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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
O Paquistão foi esta manhã vítima de mais um ataque, ao que tudo parece, suicída, mas que até ao momento ainda não terá sido reinvindicado. Este ataque aconteceu perto de "uma mesquita, durante uma procissão religiosa em Mastung, na província de Balochistan, no Paquistão," e fez até agora "52 mortos", de acordo com uma fonte médica da cidade de Mastung. Entre os feridos, há muitos que se encontram em estado grave, o que ainda pode levar a um aumento do número de vítimas mortais.
"Os muçulmanos no Paquistão e em todo o mundo celebram o aniversário do profeta Maomé, data conhecida como Mawlid an-Nabi. Durante as celebrações, que duram o dia todo, são distribuídas refeições gratuitas à população," e terá sido neste contexto que o ataque ao que tudo indica suicída aconteceu.
Em julho deste ano, um outro ataque, durante "um comício político de um partido islâmico no noroeste do Paquistão", fez cerca de 30 mortos e "deixou ainda pelo menos cem feridos". Em janeiro, outro caso bastante grave ocorreu no país, no qual "um homem-bomba", que estaria ligado aos Talibãs paquistaneses, detonou-se dentro de "uma mesquita" que ficava junto de um complexo da polícia na cidade de Peshawar, levando à morte mais de 80 agentes que estariam no local no momento da detonação.
Fontes:
https://pt.euronews.com/2023/09/29/pelo-menos-50-pessoas-morreram-num-ataque-suicida-no-paquistao
Um aluno de 16 anos, que ainda estava a frequentar uma turma de 8º ano, com colegas cerca de três anos mais novos, achou-se que seria engraçado levar uma bisnaga para a sala e começar a implicar com os colegas. Um dos alunos, de 13 anos e que estaria bem mais interessado em aprender do que em se comportar como uma criança de 3 anos e brincar com uma pistola de água, tirou o brinquedo do colega de 16 e entregou ao professor. Uma ação de louvar, de grande coragem e que mostra que este menino de 13 anos sabe que a sala de aula é um lugar onde se aprende e que se há coisa importante na sala, é respeitar quem quer aprender e quem está ali para ensinar!
O caso aconteceu esta terça-feira, "dia 26, na Escola Básica 2+3 de Alfornelos, no concelho da Amadora."
Mas infelizmente, o aluno que se estava a armar no palhacinho da turma e a brincar em vez de estudar, continuou a manifestar que aquele não era o lugar certo para ele e desatou a agredir de forma bárbara o colega. Segundo noticiado, "o mais novo conseguiu retirar a pistola e entregou-a à professora, mas o mais velho tentou reavê-la. Irritado, por não o ter conseguido, virou atenções para o colega e começou a agredi-lo, dentro da sala de aula." Foram precisos vários adultos para que conseguissem tirar a vítima das suas mãos: "perante as agressões, a professora conseguiu separá-los e levou-os para a administração da escola. Mas, no percurso, o jovem de 16 anos voltou a agredir brutalmente a vítima. Só com a intervenção de três auxiliares de ação educativa é que foi separado. A vítima chegou a ser pontapeada na cabeça enquanto estava no chão."
O menino foi levado para o hospital com lesões físicas graves e pode até ter lesões neurológicas devido às pancadas de que foi alvo na zona da cabeça.
"Os pais da vítima, além de terem apresentado queixa na esquadra da PSP de Alfornelos, participaram o caso à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens." De acordo com o JN, "o jovem de 16 anos foi suspenso pela direção do agrupamento."
Neste momento, não sei ainda se o jovem de 16 anos, teria problemas ou algum tipo de NEE que pudesse de alguma forma, justificar o seu comportamento infantilizado, agressivo e fora do normal, mas neste momento só me consigo colocar no lugar da mãe do menino que foi agredido. Esta mãe, que como eu deve ser a primeira a sentir orgulho no seu filho, está agora com o coração apertado pelo medo de que estas agressões tragam para o seu filho graves consequências. E sinto também raiva, por não haver o adequado acompanhamento, com pessoal especializado suficiente nas escolas, para casos como este.
