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Eduardo Pitta

por Elsa Filipe, em 25.07.23

Faleceu esta manhã em Torres Vedras, o poeta, escritor e ensaísta português Eduardo Pitta, com 73 anos, vítima de complicações decorrentes de um AVC. 

Eduardo Pitta, nasceu em Lourenço Marques, atual Maputo, a 9 de Agosto de 1949. Viveu em Moçambique até Novembro de 1975. Era crítico literário da revista Sábado desde 2011, mas também nas revistas Colóquio-Letras (1987-2019), da Fundação Calouste Gulbenkian, e LER (1990-2006), bem como nos jornais Diário de Notícias (1996-1998) e Público (2004-2011).

Desde 1974, publicou dez livros de poesia, um romance, duas coletâneas de contos, quatro volumes de ensaio e crítica, duas recolhas de crónicas, dois diários de viagem e o livro de memórias "Um Rapaz a Arder". Um ensaio sobre homossexualidade na literatura portuguesa contemporânea, Fractura (2003), é considerado por Mark Sabine «the first history of Portuguese literary homosexuality». Participou em encontros de escritores, congressos, seminários e festivais de poesia em Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia e Colômbia.

Diversos poemas seus encontram-se traduzidos em castelhano, italiano, francês, inglês e hebraico. Mantinha desde 2005 o blogue Da Literatura. Casou em 2010 com Jorge Neves, seu companheiro desde 1972.

 

Fontes:

https://sicnoticias.pt/cultura/2023-07-25-Morreu-o-poeta-e-escritor-Eduardo-Pitta-7cc83809?utm_source=caixa-na-sicnoticias

https://www.eduardopitta.com/

 

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publicado às 13:02

Sismo sentido nos Açores

por Elsa Filipe, em 23.07.23

Hoje por volta da hora de almoço, um sismo de intensidade ligeira (de 4.0) foi sentido nas ilhas do Faial e do Pico. O sismo teve epicentro a cerca de 42 quilómetros a oeste de Capelo, no Faial. Seguiram-se vários pequenos abalos, mas da baixa intensidade.

As populações estão já um pouco acostumadas mas isso não lhes retira o receio do que poderá vir a acontecer, caso se venha a dar um abalo de maior intensidade.

Esta nova crise sísmica, ocorre passados 25 anos do terramoto de 9 de julho de 1998, que matou oito pessoas e destruiu 70% do parque habitacional da ilha do Faial, nos Açores. "A atividade sísmica a oeste da ilha do Faial encontra-se acima dos valores normais de referência", refere o site oficial do CIVISA, que adianta estar a acompanhar a evolução desta crise sísmica de origem tectónica, ou seja, resultante da movimentação das placas tectónicas que atravessam o grupo Central dos Açores. Em 1998, o tremor de terra, que atingiu o grau 5,9 na escala de Richter,  deixou a ilha bastante destruída, com "uma quantidade de estradas que estavam obstruídas e uma grande quantidade de casas que estavam total ou parcialmente destruídas", segundo palavras de Renato Leal, presidente da Câmara Municipal da Horta nesse ano.

Na página prociv.azores podemos ler os vários comunicados emitidos e, também, os cuidados a ter. Saber o que fazer é a melhor forma de nos protegermos a nós mesmos.

SISMOS
• Mantenha a calma e conte com a ocorrência de possíveis réplicas;
• Não acenda fósforos nem isqueiros, pois pode haver fugas de gás;
• Observe se a sua casa sofreu danos graves e saia imediatamente se suspeitar que não oferece condições de segurança;
• Caso duvide da integridade dos circuitos de gás, eletricidade ou água, desligue-os imediatamente;
• Nunca utilize os elevadores;
• Confirme a validade do seu Kit de emergência e reveja o seu conteúdo com o seu agregado familiar;
• Verifique se existem feridos e, se necessário, preste os primeiros socorros;
• Tenha cuidado com vidros partidos ou cabos de eletricidade. Evite ferimentos protegendo-se com vestuário adequado;
• Limpe imediatamente os produtos inflamáveis que se tenham derramado;
• Se puder, solte os animais domésticos, pois eles cuidam de si próprios;
• Afaste-se das praias porque pode ocorrer uma onda gigante (tsunami);
• Ligue o rádio, fique atento às recomendações difundidas e não contribua para a divulgação de boatos;
• Siga sempre as recomendações dos agentes das autoridades presentes, eles estão nos locais para o ajudar;
• Assim que oportuno, verifique a validade dos seguros da sua casa e viatura e certifique-se que têm cobertura para fenómenos sísmicos.

