos das minhas formandas. Apesar de haver uma idade mínima para o seu uso (16 anos é a idade mínima para utilizar esta rede social na União Europeia), é fácil ultrapassar essa regra e acabamos por permitir que os nossos filhos usem a aplicação antes de atingirem essa idade.

Mas esta semana, uma notícia preocupante tem estado a ser divulgada nos meios de comunicação social e temos todos de estar cada vez mais atentos. Milhares de números de telefone "de alunos de escolas da zona do Porto estão a ser adicionados, desde terça-feira, a um grupo de WhatsApp com conteúdos pornográficos, pedófilos e de violência extrema."  Não se sabe ainda a origem, mas os membros vão sendo adicionados automaticamente (a maioria crianças de 10, 11 anos) a um grupo denominado "Bora bater record de mais pessoas no grupo", 

Além da divulgação destas situações, para que mais pais e escolas possam estar atentos a esta situação, devemos também "denunciar quaisquer situações problemáticas às autoridades, mas também às próprias plataformas online envolvidas."

"A par disso, é preciso educar constantemente os filhos para os perigos da Internet, passando a mensagem de que não devem partilhar grupos de desconhecidos, nem convidar os colegas e amigos para os mesmos." Penso que conversar com as crianças é fundamental e tem de ser algo natural. Sabemos que os filhos não contam tudo aos pais, mas temos de criar momentos propícios a que estas conversas sucedam, por exemplo, aproveitando para assistir em conjunto a estas notícias e a estes alertas e debatendo em família o que se pode fazer em relação à segurança. Existem sites que ajudam neste aspeto, como o Agarrados à Net ou o Centro Internet Segura.

O mesmo aconteceu em Espanha, onde numa "escola em San Sebastián," também foram identificados "dois grupos de WhatsApp com conteúdo sexual envolvendo mais de mil alunos."

Fontes:

https://www.jn.pt/4192075519/milhares-de-criancas-adicionadas-a-grupo-com-pornografia-e-pedofilia-whatsapp-nao-inativou-grupo/

https://zap.aeiou.pt/grupos-whatsapp-conteudos-violentos-569380

https://agarradosa.net/?doing_wp_cron=1704978601.8842160701751708984375

https://zap.aeiou.pt/criancas-grupo-whatsapp-pornografia-569079

 

 

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publicado às 22:49

Assinala-se hoje uma data importante no nosso país, que ainda hoje se mantém envolta em polémica e que marcou o fim do PREC. Nesta data, consolidou-se o espírito de liberdade conquistado no dia 25 de abril de 1974. Faz parte da nossa história, mas pouco ou nada se fala sobre esta data. Muito menos é mencionado nas escolas. 

De um lado os militares moderados e os partidos de centro esquerda e de direita, como o PPD, o CDS e o PS, e do outro os militares extremistas com o PCP, a UDP e outras forças partidárias dessa área de apoio. Após meses de tensão em que se registaram manifestações de  rua, sequestros da Assembleia da República e ameaças diversas, assinalaram-se movimentações e a ocupação de pontos estratégicos através da utilização de unidades de para-quedistas identificadas com a extrema esquerda.

Hoje o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, numa celebração da autarquia mas que poderá um dia vir a ser um acontecimento a nível nacional, quebrou as barreiras e ignorou as divisões que a data tem levantado. No seu discurso, afirmou que celebrar o 25 de Novembro de 1975 é "cada vez mais importante", considerando que foi neste dia "que a democracia venceu o extremismo". A democracia, é isto, é podermos festejar, se quisermos, uma data que foi importante, trazendo para a atualidade os valores defendidos há quase cinquenta anos e pensando que mais do que nunca é preciso falarmos sobre democracia e liberdade. "O poder militar pretendia ser o motor do poder político, alguns queriam que a legitimidade revolucionaria substituísse a legitimidade eleitoral", acusa Carlos Moedas, destacando que nesta altura "havia modelos de totalitarismo para todos os gostos". Esta foi uma celebração envolta em polémica e da qual iremos certamente voltar a ouvir falar. Mas não deixa de ser um ato de coragem, trazer nesta altura para o plano da discussão política, uma data que foi até certo ponto "apagada", por continuar até hoje envolta em polémica. 

