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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Assinala-se hoje o dia do Jornalista pela Paz e, sem dúvida, temos mesmo de referir a importância desta profissão. Todos os dias, são eles que nos trazem aquilo que se passa no mundo. As imagens e os relatos, tantas vezes na primeira pessoa, trazem a realidade dos grandes acontecimentos que fazem a nossa história como povo.
"Neste dia destaca-se o sentido de responsabilidade, a ética, a independência e o profissionalismo dos jornalistas que relatam a verdade sem ceder a pressões internas e externas. Os meios de comunicação social, por intermédio dos seus profissionais, podem ser um meio eficaz para derrubar injustiças, desconfianças, conflitos e para semear a compreensão, o respeito e a unidade."
Só durante o mês de outubro, no conflito entre Israel e o Hamas, na Palestina, morreram 24 jornalistas a cobrir o conflito ou dentro de casa. Três são israelitas mortos no brutal ataque do Hamas no Sul de Israel, um é o libanês Issam Abdallah, videógrafo da Reuters atingido quando filmava um tanque israelita que disparava na direcção do Líbano – os restantes 20 são palestinianos que foram mortos na Faixa de Gaza. Além disso, está em causa também o risco de ataques aéreos, interrupções nas comunicações, cortes de energia, ameaças, censuras e o assassinato de familiares. Outros oito jornalistas foram feridos e nove foram dados como desaparecidos ou detidos, disse o Comité para a Proteção dos Jornalistas, num comunicado.
De acordo com o CPJ, este foi o período mais mortal para os jornalistas que cobrem conflitos militares em décadas.
Neste dia, deve também ser relembrado que foi uma jornalista a receber este ano o Prémio Nobel da paz. Receber, ainda não, uma vez que a jornalista e ativista iraniana Narges Mohammadi, se encontra detida na prisão de Evin, onde cumpre uma pena de 10 anos, acusada de divulgar propaganda contra o estado iraniano. O prémio veio reconhecer o seu trabalho na “luta pelas mulheres do Irão contra a opressão”.
Berit Reiss-Andersen, do Comité Nobel, declarou: "Ao atribuir-lhe o Prémio Nobel da Paz deste ano, o Comité Nobel Norueguês pretende honrar a sua corajosa luta pelos direitos humanos, pela liberdade e pela democracia no Irão. A luta de Narges Mohammadi contra a pena de morte e a obrigatoriedade do uso do hijab para as mulheres continua atrás das grades, onde escreve artigos e incentiva aos protestos contra o regime, que emergiram após a morte de Mahsa Amini.
Com regularidade, a defensora dos direitos humanos iraniana tem alertado e criticado a situação “lamentável” em que se encontram os reclusos no Irão e tem assinado dezenas de artigos sobre maus tratos e torturas de que têm sido alvo, apesar de enfrentar sérios problemas cardíacos.
Mohammadi iniciou a carreira como jornalista, escrevendo para a Payaam-e Haajar, uma revista dedicada às questões das mulheres no Irão e que era publicada por Azam Alaei Taleghani, filha do ayatollah Seyyed Mahmoud Alaei Taleghani. A revista foi encerrada em abril de 2000 pelo regime.
Mohammadi escreveu inúmeras vezes sobre os direitos humanos, os direitos das mulheres e sobre questões relacionadas com os estudantes universitários, tendo publicado igualmente vários trabalhos em publicações reformistas, que acabaram todas por ser encerradas.
Fontes:
https://www.calendarr.com/portugal/dia-dos-jornalistas-pela-paz/
https://pt.euronews.com/2023/10/06/ativista-iraniana-narges-mohammadi-vence-nobel-da-paz
Antes de começar, não é este um post em defesa de quem quer que seja. Sou muito pragmática. Não defendo nenhuma guerra e muito menos quando se usa a "desculpa" esfarrapada de que uma qualquer entidade atribuiu o quê a quem quer que seja. Ainda estou numa fase de incompreensão perante tamanha barbárie que se está a passar. Sou completamente contra este conflito e acho que isto tem de acabar. Apetece dizer para pegarem numa régua e dividirem a meio aquilo tudo, metade para a direita metade para a esquerda! No meio disto tudo, ninguém tem razão. Não há nenhuma razão, nenhum motivo para matar inocentes. Nem de um lado, nem do outro!