 

Fontes:

https://sicnoticias.pt/pais/2023-07-23-Acores-sismo-de-magnitude-42-na-escala-de-Richter-sentido-no-Faial-e-no-Pico-74e2f62b

https://www.ipma.pt/pt/geofisica/sismicidade/

https://www.prociv.azores.gov.pt/ilha-sao-jorge/ver.php?id=2631

 

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publicado às 22:42

Nos últimos dias foi dado a conhecer pelas televisões portuguesas uma comunidade que se localiza na zona de Oliveira do Hospital e que é chamado de Reino de Pineal. Alberga um conjunto de pessoas com caraterísticas de uma sociedade verticalizada e patriarcal. Fica no extremo do distrito de Coimbra e a autarquia fez já uma queixa à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, por entender que pode não estar a ser cumprido o direito à educação e à saúde das crianças. Esta seita tem uma visão anti-social do mundo, uma necessidade de acreditar em coisas que são inimagináveis nos nossos dias - como a teoria de que a Terra é plana. As reportagens - das quais deixo os links em baixo - mostram a complexidade daquilo que aqui está em causa, da questão dos direitos e das liberdades e também das teorias em que acreditam.

O terreno onde está instalada a seita do Reino do Pineal, em Oliveira do Hospital, é propriedade de Pione Sisto, jogador de futebol dinamarquês de 28 anos. Pione Sisto é mecenas da comunidade e afirma que a seita é pacífica. O jogador afirma que o Reino do Pineal “é um dos muitos projetos ecológicos espirituais, culturais e ambientais” ao qual dedicou o seu “tempo e energia”, sentindo-se “inspirado pela sua filosofia, pelos sues ideais, princípios e forma de viver a vida”. Para Pione Sisto, "o mundo precisa de mais organizações que coloquem a natureza e o ambiente antes dos lucros". Sublinha ainda que a Fundação do Pineal vive de “forma legal” e “pacífica”, e garante que, enquanto isso acontecer, irá continuar a apoiar a organização.

A comunidade vive no meio da natureza, numa paisagem belíssima. Aparentemente, num conceito de vida alternativa, com uma grande ligação à terra. O problema são os extremos que aqui se podem estar a começar a afirmar e que por serem uma comunidade fechada ao exterior, com valores e uma autoafirmação própria de independência. 

Em março de 2022, um bebé de 14 meses terá morrido alegadamente por falta de cuidados de saúde básicos que poderiam ter evitado a sua morte. Não ficou provado se houve crime, mas a verdade é que houve um bebé que foi cremado, não houve qualquer registo (nem do nascimento nem da morte) nem sequer uma autópsia. Ao que parece, nenhuma das crianças ali nascidas entretanto, estarão a ser registadas ao nascimento (nem à morte) nem estão a ter qualquer tipo de ensino. Poderá estar em causa a aplicação dos direitos fundamentais das pessoas que estão em vulnerabilidade, incluindo as crianças. Estamos em julho de 2023, e até agora o que foi feito? Pouco, uma vez que o inquérito chegou apenas esta quarta-feira à Polícia Judiciária, após denúncia em abril passado. Akbal Pinheiro, líder da seita e pai da criança em causa, disse à RTP que procurou assistência médica para a criança, mas o que foi proposto entrava em conflito com as suas crenças e diz que está disposto a colaborar com a investigação da PJ e do ministério público.

O líder da seita afirma que nenhuma lei foi desrespeitada porque as leis "deles" são as da comunidade e não as do Estado. O não registo da criança não poderia, segundo as suas palavras, ser feito porque a criança é deles e não do estado. Confuso? Atualmente, existem apenas três bebés a viver na seita, e um deles, de apenas sete meses, nunca foi sequer vacinado. Os avós - que já registaram a criança, uma vez que os pais se recusam a fazê-lo - já pediram que a criança seja retirada à mãe para que possam ficar com a sua guarda e cuidar do pequeno em condições.

O problema não é o grupo de adultos que se juntou e escolheu aquela forma de vida, o problema é o seu completo fecho ao mundo exterior e a aceitação de uma soberania própria. Apesar de o Estado não poder impor uma doutrina educativa, existem mínimos que têm de ser respeitados.

O grupo é composto por pessoas que se conheceram pela Internet e que se juntaram, construindo uma comunidade que se opõe à lógica da maioria das pessoas e que tenciona viver de forma "autónoma e independente", ou seja, à parte do próprio país, das suas leis e regras. Em 2019, estabeleceram uma eco-comunidade através da Fundação Pineal que tem bandeira, hino e passaporte próprio. O seu líder é Martin Junior Kenny, nascido e criado no Zimbabué, e que aos 20 anos emigrou para o Reino Unido, onde estudou e trabalhou como chefe de equipa.Com 36 anos mudou o seu nome para Água Akbal Pinheiro (vá-se lá saber o porquê) e atualmente é o líder fundador do Reino do Pineal. No Youtube é possível encontrar vídeos do líder do Reino do Pineal a defender inúmeras teorias da conspiração, por exemplo em 2018 colocou em dúvida a chegado do Homem à Lua e defendeu a crença de que o sol gira à volta da terra. Foi precisamente através da internet que foi acumulando seguidores até que em 2019 deixou o Reino Unido, com a sua mulher e dois filhos, para imigrar para Portugal e "estabelecer uma eco-comunidade com uma escola de mistérios espirituais".