Como educadora e como formadora, sou a favor da inclusão, desde que feita em condições em que todos possam ver satisfeitas as suas necessidades. Não concordo de todo com passagens de ano administrativas, sem que as crianças e jovens que eventualmente tenham NEE possam ser devidamente acompanhados, com profissionais competentes, em turmas reduzidas e com horários e currículos adaptados e adequados.
Há escolas com profissionais fantásticos, com professores e auxiliares com formação e que fazem de tudo para que cada criança e cada jovem ao seu cuidado esteja protegido e lhe possa ser disponibilizado o melhor apoio, mas não há milagres que se façam em casos de falta de pessoal, de turmas com alunos não diagnosticados e logo não acompanhados, com pais que se recusem a aceitar que o seu educando tem de facto um problema ou uma condição e que necessitam de um currículo escolar diferente.
Há tantos casos, e este noticiado hoje, foi apenas mais um. "O estudante de 13 anos acabou por ser espancado e pontapeado na cabeça pelo colega, sem que professores ou auxiliares fossem capazes de travar o agressor” e foi "internado no Hospital Amadora-Sintra, onde está a ser observado, temendo-se que possa sofrer de danos neurológicos." Algo vai mal nas nossas escolas, mas não nos podemos esquecer que a escola espelha a nossa sociedade.
Fontes:
https://zap.aeiou.pt/aluno-espancado-colega-pistola-de-agua-559570
Desde o dia 19 deste mês, terça-feira, que o conflito regressou à região de Nagorno-Karabakh, onde se opõem a Arménia e o Azerbaijão. Este conflito não tem sido muito falado na comunicação social, embora existam várias referências ao mesmo nos últimos dias.
Na região vigorava um cessar-fogo que foi quebrado quando quatro polícias e dois civis de origem azeri, foram mortos devido à explosão de minas numa zona da região controlada por Baku. Este ataque deitou por terra o frágil cessar-fogo, tendo o Ministério da Defesa do Azerbaijão comunicado o início de operações “antiterroristas” na região e apelado à rendição "total e incondicional" dos líderes separatistas arménios, na região que é reconhecida internacionalmente como território Azeri.
Gegham Stepanyan, provedor dos direitos humanos da autoproclamada República de Artsakh, afirmou que a ofensiva do Azerbaijão já provocou 25 mortos, um dos quais uma criança, e mais de 100 feridos. Artsakh, que não é um estado reconhecido internacionalmente, administra os territórios povoados por arménios no Nagorno-Karabakh. Do lado do Azerbeijão, está a Turquia, que defende o país irmão e é um dos grandes apoiantes do regime de Baku, tendo mesmo sido o primeiro país a reconhecer a independência do Azerbaijão após o colapso da União Soviética. Outro aliado do Azerbaijão é Israel, tendo sido daí que vieram os primeiros sinais de que estaria eminente uma ofensiva, quando entre 15 de agosto e 2 de setembro, se registaram quatro voos entre o Azerbaijão e a base militar de Ovda, de onde Israel exporta munições.
A Ucrânia, também aliada do Azerbaijão, declarou em janeiro deste ano, dar total apoio ao bloqueio azeri do Nagorno-Karabakh, afirmando que o seu impacto estava a ser “exagerado” pela Rússia para “desviar as atenções da guerra na Ucrânia”.
