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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Este ano, ao contrário do ano anterior, consegui uns dias para descansar. Tão bem me fizeram estes dias, nem imaginam! Estou mais feliz, tranquila e com as energias renovadas.
A rotina, recomeça amanhã com o início de uma nova ação de formação e com o retomar da preparação de novas ações e, em breve, da entrada no novo ano letivo com novos desafios!
A situação profissional dos professores e, daqueles que como eu são educadores de infância e formadores, são um assunto que continua a dar muito que falar, pela sua instabilidade. Quando escolhi esta profissão e me dediquei a ela, não pensei que, prestes a completar 40 anos, não estivesse efetiva numa escola, mas a verdade é bem diferente. Mas isto para dizer que, mesmo sem a estabilidade que desejava, eu sou uma pessoa feliz.
Faço aquilo que gosto, tenho tido pessoas incríveis na minha vida que me têm ensinado imenso e tenho aproveitado as oportunidades que me têm aparecido. Cada novo desafio é encarado por mim como uma oportunidade de aprendizagem e desenvolvimento pessoal. Reflito diariamente sobre isso, não deixando de me autoavaliar e de tentar sempre fazer melhor. E esse é o meu desejo para este novo ano!
Esta semana, tem sido marcada por debates em volta do caso do beijo que o selecionador espanhol deu a uma das jogadoras da seleção, depois da vitória destas no Mundial que se realizou na Austrália e na Nova Zelândia.
Hoje, sábado, no mesmo dia em que se assinala o Dia Internacional da Igualdade Feminina, é também suspenso o selecionador Rubiales, depois de toda a questão que ensombrou a vitória das jogadoras da seleção espanhola de futebol feminino.
Esta efeméride é comemorada neste dia em alusão à ratificação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão a 26 de agosto de 1789, em França. Na mesma data, mas em 1971, celebrou-se pela primeira vez a Igualdade Feminina, nos EUA, mas apenas dois anos depois, a dia 26 de agosto de 1973, o Congresso dos Estados Unidos da América definiu a data como sendo a da Igualdade Feminina, em homenagem à aprovação da XIX emenda à Constituição dos EUA que concedeu o poder de voto às mulheres, em 1920.
Voltando ao debate em volta da seleção espanhola, logo no dia 22, Miguel Ángel Galán, diretor da escola de treinadores de futebol de Espanha (CENAFE), oficializou uma queixa junto do Conselho Superior do Desporto contra Luis Rubiales, presidente da federação espanhola, na sequência do beijo na boca dado à jogadora Jenni Hermoso após a final do Mundial feminino. A princípio, as declarações de Jenni Hermoso, deixavam dúvidas acerca do seu consentimento, mas, posteriormente e apoiada pelas colegas, Jenni perdeu o receio e falou toda a verdade, salientando que o comportamento não foi consentido e que ela própria foi ameaçada e incitada a apoiar o discurso de Rubiales.
A FIFA abriu esta quinta-feira um inquérito disciplinar ao presidente da RFEF, considerando que os factos "podem constituir uma violação das alíneas 1 e 2 do artigo 13 do código disciplinar" do organismo, aludindo ao facto de a conduta poder "prejudicar a dignidade ou integridade" de uma pessoa, em razão do seu sexo.
Luis Rubiales, reiterou esta sexta-feira a que não se vai demitir do cargo, depois de ter sido noticiado por vários meios de comunicação social espanhóis que iria apresentar a demissão, reiterando perante a Assembleia Geral da RFEF, que o beijo "foi espontâneo, mútuo e consentido". Apesar de o dirigente se recusar demitir, o Conselho Superior do Desporto vai levar de imediato as queixas ao Tribunal Administrativo do Desporto, para que este suspensa Rubiales das suas funções enquanto que a Procuradoria de Madrid vai abrir um processo e enviá-lo para o Tribunal Nacional.
Luis Rubiales, não se demitiu e, perante isso, começaram-se a fazer ouvir outras jogadoras e apoiantes. O gesto de Rubiales teve enorme repercussão e nas redes sociais surgiram outras imagens de críticas ao dirigente, que, um pouco antes, ainda na tribuna do estádio de Sydney, se agarrou aos genitais a celebrar o triunfo, a poucos metros da rainha Letizia e da filha.
Cerca de 80 futebolistas (e algumas ex-futebolistas), entre as quais estão também todas as jogadoras que estiveram neste Mundial feminino, assinaram um comunicado, através do sindicato das futebolistas espanholas (FutPro), em que anunciam que “não voltarão a uma convocatória da seleção se continuarem os atuais dirigentes”.