Caracterizam-se como "nómadas viajantes com uma vocação espiritual" que escolheram "restaurar, proteger e preservar os modos de vida orgânicos, naturais, espirituais, culturais e indígenas". Autointitulam-se uma "tribo indígena, autónoma e cultural, o que inclui o reconhecimento de todas as (suas) práticas espirituais e culturais, princípios e exercícios de soberania" - palavras do seu líder durante uma reunião pública na autarquia, em que um grupo de 13 homens se apresentaram à população para afirmarem a sua independência. Se a autodeterminação é um direito, este grupo não apresenta os pressupostos necessários para se autoestabelecerem, embora se oponham de forma bem visível à soberania do próprio Estado. Pretendem ter imunidade para as leis do Estado português. Não acreditam na ciência convencional nem nos currículos educativos que segundo eles as "escolas impõem" e que estão "errados", e sendo assim preferem afastar as crianças da educação formal, em especial no que respeita à educação sobre o corpo humano e sobre a sexualidade.

À vista das populações locais, parecem ser pacíficos, não causando problemas embora se acumulem queixas anónimas sobre o grupo. A "Paraíso Imensurável" é a empresa gestora da propriedade do culto e viver nesta comunidade, onde a maioria são estrangeiros, pode custar até 30 mil euros. Pois é, se afirmam ser contra as empresas e o capital, então expliquem a relação entre esta empresa e a seita? Dizem querer afastar-se dos valores "mundanos" e globais do dinheiro, então expliquem lá isto? E usam a internet - fazem-no como, sem recorrer a empresas e a capitais? Roubam sinal do poste mais próximo, será?

Numa entrevista ao Correio da Manhã, Ana Sofia, a única portuguesa que viveu no Reino de Pineal, afirmou que  durante nove meses foi alvo de manipulações e jogos psicológicos. Segundo as suas palavras, foi obrigada a não estabelecer contacto com a família e foi ainda informada que todos os habitantes deveriam queimar o seu passaporte e esperar que "fosse emitido um documento do Reino do Pineal, feito com sangue e cabelo num ritual espiritual, em que era atribuído um novo nome para que se desvinculassem cada vez mais da vida no exterior". "Eles convenciam as pessoas a largarem os seus trabalhos online e a investir todo o dinheiro no espaço, para construir o paraíso na terra". Mais uma vez, espreita aqui a questão financeira e me cheira um pouco a "burla", a vocês não? O problema não é haver quem faça isto, o problema é haver quem acredite nestas teorias e caia que nem um patinho! 

Entre outros, pode ler também: https://elsafilipecadernodiario.blogs.sapo.pt/as-seitas-os-chalupas-e-as-fachadas-199068

 

Fontes:

https://sicnoticias.pt/pais/2023-07-19-Reino-de-Pineal-afinal-que-seita-e-esta--15140292

https://tvi.iol.pt/noticias/videos/o-terreno-em-oliveira-do-hospital-pertence-ao-futebolista-pione-sisto-onde-esta-quantos-estao-quantos-patrocinam-a-seita-do-reino-do-pineal/64b924b80cf23765eb86318c

https://www.rtp.pt/noticias/pais/reino-do-pineal-pai-promete-entregar-documentos-sobre-morte-do-filho_v1501684

https://www.sabado.pt/descodificadores/detalhe/afinal-o-que-se-sabe-a-seita-do-reino-do-pineal

https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/morte-de-bebe-reino-do-pineal-recorda-que-nao-foi-acusado-de-violar-quaisquer-leis

 

 

 

 

 

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publicado às 18:51

Os monstros que por aí andam

por Elsa Filipe, em 19.07.23

Infelizmente, é um tema recorrente nas nossas notícias e que nos tira constantemente o ar. Mas por muito violento que seja temos de continuar a falar sobre isto e a dar voz à vítimas que não podem falar por si próprias. O caso terá sido detetado na passada sexta-feira, e quando achavamos que a mente humana não poderia ser mais retrocida eis que há um monstro que nos volta a surpreender.

De acordo com a Polícia Judiciária, o presumivel agressor terá sido o próprio tio da vítima. O homem aproveitou-se de ter a criança à sua guarda por alguns momentos para cometer os abusos sexuais.

Quando os pais chegaram paraa ir buscar o bebé de apenas um ano e meio, este estava sem fralda e chorava compulsivamente, ao que o tio terá dito que tinha tido de retirar a fralda à criança por esta estar muito molhada. Os pais, ao verem que a criança não se acalmava,  dirigiram-se ao serviço de urgência do Hospital de Leiria, onde infelizmente foram confirmados vestígios e lesões de agressões sexuais. As autoridades foram alertadas de imediato.

Nestes casos, fico em dúvida como me expressar até.

