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Fim de ano

por Elsa Filipe, em 30.12.21

Terminará em breve mais um ano. Este foi um ano muito importante, um ano de descobertas sobre quem sou e o que quero. Conhecer-me, separar o ue faço daquilo que realmente sou e quais as minhas aspirações de vida, foi muito importante. Um caminho que comecei e que ainda está longe de terminar. 

Impedir que os outros me façam infeliz, que decidam por mim, que me prendam nas suas rotinas. Tomara que nunca deixe de ser esta pessoa livre. Estou focada na minha saúde, não em melhorar mas em aprender a lidar com todas as consequências que ela trará na minha vida, antecipando tomadas de decisão. 

O fim deste ano, tem a incerteza de como correrá o próximo, onde estarei e como será a minha vida profissional. A imensa vontade de trabalhar sem amarras (há sempre amarras que nos prendem a um local), aumentando os meus ganhos a nível financeiro, mas também a nível de concretização, de objetivos e de vida pessoal. De qualidade de vida. 

Estes são os meus desejos para 2022. Ser capaz de criar e de gerar, de me superar todos os dias.

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publicado às 14:17

Natal em tempos de Covid

por Elsa Filipe, em 25.12.21

O Natal este ano não foi igual. 

Em muita casas festejou-se com menos gente. É o segundo Natal que estamos a passar em pandemia e por isso já estamos muito mais cientes dos riscos e da prevenção necessária, mas também muito mais cansados de estarmos afastados uns dos outros. Tenho a sorte de ter uma família que me recebe a mim e ao meu filho de uma forma sempre maravilhosa e que nos faz sentir parte de algo. Este ano, apesar de todas as indicações que nos fizeram chegar através dos meios de comunicação social, nós voltamos a estar juntos, mais uma vez, após meses e meses de estarmos fechados em casa e de não sabermos quando ou se nos ia este vírus atingir e tirar a vida.

Achamos que os riscos que estavamos a tomar, podiam ser colmatados com algumas precauções. Alguns de nós fazem testes frequentes no local de trabalho, tentamos usar máscaras em casa exceto na hora de comer e as janelas estiveram quase sempre abertas. Sempre que podíamos, vínhamos para a rua ou para a cozinha que, nesta casa, é ampla e arejada. Mas eu não me senti bem. De certa forma acabei por me sentir arrependida de ter ido, passei o almoço com medo que, a qualquer momento, pudesse ficar contagiada e deitasse abaixo todos os cuidados tidos até aqui.

As crianças estiveram felizes, trocamos presentes, conversamos uns com os outros. Algumas das conversas iam dar aos cuidados a ter com esta pandemia, aos culpados, às nossas opiniões que tantas vezes eram diferentes. Aos exageros que uns acham e outros como eu, acham ser apenas cuidados necessários. 

O Natal devia ter sido diferente, mas para nós foi mais um Natal de união, de partilha e de fartura. Muita comida, música, brinquedos, presentes, risos e as normais discussões caraterísticas e familiares que depois nos unem ainda mais. Que o próximo Natal seja assim, mas da próxima vez sem o medo de ficarmos doentes.

Difícil, para muitas famílias, com familiares internados, com a morte a pairar a cada momento como uma espada por cima da suas cabeças. Com lugares vazios na mesa... 

Para mim o Natal já tem a incerteza do próximo ano e por isso talvez o meu nervosismo hoje. Acabei por entrar de baixa devido às dores que têm agravado na coluna por andar todo o dia a conduzir de um lado para o outro. Decidi que se não pusessem a trabalhar em sala, que iria procurar outro trabalho. Sei que vai ser difícil, mas não será impossível e o meu foco agora é esse. Sei que tenho de lutar pelo que quero na minha vida, mas sinto que me falta uma rede de apoio, que me ampare se eu cair. Essa rede, que está na família (e especialmente em alguns membros) não é para mim a solução visível pelo simples facto que não quero sobrecarregar ninguém, porque não quero ser mais um fardo e porque já me chega não os poder seu eu a ajudar e não o contrário.

Dentro do possível, espero que tenham tido um bom natal.

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publicado às 23:01

Inverno, tradições e celebrações

por Elsa Filipe, em 21.12.21

Chega de mansinho, com gotas de água nas janelas e dias cada vez mais frios. Já não há estações como antes. Cada vez mais os fenómenos atmosféricos nos fazem duvidar se estamos no verão ou no inverno, ou se ainda moramos no hemisfério norte.