Esta zona, localizada no sul do Cáucaso, é palco de confrontos há anos. A tensão pelo controlo do enclave separatista cresceu nos últimos meses. No local, reconhecido internacionalmente como parte do Azerbaijão, vivem cerca de 120 mil pessoas que se identificam como sendo arménias. Durante a pandemia, o Azerbaijão tinha já lançado uma ofensiva a Artsakh, dando início à Segunda Guerra do Nagorno-Karabakh, que deu a vitória aos azeris. A 9 de novembro de 2020, foi assinado um cessar-fogo, mediado por Vladimir Putin e no qual os arménios foram obrigados a ceder o controlo de vários distritos: Agdam, a leste, Kalbajar e Lachin, a oeste. Com a perda deste último distrito, o território de Artsakh passou a estar separado da Arménia e totalmente rodeado pelas tropas azeris. Na altura, foi estabelecido um corredor de paz, em Lachin, sob controlo de forças russas de manutenção de paz, para assegurar a continuidade do tráfego de bens entre a Arménia e Artsakh. Mas não durou muito. Em dezembro de 2022, alegados ativistas ambientais azeris, às ordens de Baku, bloquearam o corredor, protestando contra a exploração ilegal de minérios na região, numa flagrante violação do acordo assinado dois anos antes. Durante alguns meses, a ajuda humanitária ainda foi entrando em Artsakh, mas, em abril, os azeris bloquearam totalmente a estrada, sem que as forças russas o tivessem impedido.
A região de Nagorno-Karabakh é, há muito, um foco de tensão entre arménios e azeris, estando a maior parte da região, atualmente ocupada por arménios. Com a União Soviética, a administração do território foi entregue à República Socialista Soviética do Azerbaijão, mas à medida que o Estado comunista se desintegrava, a situação foi ficando cada vez mais instável. A Primeira Guerra do Nagorno-Karabakh, inicou-se em 1988 e durou cerca de seis anos. O desfecho foi favorável para os arménios, com grande parte da região a passar a estar sob o seu controlo.
A autoproclamada República de Artsakh detém cerca 16% do território. Esta zona, que internacionalmente foi reconhecido como sendo azeri, passou a estar sob controlo arménio, mas não foi integrado no território da Arménia dando azo ao nascimento da autoproclamada República de Artsakh, que engloba a região do Nagorno-Karabakh e mais alguns territórios a oeste e sul, e que nunca obteve reconhecimento oficial de nenhum país.
A tentar mediar o conflito estão os Estados Unidos. Esta terça-feira, horas após a ofensiva azeri, o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken falou com Nikol Pashinyan e reiterou a necessidade de parar com o conflito, antes que a sua escalada se torne demasiado "flagrante e perigosa”. Mas a União Europeia também se envolveu nas tentativas de prevenção de uma guerra em larga escala. Ao longo dos dez meses de bloqueio ao Nagorno-Karabakh têm sido realizadas várias reuniões com os líderes dos dois países. O interesse está também na compra de gás Azeri, uma vez que após a invasão russa da Ucrânia, em julho de 2022, a União Europeia terá avançado nas negociações para a aquisição de gás azeri, através da assinatura de um memorando, que prevê duplicar as importações de gás deste país até 2027, de forma a expandir o Corredor Meridional de Gás.
Fontes:
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c4n413kv6gro
Três países em que o poder militar domina, assinaram um acordo de forma a criar uma nova entidade, a Aliança dos Estados do Sahel, com o objectivo de organizar sistemas de defesa colectiva e assistência mútua. Este acordo surge depois da Nigéria ter sofrido um golpe de Estado em Julho e ter sido ameaçada pela organização da Africa Ocidental. Num alerta emitido pelos regimes militares do Burkina Faso e do Mali - países vizinhos - estes consideraram que uma operação militar contra um dos seus países seria uma "agressão ilegal e sem sentido" e prometeram uma "resposta imediata" a qualquer agressão. O Mali e Burkina Faso fizeram até uma advertência contra as consequências desastrosas de uma intervenção militar na Nigéria, afirmando que essa intervenção "poderia desestabilizar toda a região".