O homem de 27 anos ficou sujeito a medida de prisão preventiva, depois de ser ouvido num primeiro interrogatório judicial. Em breve, deverão ser dadas mais informações, que ajudem a caraterizar melhor este crime.

Fontes:

https://www.noticiasaominuto.com/pais/2363066/bebe-abusado-sexualmente-pelo-tio-em-leiria-chorava-compulsivamente

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publicado às 19:54

Ecrãs na Infância... riscos e desafios

por Elsa Filipe, em 16.07.23

Os telemóveis e os computadores são uma excelente ferramenta de trabalho para alguns de nós e são também uma forma de entretenimento e de passarmos o tempo. As redes sociais podem ser uma forma de muitas pessoas não estarem isoladas. São uma companhia. O uso das redes sociais deve ser feito com ponderação e basta ligarmos a televisão ou espreitarmos a internet para sermos "bombardeados" com notícias de burlas em que são utilizadas as redes sociais.

E se nós adultos, somos suscetíveis de sermos enganados, o que será das nossas crianças? Crianças e jovens que usam telemóveis, internet e têm redes sociais, devem ser ensinados e têm de ser controlados e supervisionados pelos pais ou por quem é por eles responsável. O uso destes aparelhos e a utilização das aplicações disponíveis podem ser uma ferramenta de trabalho e existem várias plataformas que apoiam as aprendizagens, por isso, as tecnologias têm muitos aspetos positivos que podem e devem ser explorados tanto pelas escolas como pelos próprios pais.

O problema está sempre naquilo que é excessivo e daquilo que é feito sem controlo e sem acompanhamento. E o primeiro passo é tomarmos consciência dos perigos que podem estar associados, bem como das recomendações que podemos seguir.

Um dos aspetos principais a ter em conta é que todo o desenvolvimento da criança ocorre na sua relação com os outros e com o ambiente que a rodeia. Deixar a criança presa a um ecrã está a limitar esse contato com os outros. A interação que a criança desenvolve com os seus pares (crianças da mesma faixa etária que a sua) são enriquecedoras e desafiantes, pois fazem-na gerir as suas emoções, ajudam-na a respeitar o outro e a exigir que o outro também a respeite. Num jogo, ela não tem esta interação. A nossa sociedade está cheia de exemplos de isolamento social e dos problemas que isso acarreta. Os mais preocupantes para mim, são os dos bebés que em vez de estarem cara a cara com um rosto humano, estão "cara a cara" com o ecrã do telemóvel ou de um tablet. Preocupa-me aquele bebé que está na cadeirinha da refeição e em vez de se estar a sujar e a pôr as mãos na comida, está a ver um vídeo ou pior ainda, tiktoks, de olhar fixo, enquanto abre e fecha a boca de cada vez que a comida se aproxima.

Segundo a neuropediatra Mónica Vasconcellos, o uso destes aparelhos pelas crianças, sobretudo as mais pequenas, “pode afetar o desenvolvimento do cérebro, que nesta fase está mais suscetível a influências externas”. Refere esta especialista que os danos podem ser bastante graves e que "desencorajam a criatividade, a flexibilidade do pensamento e prejudicam a aprendizagem ativa, o treino da capacidade de manter atenção e a destreza motora." Além de tudo isto acabam por interferir também nas rotinas familiares afetando o próprio "sono da criança tão importante para o ótimo desenvolvimento das funções neurocognitivas". Com que idade é que as crianças podem aceder então às redes? Isso depende muito, penso eu. Há situações em que a criança usa por exemplo o Teams para fazer um trabalho com os colegas ou em que assiste a uma aula pelo Classroom. Nestes casos, estamos a falar em tempos de aprendizagem que, não substituindo diretamente o contato com os professores, podem ser uma ferramenta de trabalho ou até de apoio ao trabalho escolar bastante útil, por ventura em situações específicas. No entanto, não é o mesmo que essa mesma criança estar durante várias horas a assistir a conteúdos no Insta ou no Tiktok, os quais além de na maioria das vezes serem desadequados à sua idade e não trazerem qualquer benefício, são também focos de informação muito curta e rápida, o que faz com que o cérebro da criança esteja exposto a estes "estímulos fragmentados."

Até aos dois anos, nenhuma criança deveria ter contato com ecrãs, muito menos passar horas a assistir a vídeos ou "distraída" para não chatear os pais na hora de comer. Depois dessa idade, deve ser uma conquista progressiva e condicionada e, quanto mais tardia, melhor.

Segundo Ivone Patrão, especialista, o caso torna-se também muitas vezes difícil de gerir com os adolescentes. De acordo com esta especialista a "adesão às redes sociais por parte dos adolescentes deve, assim, ser acompanhada e sempre com acesso às passwords por parte dos pais e o acordo de que os progenitores podem entrar no perfil dos filhos sempre que considerarem relevante." Conversar com os filhos sobre o que vêem é fundamental. Têm de haver tempo para se falar em assuntos, que embora muitas vezes sejam complexos, devem ser abordados. Por exemplo, os pais devem conversar com os filhos sobre o que deve ser partilhado e o que não deve ser partilhado. E devem deixar a "porta aberta" para todas as dúvidas que possam surgir sem julgamentos que os afastem de vir pedir opinião em determinado assunto. 