Carlos Moedas apontou os "heróis" dessa data, nomeadamente o general Ramalho Eanes, Jaime Neves, Melo Antunes e todos os militares do grupo dos 9, enaltecendo "os militares moderados que souberam interpretar a vontade do povo português - que sabiam que a legitimidade do voto é a única legitimidade que conta numa democracia." Nem todos estiveram de acordo com as suas palavras, nem tão pouco com as celebrações de hoje. 

Poucos se lembrarão que, depois do 25 de abril, Portugal esteve prestes a entrar numa guerra civil, com a divisão das Forças Militares em que de um lado havia a esquerda radical e do outro a chamada direita militar. No dia 25 de Novembro de 1975, três militares morreram na Calçada da Ajuda, dois comandos ligados à chamada direita militar e um da polícia militar ligado ao Movimento das Forças Armadas. Nesta data, o povo consolidou a liberdade adquirida em abril e renovou o desejo de não deixar crescer uma outra ditadura que se começava a implantar.

Era preciso dizer não aos radicalismos, tal como o é hoje. Era necessário haver entendimentos e reformas e não deixar crescer os extremismos. Os mesmos que hoje já crescem pela Europa e que ameaçam as democracias. Portugal corre hoje o mesmo risco que corria há quase 50 anos atrás.

No dia 12 de novembro de 1975, dezenas de milhares de trabalhadores manifestaram-se junto ao Palácio de São Bento, reivindicando ser atendidos pelo Ministério do Trabalho. Os trabalhadores colocaram-se todos juntos nas escadas do palácio com faixas e bandeiras vermelhas. Perante a recusa, a manifestação radicalizou-se, e mobilizou-se contra o VI Governo Provisório, que suspendeu funções dia 20. Chegou mesmo a haver helicópteros no ar para levar mantimentos aos cercados em Belém e um pedido feito pelo Primeiro-ministro da altura para que ele e outros fossem resgatados, o que foi recusado pelos Comandos. A paralisia foi total, e o governo declarou efetivamente que não iria fazer nada "político", e anunciou que "estamos em greve, todos estão em greve, o governo também está em greve", agindo unicamente a título administrativo até à resolução do conflito de poder. O governo ameaçou também exilar-se no Porto, onde poderiam ser de certa forma protegidos por agricultores e camponeses no Norte que ameaçavam cortar o fornecimento de alimentos à "comuna vermelha de Lisboa". Isto mostrou o enfraquecimento do Estado e do poder político, num "confronto clássico de poder"

Na madrugada do dia 25, Vasco Lourenço é declarado comandante da Região Militar de Lisboa (RML) pelo Conselho da Revolução (CR). Os paraquedistas ocuparam rapidamente várias bases aéreas, assim como o Estado-Maior da Força Aérea, do Regimento de Artilharia de Lisboa (RALIS), que, pouco depois montou um aparato militar em várias zonas, e das tropas da Escola Prática de Administração Militar (EPAM), que ocuparam os estúdios da Rádio e Televisão de Portugal e controlaram as portagens da autoestrada do Norte. Por volta das sete da manhã, os paraquedistas ocuparam o comando da 1.ª Região Aérea e prenderam o seu comandante. Aqui, é dado o alerta à Presidência da República que "o 'golpe' está na rua". 