Mas hoje resolvi também vir falar das palavras de um português. Um homem que agora está a ser posto em causa por aquilo que disse - meus caros, ele é cidadão português e nós somos livres de dizer e escrever as nossas opiniões - e não estou com isto a dizer que concordo com ele. As afirmações que fez no Conselho de Segurança da ONU não foram felizes. Esteve mal, mas quem o condena agora, não está melhor.
Antes da reunião do Conselho de Segurança, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, condenou os atos "de terror" e "sem precedentes" perpetrados pelo Hamas a 7 de outubro, salientando que "nada pode justificar o assassínio, o ataque e o rapto deliberados de civis". No entanto, durante o seu discurso, Guterres acabou por afirmar que seria "importante reconhecer" que os ataques do grupo "não aconteceram do nada", frisando que o povo palestiniano "foi sujeito a 56 anos de ocupação sufocante". Estas palavras não agradaram o embaixador Gilad Erdan, que pediu a António Guterres que se demitisse "imediatamente".
Palavras mal medidas, mal ponderadas, mas que consigo de certa forma compreender no sentido em que tantas vezes as emoções estão à "flor da pele" e nos impedem de pensar de forma mais pragmática. Imagens desoladoras, trágicas e desconcertantes tinham precedido este discurso e sem aquele filtro a que seria obrigado, Guterres deixou escapar o seu lado mais humano e menos ponderado. Por vezes, temos momentos assim - quem nunca? A sua posição porém é diferente da "nossa". A ele, não são perdoados escapes de língua, desabafos e, nem tão pouco, tentativas de justificação de algo injustificável.
Em consequência porém das palavras que Guterres proferiu, Israel começou logo por bloquear vistos a funcionários da ONU. Gilad Erdan anunciou que foi já recusado o visto de entrada em Israel ao subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários. As palavras que fizeram Israel reagir, talvez tenham sido uma espécie de contextualização dos ataques, em que Guterres diz que "o povo palestiniano tem estado sujeito a 56 anos de ocupação sufocante." Nas palavras do secretário-geral, que penso não venham legitimar os ataques, mas vêm em defesa da Palestina como povo e de como acabaram por ter de "aceitar" a sua situação com o Hamas, acrescentou ainda que os palestinianos viram "as suas terras serem constantemente devoradas por colonatos e assoladas pela violência, a sua economia sufocada, o seu povo deslocado e as suas casas demolidas." Acrescentou que a esperança "numa solução política para a sua situação têm vindo a desaparecer".
Por vezes, é preciso medir as palavras e ponderar a capacidade de aceitação de quem as escuta. Nem sempre estão todos os ouvintes no momento certo para compreender o que se afirma, outras vezes o que quer ser transmitido como mensagem tem o efeito contrário à intenção pretendida. Fossem quais fossem as palavras trasnmitidas nesse dia, e nos que se seguem, serão sempre uma ofensa para Israel se defendem a Palestina e uma ofensa para a Palestina se legitimarem Israel. O entendimento neste caso são duas paredes de betão, cujo único ponto em comum é se reprimirem e afastarem mutuamente.
Aproveitando esta situação, Eli Cohen, cancelou uma reunião agendada com Guterres (não seria uma oportunidade de se confrontar e explicar o seu ponto de vista?)mas prefere Israel dizer com todas as letras que "é tempo de ensinar uma lição" à ONU, insistindo na demissão do secretário-geral da organização.
Guterres recusa ter justificado os atos de terror do Hamas, mas os protestos de Israel encontraram eco em vários membros dos governos britânico e italiano, que já vieram a público dizer que discordam dos comentários do Secretário-Geral da ONU sobre Israel e as alegadas violações dos direitos humanos.
Acusando a ONU, desde sempre - não é de agora e nem foram as palavras do seu secretário-geral a despoletar esta opinião - de estar contra Israel, afirmou Erdan que "a partir de agora, todos os dias em que ele estiver neste edifício, a não ser que peça desculpa imediatamente, não há justificação para a existência deste edifício. Este edifício foi criado para evitar atrocidades." Será uma ameaça à própria ONU e aos seus funcionários? Matar a população, sem qualquer limite nem consciência, fazendo com os seus ataques mais mortes do que contra os seus foram cometidos, pior do que "olho por olho, dente por dente", é aceitável para um homem que representa um país? É aceitável pelos seus? Nós não concordamos com muito do que se passa pelo mundo e não saíamos por aí a lançar bombas a torto e a direito!
