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António Cordeiro

por Elsa Filipe, em 31.01.21

Faria todo o sentido falar deles em vida, os que nos deixam memórias. Nas últimas entrevistas que deu (por exemplo no programa Alta definição, na Sic) António Cordeiro manifestou o sentimento de abandono e o desejo de voltar a trabalhar, mesmo sofrendo de paralisia supranuclear progressiva, uma doença rara, degenerativa, que o estava a afetar de forma galopante e bem visível.

Estreou-se em 1987, na série "Duarte e Companhia" no papel de um psiquiatra. Tornou-se especialmente conhecido do grande público em 1991, quando protagonizou a série policial "Claxon" onde foi detetive.

A última novela em que participou foi em "Espelho de água" na Sic, em 2018, mas teve papéis também em "Coração de Ouro", "Mar salgado", "Laços de Sangue" e "Perfeito Coração" entre outras. Na "Ilha dos Amores" foi o Inspetor Resendes e no "Triângulo Jota" o detetive Anacleto. Também na 3ª série dos "Morangos com Açucar" o vimos representar.

No cinema, participou em filmes como "O processo do Rei" (1990), "Os Olhos da Asia" (1996)e mais recentemente em "Índice Médio de Felicidade" (2017) ano em que foi diagnosticado com paralisia supranuclear progressiva, doença rara e degenerativa que o foi privando da fala e dos movimentos até estar confinando a uma cama.

Morreu a 30 de janeiro de 2021, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, com apenas 61 anos.

Imagem: <a href="//pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ant%C3%B3nio_Cordeiro.jpg" title="Conteúdo restrito">Conteúdo restrito</a>, <a href="https://pt.wikipedia.org/w/index.php?curid=6479335">Hiperligação</a>

 

Fontes:

https://www.dn.pt/cultura/morreu-o-ator-antonio-cordeiro-que-a-televisao-revelou-como-detetive-claxon-13297816.html

https://expresso.pt/cultura/2021-01-30-Morreu-o-ator-Antonio-Cordeiro

 

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publicado às 12:51

60 anos depois do Ataque ao Santa Maria

por Elsa Filipe, em 22.01.21

1961 está marcado como o ano de início da guerra colonial, que deflagou primeiramente no território angolano, mas também como o ano de início da tentativa de derrube do Estado-Novo, devido à insatisfação da população e pela falta de liberdade.

O golpe de estado que deu início à tentativa de derrubar o governo de Salazar, ocorreu na madrugada de 22 de janeiro de 1961 por um grupo de 23 homens, entre portugueses e espanhóis, que faziam parte do Directório Revolucionário Ibérico da Libertação (DRIL). O seu líder, era o capitão Henrique Galvão. O paquete foi tomado quando navegava no Mar das Caraíbas com 600 passageiros a bordo, naquela que ficou conhecida como "Operação Dulcineia".

Este assalto ao paquete da Companhia Colonial de Navegação, foi encarado como "um significativo ataque à soberania do país", enquanto a tripulação era apresentada como "heroína" pela forma como tentou resistir ao assalto.

Depois da sua tomada, os assaltantes levaram o navio para a pequena ilha inglesa de Santa Lúcia para desembarcarem alguns dos feridos .

Alguns navios de guerra norte-americanos e ingleses, além de aviões holandeses, ajudaram nas buscas pelo navio, mas este só acabou libertado a meio do mês de fevereiro.

Este crime, foi considerado na Assembleia Nacional como tendo sido um "crime de lesa-Pátria".

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publicado às 11:29

Natália de Sousa

por Elsa Filipe, em 14.01.21

A atriz Natália de Sousa, deixou-nos ontem, com 73 anos.

Quem não recorda a participação de Natália de Sousa em o "Tal canal"?

Natália de Sousa ficou conhecida como uma das “coelhinhas” que acompanhavam a personagem "Tony Silva" (Herman José), contracenando com atores como Helena Isabel, Lídia Franco, Margarida Carpinteiro, Manuel Cavaco e Vítor de Sousa. Na televisão, teve outras participações também elas marcantes.

Participou em "Hermanias", e noutras produções de comédia como "Lá em Casa Tudo Bem", "As Aventuras do Camilo" e "Milionários à Força".

Foi presença regular em outras produções: "Nicolau no País das Maravilhas" (1975) e "Eu Show Nico" (1980), de Nicolau Breyner, e também em "Excursões Air Lino" (2018), com Rui Unas.