Um dos grupos envolvidos, chamado o Grupo dos Nove, deslocou-se até Belém, e o Presidente Costa Gomes assumiu a liderança. Pensa-se que este grupo formulara um plano para executar um golpe militar, que restituísse a hierarquia nas Forças Armadas. As medidas providenciais levaram à desmobilização popular, numa altura em que a população começava a cercar os vários pontos militares, o que poderia levar à distribuição de armas. Otelo Saraiva de Carvalho, anteriormente desaparecido, regressou a Belém, onde também teve um papel determinante. Francisco Costa Gomes decretou o estado de sítio na RML às 16h30. Houve no resto do dia diversas tentativas dos sublevados de tentar reverter a situação, desfavorável para si, e ofensivas dos moderados. Ao longo deste dia, os sublevados continuaram a perder posições, e a situação começou a normalizar-se. Jaime Neves, pouco após das 19h, saiu com uma força do RC da Amadora e cercou as instalações da Força Aérea em Monsanto, resultando na rendição de seus ocupantes. O domínio dos meios de comunicação passou a ser o objetivo mais importante. A Emissora Nacional, às 20h45, mudou a sua emissão para o Porto. O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil convocou uma concentração junto à sede do sindicado através do Rádio Clube Português (RCP). O CR interviu, e convocou um destacamento da Escola Prática de Cavalaria de Santarém a Porto Alto, que continha os emissores de onda média, e, às 22h10, a emissão do RCP foi interrompida. As emissões da RTP passaram a ser feitas no Porto. No decorrer da noite, a situação começa a acalmar. 

No dia 26, o Conselho da Revolução decidiu dissolver o COPCON, e ordenou a presença de todos os seus comandantes no Palácio de Belém. Infelizmente, apesar de estarem perto, existiu uma falha na comunicação entre as forças de Jaime Neves que sitiavam a PM, e o Palácio de Belém. Após várias ligações com o major Campos Andrada, Vasco Lourenço conseguiu fazer com que se apresentasse em Belém. Apesar de tudo, o ataque não foi suspenso, e causou três mortos.

No dia 27, a conjuntura continuou a normalizar-se, e no fim da tarde o COPCON foi cercado e ocupado pelos comandos da Amadora, resultando em nove detenções, das dezenas de oficiais já encarcerados em Custoias. A Base Aérea do Montijo foi desocupada durante a noite. Costa GomesMorais da SilvaMelo AntunesPires Veloso, entre outros, falaram na televisão com o objetivo de acalmar a população. Apesar de ainda que não controlarem todas as unidades, os moderados estavam à beira da vitória. Ainda falta haver consenso se houve, ou não, uma tentativa de golpe de Estado, e quem foram os responsáveis.

Existe ainda uma grande polémica sobre a questão da distribuição das armas a civis e do  possível envolvimento do PS na preparação de uma futura intervenção estrangeira em Portugal. Em causa, o facto de Mário Soares de ter reunido com o primeiro-ministro James Callaghan para coordenar a ingerência militar do Reino Unido em Portugal caso irrompesse um golpe comunista, ao qual respondeu positivamente, garantindo o apoio, e despachou um oficial dos serviços secretos britânicos. Se houvesse a eclosão de uma guerra civil, Mário Soares contaria com vários tipos de operações clandestinas, apoio logístico aos militares moderados e a utilização de meios aéreos e marítimos para abastecimento na zona norte. De acordo com o ex-primeiro-ministro Vasco Gonçalves, a deslocação de Mário Soares ao Norte, no dia 25, fazia parte do plano, uma vez que seria ele o líder da resistência civil, e a sua segurança e liberdade teria, assim, de ser asseguradas, se ocorresse a tomada de Lisboa pelas forças revolucionárias.

Nada disto é falado e é como se (até hoje) todos tivessem feito um pacto de silêncio sobre os verdadeiros acontecimentos daqueles dias. Podemos pesquisar e encontramos muito mais perguntas do que respostas e, até, a comunicação social da altura, teve atitudes diferentes perante os acontecimentos em causa.