Fontes:
https://pt.euronews.com/2023/10/25/israel-abre-guerra-a-onu-pelas-criticas-de-guterres
Se há coisas de que tenho algum orgulho é de viver num país que me permite liberdade de expressão. Estas são as minhas palavras de hoje. Um país com muitas falhas, um país com corrupção no governo, com gente que nada vale em altos cargos, mas um país onde é possível dizer o que se pensa, escrever sobre o que se acha. Ser ponderado não é deixar de ser livre. Ser crítico, não é ser mal educado nem tão pouco ofensivo. Estar contra ou a favor de algo é apenas uma opinião, não é ter mais ou menos razão que o outro. Debater, é isso apenas, trocar ideias, discutir pontos de vista. Não é virar as costas à opinião do outro, mas pode ser escolher o lado que se acha mais correto segundo os nossos padrões.
Quando se procura alívio, nestes tempos difíceis, fazer um desabafo em forma de escrita pode ter uma função terapêutica. Uma página em branco pode ser difícil de ultrapassar, mas pode ser também uma terapia de autoconsciencialização e de reflexão sobre o que se passa à nossa volta.
As notícias à nossa volta são assustadoras. Todos os dias somos "atacados" por más notícias, que nos vão afetando a mente e a compreensão do mundo. Podemos tornar-nos imunes à dor do outro? Não quero estar imune! Isso seria deixar de sentir, deixar de me importar. A dor do outro não pode ser desvalorizada só por estar atrás de um ecrã, por estar tão longe aparentemente. As lágrimas de uma mãe que grita a morte de um filho vítima de um bombardeamento, não pode ser vista de ânimo leve sem uma dor profunda que nos atravessa o coração. A dor de um pai que segura o corpo de um filho nos braços, caminhando numa estrada cheia de pó... sem destino...
Quando o local que conhecem como habitação, é atingido, para onde se dirigem os sobreviventes? Quando um familiar, um amigo, um conhecido, um vizinho, está ferido, para onde se leva? Parece que não é assim tão literal em contexto de guerra, pois não? E quem protege quem salva?
Na Ucrânia, já se registam mais de 500 crianças mortas desde o início da guerra (ou seja, desde fevereiro de 2022) e ferimentos em mais de mil (e, como é bastante fácil de compreender, estes dados podem estar a ser divulgados por baixo). Sobreviver, é apenas a primeira fase, depois, chegam outros problemas, uma vez que os ataques aéreos e as explosões também danificam "serviços essenciais como escolas e hospitais" o que traz um forte impacto na vida e na saúde destas crianças.
De 7 a 14 de outubro, mais de 700 crianças foram mortas na Faixa de Gaza. Citando James Helder, porta-voz da UNICEF, "as imagens e histórias são claras: crianças com queimaduras horríveis, ferimentos de morteiro e partes do corpo perdidas. E os hospitais estão totalmente sobrecarregados para tratá-los.” Afirma também James Helder que, as crianças israelitas que foram raptadas no passado dia 7 de outubro, e que ainda estão "como reféns em Gaza devem ser reunidas de forma segura e imediata com as suas famílias e entes queridos”.
Os ataques aos hospitais e os cortes sistemáticos de energia colocam também a vida de milhares de crianças em risco na Faixa de Gaza. Um dos médico que se manifestou, afirma que "muitas crianças que dependem de ventiladores não sobreviveriam a uma interrupção de eletricidade em Gaza".
No dia 17 deste mês, o hospital de "Al-Ahli na Cidade de Gaza," foi alvo de um bombardeamento e "caso seja confirmado, será o mais mortífero bombardeamento aéreo israelita nas cinco guerras que foram travadas desde 2008." Nas imagens que foram mostradas por alguns meios de comunicação, vê-se "um enorme incêndio rodeando as fachadas do edifício, vidros estilhaçados e corpos, muitos deles desmembrados, espalhados por toda a zona." O ataque terá feito cerca de 500 mortos, entre os quais dezenas de crianças. No mesmo dia (17/10) uma escola foi também bombardeada, o que provocou a morte de pelo menos seis pessoas e dezenas de feridos. A escola, que era administrada por uma agência afeta à ONU, estava localizada no "acampamento de refugiados de Al Maghazi." Seriam cerca de 4000, as pessoas que "estavam refugiadas naquela escola."