Cláudia Morais, psicóloga, explica que não acontece só aos outros. Pode estar mesmo ali na nossa casa um caso em que a criança ou o adolescente esteja a ser "alvo de predadores sexuais ou de cyberbullying" e não nos estarmos a aperceber. Todos nós, acredito eu também como esta especialista explica em Simplyflow, estamos cientes dos perigos, "mas muitas vezes achamos que alguns tipos de violência só acontecem aos outros." 

Fontes:

https://cnnportugal.iol.pt/educacao/parentalidade/ha-mas-noticias-para-os-pais-sobre-o-uso-das-redes-sociais-pelos-mais-novos-a-tecnologia-nao-veio-so-facilitar-a-vida-das-pessoas/20230715/64a832a2d34e3ae5b8c379fa

https://simplyflow.pt/quais-sao-os-perigos-das-redes-sociais-para-criancas-e-adolescentes/

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publicado às 19:29

Caso Jéssica

por Elsa Filipe, em 14.07.23

Um dos casos mais mediáticos dos últimos dias e... enfim, acho que ninguém consegue ficar indiferente àquilo que esta menina sofreu. Não me parece que estes assassinos durem muito dentro da prisão. Jéssica morreu em junho do ano passado depois de ser torturada e de agonizar sem que ninguém a socorresse. É impossível para mim ficar indiferente a um crime destes, especialmente quando a vítima é uma criança tão pequenina.

Segundo as notícias que a comunicação tem divulgado, a pequena Jéssica terá sido usada pela progenitora como pagamento de uma dívida, ou melhor como fiança até à concretização do pagamento de uma dívida, como se de um objeto se tratasse. Mas ao contrário de um objeto valioso, os seus detentores não a guardaram. Em vez disso, violaram a sua infância na forma mais despudorada e violenta que possamos imaginar! Usaram, maltrataram e abusaram do seu corpinho até acharem que ela lhes ia morrer nas mãos. Aí, chamaram pela mulher que a deu à luz mas que não a amou o suficiente para se comover com o seu sofrimento. Essa a que alguns chamam a "mãe" da menina, deixou-a mais uma noite na mão de quem a maltratava e no dia seguinte, levou-a para casa. A menina agonizou durante as suas últimas horas de vida e acabou por chegar ao hospital sem possibilidade de ser salva, apenas porque o padrasto ao ver o seu estado resolveu fazer aquilo que a mãe não se tinha "lembrado" de fazer: ligar a pedir ajuda.

Eu tenho acompanhado através da Linha Aberta da Sic e dos demais jornais (na televisão e online), o julgamento destes presumíveis assassinos. Eram cinco arguidos: Inês Sanches, aquela que foi a progenitora da menina, Tita, a tal da suposta ama de Jéssica, Justo, Eduardo e Esmeralda, marido e filhos de Tita, respetivamente. Eduardo, que estava acusado de tráfico de droga viu as acusações contra si caírem e é o único que está em liberdade neste momento.

Os testemunhos têm sido incoerentes, mas as provas estão lá e mesmo as mentiras têm sido deitadas abaixo. As imagens - a que felizmente, nós público não tivemos acesso - foram uma das maiores provas para se encontrarem as razões (quais razões?) para a morte desta menina. A Jéssica não está cá para contar o que sofreu, mas a autópsia do seu corpinho, falou por si e provou muita coisa. Provou que o ser humano consegue ser pior que um animal selvagem...

Ontem, nas alegações finais do julgamento, no Tribunal de Setúbal, Ana Calado Nunes (advogada de Inês Sanches), sustentou no seu discurso que esta mulher, de 38 anos, não tem "competências parentais" e não teve "perceção" de que a criança corria perigo de vida quando lhe foi entregue moribunda após ter passado cinco dias em casa da família Montes. Desculpem a sinceridade, mas nem que ela nunca tivesse sido mãe na vida, acho que pelas descrições seria bem visível o sofrimento da menina! O que é que esta pessoa "mal nascida" não percebeu? Verdade que ela não tem competências parentais, mas eu acrescento, e competências de ser "gente", é pessoa pelo menos não? Não houve um pingo de empatia pelo sofrimento do outro? De uma bebé?

