Nasceu em Leiria a 22 de Janeiro de 1933, filho do professor do ensino liceal António Gonçalves Mattoso. Estudou no Liceu Nacional de Leiria, seguindo-se o seu ingresso na vida religiosa. Durante 20 anos foi monge da Ordem de São Bento, vivendo na Abadia de Singeverga (Portugal), em Lovaina, na Bélgica, e usando o nome de Frei José de Santa Escolástica Mattoso.
No mesmo período em que foi monge, Mattoso licenciou-se em História, na Faculdade de Letras da Universidade Católica de Lovaina, e doutorou-se em História Medieval, pela mesma universidade. Só em 1970 retornou à vida laica, iniciando uma carreira académica.
A produção historiográfica de José Mattoso começou a ser publicada em 1968, com “Les Monastèresde la Diocèse du Porto de l’an mille à 1200”, seguindo-se, em 1970, “As Famílias Condais Portucalenses séculos X e XI”, tema a que voltou, em 1981, com a obra “A Nobreza Medieval Portuguesa - A Família e o Poder”.
Foi investigador no Centro de Estudos Históricos (Lisboa), integrado no Instituto de Alta Cultura, e no período subsequente a 1972 foi admitido como professor auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Posteriormente, em 1979, tornar-se-ia professor catedrático na recém-criada Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Em 1982, publica “Religião e Cultura na Idade Média Portuguesa”, em 1983 sai para as bancas "Narrativas dos Livros de Linhagens", em 1985 “Portugal Medieval” e, no ano seguinte, a sua obra de referência, “Identificação de um País” (dois volumes), que lhe valeu o Prémio Alfredo Pimenta e o Prémio Ensaio do P.E.N, Clube, em 1986. Nas obras do autor encontramos caraterísticas muito específicas: se por um lado é uma pessoa rigorosa quanto àquilo que escreve e um profundo conhecedor das nossas referências históricas, por outro, encontramos uma visão diferente, em textos como "Narrativas dos Livros de Linhagens", onde abundam os contos, anedotas e situações caricatas que nos dão uma perspetiva mais humana daquelas "personagens".
Em 1987, foi o primeiro galardoado com o Prémio Pessoa. Entre as obras que o tornaram uma referência no estudo das origens de Portugal, destaca-se também "Fragmentos de uma Composição Medieval" (1987). Dele é também a direção e coordenação da obra "História de Portugal", uma obra completa de oito volumes (1993-1994).
Foi presidente do Instituto Português de Arquivos, de 1988 a 1990. Em 1992 é condecorado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.
Entre 1996 e 1998, foi diretor da Torre do Tombo. Em 2005, publicou “A dignidade Konis Santana e a Resistência Timorense”, uma das suas raras incursões na História Contemporânea, quando aceitou ser “colaborador voluntário do Instituto Português de Auxílio à Cooperação, durante os cinco anos” que permaneceu em Timor, como explica na introdução da biografia daquele combatente timorense. Quando esteve em Timor-Leste, colaborou na recuperação do Arquivo Nacional e no Arquivo da Resistência, e lecionou no Seminário Maior de Díli.
O historiador assinou também uma biografia de D. Afonso Henriques, publicada em 2006, pelo Círculo de Leitores. Em 2007 recebe o Troféu Latino. Da sua responsabilidade foi também a direção de outras obras coletivas ( “História da vida privada em Portugal”, 2010-2011; “Património de origem portuguesa no mundo”, 2010).
Numa rara intervenção política, foi mandatário nacional do Partido Livre, em 2015.
Em 2012, publicou “Levantar o Céu – Os Labirintos da Sabedoria”, que lhe valeu o Prémio Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes, do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, da Igreja Católica, um galardão a juntar a outros com os quais foi distinguido ao longo da carreira. José Mattoso, recebeu ainda o Prémio Árvore da Vida, pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, da Igreja Católica, em parceria com o Grupo Renascença Multimédia, a 1 de junho de 2019, em Fátima.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Mattoso
https://www.temasedebates.pt/noticias/-narrativas-dos-livros-de-linhagens-de-jose-mattoso/162506