Pelo mundo, vão aparecendo e desaparecendo estas uniões entre grupos de países, com interesses em comum, neste caso, um interesse militar e de proteção mútua. No entanto, a instauração destes regimes militares em vários países de África pode vir a trazer consequências catastróficas para este continente, especialmente no que às suas relações com a Europa concerne.
As juntas militares podem usar fundos orçamentários e tomar empréstimos internacionais sem o devido controle da sociedade. Elas também podem silenciar jornalistas e sua oposição insatisfeita com mais facilidade.
Os três Estados já foram membros da força conjunta G5 Sahel, apoiada pela França e que inclui o Chade e a Mauritânia. Essa força foi criada em 2017 para combater grupos islâmicos na região. No entanto, as relações entre a França (ex-potência colonial, que anteriormente fornecia assistência militar na região) e os três Estados, deterioraram-se desde os golpes de Estado ocorridos. Preocupantetambém, neste caso, são as relações que estes países têm vindo a estabelecer, por exemplo com países como a Rússia. O Mali conta com a presença de mercenários do grupo russo Wagner na sua luta contra os terroristas. A junta de Burkina Faso, liderada pelo capitão Ibrahim Traoré, também anunciou a sua vontade de estabelecer relações próximas com a China, com o Irão, a Coreia do Norte e a Venezuela.
O terrorismo tem sido uma preocupação central para o Mali, Burkina Faso e Nigéria, todos localizados na região do Sahel, na parte sul do deserto do Sahara.
Mali, Burkina Faso e Nigéria comprometem-se assim a utilizar as forças armadas "em caso de atentado à soberania e à integridade do seu território". Na história da África, especialmente na maioria dos países de língua francesa deste continente, não é rara a ocorrência de golpes de Estado. De facto, quase todos os países que sofreram golpes de Estado nos últimos anos, foram no passado colónias francesas.
Os três países do Sahel, todos sem saída para o mar, têm enfrentado desafios significativos no combate a grupos insurgentes islâmicos associados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico. A região de Liptako-Gourma, onde as fronteiras do Mali, Burkina Faso e Nigéria convergem, tem sido duramente afetada pelo jihadismo nos últimos anos. Além do combate aos jihadistas, o Mali enfrentou recentemente uma escalada das hostilidades por grupos armados, principalmente de etnia tuaregue.
Fontes:
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx8g95ery1do
Esta madrugada, Itália foi abalada por um sismo de 5.1 na escala de Richter, com epicentro em Marradi (o Instituto de Geofísica e Vulcanologia de Itália fala num abalo de magnitude 4.8). Seguiram-se várias réplicas e, apesar de até agora não se registarem vítimas, um lar de idosos acabou por ser evacuado devido a fissuras nas paredes. A ligação ferroviária entre Florença e Bolonha foi temporariamente suspensa, bem como outras ligações férreas, e algumas escolas foram encerradas por precaução até à verificação das condições dos edifícios.
Depois do sismo registado em Marrocos, andamos todos mais preocupados e nos últimos dias, tenho prestado atenção aos alertas de alguns comentadores televisivos que tentam a todo o custo chamar a atenção para as necessidades de preparação do nosso país para a ocorrência de um eventual sismo. Têm havido alguns debates importantes em que se explica o que fazer e o que evitar.
Penso que a maioria das pessoas não acompanhe o site do IPMA, mas ali podemos observar que por todo o país e em especial nas ilhas, se registam abalos diários, mas felizmente de pequena intensidade. Raramente, os abalos são sentidos pela população e quase nunca provocam danos. No entanto, devemos estar alerta, saber o que fazer, definir pontos de encontro e formas de contato entre familiares, eventualmente, preparar um kit simples e fácil de transportar (medicação habitual, água, um agasalho, lanterna... ) no caso de termos um abalo mais significativo.
Fontes:
https://www.tsf.pt/mundo/sismo-de-magnitude-51-sacode-italia-17042611.html
https://www.ipma.pt/pt/geofisica/sismicidade/
Como é que nos enquadramos nesta ideia, lançada pela Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen?