A declaração é assinada à cabeça por Jennifer Hermoso, a jogadora que Luis Rubiales beijou na entrega das medalhas após a final do Mundial. A futebolista, afirma: “Senti-me vulnerável e vítima de agressão”, que descreve o ato do dirigente como “impulsivo, machista, fora do lugar e sem qualquer consentimento” da sua parte. Graves são também as acusações por parte de Hermoso de que a RFEF a terá pressionado para fazer um falso testemunho.
Perante todas as acusações, a FIFA suspendeu hoje Rubiales "por um período inicial de 90 dias, enquanto se aguarda o processo disciplinar aberto contra o senhor Luis Rubiales na quinta-feira, 24 de agosto", como se pode ler no comunicado da FIFA.
Por outro lado, a Real Federação Espanhola de Futebol emitiu na madrugada deste sábado um comunicado no qual tenta desmentir Jenni Hermoso, mostrando, em algumas imagens, aquilo que aconteceu nos instantes antes do beijo, onde supostamente é possível ver-se a jogadora a levantar Rubiales no ar enquanto o abraçava. A mim, ao ver as mesmas imagens parece-me mais que Rubiales "salta" para o colo da jogadora apoiando-se nela quando esta o abraça, mas o problema é que são imagens soltas que podem ser interpretadas da forma contrária. De qualquer das formas, acho que uma coisa é um abraço mais efusivo, outra coisa é um beijo na boca e que, um, não dá permissão por si mesmo ao outro.
Mas ao que parece o problema dentro da seleção espanhola, já vem de trás. Em outubro do ano passado, 15 jogadoras da seleção espanhola renunciaram em uníssono, embora separadamente e com uma carta que repetia o mesmo texto em cada caso. Naquela época, essas jogadoras queriam que o técnico, Jorge Vilda, fosse demitido porque o seu “estado emocional” as afetava “de forma significativa”.
Fontes:
https://tribuna.expresso.pt/futebol-feminino/2023-08-25-Mais-de-80-jogadoras-espanholas-anunciam-que-nao-voltam-a-selecao-enquanto-Rubiales-se-mantiver-e-Hermoso-nega-consentimento-d5d0074b
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx9rgvjq7j9o
Sabemos que as obras na Índia são das mais perigosas e que, na maioria, não se pensa em proteção nem em condições de trabalho. Para eles, isso deve ser algo ainda muito longínquo e por isso, a morte de 26 pessoas que trabalhavam na construção de uma ponte ferroviária é "apenas" mais um impasse na grandiosa obra que o governo quer erguer numa zona perigosa só pela sua localização e pelas condições de fragilidade do terreno.
Ontem, dia 23, a estrutura que suportava a construção de uma ponte ferroviária, desabou levando consigo para a morte 26 trabalhadores, em Mizoran. Segundo o que se sabe, havia cerca de 40 pessoas a trabalhar naquele momento, sendo que alguns dos feridos foram mesmo socorridos e transportados para o hospital por populares que acorreram ao local do colapso.
No início deste mês, 20 operários morreram na queda de um guindaste que caiu sobre uma estrada em construção na periferia de Mumbai (oeste). E numa outra ocorrência em outubro do ano passado, 136 pessoas morreram devido ao desabamento de uma ponte no estado de Gujarat (oeste).
Fontes:
https://www.jn.pt/2655895600/queda-de-ponte-ferroviaria-na-india-faz-17-mortos/
https://noticias.r7.com/internacional/queda-de-ponte-na-india-23082023
Esta tarde surgiu a notícia de que uma aeronave que transportava elementos do grupo Wagner, incluindo o próprio Prigozhin, tinha caído na Rússia matando todos os sete passageiros e três elementos da tripulação que estavam a bordo. O avião da Embraer, caiu quando fazia a ligação entre Moscovo e São Petersburgo, e o nome de Prigozhin faz parte do manifesto de voo.
Até agora há muita especulação sobre se foi um acidente ou um atentado, mas sem se conseguir provar ainda, pensa-se que a aeronave tenha sido vítima de um ataque do próprio Kremlin ordenado por Putin, numa clara manifestação de que quem o trai não tem um bom fim.
Testemunhas afirmam que houve uma explosão e que depois o avião caiu a pique, aliás como é possível ver num vídeo amador transmitido nas várias cadeias noticiosas. Mas, como digo, ainda não se sabe tudo...