Em todos os jornais, se destacou os acontecimentos destes dias, inclusivé das manifestações ocorridas. Tal como em várias outras publicações, no 25 de novembro de 1975,  no semanário "O Jornal," destaca como o país se encontra em crise, com o título: A crise da semana: Governo de braços caídos”. No interior do jornal, havia uma página dedicada aos“quatro malditos” do VI Governo Constitucional: Tomás Rosa (ministro do trabalho), Ferreira da Cunha (secretário de Estado da Comunicação Social), Almeida Santos (ministro da Comunicação Social) e Marcelo Curto (secretário de Estado do Trabalho), os quais eram assim apelidados por sobre eles recaírem "as críticas mais violentas das forças situadas mais à esquerda da conjuntura revolucionária portuguesa”.  Num outro artigo, dá ainda conta da morte de Franco, “o último ditador da Europa”, que morreu no poder, chamando de certa forma a atenção para o futuro que "resta aos espanhóis", num obituário, escrito por Javier López, que não esconde a felicidade pela perda. Este artigo, não esconde uma mensagem para o povo português, na palavra "último", para que abra os olhos e não deixe que o extremismo regresse ao país.

 

Fontes:

https://sicnoticias.pt/pais/2023-11-25-Celebrar-o-25-de-Novembro-porque-todas-as-datas-contam-0597e22f

https://ionline.sapo.pt/artigo/808624/25-de-novembro-e-o-dia-do-triunfo-da-democracia?seccao=Portugal_i

https://www.tsf.pt/portugal/politica/comemorar-abril-e-exercicio-incompleto-moedas-diz-que-25-de-novembro-ditou-vitoria-da-democracia-17398595.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_de_25_de_Novembro_de_1975

https://ensina.rtp.pt/artigo/o-25-de-novembro-de-1975/

 

 

 

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publicado às 19:58

Os avanços e recuos da ofensiva russa

por Elsa Filipe, em 24.11.23

De acordo com o estado-maior ucraniano, a Rússia perdeu, nas últimas 24 horas, 1100 soldados, 30 tanques, 32 veículos blindados e 31 sistemas de artilharia em vários ataques. Foram bombardeadas 120 cidades habitadas nas regiões fronteiriças ou perto da frente em Chernigiv, Sumi, Kharkiv, Lugansk, Donetsk, Zaporijia, Dnipropetrovsk e Kherson. Segundo fontes ucranianas terão mesmo sido usadas munições de fragmentação, que é proibida em mais de 100 países. As tropas ucranianas têm vindo a tentar repelir estes ataques, mas as baixas continuam a ser altas de ambos os lados. As baixas civis e a destruição de edifícios civis e infraestruturas de serviços (como por exemplo escolas e hospitais), de comunicações e de energia, são exemplos dos piores danos de um conflito armado como o que se regista desde fevereiro de 2022 na Ucrânia. Apesar de todo o apoio que tem sido dado ao país, parece que ainda não é suficiente para afastar de vez a investida da Rússia no território.

Apenas como exemplo desta situação, num dos ataques, que pode vir a ser classificado como crime de guerra, ocorreram três mortos e  cinco feridos. Mais de 60 edifícios residenciais e agrícolas foram danificados. 

As tropas ucranianas têm tentado reconquistar algumas posições, mas ainda só conseguiram recuperar algumas aldeias. Para transformar a relatividade deste sucesso num grande avanço, o exército ucraniano tem de conseguir posicionar-se do outro lado do rio. Isto implicaria atravessar uma grande barreira natural e depois atuar numa zona pantanosa durante a estação das chuvas. Um dos vários objetivos será a recuperação da Criemia, anexada à Rússia desde 2014. A tomada de posições mais profundas no sul também poderia permitir a Kiev lançar um ataque maior na direção desta península. Mas, segundo é apresentado por alguns especialistas, este objetivo só será possível com milhares de homens e veículos. Outro recurso seria a construção de pontes sobre o rio de forma a permitir a passagem de armamento pesado e de equipamento logístico, mas que seria desde logo um alvo fácil para as tropas russas.

Neste momento, estas dificuldades começam a pôr em causa a liderança do governo. A população da zona de Kiev e também de várias outras cidades ucranianas, tem vindo a manifestar-se contra a corrupção e pede que seja feito mais investimento nas Forças Armadas, enquanto as tropas vão tentando recuperar diversas posições em especial tentando repelir forças russas na margem leste do rio Dniepre, o qual constitui uma linha natural que se prolonga por toda a frente de batalha no sul do país.