Para quê isto?
E é difícil escrever sobre estes ataques. Mas temos de o fazer. Repetidamente. Temos de continuar a espalhar estes números por aí. Talvez o meu blogue não chegue a muita gente, o meu público é "pouqinho" (mas bom), mas acho que é um passo importante se cada um de nós for chamando a atenção para estes problemas uma e outra vez, não sendo cumplíces em calar tanta maldade!
Fontes:
Os avisos foram dados. Os palestinianos tinham de fugir porque a cidade estava prestes a ser atacada. Na mira estão alvos do Hamas, infraestruturas que as tropas israelitas defendem estar escondidas por baixo de habitações civis, hospitais e escolas. Então, nenhum local é seguro em Gaza! Qualquer prédio, praça ou parque pode ser atacado com violência porque os túneis passam por baixo destas infraestruturas. Mas a questão é se, mesmo destruindo tudo o que está por cima, atingirão realmente os alvos pretendidos?
Fugir para onde? É a questão que se coloca. Não podem passar para Israel onde não são bem vindos e o Egipto não lhes abre as fronteiras a sul. Rafah seria o seu ponto de fuga mas está limitado apenas à entrada controlada de ajuda humanitária e, mesmo essa, passa a conta gotas. Os palestinianos estão retidos numa pequena faixa de terreno e não são, na sua maioria, aceites nos países vizinhos, pelas mais variadas razões, tanto políticas como culturais e religiosas. Os israelitas foram atacados pelo grupo terrorista Hamas e estão a defender-se, mas atacando população civil, a qual não respeitam de forma alguma. Falta água, luz, comida e combustível. Faltam medicamentos. Os hospitais que ainda funcionam estão sobrelotados e são para algumas famílias que ali procuram refúgio, uma pequena luz ao fundo do túnel, quando já não sabem para onde ir.
Na fronteira do Egipto, no terminal de Rafah, no sul de Gaza, passou hoje a primeira caravana de 20 camiões, supervisionada pela ONU. Estes camiões levam fornecimentos vitais organizados pelo Crescente Vermelho Egípcio (parte das sociedades internacionais da Cruz Vermelha) e pelas próprias Nações Unidas, que entregarão a ajuda ao Crescente Vermelho Palestiniano. Não podem levar combustível. E não se sabe se a ajuda sequer chegará a quem precisa, apesar dos esforços de todos os envolvidos.
António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas, apelou aos governos e organizações no terreno a que garantam a chegada da ajuda humanitária a todos os palestinianos dizendo que estes "camiões, são uma tábua de salvação, são a diferença entre a vida e a morte para muitas pessoas em Gaza. E vê-los presos aqui faz-me ser muito claro: o que precisamos é de os fazer sair, fazê-los passar para o outro lado do muro. Fazê-los sair o mais depressa possível e o maior número possível". Segundo o último balanço das autoridades de Gaza, contavam-se 4469 mortos e mais de 13 mil feridos deste conflito e Daniel Hagari, porta-voz das forças armadas israelitas informou que o número de bombardeamentos vai aumentar: "temos de entrar na próxima fase da guerra nas melhores condições."
Em Gaza é estimado que haja atualmente cerca de um milhão de pessoas deslocadas, das quais cerca de 350 mil se encontram em campos organizados pela Agência das Nações Unidas, ou seja, estão em campos de refugiados sem ter para onde fugir. Já o Egipto, receia que a abertura total das fronteiras faça entrar milhares de refugiados no país, já a braços com a crise da Síria. As conversações entre líderes europeus e árabes têm sido difíceis, com opiniões divergentes sobre se Israel tinha ou não o direito a atacar Gaza depois do ataque que sofreu a 7 de outubro.
Fontes:
Desde a passada semana, voltámos a ouvir e a ver notícias alarmantes sobre o conflito armado na Faixa de Gaza. O grupo armado Hamas conseguiu entrar em território israelita e matar centenas de pessoas, fazendo ainda quase duas centenas de reféns. Um ataque bárbaro que voltou a colocar este conflito na ordem do dia da comunicação social em todo o mundo.