Segundo o site Global 1, o Grey Zone, um canal de Telegram ligado ao Grupo Wagner, afirmou que Prigozhin morreu. No texto, ele é chamado de "herói da Rússia", e afirma-se que a morte é "resultado das ações de traidores da Rússia".
Keir Giles, especialista em relações internacionais, pediu cautela sobre os relatos da morte do chefe do Grupo Wagner. "Vários indivíduos mudaram seus nomes para Yevgeniy Prigozhin, como parte de seus esforços para ofuscar suas viagens”, afirma a mesma estação. Outras fontes, indicam haver suspeitas de que o líder da Wagner possa estar vivo. Várias pessoas referem que Prigozhin possuía passaportes de várias nacionalidades e que pode agora abrigar-se num país africano.
Prigozhin, de 62 anos, era líder de um exército particular que atuou em diversas guerras, inclusive na atual invasão do território ucraniano pela Rússia. O grupo Wagner foi fundado em 2014 e é composto por mercenários. Prigozhin comandou o ataque à cidade de Bakhmut, a batalha mais longa e sangrenta da guerra da Ucrânia até agora.
Em junho, no entanto, o grupo Wagner entrou em campanha para destituir o ministro de Defesa russo, num desentendimento que se intensificou após Prigozhin acusar o governo russo de promover um ataque contra acampamentos da organização. Após a mediação do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, Prigozhin concordou em retirar os seus mercenários e transferir a sua base para o território daquela antiga república soviética.
Depois de acusá-lo de traição, o Presidente russo, Vladimir Putin, recebeu-o no Kremlin, após o que Prigozhin anunciou o reinício das operações do grupo Wagner em África, onde este grupo também actua para aumentar a segurança para mineradoras russas. Aliás, ainda ontem foi transmitido um vídeo do próprio Prigozhin em território africano. Também há conhecimento sobre a presença de combatentes deste grupo na Síria.
Fontes:
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/08/23/prighozin-queda-aviao-video.ghtml
https://www.rtp.pt/noticias/mundo/queda-de-aviao-na-russia-prigozhin-pode-estar-vivo_v1509204
No dia 11 terminei mais uma etapa da minha vida e comecei umas merecidíssimas e desejadas férias. A procura foi por um local onde pudesse descansar duas noites, que fosse perto de casa para não ter de conduzir muito e onde houvessem praias fluviais ou piscinas para passarmos bons momentos. A companhia, essa estava já muito bem escolhida! Optamos por ir durante a semana e fugir assim às correrias de fim de semana.
Assim, na segunda-feira saímos de casa pela manhã, começando por um bom pequeno-almoço de mãe e filho na Xandite do Seixal e onde preparamos juntos algumas partes do percurso até à pousada da Juventude de Abrantes, onde iríamos pernoitar as duas noites seguintes. Optamos por seguir pela EN10 até à A33 e depois fazer a EN118. Passamos a Ponte da Praia do Ribatejo (uma das pontes sobre o rio Tejo que liga a EN3 e a EN118).
A viagem foi sempre feita devagar para irmos apreciando a paisagem e à chegada a Constância, ficámos encantados. Parámos para almoçar e descansar um pouco na Praia Fluvial. A água é tão límpida como é gelada! A pequena praia que fica situada na margem esquerda do rio Zêzere, na zona onde este se encontra com o Tejo, tem vigilância tanto da GNR como de Nadadores salvadores, não obstante o rio ser extremamente calmo nesta zona. Esta praia, que só foi inaugurada à cerca de um ano, apresenta também uma zona de relva, com excelentes sombras, cafés, restaurantes e fica junto a um pequeno parque de campismo.
Aproveitada a praia, chegamos finalmente a Abrantes. Começamos por visitar a Aquapolis, uma zona fluvial, não classificada como zona balnear, mas onde se pode passear junto ao rio Tejo. Este espaço público é ainda pontuado pela escultura da autoria de Charters de Almeida. É uma peça de grandes dimensões, na linha dos trabalhos de arte contemporânea, as “Cidades Imaginadas”, que o autor tem espalhadas um pouco por todo o mundo.
Depois subimos até à zona onde se ergue o Castelo de Abrantes, numa curta visita. Dali pudemos desfrutar de uma vista ampla sobre a cidade e sobre o rio.
