Escrever é algo que me apraz. Ante a minha vontade de criar, muitas vezes me falta tempo. Aqui passo da vontade à prática. Este é um caderno onde escrevo sobre a minha vida pessoal e temas da atualidade que me fazem refletir.
Escrever é algo que me apraz. Ante a minha vontade de criar, muitas vezes me falta tempo. Aqui passo da vontade à prática. Este é um caderno onde escrevo sobre a minha vida pessoal e temas da atualidade que me fazem refletir.
No meu Caderno, refiro-me por várias ocasiões a acidentes - descarrilamentos, desastres aéreos - e a fenómenos naturais, para que estes sejam lembrados e reflitamos sobre condições de segurança e a sua evolução ao longo dos anos. Desta vez, venho escrever sobre um avião que fazia a ligação Lisboa-Açores e que caiu ao mar na Fonte da Telha, concelho de Almada, a 30 de Maio de 1961.
Deste acidente, que muitos de nós não tinhamos ouvido falar, morreram 61 pessoas, ou seja, a totalidade dos ocupantes. Segundo se escreveu sobre a época, depois deste acidente, formou-se uma comissão conjunta com Portugal e Holanda, que serviu para investigar as causas do acidente.
Só em 1963, se soube de algumas conclusões do inquérito. Foram muitas as especulações que se formaram, sobretudo devido à grande falta de informações, mas no fundo a verdade é que nunca se veio a descobrir a causa da perda de controle do DC-8.
A vida é tão injusta. Todos os dias, a Maria João entrava nas nossas vidas para nos fazer rir ou para nos fazer chorar. A mim fez-me dar muitas gargalhadas e, por esse motivo, apesar de toda a tristeza e revolta que sinto nesta ida tão precoce, não consigo deixar de fazer um sorriso sempre que a lembro em papéis como a criada do "Médico de Família" ou mais recentemente em "Patrões fora". Não imagino como será para os colegas regressar ao palco sem a sua presença.
A partida deu-se ontem, aos 57 anos, no Hospital Garcia de Orta, depois de um aneurisma cerebral que lhe vinha dando sinais (segundo dizem agora vários colegas) mas ao qual ninguém deu a importância devida. Faz-nos perceber como somos tão pequeninos.
Dela, nunca esquecerei a sua presença nas revistas à portuguesa, junto de outras grandes figuras que admiro, como Marina Mota, Simone de Oliveira, João Baião, Joaquim Monchique, José Raposo, Natalina José ou Carlos Areia, entre tantos outros nomes.