Hoje é o dia em que chega o inverno. A palavra solstício vem do latim; (Sol), e sistere (que não se move). Teremos o dia mais curto do ano e, consequentemente, a noite mais longa.

O solstício de inverno ocorre quando o Sol atinge a maior distância angular em relação ao plano que passa pela linha do equador. Assim, quando é inverno aqui, é verão no hemisfério sul. 

Cada região e cada povo tem as suas tradições. No calendário chinês, o solstício de inverno chama-se dong zhi (em portuguêschegada do inverno) e é considerado uma data de extrema importância, coincidindo com a passagem de ano.

Na época dos romanos, o período marcava a Saturnália, em homenagem ao deus Saturno. Festas das mitologias persa e hindu reverenciavam as divindades de Mitra como um símbolo do "Sol Vencedor", marcada pelo solstício de inverno.

Com o avanço do cristianismo no Império Romano houve, por parte da Igreja Católica, uma tentativa de cristianizar os festivais "pagãos". Em várias culturas ancestrais por todo o mundo, o solstício de inverno era festejado com comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com o Natal das religiões cristãs.

Há indícios de que a data de 25 de dezembro foi escolhida para representar o nascimento de Jesus Cristo já no século IV. Há evidência bíblica de que Jesus não teria nascido durante o inverno, pois, no momento do nascimento, conta-se que os pastores estavam a cuidar dos seus rebanhos nas vigílias da noite o que dificilmente ocorreria no inverno.

Por outro lado, o período do solstício, visto como o renascimento do Sol, carrega forte representatividade. Os povos da Europa pré-cristã, chamados pelos católicos de pagãos, tinham grande ligação com essa data. Segundo alguns historiadores, monumentos como Stonehenge eram construídos de forma a estarem orientados para que se conseguisse observar o pôr do sol no solstício de inverno e o nascer do sol no solstício de verão. E essas eram as datas mais importantes.

Nos países do norte da Europa, (Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Estônia, Letônia, Inglaterra e Lituânia) celebra-se o "midsummer".

Outra curiosidade interessante é que na linha do equador não há como dizer se um solstício é de verão ou de inverno uma vez que demarcam a separação dos hemisférios norte e sul da Terra. Nas linhas dos círculos polares Ártico e Antártico, os solstícios marcam o único dia do ano em que o dia ou a noite duram 24 horas ininterruptas considerando a estação do ano: verão ou inverno, respetivamente.

Neste dia em 1965, é adotada a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. No artigo primeiro, define-se Discriminação Racial como qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência, baseadas em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica, que tenha por objetivo ou efeito anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício em um mesmo plano (em igualdade de condição) de Direitos Humanos e liberdades fundamentais no domínio político, económico, social, cultural ou em qualquer outro domínio de vida pública.

Em 2012 a cidade de Chichen Itzá, no sul do México, muitas pessoas se juntaram para inaugurar o início de uma nova era para o povo Maia, que havia sido anunciado como um possível fim do mundo. Depois do sol nascer no México, afinal, o mundo continuou a girar e os visitantes do centro das terras maias agradeceram.

E sabem o que mais se celebra hoje? O Dia das Palavras cruzadas. Pois é! Foi a 21 de dezembro de 1913 que as palavras cruzadas surgiram pela primeira vez, no jornal “New York World”, um jogo onde dicas e número de letras são usados para formar palavras. 

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Solst%C3%ADcio

https://pt.wikipedia.org/wiki/Solst%C3%ADcio_de_inverno

https://exame.com/mundo/dia-amanhece-no-fim-do-mundo-do-calendario-maia/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Conven%C3%A7%C3%A3o_Internacional_sobre_a_Elimina%C3%A7%C3%A3o_de_Todas_as_Formas_de_Discrimina%C3%A7%C3%A3o_Racial

 

 

 

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publicado às 20:30

Dias cinzentos

por Elsa Filipe, em 20.12.21

Os nossos dias continuam cinzentos e o problema não é da chuva que, finalmente, veio dar um ar da sua graça. O covid continua a limitar as nossas vidas. Obrigatoriedades e limitações que condicionam os empregos, os encontros familiares e as nossas vidas sociais.