O Castelo, outrora constituindo a chamada Linha do Tejo, conjunto de fortalezas que atualmente faz parte da Região de Turismo dos Templários, tem um jardim fantástico, onde se pode dar um passeio, mas o melhor de tudo, na minha opinião é a vista que temos lá de cima. O Castelo de Abrantes foi conquistado aos Mouros por D. Afonso Henriques, na madrugada do dia 8 de Dezembro do ano de 1148, e por si doado em 1173, à Ordem de Santiago de Espada.
Do antigo e austero castelo medieval, envolto por um jardim público com uma invejável panorâmica, restam atualmente apenas a sólida Torre de Menagem, a Porta de Armas (no ângulo nordeste) e a arcaria de suporte a dois distintos panos de muralhas que servem de parapeito a um miradouro sobre a cidade.
A pousada da Juventude fica localizada na rota da Estrada Nacional 2, numa colina entre a cidade e o rio Tejo, perto do Hospital de Abrantes, num edifício antigo e um pouco degradado onde estão a decorrer obras.
É uma das 42 pousadas, que podemos visitar no nosso país, através do grupo MoviJovem. Eu e o meu filho gostamos bastante da Pousada, em especial do quarto onde pudemos descansar antes do jantar. Temos estacionamento gratuito.
Escolhemos um quarto sem casa de banho incluída e por isso usamos os balneários e não nos arrependemos, pois tinham ótimas condições, eram bastante espaçosos e estavam limpos. Cada chuveiro tinha ainda ao dispor gel de banho que podíamos usar, assim como um conjunto de toalhas para cada um no quarto.
O quarto era bastante razoável, embora só houvesse uma ventoinha para refrescar, o que eu acho que era pouco para o calor que se estava a fazer sentir. Apesar de tudo, a noite foi bastante tranquila. O pequeno almoço foi bastante bom para aquilo que era esperado e tinha bastante diversidade de produtos.
Terça de manhã levantamo-nos cedo e depois do pequeno-almoço, fomos visitar a praia fluvial da Aldeia do Mato que fica em plena albufeira da Barragem de Castelo de Bode, na margem esquerda do rio Zêzere.
A piscina fluvial flutuante tem sempre nadadores salvadores a garantir a segurança dos banhistas e está dividida em duas partes, uma maior para os adultos e outra mais pequena para as crianças.
O percurso é demorado e cheio de curvas e a zona de praia estava um pouco suja.
Sinceramente, ficamos um pouco desiludidos mas ainda deu para descansar um pouco e estarmos os dois a jogar ao Uno na areia, mas pouco mais. Queriamos lá passar o dia, mas estava bastante vento e tornava-se desagradável estar na água. Por isso, optamos por tentar a nossa sorte noutro lado.
Seguimos então para a zona de Cabeça Ruiva, para a praia fluvial de Pontes. Uma descida acentuada dá acesso aos carros até perto da praia (em ambos os casos, as estradas são estreitas e em caso de necessidade, penso que se poderão gerar situações complicadas).
Pelo caminho, apanhamos alguns figos, numa zona onde achamos que não devia haver problema (e soube tão bem!).
Deixamos o carro bastante cá em cima e descemos a pé. Reparamos logo que também aqui havia vigilância. Nesta praia, o ambiente era mais agradável, apesar de estar bastante gente, havia tranquilidade e sentimo-nos mais seguros. Existe uma piscina flutuante onde podemos tomar banho e nadar em segurança.
No regresso, passamos pela pousada para um duche e fomos depois jantar. Nestes dois dias optamos por almoçar em formato piquenique e jantar "comida de plástico", uma vez que o intuito era descansar e não gastar muito.
Depois fomos os dois passear pela zona do Rossio, do outro lado do rio, onde pudemos fazer uma pequena caminhada, ir ao parque e visitar as colunas que em tempos serviram de base à ponte das barcas. Pudemos ver o pôr do sol!
Na quarta, o dia foi passado na piscina municipal. O espaço não é muito grande, mas é ótimo para descansar e aproveitar as sombras das árvores e a piscina. A água estava ótima (o que para mim que sou muito friorenta é mesmo uma novidade) e por isso ainda aproveitei para uns mergulhos. Almoçamos num pequeno bar que há dentro do complexo.
A única coisa que nos incomodou um pouco por ali foram as vespas (estamos na natureza, não há nada a fazer) mas de resto foi um dia espetacular que compensou um pouco o dia de praias fluviais de ontem.