Mas este ataque foi apenas o retirar da cavilha da granada. Muito estava para vir e não há previsão de que este conflito se resolva. Ontem "um hospital no centro da cidade de Gaza foi bombardeado, provocando centenas de mortos. O Ministério da Saúde local anunciou a morte de 500 pessoas." Israel diz que o míssil foi lançado pelo Hamas, de dentro da Palestina. Este hospital, localizado numa área residencial, pertence a uma instituição cristã e era um local de refúgio para dezenas de pessoas que procuravam abrigo, ajuda e cuidados de saúde.
Entretanto, Israel declarou que um "ataque de rajadas de mísseis inimigos em direção a Israel passou nas imediações do hospital quando foi atingido" e que este terá tido origam na Jihad Islâmica (segundo maior grupo armado presente na Faixa de Gaza e que é independente do Hamas, embora por vezes se assistam a ataques combinados). Este ataque surgiu depois da ordem de evacuação de cerca de vinte hospitais no norte da Faixa de Gaza, ato que a OMS declarou que "tem sido impossível" cumprir "dada a atual insegurança, a condição crítica de muitos doentes e a falta de ambulâncias, profissionais de saúde, capacidade de camas no sistema de saúde e abrigo alternativo para os deslocados". Além do que, imagens televisivas mostraram que não se podem deslocar bebés em suporte avançado de visa, em incubadoras que garantem a sua única esperança de vida.
O ataque a este Hospital pode, segundo vários especialista ser considerado um crime de guerra. No entanto, segundo outras opiniões que referem dados do Direito Internacional, podemos também estar perante um ato de negligência (com o qual eu não concordo, mesmo não tendo havido intencionalidade direta em colocar o hospital como alvo). Primeiro porque ainda não está claro quem lançou o míssil em questão e, depois, porque seja qual for a sua origem, aquela é uma zona residencial densamente povoada. Estas pessoas não podiam sair dali, estão cercadas! Queriam que saíssem para onde se têm muros e arame farpado a toda à volta e não são aceites em nenhum país vizinho?
Um outro ataque aconteceu também hoje e provocou dezenas de feridos e a lamentável morte de seis pessoas "quando uma escola foi atingida durante ataques aéreos de Israel no campo de refugiados de Al-Maghazi, na Faixa de Gaza."
"Israel mantém o enclave palestiniano sob bloqueio económico desde 2007, ano em que o Hamas assumiu o controlo do território," e "tem em preparação uma possível ofensiva terrestre para tentar derrotar o Hamas". Caso se confirmem estes números, "este bombardeamento passará a ser o mais mortífero nas cinco guerras travadas na Faixa de Gaza desde 2008." Em Gaza, com 2,3 milhões de habitantes, o número de mortos ultrapassa já os três mil desde dia 7 deste mês e segundo as autoridades de saúde da região, "cerca de 1200 pessoas, incluindo 500 menores, estarão presos debaixo das ruínas de edifícios atacados".
Fontes:
https://sicnoticias.pt/mundo/2023-10-18-E-preciso-explicar-porque-e-que-ha-tantas-vitimas-no-ataque-ao-hospital-em-Gaza-f3477d65
https://rr.sapo.pt/noticia/mundo/2023/10/18/bombardeamento-atinge-hospital-em-gaza-e-faz-pelo-menos-500-mortos/351233/
https://rr.sapo.pt/noticia/mundo/2023/10/17/explosao-em-hospital-israel-culpa-disparo-falhado-de-grupo-aliado-do-hamas/351256/
As migrações acompanham o Homem desde antes mesmo do conceito de História. Atualmente, as rotas do Mediterrâneo continuam a ser usadas como caminhos de fuga a conflitos e são, para milhares de pessoas, a única esperança de sobrevivência. No Observador podemos ler que o "fluxo de migrantes no Mediterrâneo Central quadruplicou este ano, um aumento de 376% face ao ano passado, devido nomeadamente à chegada às costas italianas, que já recebeu 91 mil pessoas em 2023." O ano ainda não terminou e por isso os números ainda são mais preocupantes, tendo em conta que neste momento existem vários conflitos ativos que podem propiciar novas fugas.
