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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Estamos longe de imaginar que tal possa ser, aos dias de hoje, possível. O tráfico humano é uma realidade em muitos países, mas esta situação que nos é apresentada no programa "Grande Reportagem", da SIC, ultrapassa tudo.
Fiquei a saber que há quem pague até 75 mil euros pelos órgãos de um albino. E que se for uma criança, pode valer ainda mais. Um albino vivo pode valer mais de 300 mil euros, é o tráfico humano que mais dinheiro envolve em todo o mundo. Nesta reportagem, de excelente qualidade como nos têm habituado, o tema é explorado através de testemunhos reais que descrevem os assassinatos ocorridos.
A Tanzânia, país onde nascem mais albinos - um em cada mil habitantes - é particularmente atrativa para as redes criminosas da África Oriental e Austral. As redes de tráfico mantêm-se firmes na Tanzânia e noutros 6 países: Moçambique, Malawi, Burundi, Quênia, Suazilândia e África do Sul. Envolvem curandeiros, sequestradores, traficantes e homicidas. E com que fim? Além de ser um negócio lucrativo que leva até a família das vítimas muitas vezes a participar?
Os clientes são políticos e homens de negócios africanos, sobretudo sul-africanos, em busca de mais poder ou riqueza. Muitos acreditam que para garantir prosperidade no além, têm de ser enterrados com 4 albinos vivos. Os órgãos são ainda usados pelos curandeiros como tratamento para a impotência sexual, a infertilidade, e doenças como o VHI.
Muitos acabam por viver enclausurados com medo de serem raptados, sem sequer poderem ir buscar água nem comida, nem podem sequer praticar agricultura de subsistência, uma vez que podem ser assassinados ou morrer devido à exposição ao sol. Os albinos sofrem de uma doença hereditária que afeta a produção de melanina - a proteína que dá cor à pele, cabelo e olhos. Deveriam usar diariamente litro e meio de protetor solar, o que implicaria gastar cerca de 2 mil meticais, 30 euros por dia, 450 euros por mês. Quase sete vezes mais que o salário mínimo, tal como nos diz a jornalista Susana André, nesta reportagem da SIC.
O número de detenções por crimes contra albinos é reduzido. O tráfico envolve cidadãos nacionais e estrangeiros, numa cadeia complexa que torna difícil encontrar o "mandante". Quando há provas, a polícia parece compactuar e nada faz para os apanhar!
Fontes:
https://sicnoticias.pt/programas/reportagemsic/2023-01-26-Quanto-valem-os-orgaos-de-um-albino--O-trafico-humano-que-mais-dinheiro-envolve-4d6bc081
A 20 de janeiro de 1973, alguém assassinou Amílcar Cabral, à porta de sua casa, em Conacri, na República da Guiné.
Amílcar Cabral, nasceu a 12 de setembro de 1924, em Bafatá, na Guiné, tendo partido com a família "para Cabo Verde com oito anos." Formou-se em agronomia, mas foi como "líder independentista" e fundador do PAIGC, que se destacou. Desde 1960, Amílcar Cabral conduzia "a partir de Conacri, a luta contra o regime colonial português." Queria libertar a Guiné do "imperialismo" português. Naquela noite, ao regressar para casa (local onde morava com a "mulher e a filha" e onde também conduzia "a luta contra a ocupação portuguesa da Guiné-Bissau e Cabo Verde"), vindo de uma receção na embaixada da Polónia, foi atingido com três tiros que se revelaram mortais.
Há quem afirme que os responsáveis pela sua morte terão sido membros do seu próprio partido (PAIGC) e, para isso terá certamente contribuído a ideia de que dentro do PAIGC havia claramente fações com ideias divergentes das suas. Segundo Rossi Cancola, diplomata guineense, "Amílcar Cabral morreu baleado pelas autoridades portuguesas," ou seja, pela PIDE, "contrariando a versão final de vários historiadores que apontam opositores internos como os responsáveis pela morte do dirigente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde." Como militar, terá criado sérias "dificuldades a Portugal durante a guerra colonial."