A pena, que esta advogada tentou reduzir afirmando que não era justa ser de 25 anos é, infelizmente, a pena máxima em Portugal. E não é ela tão culpada como os outros? Pode não ter sido ela a provocar as lesões, mas não será crime igualmente punível o de dar a filha em troca de uma dívida? Os assassinos não foram buscá-la a sua casa, foi ela que lhes entregou a menina, sabendo do perigo que aquela família representava. Numa das versões, a menina terá sido dada como garantia do pagamento de uma dívida de 250 euros por serviços de bruxaria,para melhorar o relacionamento da mãe com o companheiro. Outro aspeto importante ao qual as notícias têm dado voz, é que parece que a menina apresentava marcas anteriores ao período de cinco dias em que esteve na posse da família Montes. Quem a agrediu antes?

A defesa dos outros agressores alega também que a menina poderia "ter sobrevivido com sequelas" (como se isso lhes tirasse a culpa da sua morte) e que não se sabe em concreto o que aconteceu depois da menina ter sido entregue à mãe... só sabemos é que ela está morta depois de ter sido, alegadamente, usada como correio de droga (facto que não pode ser provado ainda em tribunal) e que foi queimada e agredida. Que essas agressões foram de tal forma duras que lhe fraturaram o crâneo... Segundo o coordenador do Gabinete Médico-Legal de Setúbal, a menina não só "foi selvaticamente agredida", como também terá sido "abanada violentamente e atirada várias vezes contra uma superfície dura", o que lhe terá provocado a morte.

O pai de Jéssica, Alexandrino Biscaia, afirmou em tribunal que, nas últimas vezes que viu a criança, ela aparentava estar triste. O homem revelou ainda que Inês lhe pediu dinheiro no dia em que a Jéssica morreu, através de uma mensagem de telemóvel. O padrasto, recusou prestar declarações em tribunal. Uma outra testemunha disse que tinha sido ameaçada para que não contasse o que sabia. Ainda se vão saber mais coisas sobre quem fez o quê, mas até agora ainda há uma culpabilidade coletiva que resultou na morte de Jéssica mas que não determina quem foi o principal responsável.

Fontes:

https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/so-quero-que-se-faca-justica-que-sejam-todos-condenados-a-pena-maxima-afirma-avo-paterna-de-jessica

https://www.jn.pt/7285750856/caso-jessica-classificar-a-mae-de-igual-modo-com-os-verdadeiros-assassinos-choca/

https://sicnoticias.pt/pais/2023-06-12-Julgamento-do-homicidio-de-Jessica-mae-tera-pedido-dinheiro-ao-pai-no-dia-da-morte-7ba6c765

https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2023/07/06/caso-jessica-ana-pinto-tentou-ilibar-familia-da-morte-de-menina-de-tres-anos-em-setubal/338221/

 

 

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publicado às 16:00

Situação de extrema violência na Índia

por Elsa Filipe, em 12.07.23

A riqueza do nosso mundo é a sua diversidade. Infelizmente, é também essa diversidade a causa de muitos distúrbios e guerras, sejam elas de ordem civil ou religiosa ou ambas.

Na Índia, é o que tem estado a acontecer (apesar de ter sido pouco noticiado). Segundo várias notícias internacionais, foram destruídas mais de 500 igrejas, em ataques que fizeram mais de 100 mortos. Destes ataques resultaram a deslocação de cerca de 35 mil pessoas, devido à escalada de violência no Estado de Manipur, no nordeste da Índia, denunciada por grupos de cristãos.

Os ataques começaram em maio, devido a divergências entre dois grupos étnicos, os Kuki (cristãos) e os Meitei. "A comunidade Meitei, que representa cerca de 50% da população do estado," e que é composta essencialmente por pessoas de origem hindu, mas também por muçulmanos, tem tentado desde há vários anos ser "reconhecida como uma tribo classificada, o que lhes daria acesso a benefícios mais amplos, incluindo saúde, educação e empregos públicos." A situação tem escalado dia após dia e trazido um clima de medo, insegurança e morte.

Um missionário cristão, que reside mora numa das regiões que recentemente forma afetadas, confirmou que os Meitei continuam a atacar diariamente, com tiros. O principal objetivo é o de aterrorizar os cristãos tribais.

Segundo um outro missionários cristão que vive naquela na zona, várias “mulheres e meninas são assediadas sexualmente e abusadas. Já os homens com mais de 18 anos são treinados com armas pelos grupos insurgentes." São relatados muitos casos de agressões. Um desses casos é o de “uma mãe" que seguia com o seu filho com destino a um acampamento. "No caminho, uma multidão os encontrou e espancou o filho até a morte. A mãe, que estava tentando proteger o filho, foi morta também.”

Em maio deste ano, foi feita uma tentativa pelo exército do estado de Manipur no sentido de "resgatar civis em todas as comunidades, reduzir a violência e restaurar a normalidade”.

E assim vai o nosso mundo, mais uma vez, em nome de crenças.