Fontes:

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/russia-bombardeou-120-cidades-de-varias-regioes-da-ucrania?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/bombardeamentos-russos-matam-tres-civis-na-regiao-de-kherson

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/tropas-de-kiev-reivindicam-avancos-na-margem-esquerda-do-dniepre

https://pt.euronews.com/2023/11/21/peritos-alertam-para-limitacoes-dos-recentes-avancos-ucranianos

 

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publicado às 12:32

Carlos Avilez

por Elsa Filipe, em 22.11.23

O encenador e ator Carlos Avilez, encenador, ator e fundador do Teatro Experimental de Cascais, faleceu esta quarta-feira, vítima de paragem cardio-respiratória, no Hospital de Cascais.

Pesquisei a biografia de Carlos Vitor Machado e em três sites descobri três datas de nascimento (1935, 1937 e 1939) o que desde logo é estranho e errado. Sabemos que se estreou profissionalmente como ator em 1956, na Companhia Amélia Rey Colaço - Robles Monteiro, onde permaneceu até 1963. A conselho de Amélia Rey Colaço, outra grande senhora do teatro português, orientou a sua vida para a encenação. Assim, ainda em 1963, levou ao palco a peça "A Castro", de António Ferreira, numa arrojada encenação que depressa lhe valeu o estatuto de “enfant terrible” do teatro português.

A história do teatro não poderá mais ser contada sem se falar deste nome. Em 1964, dirigiu o Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC), trabalhou com o ator Raúl Solnado no Teatro Villaret, em Lisboa, e em 1970 foi diretor artístico e responsável pelo dia consagrado a Portugal na Expo'70 em Osaka, no Japão. Em 1979 foi nomeado, juntamente com Amélia Rey Colaço, diretor da Companhia Nacional de Teatro I - Teatro Popular, então sediada no Teatro São Luiz, em Lisboa. Ao longo de décadas, levou várias produções suas além-fronteiras: Espanha, França, Brasil, EUA, Japão, Angola e Moçambique foram alguns dos países onde apresentou espetáculos. No plano internacional, trabalhou com nomes como Peter Brook e Jerzi Grotowski, através de uma bolsa concedida pelo Instituto da Alta Cultura.

Recebeu a Ordem do Infante D. Henrique em 1995 e as Medalhas de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Cascais, de Mérito Cultural da Secretaria de Estado da Cultura e da Associação 25 de Abril. Para além do teatro encenou, também, várias óperas entre as quais se destacam "Carmen", "Contos de Hoffmann", "Kiu", "As Variedades de Proteu," "Ida e Volta," "O Capote," "Inês de Castro", "O Barbeiro de Sevilha" e "Madame Butterfly". Dedicou toda a sua vida ao teatro, tendo sido presidente do Instituto de Artes Cénicas, diretor do Teatro Nacional S. João, no Porto, e diretor do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa. 

A sua mais recente produção, "Eletra" tinha estreado no último sábado, no Teatro Experimental de Cascais, contando no elenco com Carla Maciel, Miguel Loureiro, Bárbara Branco e David Esteves. 

Fontes:

https://cnnportugal.iol.pt/carlos-avilez/morreu-o-encenador-e-ator-carlos-avilez-fundador-do-teatro-experimental-de-cascais/20231122/655de1b5d34e65afa2f7d636

https://www.cascais.pt/pessoa/carlos-avilez

https://observador.pt/2023/11/22/teatro-morreu-o-ator-e-encenador-carlos-avillez-aos-84-anos/

 

 

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publicado às 23:31

No dia do Olá...

por Elsa Filipe, em 21.11.23

Olá!

Sabiam que hoje se assinala o Dia do Olá? Confesso que este é novo para mim, mas já existe desde 1973 em resposta à guerra Yom Kippur (guerra árabe-israelita), por ação de dois professores universitários norte-americanos (Brian McCormack da Universidade do Arizona e Michael McCormack da Universidade de Harvard). Atualmente é celebrado em mais de 180 países do mundo.