Na pré-históricas, as migrações ocorreram por diversos fatores: busca de melhores condições, caçadas de grandes manadas, guerras, embora estivessem mais frequentemente relacionadas com mudanças climáticas. As migrações pré-históricas do Homo Sapiens terão começado a partir do continente africano há 70 mil anos e foram-se movimentando para a atual Europa e Ásia, seguindo para a América do Norte. Sabe-se também que há cerca de 70.000 anos, os nativos australianos foram o primeiro grupo a separar-se de outros agrupamentos humanos modernos, o que vem desafiar a teoria do estágio único da migração a partir do continente africano.
Pelos estudos efetuados, foi possível perceber que outros grupos seguiram diretamente para a Ásia em pequenas embarcações à cerca de 50 mil anos atrás, alcançando as ilhas menores do Oceano Pacífico e o atual território da Austrália. Devido às suas baixas temperaturas, o continente antártico não apresenta qualquer registo de ocupação humana.
Atualmente, atravessar o Mar Mediterrâneo é a principal forma que muito migrantes têm para entrar na Europa, onde ficam clandestinamente ou pedem asilo, consoante os países da União Europeia onde conseguem entrar, após passarem dias no mar com risco da sua própria vida. São aos milhares aqueles que acabam por morrer de doenças, de frio, ou afogados. A maioria que o arrisca, fá-lo porque nos seus locais de origem, já não há condições de vida e o medo acaba por ser superado, muitas vezes apenas com o intuito de encontrarem um sítio onde possam ficar sem ser perseguidos e onde consigam, pelo menos, alimentar os filhos.
Terão os países de destino condições para os receber?Ou quererão fazê-lo? Em que condições?
"A ilha de Lampedusa, o território italiano mais próximo da costa africana, continua a ser o principal ponto de chegada dos pequenos barcos com migrantes, tendo recebido mais de 90.000 pessoas entre o início do ano e meio de outubro, o que representa 70% de todas as chegadas de migrantes este ano." Na Sicília e na Itália continental, os migrantes de Lampedusa são acomodados em centros de acolhimento, onde são registados. Mas as condições por muito que se queira são degradantes. A maioria destas pessoas pretende seguir viagem para o norte, até países como Alemanha, França ou Áustria. "Os centros de acolhimento não são fechados e os migrantes podem deixar o local por conta própria." no entanto, as fronteiras começam-se a apertar. De facto, a "França voltou a reforçar" o controlo nas suas fronteiras com a vizinha Itália e a "Áustria fez o mesmo" na sua fronteira sul. No caso da Alemanha, este país estabeleceu novamente os seus controlos fronteiriços entre o estado da Baviera e o território austríaco.
No último mês, a Alemanha e a França acabaram por suspender "por completo o acolhimento voluntário de migrantes vindos da Itália. Em 2022, 3.500 foram transferidos do país mediterrâneo para outras nações da UE." O Secretário-geral da ONU afirmou que "o fluxo inclui quem migra por questões económicas", admitindo que deve "ser possível identificar quem merece o status de refugiado, observando o respeito aos direitos humanos."
Fontes:
https://www.infoescola.com/historia/migracoes-pre-historicas/
https://observador.pt/2023/10/17/fluxo-de-migrantes-no-mediterraneo-central-aumenta-376-este-ano/
https://www.dw.com/pt-br/lampedusa-a-ilha-italiana-no-centro-da-crise-migrat%C3%B3ria/a-66826153
Enquanto temos os olhos postos em Gaza, a Rússia aproveita o desvio do foco para continuar com os ataques em território Ucrâniano. Pelo menos seis pessoas morreram na Ucrânia, vítimas de bombardeamentos russos de sábado para domingo, nas regiões de Donetsk, Kharkiv e Kherson, de acordo com as forças armadas ucranianas.
Avdiivka, está debaixo de fogo há seis dias consecutivos, de tal forma, que as equipas de emergência não conseguem sequer entrar para resgatar os corpos das vítimas entre os escombros dos edifícios! O que se passa nesta cidade é um cerco, mas que está a ser repelido pelo exército ucrâniano.
Mais a norte, os combates ao longo da frente leste da Ucrânia também pioraram significativamente. As forças russas reagruparam-se depois das perdas das últimas semanas, e estão agora a lançar ataques ao redor da vila de Makiivka e a avançar em direção à cidade de Kupiansk, com o objetivo de cercar a cidade e chegar ao rio Oskil.