No caminho para casa paramos no miradouro sobre o Castelo de Almourol, já na EN118, na zona da Chamusca. Dali podemos ver um dos lados da fortificação que fica numa pequena ilhota a meio do Tejo. A sua história relembra a Reconquista do território durante a Idade Média. Quando aqui chegaram os cristãos em 1129, o castelo já existia sob o nome de Almorolan, tendo sido então incluído nas terras entregues à guarda dos Templários, sob as ordens de Gualdim Pais. Segundo uma inscrição existente na entrada, as obras de reconstrução datam de 1171. Era um dos sítios que eu gostaria de ter visitado, mas que não consegui.
Umas mini férias a repetir assim que possível. Valeram principalmente pelo encontro comigo mesma, pela possibilidade de descansar, de pôr a leitura em dia, os pés na água e das conversas com o meu filho. Dias maravilhosos!
Fontes:
http://turismo.cm-abrantes.pt/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Abrantes
Hoje aponto aqui duas notícias ocorridas este ano e ambas com caraterísticas muito parecidas. Os casos deram-se em Espanha, mas não é o país que está em casa. O que me acorre é o sofrimento em que estas crianças deveriam estar para saltarem para a morte.
No mês de maio deste ano, duas meninas terão saltado do 6º andar de um prédio, em Oviedo em Espanha. Inicialmente, não se sabia bem o que as tinha levado a saltar ou se até teriam caído por acidente, mas as investigações levadas a cabo vieram identificar que Aleksandra e Anastasiia, de origem rússa, "poderiam estar a sofrer de bullying" e que isso as levou ao suicídio. A notícia de 19 de maio, dava conta que a mãe e o pai estariam a receber apoio psicológico devido à morte trágica das gémeas de 12 anos.
A mãe das meninas esclareceu agora as dúvidas, através de uma carta, na qual explica "que a família era vítima de maus tratos protagonizados pelo pai das crianças, que regularmente as trancava em casa e as impedia de sair." Segundo Olga, mãe das meninas e de um outro menino de 10 anos com quem entretanto voltou para a Rússia, terá sido mesmo esse o "que motivou o ato das meninas, deixando a família de luto." Seja qual o motivo, ou se calhar até pelo acumular de ambas as razões a verdade é que estas meninas não encontraram quem as entendesse, no seu sofrimento.
"Em junho, o Tribunal de Violência contra as Mulheres de Oviedo ordenou a Igor Zuev que se mantivesse longe da sua mulher e do filho mais novo."
Em fevereiro deste ano, em Sallent, Barcelona, outras duas meninas também de 12 anos, gémeas, caíram da varanda da casa onde moravam e neste caso "uma das crianças morreu e a outra ficou gravemente ferida." Estas meninas, Ivan e Leila, deixaram uma "carta de despedida antes de saltarem da varanda do prédio onde moravam. Na carta falam de intolerância, racismo, bullying e transfobia."
O suicídio é, confesso, algo que me preocupa bastante. Quando se trabalha com crianças e jovens, temos de ser pessoas muito (mesmo muito) atentas. Em Portugal têm sido vários os casos de suícidio em jovens, mas um flagelo também grande que por cá assistimos, são as fugas de jovens. Se para uns, não passará de uma forma de mostarem a sua independência e a sua forte vontade de autonomia (quem nunca?) para outros é um passo para serem vítimas de outras situações (entrada em grupos problemáticos, gangues, assaltos, abusos, violações... morte).
A saúde mental é uma área que precisa de ter uma maior atenção. Temos de começar por ver que o suicídio, em si, não é uma doença, mas sim um comportamento. Pode até ser uma "chamada de atenção" mas, o que temos de perceber é quantas foram as "chamadas" que estes jovens tiveram de fazer, até chegar a este ponto limite! Ana Matos Pires, afirma até que o suicídio "já é a principal causa de morte junto de crianças e jovens adultos no país”, dando a conhecer dados que indicam que "uma em cada seis mortes de pessoas entre os dez e os 29 anos em Portugal é por suicídio." Assustador, não? A própria OMS já começa a dar uma maior importância a este flagelo. "A área infanto-juvenil está contemplada no PRR" (Plano de Recuperação e Resiliência), havendo a esperançã de que em futuros Orçamentos do Estado, haja "algum investimento a nível preventivo — nomeadamente no meio escolar e de interligação da escola com a saúde mental da infância e da adolescência no SNS.”