Fontes:

https://www.bbc.com/portuguese/articles/cn4gdlm5542o

https://guiame.com.br/gospel/missoes-acao-social/conflitos-continuam-mais-de-350-igrejas-sao-destruidas-na-india.html

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/conflitos-etnicos-deixam-55-mortos-e-23-000-deslocados-em-manipur-na-india/

 

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publicado às 13:21

Desaparecidos na Rússia

por Elsa Filipe, em 11.07.23

Segundo notícias publicadas hoje, um grupo de 22 pessoas, incluindo onze crianças, esteve desaparecido durance cerca de dois dias, na Rússia, após iniciarem a descida  do rio Usva, usando um bote de borracha. O desaparecimento deu-se na província de Perm, no centro do país. O Ministério das Emergências da Rússia lamentou inicialmente que o grupo não tivesse feito o devido registo e que por isso as buscas seriam mais difíceis.

Os turistas, que iniciaram a descida do rio a 4 de julho, estavam a praticar 'rafting' - descida de correntes fluviais em botes de borracha - num percurso que seria de 175 quilómetros e deveriam ter-se reunido com o seu guia no domingo, o que não tendo acontecido levantou suspeitas de que algo mais grave tivesse sucedido. No dia 10 de julho, pelas 23:50 é comunicado o seu desaparecimento.. 

Depois de dado o alerta, foram enviados para o local vários meios de resgate dos serviços de emergência russos, entre os quais drones e um helicóptero. A busca felizmente acabaria por dar frutos e o grupo acabaria por ser encontrado com vida, hoje de manhã. Os socorristas da unidade de resgate de emergência de Gubakhinsky, envolvidos nas buscas, encontraram o grupo de turistas desaparecidos e confirmaram que todos os turistas estão vivos.

 

Fontes:

https://sicnoticias.pt/mundo/2023-07-11-Mais-de-20-turistas-desaparecidos-em-descida-de-rio-na-Russia-37e8f64b

https://cnnportugal.iol.pt/desaparecidos/russia/um-grupo-de-turistas-desapareceu-durante-uma-descida-num-rio-na-russia-e-foi-isto-que-aconteceu-a-seguir/20230711/64ad3e04d34e72171a0b0f10

 

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publicado às 23:30

Corrupção - mais um caso no governo...

por Elsa Filipe, em 09.07.23

Vários serão os casos de corrupção neste e em governos anteriores e agora o Primeiro Ministro, António Costa, está com um outro problema em mãos, que lhe pode custar a estabilidade governativa.

Há uns dias, o Primeiro Ministro, António Costa aceitou a demissão do secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, depois de buscas efetuadas à sua casa e ao Ministério que lhe estava alocado. Foi o 14º secretário de Estado ou ministro a ser afastado (ou a afastar-se) em pouco mais de 16 meses.

Marco Ferreira, é suspeito em casos de corrupção praticados entre 2018 e 2021. Era até agora secretário de Estado da Defesa. Foi conselheiro num governo de José Sócrates e dá aulas na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa onde se formou em 2000. Em causa, podem estar ligações à operação Tempestade Perfeita, o caso que investiga a construção do Hospital Militar de Belém, em Lisboa (empreitada que custou 3,2 milhões de euros em vez do orçamento inicial era de 750 mil euros) e na qual pode estar em causa o acumular de funções (em 2019) e que levaram à execução de um contrato milionário.

De acordo com algumas notícias, este contrato de assessoria teve uma vigência de 60 dias e o valor de 50 mil euros mais IVA, tendo sido assinado a 25 de março de 2019. Os serviços prestados foram concluídos rapidamente, apenas quatro dias depois, a 29 de março desse ano.

Estes esclarecimentos surgiram depois de a Iniciativa Liberal ter questionado o Governo sobre se o secretário de Estado teria acumulado estas funções com o trabalho na Empordef SGPS - Marco Capitão Ferreira negou e referiu que apenas iniciou funções nesta empresa a 29 de abril de 2019. Agora é esperar pelo resultado das investigações.

Mas os nomes não ficam por aqui. Alberto Coelho e Gomes Cravinho também foram nomes envolvidos na investigação. Marco Capitão Ferreira foi nomeado por João Gomes Cravinho para a presidência do Conselho de Administração da IdD Portugal Defence depois de em 2019 ter estado à frente da Comissão Liquidatária da Empordef, SGPS e da ETI, S.A.

Mais um caso...

 

Fontes:

https://www.publico.pt/2023/07/07/politica/noticia/novo-caso-defesa-deixa-costa-debaixo-fogo-2056089

https://cnnportugal.iol.pt/marco-capitao-ferreira/demissao/passou-por-socrates-e-chegou-a-costa-apresentava-se-como-muito-critico-da-insuficiente-aplicacao-pratica-do-saber-cientifico-a-concepcao-gestao-e-avaliacao-de-politicas-publicas-e-seus-instrumentos-quem-e-capitao-ferreira/20230707/64a85eecd34e3ae5b8c37bda

https://www.dnoticias.pt/2023/7/7/367208-quem-e-marco-capitao-ferreira-o-jurista-envolto-em-varias-polemicas-na-defesa/

 

 

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publicado às 21:50

José Mattoso

por Elsa Filipe, em 08.07.23

Tomei agora conhecimento do falecimento de José Mattoso. O nome deste senhor, apareceu durante muitos anos nos nossos manuais de HGP e História e foi através destes manuais que nasceu a minha paixão por esta área. Ainda hoje, o podemos encontrar em alguns manuais como consultor científico. Mattoso era um especialista na história das ordens religiosas e da aristocracia nos séculos X a XIII. 