A sua morte não deitou, porém, abaixo a causa e, a luta até se intensificou. "Aristides Pereira, substituiu-o na liderança do PAIGC."
A Guiné-Bissau proclamou unilateralmente a sua independência a 24 de Setembro de 1973. A estátua erguida em sua memória, em frente à sua casa e onde hoje se situa a "embaixada da Guiné-Bissau em Conacri," honra não só a sua morte, mas também a de todos os "antigos combatentes," que "participaram na luta armada de libertação".
Fontes:
https://www.dn.pt/internacional/em-conacri-a-pide-ainda-matou-amilcar-cabral-15688173.html/
Sempre ouvi falar se Sº Antão mas nunca soube realmente quem foi esta pessoa.
Santo Antão é celebrado como o Padroeiro dos animais e independentemente de acreditar ou não em santos ou em Deus, não deixo de achar lindo que muitas famílias levem os seus animais a igrejas e até ao Vaticano, mostrando o carinho que têm por eles. E como é que isto começou? No final do século XIX, os agricultores aproximavam-se da igreja acompanhados pelos seus animais de trabalho para garantirem um bom ano nas suas quintas e pedir proteção a Santo Antão.
Hoje em dia, as vacas, os porcos, as mulas, cabras e ovelhas começaram a dar lugar aos cães, gatos, ratinhos e chinchilas, passarinhos e muitos outros animais de companhia, aos quais os seus donos também desejam proporcionar esta bênção. Um ato bonito não é?
Hoje quero também destacar o trabalho de algumas câmaras e associações que prezam a segurança e o salvamento de animais, com investimento de muitos milhares de euros e milhares de horas de trabalho em prol do socorro animal. Estes são os "santos" em que acredito - e destaco apenas alguns mas existem muitos mais.
Desde 2008 que os Bombeiros Sapadores de Braga em conjunto com a Câmara municipal têm ao abrigo do projecto Socorro Animal, um serviço de assistência animal, do qual faz parte uma ambulância devidamente preparada para o efeito e pessoal treinado para o efeito.
Também desde 2008, os Bombeiros de Fão em conjunto com a Câmara de Esposende, têm ao dispor um serviço idêntico, com uma ambulância que iria para abate e foi recuperada para o efeito.
Em 2018, também se juntaram os Bombeiros da Póvoa de Varzim, a Câmara municipal e a associação A Cerca e avançou o projeto de remodelar e adaptar uma ambulância para a recolha de cães e gatos feridos nos espaços públicos, sobretudo animais atropelados.
A Casa dos Animais de Lisboa é uma outra associação que dispõe de um serviço de recolha e transporte de animais abandonados e feridos, seja por acidentes de viação ou por envenenamentos e maus-tratos, são infelizmente muitos os pedidos– que desde 2019 têm também uma ambulância capaz de lhes prestar cuidados que podem fazer a diferença.
Pelo país muitos mais são os casos de gente que realmente se preocupa e que hoje resolvi aqui destacar.
Fontes;
https://santo.cancaonova.com/santo/santo-antao/
https://pit.nit.pt/saude/ira-vai-ter-uma-ambulancia-animal-e-vem-ai-um-hospital-veterinario-movel
Qual é o problema de nos irmos habituando a ter uma doença crónica? É que vamos criando defesas, construindo muralhas que nos ajudam a suportar cada dia e gerindo a nossa rotina diária tendo em conta os tempos certos que precisamos para descansar e recuperar.
Quando de repente, algo quebra esta cadência o corpo dispara e a dor rasga por todos os lados. É quando achamos que tudo está melhor e baixamos a guarda que ela começa a atacar, primeiro de mansinho, contraindo os músculos, limitando os movimentos a um mínimo que se torne suportável e quando nos damos conta, todo o corpo está demasiado contraído para que seja possível mexermo-nos naturalmente.