Segundo dados da OMS, Portugal até "ocupa um lugar mediano na tabela de taxas de suicídio na Europa, continente onde há uma morte por suicídio a cada 40 segundos." Um outro dado importante, é que "a depressão aumenta o risco de suicídio em 20 vezes (seis em cada dez suicídios foram efetivados por doentes com depressão) e que o suicídio causa mais mortes do que o cancro da mama, a malária, a guerra ou os homicídios." Mais uma razão para se reforçarem os cuidados de saúde mental, sobretudo, os preventivos.
Fontes:
https://observador.pt/2023/05/19/gemeas-de-12-anos-morreram-ao-cair-de-uma-janela-nas-asturias/
https://dezanove.pt/suicidio-em-espanha-criancas-gemeas-1861941
As primeiras notícias são de maio e eu relatei aqui em julho a situação terrível que se está a viver na Índia. Além de milhares de edifícios e de igrejas destruídas, lojas e negócios vandalizados, por todo o lado há trocas de tiros, e os relatos de violações e de assassinatos sucedem-se.
Nas ruas, há corpos espalhados pelas ruas e milhares de pessoas acabaram por fugir para campos de refugiados. O futuro da população cristã é cada vez mais incerto, devido à atuação dos grupos extremistas hindus.O funeral de 35 pessoas, mortas durante os conflitos no distrito de Churachandpur foi impedido porque o terreno onde aconteceria o enterro destes cristãos, pertence à comunidade Meitei. Os meitei são hindus, enquanto grupos rivais, incluindo os kuki e outras tribos, são maioritariamente cristãos e vivem principalmente nos distritos montanhosos circundantes.
Fontes:
Hoje comemoram-se os 120 anos dos Bombeiros de Sesimbra. A minha primeira casa, o meu primeiro trabalho, mesmo que na altura com apenas 14 anos eu tivesse uma perspetiva diferente daquela que hoje tenho. Deixo aqui hoje um pequeníssimo registo.
Hoje quero dar os parabéns a todos os homens e mulheres que fizeram e fazem a história daquela casa. Uma associação que nasceu em 1903, fundada por El-rei Dº Carlos I. O rei e o princípe Dº Luiz Filipe (mortos no Regicídio de 1908) foram de facto Presidentes de Honra e Comandantes Honorários desta casa. Em 1904 recebeu o título de "Real".
No Blogue ca Família Real Portuguesa, podemos ler que a "atribuição dos títulos honoríficos ficou a dever-se ao apoio concedido pela coroa à Fundação dos BVS, para o qual concorreu a influência do capitão de fragata D. Fernando de Serpa Pimentel, comandante do iate real "Amélia", Ajudante de Campo de Dom Carlos e amigo do Tenente Alfaro Cardoso, Comandante da Guarda Fiscal em Sesimbra, grande entusiasta da Comissão Organizadora da Associação de Bombeiros."
Na verdade, ambos ofereceram grandes donativos: "o Rei disponibilizou-se desde logo a atribuir a quantia de 300 mil réis destinados à aquisição de uma bomba tipo americana" e o "Príncipe Dom Luiz Filipe decidiu apoiar monetariamente a compra de uma manga de salvação, concedendo para o efeito a verba de 50 mil réis." Estas informações estão na obra de António Reis Marques, sobre a história da Associação e a que é feita referência no blogue (por acaso, eu também tenho esta monografia e devo dizer que está excelente e relata muito bem a história da vila de Sesimbra e da Associação).
A Associação adoptou como bandeira a então bandeira nacional, azul e branca, passando o símbolo da Monarquia a ser também o dos bombeiros. Mais tarde, com o advento da república, foi adoptada a nova bandeira verde-rubra, situação que se mantém, pelo que a Associação "em qualquer acto, formatura ou desfile, em que se apresente, tem direito às honras e prerrogativas devidas à bandeira nacional", escreve António Reis Marques no seu livro.
Alguns dirão que os bombeiros de Sesimbra não serão tão antigos, contando apenas desde o ano de 1927, altura do retorno efetivo da atividade dos mesmos na medida em que após o Regicídio e a forte ligação desta casa à monarquia, houve uma grande dificuldade em retomar em pleno as atividades. Mas na verdade, a associação continuou em funções. Em 1931 têm a sua primeira ambulância motorizada.
