Escrever é algo que me apraz. Ante a minha vontade de criar, muitas vezes me falta tempo. Aqui passo da vontade à prática. Este é um caderno onde escrevo sobre a minha vida pessoal e temas da atualidade que me fazem refletir.
Escrever é algo que me apraz. Ante a minha vontade de criar, muitas vezes me falta tempo. Aqui passo da vontade à prática. Este é um caderno onde escrevo sobre a minha vida pessoal e temas da atualidade que me fazem refletir.
Foram muitos os eventos sismográficos que afetaram o nosso país e um dos mais destruídores terá sido o sismo do século XVIII (1755). No entano, no século passado, ocorreram também outros eventos que alguns de vós se poderão ainda lembrar.
Em 1969, na noite de 28 de Fevereiro, entre as 03:41 e as 03:45, o país, em pânico, saiu para a rua meio despido ou em pijama. Portugal era assolado pelo maior tremor de terra desde o sismo de 1755. O sul, nomeadamente o Algarve, e a região de Lisboa foram as zonas mais atingidas pelo sismo de 7,9 na escala de Richter, que se fez sentir também em Espanha e Marrocos. Na zona de Lisboa, registaram-se intensidades um pouco mais baixas, mas mesmo assim bastante destruídoras.
Há registos que indicam 13 mortos no nosso país (duas em consequência direta do abalo e onze indiretas) e cerca de 58 feridos.
Muita gente passou a noite na rua, as pessoas ficaram pelos passeios, outros em bancos de jardim, embrulhados em cobertores, com medo de voltar para dentro de casa. O pânico voltou às 5:28, quando se sentiu uma réplica de pequena intensidade. Mas o medo levou a crer que era outra vez um abalo de grande intensidade. Entre 28 de fevereiro e 24 de março, registaram-se 47 réplicas.
O epicentro deu-se a cerca de 200km a sul de Vila do Bispo, no Algarve (vila onde nasceu o meu avô, "algarvio" de Sesimbra), localizando-se o epicentro no Banco de Gorringe.
Seguindo-se ao sismo, formou-se um tsunami (ou maremoto) que destruiu diversas localidades, entre as quais: Cascais, Cacilhas, Sesimbra, Lisboa, Faro, Lagos e, nas ilhas, Horta e Angra, entre outras. A onda formada teria tido cerca de 50 cm na sua origem e 44 nos seus extremos (em comparação a onde de 1755 teria tido 3.8 metros na sua origem).
O tsunami, provocou também muito medo, arrastou estruturas que já tinham sido destruídas pelo sismo alagaram casas e provocaram em algumas zonas o alagamento e desmoronamento de terras.
Há um ano, a Europa já sabia (parcialmente, é certo) da situação na China, mas não estava preparada para o que aí vinha. Em Portugal, ainda não tínhamos casos positivos, embora se começassem a testar casos suspeitos.
Foi no último dia de 2019 que o gabinete da Organização Mundial de Saúde da China deu a notícia: mais de 20 pessoas foram diagnosticadas com uma pneumonia desconhecida em Wuhan, na província de Hubei, na China. No dia seguinte, foi encerrado um mercado da cidade. A suspeita vinha de lá. Todos os doentes tinham ligação ao local e os mesmos sintomas: febre, arrepios e dores no corpo. Dias depois, o número de casos subiu.
A causa veio logo a seguir: um novo tipo de coronavírus. Sabe-se agora que é o SARS-CoV-2. Nos dias seguintes, o vírus alastrou para outras províncias chinesas e foram diagnosticados os primeiros casos fora da China. Primeiro na Tailândia, depois no Japão.
Segundo a OMS apurou depois, os primeiros casos na Europa registaram-se em Janeiro de 2020 em França, mas estudo posteriores demonstraram que o caso º 1 na Europa ocorreu na Alemanha.
Itália, há um ano, debatia-se com o início da pandemia. Os casos começaram a aumentar substancialmente e a espalhar-se pelo resto da Europa. Ao mesmo tempo, nos EUA também se começa a assistir a um aumento do número de casos. O caos estava instalado e a partir daí, já todos sabemos o que aconteceu.
Em Portugal, a diretora-geral da Saúde falou pela primeira vez sobre o novo coronavírus a 15 de janeiro, quando a propagação em massa ainda não era uma hipótese. O surto estaria contido, segundo Graça Freitas. No entanto, continuavam a surgir novos casos noutros países além da China.
No dia 23, foi confirmado o primeiro caso de um português infetado:Adriano Maranhão, canalizador no navio Diamond Princess, atracado no porto de Yokohama, no Japão. Nesta altura, vários países confirmaram os primeiros infetados. Foram os casos da Grécia, Holanda, Paquistão e México.
O aviso chegou da Organização Mundial de Saúde: o mundo tinha de se preparar para uma eventual pandemia. Dias depois, o nível de ameaça foi aumentado para "muito elevado". No dia 11 de março, foi declarado como uma pandemia.
As imagens dos hospitais de algumas cidades italianas, assustavam-me já nessa altura, embora por cá, não houvesse ainda uma grande preocupação. Há um ano, não sabíamos bem o que nos esperava - acho que um ano depois, ainda há muito que não sabemos.
Temos de continuar na luta, especialmente na prevenção, pois a cura está ainda muito longe. Muito se conquistou, com danos diretos e colaterais que nos vão ainda afetar daqui a vários anos. O mundo sofreu um embate muito forte, mas somos fortes e vamos conseguir ultrapassar.
Ainda vão haver muitas baixas desta guerra, seremos muitos portugueses a não conseguir sobreviver, a perder amigos, a sentir a saudade dos nossos familiares, a perder os empregos... mas estarão cá os sobreviventes para levantar o país, a Europa e o Mundo, que nunca mais serão iguais.