De maio de 2023 até 8 de maio de 2024 estamos no Ano Europeu das Competências, que tem como principal objetivo, "dar um novo impulso à aprendizagem ao longo da vida." Os objetivos parecem-me muito bem, mas não me parece que sejam de facto concretizáveis para todos. Falam em reconhecer competências, em reconhecer talentos, mas vivemos numa era em que, infelizmente, muitos estrangeiros que chegam à Europa (e propriamente ao nosso país) não conseguem ver reconhecidos os cursos e competências adquiridas nos seus países de origem.
No que se refere ao Pacto para as Competências, é dito que: "a indústria, os prestadores de serviços de ensino e formação profissionais, os parceiros sociais, os serviços públicos de emprego e outras partes interessadas irão criar mais parcerias dedicadas à formação e ao investimento na requalificação dos trabalhadores." Apresenta-se aqui a proposta de criação de novas parcerias com "as competências em matéria de energias renováveis terrestres, bombas de calor e eficiência energética." Existem também outros objetivos e várias propostas.
Até agora já decorreram algumas atividades. Há um site onde podemos encontrar os eventos mais próximos de nós, muitos deles, on line e de participação livre. Podemos descarregar também manuais. Ou inscrevermo-nos em formações NAU.
Fontes:
https://year-of-skills.europa.eu/index_en
https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/uniao-europeia-construcao-e-funcionamento
Mais de uma semana depois da troca de tiros entre guardas dos dois países, foi reaberto o principal posto fronteiriço entre o Paquistão e o Afeganistão, permitindo a passagem de veículos e peões. Este é mais um ponto quente no médio oriente que pode estar prestes a despontar num conflito armado.
O lado paquistanês da fronteira esteve paralisado durante dias, com mercados e escritórios fechados e multidões de viajantes a refugiarem-se nas mesquitas vizinhas. Os dois países partilham mais de 2.500 quilómetros de fronteira, a qual é rejeitada por Cabul desde que foi criada a chamada Linha Durand pelo Império Britânico no século XIX.
No Paquistão, em 1977, a lei civil paquistanesa foi substituída pela lei tradicional islâmica, depois da tomada militar do país.
O Afeganistão localiza-se a norte do Paquistão. Alguns monarcas afegãos tentaram modernizar o país, mas as tribos muçulmanas que constituíam a maioria da população resistiram às mudanças. Em 1973, líderes militares depuseram o último monarca e estabeleceram a república. Cinco anos depois, um grupo de comunistas apoiados pela União Soviética depôs o regime militar e estabeleceu um estado marxista governado por um único partido.
Em 1979, a União Soviética invadiu o Afeganistão, mas foi incapaz de esmagar a resistência afegã no interior, apoiada pelos Estados Unidos que forneceu apoio militar e económico aos rebeldes afegãos. Durante a guerra contra a União Soviética, mais de quatro milhões de afegãos fugiram do seu país, cruzando as fronteiras para o Irão e Paquistão. Em 1988, a União Soviética começa a retirar as suas tropas do Afeganistão.
Fontes:
https://www.educabras.com/artigos/paquistao-e-afeganistao
A crise migratória não parou e a chegada de migrantes através do mar Mediterrâneo, vindos do norte de África, tem vindo a aumentar. As autoridades de Lampedusa referem a chegada de 110 embarcações com 5112 pessoas na terça, dia 12, e de mais 23 embarcações esta quarta-feira, dia 13. E estes foram apenas os últimos números... O que é que poderá ser feito por nós, europeus, de forma a minimizar as consequências da entrada de tantos migrantes mas sem deixarmos de lhes dar acolhimento e os ajudarmos de forma a que possam prosseguir as suas vidas dignamente? É que eu não deixo de pensar que nenhuma daquelas pessoas quis estar naquela situação e que foram "empurradas" por diversas razões para fora dos seus lares, das suas casas e da sua comunidade.