Há alguns dias, a Rússia informou que um grupo de ex-militares ucranianos, incluindo prisioneiros de guerra, se ofereceu para integrar as linhas de frente do exército russo. Num vídeo publicado pela agência, mostrava dezenas de homens, supostamente ucranianos, vestindo uniformes de combate e segurando armas, prestando juramento perante a bandeira russa. Não há provas se este ingresso terá sido forçado, mas segundo a Cruz Vermelha Internacional, coagir prisioneiros de guerra a servir em forças opostas seria uma violação das Convenções de Genebra de 1949. Do lado contrário, alguns soldados russos terão ingressado também no exército ucrâniano.
Na quarta-feira, Zelensky surpreendeu ao aparecer na cimeira da NATO, em Bruxelas, para pedir apoio para o inverno, uma vez que é previsível que venham a ser atacadas infraestruturas críticas na Ucrânia. A Rússia ameaçou revogar o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, assinado no ano 2000 e, perante isso, a NATO informou que irá ser realizado um exercício envolvendo este ano a Itália, a Croácia e o Mar Mediterrâneo (o qual afirma ser habitualmente realizado em outubro).
Fontes:
https://pt.euronews.com/2023/10/15/ucrania-prepara-inverno-entre-bombardeamentos
Depois de ter sido afetado por vários abalos no dia 7 deste mês, o Afeganistão continua a sofrer fortes abalos, que não têm sido muito divulgados. Nessa data, aldeias inteiras foram destruídas por um sismo de magnitude 6,3 que causou mais de mil mortos, 90% dos quais mulheres e crianças, de acordo com o Fundo da ONU para a Infância (UNICEF).
Esta quarta-feira, dia 11, um novo abalo de magnitude 6,3 voltou a atingir as infraestruturas já por si bastante danificadas, lançando o pânico entre uma população traumatizada.
Ontem e hoje, novos abalos voltaram a sacudir a cidade de Herat, no noroeste do território afegão. Os sismo terão deixado pelo menos um morto e mais de uma centena de feridos. Na sequência do primeiro abalo foram sentidos outros dois tremores secundários de menor intensidade. A Organização Mundial de Saúde diz que a maioria das vítimas do terramoto de sábado são mulheres e crianças. A par disso, muitos sobreviventes são antigos refugiados, que perderam o pouco que tinham. Os dados ainda não foram atualizados e o número do mortos pode por isso vir a aumentar.
De facto, podemos dizer que o Afeganistão está a sofrer uma grave crise humanitária, com a retirada generalizada da ajuda estrangeira desde o regresso dos talibãs ao poder, sendo por isso difícil fazer chegar ajuda às populações mais necesskitadas, desde logo, abrigos para o frio.
Fontes:
https://www.publico.pt/2023/10/11/mundo/noticia/afeganistao-atingido-novo-sismo-2066337
https://observador.pt/2023/10/15/novo-sismo-de-magnitude-63-registado-no-afeganistao/
O que há ali que todos querem? A felicidade e a riqueza acho que já todos percebemos que não é. Afinal, porque se atacam os povos? O que faltou na aprendizagem de alguns governantes para deixarem o seu povo sofrer assim? Que magia negra há naquele espacinho de terra agreste, entre um mar Negro e uma terra inóspita que faz com que todos a queiram dominar? É o petróleo? São diamantes?
Eu só consigo ver desgraça e morte...
Não consigo ter o discernimento para avaliar isto de uma perspetiva teológica nem cultural. Não consigo entender alguém se achar melhor ou mais merecedor do que outro. Algo no ser humando vai mal, quando aquilo em que se acredita se sobrepõe aos valores da vida. Podemos assinalar como data recente o ano de 1948 como início do conflito, quando "o Estado de Israel é proclamado a 14 de maio". A verdade é que os restantes "Estados árabes não o reconhecem e começa a primeira guerra árabe-israelita." O médio oriente é palco de diversos conflitos étnico religiosos desde que os homens começaram a querer fundar Estados e a querer impor as suas fronteiras a outros.
Outra coisa que a mim custa a engolir é a designação "guerra santa". Nenhuma guerra pode ser santa!
