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Caderno Diário

Escrever é algo que me apraz. Ante a minha vontade de criar, muitas vezes me falta tempo. Aqui passo da vontade à prática. Este é um caderno onde escrevo sobre a minha vida pessoal e temas da atualidade que me fazem refletir.

Caderno Diário

Escrever é algo que me apraz. Ante a minha vontade de criar, muitas vezes me falta tempo. Aqui passo da vontade à prática. Este é um caderno onde escrevo sobre a minha vida pessoal e temas da atualidade que me fazem refletir.

Aqueles que são por nós...

Não estou habituada a que sejam os outros a terem o cuidado de me facilitar a vida. Hoje uma pessoa fez um gesto para comigo que me deixou bastante sensibilizada, chamando a atenção aos colegas de trabalho e também aos miúdos, que eu tinha uma doença chamada fibromialgia e que apanhar o frio da água me iria prejudicar. Fiquei espantada porque nunca ninguém tinha feito isso por mim. Estávamos na praia, primeiro dia e, apesar de já ter conversado com ela sobre isso, não estou habituada a que as pessoas se lembrem de mim nestas alturas e me tentem facilitar a vida. De facto, até teria de ficar alguém nas toalhas, a vigiar as crianças que não iam tomar banho, mas ela ter tido aquele cuidado protetor para comigo, significou muito.

Fiquei sem reação, mas bastante agradecida pelo seu gesto. Acho que estou a ganhar ali uma amiga, mas mais do que isso, ela está a ser uma professora para mim, mais do que uma colega, com as palavras e os ensinamentos certos na altura certa. Eu sou muito explosiva e preciso de alguém que me ajude a controlar a minha impulsividade, que me compreenda e oriente, sem críticas destrutivas. Algo que me faz falta.

Hoje cheguei a casa perto das 16h e pouco e vim logo para a cama. Tenho tudo desarrumado, não tenho vontade nem forças para fazer mais nada do que ir trabalhar e voltar. Consigo dar muito no trabalho, mas depois venho para casa exausta e cheia de dores. Estou aqui no computador porque tenho formação do Word e não quero ter falta, mas não sei se hoje aguento até ao final da sessão...

Perder-me, lá bem no fundo...

Se há coisas que me fazem perder as estribeiras, é quando os meus planos saem furados. Sabem aquela semana em que começamos a planear tudo, mas depois chega a sábado e todos os planos meticulosamente pensados dão em nada?

Não importa, pois nem era nada de especial, pensando agora sobre isso, mas o que magoa é quando alteramos o que queríamos ou gostaríamos de fazer, sem que haja uma pessoa que nos valorize por isso. Sem querer, acabei por passar todo fim de semana quase sozinha (às vezes estar sozinha é bom, mas nem sempre). Havia festa aqui no Seixal, mas também não tive paciência para lá ir. 

No sábado, chegou cá a casa também a máquina nova para a loiça (a primeira que tenho eque finalmente consegui adquirir com uma ajudinha especial) mas nem isso me fez ficar mais feliz, porque a água ainda não está a funcionar e por isso continuo sem a conseguir utilizar.

Talvez me devesse estar a sentir feliz, mas não estou, não sei porquê. Estou zangada com tudo. Sabem aqueles dias em que SÓ nos apetece fechar num casulo e desaparecer? Não para sempre, apenas até isto passar, já que também não tenho uma daquelas máquinas de viajar no tempo que penso que já deviam ter inventado! É que me acontece isto muitas vezes, aqueles dias que começam mal, que nada que se faça parece ajudar a que melhorem, muito pelo contrário.

Só sei que aliado a isto, a dor se começou a instalar e, sim, a fibro sendo uma doença oportunista, deprime e aproveita a depressão como se fossem amigas inseparáveis e não vivessem uma sem a outra. Estou a conseguir hoje recuperar um pouco, depois de umas caminhadas, difíceis por sinal,  e de hoje ter aguentado um dia de trabalho cheia de dores.

Felizmente, foi o mesmo trabalho onde me pude divertir, passar tempo com gente interessante e trabalhadora e descarregar um pouco o meu stress. Começaram as Férias Desportivas e hoje foi dia de uma batalha de balões de água. Resultado, as articulações das minhas mãos estão a queimar com o gel de efeito quente que coloquei para tentar ultrapassar as dores insuportáveis. Agora já não sei se é pior aguentar as dores ou esta sensação de queimadura e a comichão! Aproveitei e pus o gel onde me doia, ou seja, nos ombros, na lombar, nas duas pernas, nos pulsos, nos dedos das mãos... está simplesmente insuportável de aguentar. Cheguei a casa perto das 18h e vim logo, logo, para a cama. Estou um pouco mais calma, menos zangada, mas ainda a recuperar - sei que vai demorar uns dias na melhor das hipóteses -  a voltar ao normal, a voltar a estar apenas com dores suportáveis, sem ter de me encher de medicação e sem cair à cama assim que chego.

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