Vacinados, estamos em crer que não é suficiente, mas que nos dá um certo sentimento de segurança, sentimento este que nos conduz a facilitar, a tirar a máscara mais vezes, a não ser tão cuidadosos. Quase dois anos depois, acho que não estou a conseguir aguentar mais. Estar em casa, por motivo de incapacidade por causa da minha coluna e da fibromialgia, limita é certo os meus contatos. Mas tive de ir já tratar de colocar em casa comida suficiente para os próximos dias, antecipar as prendas e ajustar o Natal em conjunto com a minha família. E são estas idas à loja, ao supermercado, que são essenciais mas que podem ser um foco de contágio.

Cada vez mais, o teletrabalho é e será o melhor para mim, por forma a limitar os tempos de contato com outras pessoas, ao mesmo tempo que evito andar muito tempo a conduzir. Por outro lado, ajuda-me a criar horários próprios de trabalho, ajustados ao meu corpo e aos momentos em que me sinta capaz de o fazer. E é por isso que tenho feito tudo ao meu alcance para alcançar essa situação.

 

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publicado às 17:34

Rogério Samora

por Elsa Filipe, em 16.12.21

Depois de ter sofrido duas paragens cardio-respiratórias a 20 de Julho deste ano, Rogério Samora acabou por falecer a 15 de Dezembro. Durante estes meses, em que esteve em coma profundo, muito se falou sobre a sua vida, sobre a pessoa ativa que era e sobre os projetos em que estava envolvido e, já se tornava, infelizmente, expectável este desfecho.

O teatro, o cinema e a televisão deram-nos a conhecer este homem, que no entanto, era uma pessoa reservada.

A carreira do ator começou no teatro, na Casa da Comédia, local em Lisboa que já se encontra encerrado. Mas não se ficou só por aí, participando em mais de 50 filmes e 40 séries, entre elas três séries alemãs e uma francesa, e cinco dobragens, sendo a mais reconhecida a voz ao vilão "Scar" no filme "O Rei Leão".

Estava a gravar a novela "Amor Amor", da SIC, quando se deu o colapso, sem que nada o fizesse prever.

Este ano foi trágico para os atores portugueses, para a cultura no geral e perderam-se grandes nomes e sobretudo pessoas ainda jovens e em atividade.

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publicado às 17:46

Afastando o que me faz mal

por Elsa Filipe, em 13.12.21

Se não estou bem, porquê insistir em continuar? 

Se o que sinto é que não estou a ser valorizada, que se estão a aproveitar de mim (de algo que precisam meu) e que no dia em que deixar de lhes dar isso, irei certamente ser substituída, porque não ser eu a afirmar o meu valor, acima de tudo e sem magoar ninguém, impondo que não quero ser explorada?

Duas razões, pena e respeito. Pena porque sei que não estão numa situação fácil. Respeito porque me comprometi a desempenhar o meu trabalho e prometi que ajudava "no que pudesse". O problema é que não posso ajudar mais, não desta forma, sem que me prejudique a mim própria. 

Fez agora dois anos que lutei por uma oportunidade de sair de um trabalho que se estava a tornar abusivo. Prometi a mim mesma, não voltar a ter uma carga horária tão grande nem a deixar que me obrigassem a fazer coisas que não quisesse fazer e que me prejudicassem ou a outras pessoas. Estou neste mesmíssimo momento a cair no mesmo erro. Melhorei bastante do meu problema de saúde quando comecei a trabalhar menos horas e a respeitar as minhas pausas, a minha alimentação, o exercício que precisava. Estou pior novamente, com muito mais dores, porque não tenho tempo de tratar de mim, porque faço funções que me prejudicam a coluna, porque estou a levar o meu corpo além dos limites que aprendi a detetar. 

Isto tem de mudar. Por mim e pelo meu filho que ainda precisa de mim, sem ser numa cama.

 

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publicado às 18:27

UNICEF fez 75 anos

por Elsa Filipe, em 11.12.21

O Fundo de Emergência Internacional para Crianças das Nações Unidas (UNICEF) foi criado há 75 anos, precisamente no dia 11 de dezembro de 1946, em Nova Iorque, através da Administração de Reabilitação de Ajuda da ONU para fornecer socorro imediato a crianças e mães afetadas pela Segunda Guerra Mundial.  Em 1953, a organização tornou-se parte permanente do Sistema das Nações Unidas. Desde a sua criação,  após a Segunda Guerra Mundial, tem estado na linha de frente em crises humanitárias, conflitos armados e desastres naturais. 