Hoje foi um desses dias. A dor atingiu todas as articulações em simultâneo, cada tentativa de me mexer e de sair da cama atingia o meu corpo como se estivesse coberta de vidros ou de espinhos que me picavam a pele.
Deitada, o corpo tremia como se uma corrente de baixa voltagem passasse por ele e de tempos a tempos descargas dessa corrente me provocassem espasmos, movimentos involuntários e dolorosos seguidos de caibras nos músculos. O que se passou? Não faço ideia, mas sei que a origem esteve numa noite inteira acordada com uma possível gastroenterite. A medicação forte para as dores e os relaxantes musculares ajudaram na parte do alívio das dores mas não foram suficientes. Tomar doses maiores fez-me ficar a dormir o dia inteiro e não conseguir ir trabalhar.
Mas nos últimos dias esta crise esteve a espreitar, tentando encontrar um espacinho por onde eu a deixasse aparecer. Eu percebi isso, já as conheço bem, as malvadas gostam de brincar comigo mas eu já as domino, já as conheço bem para as deixar passar pelas minhas defesas. Então vieram os vómitos, as tonturas e o mau estar que me fez ficar em sobressalto a noite inteira até eu ter de me render e me deixar atacar por todo aquele fluxo de dor.
Tentei, sempre evitá-la, atrasá-la o mais possível para que coincidisse com o fim de semana e não me estragasse um dia de trabalho, mas desta vez não fui capaz. Antes assim a uma sexta...
Nos últimos dias temos assistido a uma troca de palavras de ataque entre quem é contra e quem é a favor da greve dos professores e dos funcionários das escolas.
Eu só quero dizer que estou do lado de todos os professores que têm feito greve e que faria também o mesmo se estivesse neste momento na vossa situação. A mim custa-me muito quando os pais estão mais preocupados em os filhos terem aulas do que na qualidade das aulas. Que não sabem como é que a escola funciona e que os professores vão sendo obrigados a ministrar as aulas, com currículos desadequados, salas com demasiados alunos, condições às vezes abaixo de mínimas. Pais, que estão mais preocupados em que os filhos passem de ano, do que se realmente em perceber se eles estão a trabalhar por isso, como se estão a relacionar com os colegas na sala, ou se são capazes de organizar a sua mochila, organizar o estudo, saber quando é que têm testes.
Ouço diariamente frases de alunos como: "Oh 'stôra, isso nem conta para nota!" ou "esta nota não vai contar para nada." A partir daqui, parece que vale tudo. E tenho alunos de 5º ano que não sabem ler nem escrever. Tenho alunos que chegaram ao 4º ano sem saberem o que são vogais e consoantes. Tenho alunos que não sabem colocar palavras por ordem alfabética nem consultar um dicionário...
Mas não faz mal, o que importa é que pais e crianças não sejam frustrados nas suas expetativas de passar para o ano seguinte, mesmo sem terem atingido as metas mínimas.
Estou do lado dos professores porque tiveram as suas carreiras congeladas. Aqueles que tiveram a coragem de ir para a função pública e de serem colocados a centenas de quilómetros de casa e que ficaram semanas sem ver a mulher ou o marido e até sem estarem com os filhos, para poderem lecionar. Eu não tive essa coragem e por isso tenho zero na minha contagem de tempo de serviço, anos passados noutras andanças e noutra carreira.
Estou do lado dos Educadores que como eu tantas vezes têm de seguir outros caminhos e desistir do sonho que construiram durante a sua formação, porque não havia vagas suficientes para todos, porque na creche o tempo de serviço nem sequer conta, porque "qualquer um" faz esse trabalho de tomar conta dos miúdos. Não faz!
Estou do lado dos técnicos de ação educativa a quem cada vez mais (e muito bem!) é exigida formação e a quem tão pouco valor se dá! Lutem e dêem-se ao valor! Apoiem-se uns aos outros.