Políticos, líderes religiosos, vencedores do Nobel da Paz e celebridades são alguns dos maiores promotores deste dia, mas todos nos podemos associar! É uma forma de saudação, um cumprimento comum e simples, tantas vezes acompanhado de um sorriso. A sua importância? A de mostrar que as palavras valem mais do que as armas! Será isto verdade? Era bom que bastasse uma palavra, um Olá, um cumprimento, para acabar de vez com a falta de entendimento. Se todos entendemos um Olá, podemos todos conversar? Uma pequena palavra cheia de simbolismo, pequenina e tão poderosa!

Neste dia, celebra-se também o Dia Mundial da Televisão, que foi proclamado pelas Nações Unidas em dezembro de 1996, após o primeiro Fórum Mundial de Televisão. Em Portugal a televisão começou a ser transmitida em 1957, na Rádio e Televisão de Portugal (RTP), a preto e branco. O primeiro programa a cores a ser transmitido foi o festival da canção já no ano de 1980. A SIC chega até nós em 1992 e a TVI, no ano seguinte, em 1993.

Para mim, as emissões televisivas são uma companhia. Uma fonte de informação e de conhecimento, mas também de lazer. Para muitas pessoas, a televisão e quem nela "habita" são a sua família, que lhes entra pela casa todos os dias e as ajuda a passar pela solidão. Há casas onde a televisão está acesa e nunca se apaga, ocupando o lugar que antes era ocupado pelos locutores de rádio.

E o bom seria, mesmo, mesmo, que no dia do Olá, as televisões só nos trouxessem imagens bonitas e boas notícias! Mas o mundo não é tão belo, como a nossa imaginação...

Fontes:

https://www.calendarr.com/portugal/dia-mundial-do-ola/

https://www.calendarr.com/portugal/dia-mundial-da-televisao/

 

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publicado às 13:15

Hoje fiz uma publicação no blogue Caderno de leitura onde apresento uma iniciativa portuguesa que leva a que hoje, milhares de crianças tenham ido de pijaminha para a escola! A Missão Pijama, é uma iniciativa da "Mundos de Vida". Esta é essencialmente uma iniciativa de sensibilização da sociedade portuguesa para a promoção do "direito de uma criança crescer numa família" e não é por coincidência que calha exatamente no dia em que se assinala a Convenção Internacional dos Direitos da Criança. Apesar de estar mais direcionada para a consciencialização do direito que toda e qualquer criança deveria ter a viver numa casa, a ser aceite pelos seus e a ter uma família, a verdade é que neste dia não nos podemos esquecer de todas as outras. Aquelas que hoje não tem um pijama para vestir e que adormecerem sobre a terra dura sem nada com que se tapar.

E é cada vez mais importante falarmos disto!

A Convenção sobre os Direitos da Criança foi adotada pela Assembleia Geral da ONU em 20 de novembro de 1989. Entrou em vigor em 2 de setembro de 1990 e foi ratificado por 196 países, Portugal incluído. Os Estados Unidos não ratificaram a Convenção. Esta Convenção apoia-se ainda na Declaração de Genebra dos Direitos da Criança, de 1924, e na Declaração dos Direitos da Criança adotada pela Assembleia Geral a 20 de novembro de 1959.

Presentemente, continuam as crianças a ser as principais vítimas, diretas e indiretas, dos conflitos.

Na Faixa de Gaza, as crianças têm sido as principais vítimas do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, perfazendo cerca de 40% do total de mortos no território. Segundo informações do ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas, desde o início dos bombardeios de retaliação de Israel após os ataques brutais perpetrados pelo Hamas em 7 de outubro, cerca de 3000 crianças perderam a vida e mais de 5,3 mil ficaram feridas na Faixa de Gaza. Nem será preciso referir que a situação vivida nos hospitais é desumana. Nem todos os recém-nascidos que estavam nas incubadoras conseguiram sobreviver aos cortes de energia e nem todos os que foram levados para o Egito, lá conseguiram chegar com vida. 