Mas olhando um pouco para o que se está a passar... no dia 7 de Outubro, um grupo de designados "comandos do Hamas" invadiram Israel, usando buldozers e outras máquinas para destruir as barreiras que separam a faixa de Gaza e Israel. Ao "mesmo tempo que milhares de rockets eram lançados contra várias cidades israelitas", estes homens mataram a sangue frio quem se lhe apresentava pela frente. Este ataque ultrapassou tudo o que até agora tinha sido feito. "Em poucas horas já se contavam mais de 900 mortos" entre os quais vários cidadãos de outras nacionalidades. Mais de uma centena de pessoas terão sido também raptadas.
Nos dias seguintes começamos a ter cohnhecimento sobre diversas "atrocidades" cometidas, desde a decapitação de bebés e crianças, até à execução de famílias inteiras e algumas delas queimadas vivas. Muitas mulheres e meninas sofreram "violações". Famílias inteiras foram torturadas.
O ataque terá sido algo inesperado, mas como é que isso foi possível sendo o Mossad considerado por muitos como "o melhor serviço de informações do mundo e monitoriza electrónica e pessoalmente cada milímetro de Gaza - telemóveis, deslocações, tudo o que mexe. Como foi surpreendido, não se percebe. Ao ponto de se pensar que sabia e não quis agir." Terá sido?
Apesar de estar no centro do conflito, Benjamin Netanyahu, pode até beneficiar com tudo isto, porque se suspendem "as acusações judiciais contra ele, reforça o seu governo radical e une os israelitas à sua volta". Por outro lado, o líder israelita "recebe a simpatia internacional e o apoio incondicional dos Estados Unidos". Vários estados e os seus respetivos líderes podem estar também a beneficiar com este conflito. Por exemplo, os russos que aproveitam o desvio das atenções do mundo da sua “operação militar especial” na Ucrânia.
O Irão é outro dos estados que apesar de tudo pode estar a tirar proveito desta guerra e que terá até ajudado o grupo de várias maneiras, através de "apoio logístico, armamento", tornando assim "quase impossível a aproximação" entre Israel e a "Arábia Saudita que estava em andamento. Reforça a sua posição junto dos diversos grupos radicais que dirige, nomeadamente o Hezbolah, no Líbano, que poderá lançar um ataque a norte de Israel nos próximos dias. A resposta violenta de Israel reforçará todas as alianças do Irão na região e afastará ainda mais os muçulmanos do estado judaico."
Fontes:
Quando um conflito não tem limites, até os repórteres são vítimas. A agência Reuters confirmou a morte de um jornalista que se encontrava no território libanês, vítima de um ataque israelita, que feriu também outros seis jornalistas. Issam Abdallah, videógrafo, fazia parte da equipa daquela agência norte-americana que estava a transmitir em direto a partir daquele país.
Segundo informações de outros jornalistas que assistiram a tudo, a equipa estava num espaço aberto, no cimo de um monte, visivelmente identificada e todos usavam capacetes e coletes à prova de bala a dizer “press”. O bombardeamento aconteceu depois de uma troca de disparos na fronteira entre os dois países, com soldados israelitas e militantes do Hezbollah envolvidos.
São estes homens e mulheres que trazem até nós imagens sobre o que se passa do outro lado do mundo, enquanto estamos confortáveis nos sofás de nossa casa. A eles, todo o meu respeito.
Já em França, aconteceu outro ataque de grande gravidade também, quando um indivíduo de cerca de 20 anos, entrou numa escola armado com uma faca e esfaqueou várias pessoas. Uma professora acabou mesmo por perder a vida devido aos ferimentos. O "suspeito autor do ataque, de nacionalidade chechena, terá gritado Allahu Akbar".
Recorde-se que a "França está em alerta máximo devido ao terrorismo, dado que, por norma, quando existem conflitos no Médio Oriente o país sofre repercussões. Por este motivo, o Governo francês mobilizou "10.000 agentes da autoridade para vários locais, especialmente ligados à comunidade judaica," embora para já, nada aponte "para uma ligação entre o ataque e os recentes acontecimentos em Israel e em Gaza."
Fontes:
https://sicnoticias.pt/mundo/2023-10-13-Ataque-com-faca-numa-escola-em-Franca-aab38d77
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