Por causa deste aumento de migrantes, a Cruz Vermelha e as organizações de voluntários estão sem capacidade de resposta. Algumas pessoas têm caído ao mar e durante a madrugada de quarta, já dentro do porto, um bebé de cinco meses caiu à água e acabou por morrer afogado. Este é um drama diário a que não podemos ficar alheios, morrendo nestas deslocações centenas de crianças.
No centro de acolhimento com capacidade para 350 pessoas, estão já 6792 migrantes, os restantes vão-se mantendo pela zona portuária. Antonio Guterres,secretário-geral da ONU, disse que "os esforços não podem ser feitos só pelos países de chegada, mas devem ser compartilhados". Referiu ainda que há pessoas "que se deslocam por razões económicas" e refugiados que se deslocam para fugir dos conflitos nos países de origem e que "todos devem ter os próprios direitos humanos respeitados".
Já Matteo Salvini, tem a opinião que o número elevado de refugiados a chegar a Itália faz parte de um ato de guerra, e acredita que "por trás de cada desembarque haja um sistema criminoso organizado ao qual devemos responder com todos os meios disponíveis". Até ao momento já desembarcaram este ano em Itália 116028 migrantes, mais do dobro que durante o mesmo período do ano passado (63498), segundo dados oficiais do Ministério do Interior, atualizados a 11 de setembro.
De referir que muitas vidas foram salvas através da Convenção sobre Refugiados de 1951,mas muitas outras acabaram deixadas à sua sorte. O direito de procurar um abrigo, um refúgio, mesmo que num outro país para aqueles que perderam a proteção dentro do seu próprio país é garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. A Convenção para Refugiados é o primeiro tratado que transformou os ideais da Declaração em obrigações juridicamente vinculativas.
Pior é se pensarmos que cerca de 40% dos refugiados do mundo são crianças, o que desde logo compromete as chances de as crianças receberem educação. Quando sabemos que cerca de 48% de todas as crianças refugiadas em idade escolar estão fora da escola, devemos pensar qual o futuro que está reservado para estas crianças.
Fontes:
https://www.acnur.org/portugues/2020/02/06/8-fatos-sobre-refugiados-e-8-motivos-para-apoia-los/
Enquanto uns têm de lidar com grandes incêndios e altas temperaturas, outros lidam com tempestades destruidoras. Na Líbia ainda se procuram por 10 mil desaparecidos depois da passagem da tempestade Daniel. Só na zona de Derna, na zona costeira, a mais afetada, há 30 mil deslocados, três pontes desmoronaram e a água invadiu vários bairros. Esta foi uma das várias localidades a ficar isolada, sem eletricidade, nem comunicações. Esta região do país acolhe as principais infraestruturas petrolíferas líbias, sobre as quais os responsáveis nacionais decretaram o estado de alerta máximo.
Dezenas de corpos têm sido encontrados "constantemente" na água devido às cheias provocadas pela chuva intensa e pelo rebentamento de duas barragens e até agora o número ronda os 5300 mortos. O serviço de evacuação médica de ambulância aérea da Líbia anunciou a abertura de uma ponte aérea entre Trípoli e a região oriental para transportar pessoas gravemente feridas, no meio do caos que se vive nalgumas cidades do leste do país. Tudo isto a somar à falta de manutenção dos edifícios devido ao caos político e militar que se vive na Líbia há mais de 10 anos, com um governo a controlar o leste e outro o ocidente do pais, a devastação sobretudo em Derna atingiu um nível impressionante.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) na Líbia, que garante estar a preparar medicamentos e equipas de busca e salvamento para o local e já foi enviada ajuda humanitária de vários países, após um apelo feito ontem pelas autoridades líbias. Foram entretanto decretados três dias de luto nacional.