O local onde está hoje o quartel-sede não foi a sua primeira localização. Ali havia um aterro, onde se transferia o peixe transportado em burros para as carroças que depois o iam distribuir por outras zonas. Este mesmo aterro, ficando numa zona limítrofe à vila foi também aproveitado para construção do Quartel dos Bombeiros Voluntários. Numa fase mais recente, próxima dos finais dos anos 70, o Largo viria a ser remodelado, permitindo maior eficiência na circulação. Em 1978, por deliberação da Câmara Municipal, receberia o nome de Largo dos Bombeiros, numa clara e reconhecida homenagem à corporação de bombeiros.
Na minha primeira noite de piquete, em 1998, eu tinha apenas 14 anos. Sabia pouco da vida mas era uma miúda cheia de vontade de fazer e de aprender. E felizmente, isso nunca me foi vedado pelos meus pais. Conhecia o quartel por já fazer parte da fanfarra à cerca de um ano e pouco, mas não tinha experiência nem formação nenhuma. Na época, era comandante Fernando Gato, e tive a sorte de conhecer e aprender com grandes bombeiros da altura. Recebi as minhas divisas de bombeiro com 17 anos. Era uma casa muito tradicional com uma grande relação com as gentes e com os costumes da terra. Era na altura o quartelo que enchia quando a sirene soava e vínhamos de todos os lados, largando tudo o que não fosse prioritário para acudir aos outros. Muita coisa mudou em mim desde então.
Cresci ali como mulher e como pessoa e levei com as minhas primeiras desilusões da vida. Ali aprendi que ser mulher num mundo de homens é difícil, aprendi a defender as minhas próprias ideias e a argumentar. Aprendi o valor da vida e também da morte. Ali cresci de menina a mulher, ganhei uma carapaça da qual tem sido difícil me livrar, ri muito e chorei ainda mais. Dei a mão na morte e assisti ao nascimento da vida.
MARQUES, António Reis, Bombeiros Voluntários de Sesimbra. Origem, Formação e Percurso (1903-2003)
http://realfamiliaportuguesa.blogspot.com/2009/07/dom-carlos-e-principe-dom-luiz-filipe.html
http://ruascomhistoria.sesimbra.pt/largo-dos-bombeiros-voluntarios/
Há precisamente 120 anos, o metro de Paris, inaugurado apenas três anos antes, foi palco de um terrível acidente que vitimou 84 pessoas, a maioria por asfixia. O que terá acontecido, foi a deflagração de um incêndio numa carruagem do metro que não tinha passageiros, e que tinha ficado "bloqueado entre as estações Couronnes e Menilmontant." As pessoas que morreram estavam na estação a aguardar por receberem de volta o valor da viagem, devido a um atraso na passagem da composição e foram apanhadas pelo fumo intenso que se acumulou rapidamente.
Esta infraestrutura que tinha sido inaugurada no dia 19 de julho de 1900, a "tempo para a Exposição Universal daquele ano," mas apresentava vários problemas. Os túneis não tinham ventilação. Nesta altura, ainda não existiam "saídas de emergência nem circuitos elétricos de emergência" e o comboio era composto de materiais altamente combustíveis como a madeira.
Depois deste acidente, outros aconteceram neste metro mas este por ter levado à morte de 84 pessoas terá sido um dos mais graves.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Esta%C3%A7%C3%A3o_Couronnes
https://www.acordacidade.com.br/noticias/os-segredos-do-metro-mais-charmoso-do-mundo-o-de-paris/
Para Todos.
Foi assim que o Papa caraterizou a Igreja que defende.
Eu, como tenho dito sempre, não acredito na existência de deuses, mas respeito quem crê em algo superior que os guia. A crença e a fé de cada pessoa não deve ser ridicularizada. Cada um de nós é livre de acreditar ou não e eu tenho cá para mim que ninguém pode impor a sua religião aos outros, seja ela qual for. Nestes dias, acompanhei as Jornadas Mundiais da Juventude através da televisão e senti ali uma onda de amor e de dedicação ao outro, que passava entre os voluntários e os peregrinos. Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a jornada nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após um encontro com jovens em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
Esta onda de amor fraterno, entre pessoas que nunca se tinham conhecido, que receberam jovens em suas casas, que receberam os padres, os missionários e lhes deram abrigo é sem dúvida algo lindo que não pode ser esquecido. As Jornadas fizeram-me ver que ainda pode haver fé nos jovens de hoje e que mesmo que não sejam a maioria, estes jovens têm uma grande força e podem, se assim quiserem, transpor para o seu dia a dia as boas atitudes e os bons valores que a sua igreja lhes passa ao longo da vida.