Esta é uma agência das Nações Unidas responsável por fornecer recursos humanitários e de desenvolvimento vocacionada para dar ajuda a crianças por todo o mundo, sendo uma das mais reconhecidas, com presença em 193 Estados membros. As atividades do UNICEF incluem o fornecimento de imunizações e prevenção de doenças, administração de tratamento para crianças e mães com HIV, melhoria da nutrição infantil e materna, melhoria do saneamento, promoção da educação e fornecimento de ajuda de emergência em resposta a desastres.

Os seus objetivos são fundamentalmente baseados na Convenção sobre os Direitos da Criança, a partir do qual promove os direitos e o bem-estar de todas as crianças e todos os adolescentes em tudo o que faz. Estes objetivos seguem o compromisso de atuar no benefício de crianças e adolescentes nas áreas de pobreza, nutrição, saúde, educação, água e saneamento e igualdade de género. Acreditam que não pode haver desenvolvimento sustentável, prosperidade ou paz sem equidade – oportunidades justas para cada criança e cada adolescente.

Se as crianças e os adolescentes mais desfavorecidos não compartilham desse progresso, ele não será sustentável. As pessoas jovens podem ajudar a mudar sua própria vida e suas comunidades – elas têm ideias, energia ilimitada para a ação e a maior participação no futuro. Capacitadas e fortalecidas pelo conhecimento e pela consciência dos seus direitos e das necessidades urgentes do mundo, elas podem ajudar a garantir que os gestores cumpram os compromissos assumidos.

De entre estes vários objetivos, destaco o da Educação, o qual aborda o acesso a oportunidades de aprendizagem e a qualidade do ensino e visa assegurar que a educação esteja acessível a todas as crianças, independentemente de seu género, condição física, raça ou etnia ou local de moradia.

Em Portugal, o comité foi criado apenas em 1979, no mesmo ano em que a ONU declara 1979 como o Ano Internacional da Criança para alertar a comunidade internacional para os direitos da criança. 

Fontes:

 https://pt.wikipedia.org/wiki/Fundo_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas_para_a_Inf%C3%A2ncia

https://www.unicef.org/brazil/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel

https://www.unicef.org/brazil/75-anos-do-unicef

https://www.unicef.org/brazil/unicef-no-mundo

 

 

 

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publicado às 19:23

Caminhando

por Elsa Filipe, em 10.12.21

Passou algum tempo desde a minha última caminhada matinal. As dores não me têem permitido sair da cama de forma fácil o suficiente para me aventurar a sair de casa ainda de noite. Mas é algo que comecei a fazer com alguma frequência durante o último verão e que me ajuda a lidar com os meus próprios pensamentos. É ali, na solidão das manhãs, que organizo a minha mente e que defino os passos que vou dar nesse dia. Nem sempre sigo tudo à risca, porque muitas vezes perco a coragem de tomar certas decisões, mas ajuda-me bastante.

Hoje foi mais um desses dias. A semana tem sido difícil. Preciso de avançar com decisões que me vão influenciar tanto a mim como a outras pessoas, e ainda não sei como o vou fazer. O que sei é que tenho de criar os meus planos e tenho de ir em frente sem estar sempre a pensar "e se?"

Hoje o passeio teve a particularidade de poder passar pela feira de Natal do Seixal, completamente deserta. Estava frio, uma borrasca irritante daquelas que penetra nos ossos, mas soube muito bem. Apesar das dores que sinto e que têm estado piores nestes dias, caminhar ajuda-me a ativar a circulação, a pôr os músculos a funcionar e a diminuir a rigidez tão típicas da fibro. 

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publicado às 19:02

Pearl Harbor - 80 anos de história

por Elsa Filipe, em 07.12.21

O ataque a Pearl Harbor, apesar de ter sido direccionado a uma base norte-americana, fez mudar o rumo que a guerra levava. O ataque começou "perto das 8h da manhã" do "dia 7 de dezembro de 1941, um domingo." Quando se fala deste ataque, o comum é vê-lo como algo isolado. Não obstante ter sido um ataque surpresa, temos de apreciar que havia já uma grande tensão entre estas duas potências e que era quase certo que estava prestes a acontecer algo grande. Penso que, na época, não se antecipasse que os japoneses conseguissem aproximar-se tanto da frente americana.

Os japoneses usaram 6 porta-aviões e, em cerca duas horas, causaram "mais de 2000 mortos" e destruiram "a maior parte da frota americana, nomeadamente 5 couraçados, e centenas de aviões, a maior parte no solo. As perdas do lado japonês foram mínimas."