E termino dizendo que, mesmo que pareça que vos estou a boicotar a greve, não estou. Não posso é fechar a porta da minha sala aos alunos que não têm aulas e que deviam voltar para casa ou ficar na porta da escola para que a vossa greve tivesse o impacto desejado, porque a porta da sala não é minha e sou apenas uma prestadora de serviços. Estou do lado dos professores e dos técnicos de ação educativa e da minha parte, não aviso quando há greve, mesmo que o saiba! Continuem a lutar!
Soube-se que infelizmente, não foi possível salvar o menino de 10 anos que caiu num buraco com 35 metros de profundidade, no passado sábado, no Vietname. As equipas de resgate passaram quase 100 horas a tentar libertar Ly Hao Nam, mas não conseguiram atingir o seu objetivo, que era chegar até ele a tempo. Talvez os ferimentos já o tivessem levado, talvez o frio...
As equipas tentaram fazer o resgate de variadas formas. Quando uma ideia não resultava, tentavam outra. Nestes casos não existem fórmulas mágicas! Não se pode chegar ali e mandar uma escada para ele subir. Desta vez, o tempo esteve contra a criança e contra quem a tentava resgatar. Quando o fizeram, estava sem vida...
Mais do que o salvamento em si que falhou, pergunto-me apenas, o que fazia ali aquela criança de dez anos? Portanto, quem estava com ele e que sociedade é esta? Quantos Ly Hao têm de morrer para o mundo proteger as suas crianças? Estes meninos, não têm asas, não são anjos, mas morrem jovens, uns enquanto brincam, outros enquanto trabalham e ganham sustento para si e para as suas famílias. Ele era apenas mais um menino... a apanhar sucata? Porquê?
Fontes:
https://observador.pt/2023/01/02/autoridades-vietnamitas-tentam-resgatar-rapaz-de-10-anos-que-caiu-a-poco-de-35-metros-na-vespera-de-ano-novo/
Todos fazemos planos para o novo ano, listas infindáveis de objetivos a atingir, desejos de paz, amor, prosperidade. Escrevemos coisas que queremos fazer, dietas, aulas em que nos queremos inscrever e que se antes não tínhamos tempo, achamos que agora vamos mudar tudo e vamos conseguir fazer.
Eu fiz planos, um deles era escrever a minha lista, os meus objetivos, mas hoje desisti de o fazer. E porquê? Porque um novo ano é um recomeço, uma continuidade do que fomos e do queremos ser. Eu não mudei de um dia para o outro, não vou ser melhor só porque assim o desejei. Haverá um esforço nesse sentido, haverá um planeamento diário, terei vontade de fazer diferente mas também vão haver dias sem vontade de fazer nada. Dias em que a manhã será difícil de vencer.
O meu desejo principal para este ano é sobretudo ser melhor professora, criar mais conteúdos para os meus alunos, ser para eles o apoio que precisam.
Para este ano quero escrever mais e melhor. Treinar a escrita diariamente. Escrever no meu blogue, terminar os livros começados e não acabados. Se vou ter tempo? Não sei, talvez não...
Para este ano quero cuidar mais de mim... todos os anos digo o mesmo - e faço? Pois, algumas coisas sim, outras não. Não vou deixar de beber café nem comer chocolates e gomas! Mesmo que me façam mal. Mas sou capaz de começar a beber mais água, a fazer algum tipo de exercício? Talvez o consiga fazer, ou talvez não...
Esperar que o mundo mude e não fazermos nada por isso, não vai trazer resultados. Diminuir o lixo, é apanharmos uma garrafa de plástico que vemos na praia e colocá-la no lixo. Se faz a diferença? Faz.
Mudar mentalidades não vai ser possível mas fazermos a nossa parte, uma pegada de cada vez, uma atitude a cada momento, fará a diferença pelo menos, na noss cabeça, a deitarmo-nos mais tranquilos.
Um bom ano a todos.
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