Acredito nos jovens, que o Papa Franscisco desafiou a fazerem mais e a serem inconformados. Sim, os nossos jovens podem ser agentes de mudança. Esta união entre jovens de vários países, foi uma prova de que ainda há esperança e que se pode viver em comunidade. Mas enquanto uns rezam, outros matam, ferem, agridem! Pelo país, pelo mundo... o sofrimento tem sido uma constante. O respeito pelo outro, na sua diferença, não tem sido mantido.
O Papa deixou mensagens muito claras, que acho que todos conseguimos compreender. Sejamos cristãos, muçulmanos, hindus, budistas, judeus ou ateus, devemos pegar nas palavras deste homem e de refletir sobre o seu sentido. Independentemente do deus ou deuses em que acreditem (ou não), pelo menos podemos juntos acreditar na humanidade? Na beleza das coisas, em olharmos o outro nos olhos e sermos verdadeiros com quem nos rodeia, com quem nos pede auxílio. O papa considerou ainda que "esta Jornada ajuda tanto a reordenar a nossa vida". "E para pôr ordem na vida não servem as coisas, as distrações e o dinheiro; o que serve é dilatar o coração, por isso não tenham medo: dilatem o coração", disse, renovando o seu apelo de coragem aos jovens.
Sobre os gastos feitos, penso que o país quis mostrar que recebia bem, mas acho que era desnecessário gastar tanto dinheiro. Antes do evento, falava-se já em enormes gastos o que levantou, claro, muita polémica. Não há ainda números globais nem oficiais, mas estimou-se que, no total, a JMJ iria custar cerca de 160 milhões de euros. O Governo avançou com o número de 36 milhões de euros e a Igreja admitiu que iria gastar cerca de 80 milhões.
O recinto da jornada com cerca de 100 hectares, (concelhos de Lisboa e Loures), tinha a ponte Vasco da Gama como pano de fundo. Para unir os dois concelhos foi construída uma ponte sobre o Rio Trancão.
Apesar da comitiva que trazia ser grande, o Papa é uma pessoa simples. Poderiam ter gasto em melhores condições para os peregrinos e para os voluntários, bem como em melhoria nas condições de trabalho das forças de segurança e de saúde que esstiveram presentes neste evento em vez de terem gasto num palco enorme que não reflete aquilo que este Papa defende. É a minha opinião, a opinião de quem viu o evento de fora.
O Papa agradeceu hoje aos voluntários, dizendo que sem eles o evento não teria sido possível. “Quem ama não fica de braços cruzados, mas apressa o passo para alcançar os outros. E vós, quanto correstes nestes meses e nestes dias”, disse.
Com temperaturas sempre a subir - hoje estavam 40º aqui no Seixal quase às 18h - os números de participantes foram também muito elevados. Segundo as autoridades, cerca de 500 mil pessoas estiveram no Parque Eduardo VII para assistir à cerimónia de acolhimento, a primeira com a presença do Papa e que se realizou na quinta-feira. Na sexta-feira, aponta-se em 800 mil participantes, os que marcaram presença no Parque Eduardo VII para a Via-Sacra, presidida pelo Papa Francisco, segundo a sala de imprensa da Santa Sé. Na visita a Fátima estiveram presentes 200 mil pessoas. A Santa Sé estimou que 1,5 milhões de pessoas assistiram à vigília no Parque Tejo, no sábado à noite.
Os serviços de imprensa da Santa Sé avançam que estão cerca de um milhão e meio de pessoas estão este domingo, no Parque Tejo, em Lisboa, na missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), presidida pelo Papa Francisco.
Hoje, domingo, os números de participantes contiunuam elevados, apesar do calor. "As autoridades locais confirmaram a presença de cerca de um milhão e 500 mil pessoas no Parque Tejo para a Santa Missa”, divulgou a Santa Sé. Também presentes, a concelebrar com o Papa, estão 30 cardeais, 700 bispos e 10 mil sacerdotes.
Durante a JMJ, o Banco Alimentar promoveu uma campanha de sensibilização para o desperdício alimentar dirigida aos jovens de todo o mundo que participaram no encontro. No entanto, no fim do evento e apesar dos participantes terem usado as caixas para deixar alimentos que seriam depois enviados a famílias carenciadas, estes não chegaram a ser recolhidos e estão a estargar-se ao sol.
Fontes:
https://pt.euronews.com/2023/08/06/jmj-ultimo-dia-do-papa-francisco-em-portugal
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