Escrever é algo que me apraz. Ante a minha vontade de criar, muitas vezes me falta tempo. Aqui passo da vontade à prática. Este é um caderno onde escrevo sobre a minha vida pessoal e temas da atualidade que me fazem refletir.
Escrever é algo que me apraz. Ante a minha vontade de criar, muitas vezes me falta tempo. Aqui passo da vontade à prática. Este é um caderno onde escrevo sobre a minha vida pessoal e temas da atualidade que me fazem refletir.
Hoje, aquilo que não queria escrever é que passou um ano desde o início da guerra na Ucrânia.
Não queria, mas lá no fundo, quando isto "começou" acho que quase todos nós sabíamos que nem os russos iam sair dali facilmente, nem os ucranianos se iam render e dar de mão beijada o que já era seu. O conflito não começou há um ano, enganam-se os que acham isso, apenas fomos acordados para ele naquela invasão feita de grande aparato que reacordou uma guerra antiga.
Volta não volta, lá entra o assunto da guerra em algumas sessões com os meus alunos, isto porque é um tema atual e que serve muitas vezes de termo de comparação com outros episódios vividos no passado. Usar os media e despertá-los para os assuntos reais, ajuda-me a levá-los mais atrás e a despertar-lhes o interesse por outras épocas históricas. Afinal, parece que a história se repete não é? Uns invadem outros, muda a geografia, mudam as fronteiras, agora domina um, amanhã domina outro. As grandes potências lá vão dando uns dinheiritos para a guerra, enquanto outros mais pequenos tentam juntar umas latas de feijão e mandar para as zonas de conflito, rezando para que lá cheguem e matem a fome e o frio a alguém.
Passou um ano.
Mas não desisto de referir a anexação da Crimeia em 2014 e um tal de "referendo" que se fez na altura para legitimar a invasão daquele território. Tentou-se fazer novamente isso com outras províncias, como em Donetsk e em Luhansk, ambos na zona de Donbass, em 2015 e novamente neste último ano. Qualquer destas regiões são importantes, em especial a Crimeia pela sua localização. Voltamos ao assunto das cidades portuárias que tanta importância tiveram ao longo da história da Europa. Falar em "Mare Nostrum" na época romana, não era assim tão descabido, como não parece ser agora falar em gasodutos. Mudam-se os interesses mas o principal continua lá - o domínio das melhores redes de comunicação marítimas.
A guerra, a morte, os atentados e bombardeamentos, as atrocidades e as torturas que estão a ser feitas todos os dias contra um povo... não podemos deixar que nada disto caia no esquecimento. Se cada vida vale - todas enfim, de um lado ou do outro do conflito deviam valer o mesmo - porque se luta então? Porque se invade, se mata... se morre!
Não são extraterrestres mas são OVNI's que sobrevoam os céus dos EUA. Parece que são os seus "amigos" chineses a tentarem saber como se vive por lá e se dará jeito investir naquela zona.
Por outro lado, os americanos dizem "não" ter sobrevoado o território chinês e que essas acusações são infundadas. Os balões e drones afinal não são de ninguém. Uns não andam a espiar os outros e até nem queremos saber o que cada um vai tendo de arsenal para se entreatacarem.
Parece também que os ditos são apenas balões meteorológicos e, se assim for, fazem falta mas se calhar deviam pensar em pôr um comando ou um gps nos mesmos, para que apenas sobrevoassem espaço "amigo". É que assim evitavam-se estas guerras diplomáticas só para verem se está a chover do outro lado do mundo.
Cá por mim, esperava que parassem de brincar porque balões apenas nas festas e mesmo esses... enfim...
Reergueram-se os prédios que a guerra derrubou, para agora a natureza voltar a fazê-los cair como cartas de um baralho debilmente empilhadas. Um primeiro abanão, fez cair as primeiras infraestruturas e todas as réplicas que se sucederam, vieram consumar o número que a morte quis roubar para si.
Mais uma vez.
Os nossos olhos postos nas crianças retiradas dos escombros, enquanto se vê o pé de um cadáver de algum familiar ou vizinho ali esmagado pelas placas de betão. Um bebé que já nasce órfão no meio do caos, mas que é aplaudido pelo mundo como um sinal de esperança. É ver o copo meio cheio.
A neve que cai adormece na hipotermia aqueles que tentavam resistir até que a ajude finalmente chegasse. Talvez a natureza a atuar para terminar com o seu sofrimento, pois com tantos mortos em sedentas réplicas provocados, a ajuda nunca chegue a tempo de lhes apaziguar a dor e o desespero.
Olhar para um povo, dois países, várias religiões, credos e fações, que aqui nada valem. Valham-lhes as pessoas que para lá foram e todos os que já lá estavam e que os tentam deseperadamente ajudar. Valham-lhes, não as súplicas, mas os atos. Valham-lhes os gestos, sim, em vez das rezinhas, que esses, mesmo que pequenos, têm o valor de quem os faz.
Que lhes valham as equipas cinotécnicas, os médicos, os enfermeiros, os bombeiros, os voluntários. Mais do que dinheiro, que lhes chegue gente com vontade!