Faleceu hoje com 90 anos.

BNP - Bibliografia Nacional Portuguesa

Nasceu em Leiria a 22 de Janeiro de 1933, filho do professor do ensino liceal António Gonçalves Mattoso. Estudou no Liceu Nacional de Leiria, seguindo-se o seu ingresso na vida religiosa. Durante 20 anos foi monge da Ordem de São Bento, vivendo na Abadia de Singeverga (Portugal), em Lovaina, na Bélgica, e usando o nome de Frei José de Santa Escolástica Mattoso.

No mesmo período em que foi monge, Mattoso licenciou-se em História, na Faculdade de Letras da Universidade Católica de Lovaina, e doutorou-se em História Medieval, pela mesma universidade. Só em 1970 retornou à vida laica, iniciando uma carreira académica.

A produção historiográfica de José Mattoso começou a ser publicada em 1968, com “Les Monastèresde la Diocèse du Porto de l’an mille à 1200”, seguindo-se, em 1970, “As Famílias Condais Portucalenses séculos X e XI”, tema a que voltou, em 1981, com a obra “A Nobreza Medieval Portuguesa - A Família e o Poder”.

Foi investigador no Centro de Estudos Históricos (Lisboa), integrado no Instituto de Alta Cultura, e no período subsequente a 1972 foi admitido como professor auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Posteriormente, em 1979, tornar-se-ia professor catedrático na recém-criada Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Em 1982, publica “Religião e Cultura na Idade Média Portuguesa”, em 1983 sai para as bancas "Narrativas dos Livros de Linhagens", em 1985 “Portugal Medieval” e, no ano seguinte, a sua obra de referência, “Identificação de um País” (dois volumes), que lhe valeu o Prémio Alfredo Pimenta e o Prémio Ensaio do P.E.N, Clube, em 1986. Nas obras do autor encontramos caraterísticas muito específicas: se por um lado é uma pessoa rigorosa quanto àquilo que escreve e um profundo conhecedor das nossas referências históricas, por outro, encontramos uma visão diferente, em textos como "Narrativas dos Livros de Linhagens", onde abundam os contos, anedotas e situações caricatas que nos dão uma perspetiva mais humana daquelas "personagens".

Em 1987, foi o primeiro galardoado com o Prémio Pessoa. Entre as obras que o tornaram uma referência no estudo das origens de Portugal, destaca-se também "Fragmentos de uma Composição Medieval" (1987). Dele é também a direção e coordenação da obra "História de Portugal", uma obra completa de oito volumes (1993-1994).

Foi presidente do Instituto Português de Arquivos, de 1988 a 1990. Em 1992 é condecorado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.  

Entre 1996 e 1998, foi diretor da Torre do Tombo. Em 2005, publicou “A dignidade Konis Santana e a Resistência Timorense”, uma das suas raras incursões na História Contemporânea, quando aceitou ser “colaborador voluntário do Instituto Português de Auxílio à Cooperação, durante os cinco anos” que permaneceu em Timor, como explica na introdução da biografia daquele combatente timorense. Quando esteve em Timor-Leste, colaborou na recuperação do Arquivo Nacional e no Arquivo da Resistência, e lecionou no Seminário Maior de Díli.

O historiador assinou também uma biografia de D. Afonso Henriques, publicada em 2006, pelo Círculo de Leitores. Em 2007 recebe o Troféu Latino. Da sua responsabilidade foi também a direção de outras obras coletivas ( “História da vida privada em Portugal”, 2010-2011; “Património de origem portuguesa no mundo”, 2010).

Numa rara intervenção política, foi mandatário nacional do Partido Livre, em 2015.

Em 2012, publicou “Levantar o Céu – Os Labirintos da Sabedoria”, que lhe valeu o Prémio Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes, do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, da Igreja Católica, um galardão a juntar a outros com os quais foi distinguido ao longo da carreira. José Mattoso, recebeu ainda o Prémio Árvore da Vida, pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, da Igreja Católica, em parceria com o Grupo Renascença Multimédia, a 1 de junho de 2019, em Fátima.

 

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Mattoso

https://tvi.iol.pt/noticias/jose-mattoso/historiador/morreu-o-historiador-jose-mattoso-tinha-90-anos/20230708/64a985c1d34e72171a0af8eb

https://www.temasedebates.pt/noticias/-narrativas-dos-livros-de-linhagens-de-jose-mattoso/162506

 

 

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publicado às 20:38

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