Ontem, três voluntários da ONG Crescente Vermelho Líbio morreram quando ajudavam vítimas das inundações na Líbia. Um residente de Derna disse à Almasar TV, da Líbia, que, "infelizmente, talvez 90% da população se tenha afogado". Um outro residente diz estarem "a enterrar corpos em massa".
Descrita pelos especialistas como um "fenómeno extremo em termos da quantidade de água que choveu", a tempestade Daniel já provocou também pelo menos 27 mortes na Grécia, Turquia e Bulgária, onde as águas começam finalmente a recuar deixando ver a verdadeira realidade dos estragos sofridos. A tempestade Daniel atingiu o leste da Líbia na tarde do passado domingo, tendo sido declarado recolher obrigatório. Várias escolas foram fechadas.
Fontes:
https://pt.euronews.com/2023/09/12/inundacoes-paralisam-leste-da-libia
Para já começo por dizer que só vi hoje as notícias e que, apesar de estar acordada à hora a que se deu o abalo, não dei por nada. Pelo que se sabe até agora, não houve danos em Portugal.
O sismo de 6,9 ocorreu às 23h11, a uma profundidade de 18,5 quilómetros, e foi registado nas estações da Rede Sísmica Nacional. O epicentro foi na localidade de Ighil, que se situa a 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe. Um segundo tremor de 4,9 foi registado a nordeste de Taroudant (200 quilómetros a sul de Marraquexe) por volta das 23h30. O tremor foi sentido em cidades do norte, como Larache, a 550 quilómetros do epicentro, bem como em Casablanca e Rabat, a 300 e 370 quilómetros, respetivamente. O sismo foi sentido também no sul de Espanha, onde o serviço de emergências da Andaluzia registou cerca de 20 chamadas provenientes das províncias de Huelva, Sevilha, Málaga e Jaén. De acordo com relatos nas redes sociais, o sismo foi sentido ainda no Mali e na Argélia.
Até agora, estão contabilizados pelo menos 1305 mortos e 1832 feridos, 1220 dos quais em estado grave, segundo informação da televisão estatal do país africano, citada pela Reuters. O número ainda pode aumentar muito, como sabemos de situações anteriores. E quanto a desaparecidos ainda não há dados, principalmente porque ainda há zonas afetadas onde ainda não chegou qualquer ajuda.
Muito se tem falado na possibilidade de haver um sismo de grandes dimensões a atingir o nosso país e a verdade é que os pequenos abalos têm sido frequentes. Neste caso em específico, o facto do epicentro se ter dado a várias centenas de quilómetros, não trouxe nenhum constrangimento no nosso país.
Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros já entrou em contacto com alguns portugueses que se encontram em Marrocos, informaram em comunicado: "Todos os portugueses com quem, até ao momento, foi estabelecido contacto encontram-se bem, não tendo reportado problemas de saúde ou danos materiais substantivos".
Para sabermos o que se tem vindo a falar nos noticiários, em especial as escalas de que falam, ficam aqui algumas informações. A Escala Richter é uma ferramenta que foi criada em 1935 pelos pesquisadores Charles Francis Richter e Beno Gutenberg e serve para verificar a magnitude de um tremor de terra por meio da medição das ondas liberadas pelo sismo em seu ponto de origem. O cálculo da Escala Richter é feito por meio da utilização de sismógrafos, que indicam a magnitude de um tremor de terra. Por outro lado, a Escala de Mercalli avalia a intensidade, por meio da observação dos impactos gerados pelos tremores de terra.
O substrato terrestre é dinâmico e está em constante movimentação, devido ao deslocamento das placas tectónicas, portanto a ocorrência de terramotos é comum, especialmente em zonas geográficas localizadas nas áreas de contato dessas placas. Quando esse deslocamento envolve maior liberação de energia, ocorrem eventos sísmicos mais intensos, ou seja, de maiores magnitudes na Escala Richter.
Fontes:
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/escala-richter.htm
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