Em Israel, mais de 30 crianças foram mortas pelo Hamas desde o início da atual guerra, e dezenas permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza, longe dos pais e dos irmãos. 

Apesar de os dados já não estarem atualizados, por causa da constante dificuldade em recolher dados nas zonas ocupadas pelas forças russas, desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, quase 500 crianças foram mortas e mais de 1000 ficaram feridas.

Não se fala tanto do Sudão, mas a guerra civil em que o país está mergulhado desde abril, para além das habituais condições de pobreza extrema, faz com que aí se viva atualmente um dos períodos mais trágicos. A luta entre o exército do Sudão e o grupo paramilitar RSF dura há quase seis meses, tendo já provocado milhares de refugiados e uma verdadeira crise humanitária, que, reforço não tem sido devidamente acompanhada. De acordo com a agência da ONU, mais de 1200 crianças com menos de 5 anos (refugiadas da Etiópia e do Sudão do Sul) morreram de sarampo e de malnutrição em nove campos de refugiados no Estado do Nilo Branco entre 15 de maio e 14 de setembro. A guerra tem levado milhares de pessoas a fugirem para os países vizinhos, sobretudo para o Egito e para o Chade, onde quase um milhão de mulheres e crianças vivem em campos de refugiados. A fome e as doenças associadas à malnutrição são a principal causa de morte entre os mais novos.

Na Nigéria e na Somália, juntam-se as catástrofes naturais que têm levado à fuga de centenas de milhares de pessoas. A Nigéria foi o país da África sub-sariana onde se registaram mais deslocados internos, devido às inundações no estado de Borno e noutras partes do país, em 2022. No final do ano passado, pelo menos 854000 pessoas continuavam longe de casa entre elas, estima-se que 427000 eram crianças.

No Paquistão, mais de um ano depois das cheias que afetaram o território, estima-se que ainda existam oito milhões de pessoas, metade das quais crianças, que vivem sem acesso a água potável, nas zonas mais afetadas. A subnutrição atingiu níveis dramáticos.

E poderia continuar a enumerar, mas números são apenas isso, números. Faltam ações concretas dos governos, porque isto assim não pode continuar!

Fontes:

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c517zvr11n1o

https://pt.euronews.com/2023/08/13/cerca-de-500-criancas-mortas-desde-o-inicio-da-guerra-na-ucrania

https://sicnoticias.pt/mundo/2023-09-20-Guerra-civil-no-Sudao-ja-matou-1200-criancas-alerta-a-ONU-e-a-UNICEF-75c14c97

https://sicnoticias.pt/mundo/2023-09-19-ONU-alerta-que-estao-a-morrer-milhares-de-criancas-a-fome-em-campos-de-refugiados-no-Sudao-aa1567d6

https://sicnoticias.pt/mundo/2023-08-24-Conflito-no-Sudao-fome-mata-cada-vez-mais-criancas-com-menos-de-5-anos-d677c78d

https://pt.euronews.com/2023/09/04/alteracoes-climaticas-direitos-das-criancas-na-africa-subsariana-minados-a-um-ritmo-alarma

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/unicef-alerta-milhoes-de-criancas-sem-acesso-a-agua-potavel-no-paquistao_v1509719

 

 

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publicado às 12:32

Sara Tavares

por Elsa Filipe, em 19.11.23

Lembro-me de a ver no Festival da Canção. Foram dezenas de vezes talvez que ouvi a musica e que a cantei. Eu que ainda era uma menina, admirava aquela jovem apenas cinco anos mais velha do que eu e com uma voz fabulosa. A sua participação no "Chuva de Estrelas" fica também marcada na nossa memória. A sua carreira passou depois por outros estilos musicais. A cantora, de ascendência Cabo-verdiana, fez uma pausa na carreira em 2009, na sequência do diagnóstico de um tumor cerebral, mas acabou por voltar e, em 2018, chegou a ser nomeada para um Grammy Latino.