O ataque foi uma surpresa a nível militar, "tanto mais que não houve qualquer declaração de guerra prévia, embora fosse ideia comum que a guerra com o Japão" seria já "inevitável." Não havia entendimento político e, os EUA, já tinham encerrado "o Canal do Panamá ao comércio japonês e decretado um embargo às importações japonesas, nomeadamente de petróleo."

O ataque a Pearl Harbor terá sido "cuidadosamente planeado e ensaiado,"  mostrando que o Japão se vinha a preparar para "desferir o golpe. É de relembrar que o Japão tinha assinado o Pacto Tripartido com a Alemanha e a Itália, no ano anterior, o que significava um alinhamento definitivo entre as três potências. Aliás, a guerra já havia começado: o Japão ocupava parte da China e tinha já assumido o controlo da Indochina Francesa, que estava sob administração do governo de Vichy, o governo-fantoche que se seguira à derrota francesa em 1940."

Mas esta necessidade de atacar a frota americana teve um outro propósito. A rivalidade entre estes dois países, vem da década de 20, quando os "Estados Unidos vetaram uma série de exigências japonesas sobre territórios na China." Note-se que, a "presença dos Estados Unidos nas Filipinas era um incómodo para os japoneses," que queriam ter o total controlo sobre essa região e que se viam assim impedidos de o fazer.

"O ataque a Pearl Harbor fazia parte do projeto de expansão territorial que o Japão havia colocado em prática desde a década de 1930, quando havia iniciado a invasão da China. O imperialismo japonês foi consequência do crescimento do nacionalismo, do militarismo e da doutrinação que aconteceu no país após a Restauração Meiji e a reformulação do ensino." Este tipo de doutrina defendia o Japão como sendo "uma nação superior às outras," o que lhes daria o "direito de construir um grande império a partir da conquista de outros territórios por meio da guerra."

Nos dias e semanas seguintes" ao ataque, "o Japão avançou na Malásia, na Tailândia, em Hong Kong, nas Índias Orientais Holandesas (atual Indonésia), na Birmânia, nas Filipinas, e atacou as ilhas do Pacífico, a Nova Guiné e a Austrália." Relatos sobre esses confrontos, dão conta de inúmeros "crimes de guerra cometidos pelos soldados japoneses."

Dentro dos EUA, este ataque teve como principal "consequência a adesão inequívoca e sem reservas da opinião pública americana à entrada na guerra ao lado dos Aliados."

Conquanto posamos considerar que a "surpresa militar" tenha "resultado de uma clara subestimação, por parte dos comandos militares americanos, da capacidade ofensiva do Japão em infligir aos EUA um golpe com aquela amplitude," não nos podemos abster do facto que houve aqui um claro "erro de cálculo" militar. Os EUA "estavam convencidos de que o alvo de um ataque japonês seria Manila, nas Filipinas, e nunca o coração da Frota Americana do Pacífico, no Havai." Esta desvalorização do poderio japonês ditou o sucesso do ataque a Pearl Harbor. "O conflito entre as duas nações," estender-se-ia "até 1945, quando o Japão" se rendeu depois do lançamento de duas bombas nucleares: uma sobre Hiroshima e outra sobre Nagasaki.

A Segunda Guerra Mundial foi considerada como o "maior confronto da história da humanidade", tendo-se prolongado por seis anos (1939-45) e envolvido "mais de setenta países." Este ataque teve influênciou o caminho que a guerra tomaria durante os meses e anos seguintes. Apenas quatro dias depois do Japão ter atacado a base naval americana de Pearl Harbor, "Hitler declarou guerra aos EUA." De facto, Hitler não via os EUA como uma grande potência e o ataque serviu mais para mostrar que a Alemanha ia conseguir "instaurar a sua “Nova Ordem” antes que os norte-americanos conseguissem intervir." Se os japoneses tinham atacado o coração da Frota Americana, a Alemanha não se ficaria atrás. No entanto, a guerra acabou por tomar outro curso e os alemães acabariam por ser "derrotados em Estalinegrado e em Kursk, em 1943."

Fontes:

https://ensina.rtp.pt/explicador/o-desenrolar-da-ii-guerra-mundial/

https://ensina.rtp.pt/dossie/cadernos-da-ii-guerra-mundial/

https://ensina.rtp.pt/artigo/o-ataque-japones-a-pearl-harbor/

https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/ataque-base-naval-pearl-harbor.htm

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publicado às 22:19


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