A cantora Sara Tavares morreu este domingo, vítima de tumor cerebral, avançou a SIC Notícias e confirmou a CNN Portugal. Tinha 45 anos. Sara Tavares estava internada na Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital da Luz, em Lisboa. Apesar de ela já estar internada, não vemos a sua morte sem surpresa, por ser tão nova e ter ainda uma luz tão forte. É uma referência na nossa música mas também na música africana.

O primeiro álbum da cantora e compositora, "Sara Tavares & Shout!" foi editado em 1996, dois anos depois de vencer o Festival da Canção da RTP com o tema "Chamar a Música" e que representou Portugal na Eurovisão, tendo ficado em oitavo lugar. E nas duas décadas seguintes, editou vários álbuns que a aproximaram das raízes cabo-verdianas, com destaque para "Balancê" (2005), que lhe valeu um disco de platina e uma nomeação como "Artista Revelação" para o prémio BBC Radio 3 World Music. Em 2011, recebeu o Prémio de "Melhor Voz Feminina" nos Cabo Verde Music Awards e no ano seguinte deu continuidade à digressão internacional "Xinti", título do álbum editado em 2009, que lhe valeu o Prémio Carreira do "África Festival" na Alemanha.

Fontes:

https://cnnportugal.iol.pt/sara-tavares/morreu-a-cantora-sara-tavares/20231119/655a7708d34e65afa2f7bc92

https://www.dn.pt/cultura/morreu-a-cantora-portuguesa-sara-tavares-17366594.html

 

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publicado às 22:00

Nada está nas nossas mãos quando se trata da erupção de um vulcão, a não ser abandonar o local e tentar encontrar alguma proteção, assistindo de longe a tudo o que se vai passando. É isto que tem estado a acontecer na Islândia, onde no dia 10 houve sinais de aparecimento de um túnel de magma e de atividade sísmica intensa, o que junto com o aumento dos níveis de enxofre à superfície, indica a possibilidade de uma erupção eminente. Devido a este conjunto de fatores, no dia 11 deste mês, as pessoas foram obrigados a sair das suas casas, não apenas devido aos fortes abalos sísmicos sentidos e que destruiram importantes estruturas da cidade mas também devido ao risco eminente de que uma grande erupção ocorra a qualquer momento.

Os cerca de 3400 habitantes da cidade islandesa de Grindavik, situada na Península de Reykjanes, a cerca de 50 quilómetros da capital, Reiquiavique, apenas tiveram autorização para regressar durante cinco minutos, para poderem retirar animais de estimação que tivessem ficado para trás e alguns pertences pessoais ou de valor. As planícies começaram a sofrer deformações e as estradas estão intransitáveis devido às fendas que se têm vindo a abrir dia após dia.

Apesar de ainda não haver certeza absoluta de que o vulcão vai entrar em erupção, os especialistas afirmam que durante vários meses será muito perigoso voltar para a cidade. O túnel de magma que está por baixo da cidade tem cerca de 15 quilómetros de extensão. Planeia-se a construção de um muro que proteja a central de energia geotérmica, que se localiza a cerca de 50 quilómetros de Reiquiavique, para travar a lava e impedir a destruição da central que abastece milhares de casas.

Este sistema vulcânico voltou a dar sinais de atividade em 2021, depois de 8 séculos "adormecido", mas nessa altura os danos foram mínimos, mas as erupções na Islândia são frequentes em comparação com outras zonas do globo. A mais significativa aconteceu em 2010, quando o vulcão Eyjafjallajokull causou enormes nuvens de cinza que durante dias afetaram o ar e os voos em toda a Europa.

Fontes:

https://expresso.pt/internacional/2023-11-18-Islandia-habitantes-retirados-por-causa-de-vulcao-so-poderao-regressar-dentro-de-meses-3e6bd082

https://observador.pt/2023/11/12/probabilidade-de-erupcao-vulcanica-na-islandia-aumenta-com-1-000-novos-sismos/

https://actualidadfestera.es/islandia-construye-un-muro-para-proteger-una-central-electrica-de-la-lava/

 

 

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publicado às 21:22

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