"Sabadabadu"E "O Resto São Cantigas", ambos de 1981, "Um Solar Alfacinha" (1990), "Não Há Duas Sem Três" (1998), "Médico de Família" (2000) e "As Taradas" (2003) são outras produções de espectáculo, comédia e ficção, que tornaram o rosto de Natália de Sousa conhecido por quase todos nós.

A actriz, no entanto, também fez papéis dramáticos, como em "O Homem que Matou o Diabo", série da RTP sobre o romance de Aquilino Ribeiro, 1979, "Antígona" de Jean Anouilh, filmada para a televisão pública em 1984, e "Ricardina e Marta" em 1990, novela baseada nos romances de Camilo Castelo Branco.

No teatro, foi co-fundadora companhia Ádóque - Cooperativa de Trabalhadores de Teatro, que construiu o seu próprio palco, no largo do Martim Moniz, em Lisboa, após o 25 de Abril. Entrou na revista inicial, "Pides na Grelha", em 1974, e na produção seguinte, a "CIA dos Cardeais", de 1975. Com esta companhia destacam-se igualmente os seus trabalhos em "A paródia" e "Ó da guarda!", em 1977, "Chiça! Este é o bom governo de Portugal" e "Paga as favas", de 1980 e 1981, respetivamente, depois ter atuado em "A Batalha do Colchão", que esteve em cena em 1977, no Teatro Capitólio.

No ano de 1978, fez parte do elenco de "Aldeia da Roupa Suja",  de Vasco Morgado, no Teatro Variedades, Parque Mayer. No início dos anos 80, entrou na revista "Não Há Nada Pra Ninguém", do Teatro Maria Vitória, e depois em "Sem Rei Nem Rock".

Em 1983, entrou no musical "Annie", no Teatro Maria Matos, onde contracenou com Manuela Maria e Canto e Castro, entre outros conhecidos atores.

Participou ainda em várias comédias, até meados da década de 1990, entre as quais "Coronel em Dois Actos", de Jean-Jaques Bricaire e Maurice Lasaygues, adaptada aos palcos portugueses por Francisco Nicholson, com Alina Vaz e Camilo de Oliveira, no Teatro Variedades.

Resultado de imagem para natália de sousaImagem do site MoveNotícias.

 

Fontes:

https://www.flash.pt/celebridades/nacional/detalhe/morreu-a-atriz-natalia-de-sousa-aos-73-anos-de-idade

https://www.movenoticias.com/2021/01/morreu-a-atriz-natalia-de-sousa/

 

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publicado às 10:38

O novo ano pode ser pior que 2020?

por Elsa Filipe, em 12.01.21

Ao tocar as badaladas do novo ano, não senti que tivesse havido uma mudança. Não saí de casa, apenas espreitámos da janela o fogo de artifício, mas o sentimento era de angústia.

Este ano, apenas pedi saúde, mesmo sabendo que o ritual é uma estupidez, mas não quis arriscar a perder uma oportunidade de pedir saúde, mesmo que seja a mim mesma. As mudanças partem em primeiro lugar de nós mesmos e não de milagres.

Mas tal como previra, o novo ano, não trouxe milagres. Terminados os festejos do Natal e do Ano novo, o balanço é trágico. Basta olharmos como estão os hospitais.

À porta, há pessoas idosas, que continuam a ser abandonadas pelos seus na época festiva. Não é novidade que nos dias antes do Natal há um acréscimo de velhos doentes, que são deixados nas urgências para que a família passe a quadra sem o trabalho que dá a sua presença. Vão depois buscá-los uns dias depois da passagem de ano. Assisti a diversas situações dessas na primeira pessoa quando trabalhava como socorrista. Alguns diziam descaradamente que essa era a sua intenção, como se não percebessemos que os estavam a abandonar. Era vê-los arrancar com o carro já carregado de malas para irem passar o natal ou o ano novo a qualquer lado, enquanto nós levamos o seu ente para a urgência. O Covid não veio mudar isso... as pessoas só fingem que estão melhores, mas no fundo, continua a desumanidade.

Este ano, vêm-se nas salas de espera onde as máquinas de comida não são abastecidas, à espera que alguém os vá buscar ou, pelo menos, que lhes leve uma sopa. O ser humano é assim mesmo. Miserável.

Um homem, seus 80 anos, agarra a porta do carro de uma mulher e abre-a, tentando sentar-se no lugar do pendura, pedindo que o leve a casa, por favor, que "se esqueceram dele ali". A pandemia não justifica a miséria humana, a falta de amor ao próximo. A família, que reza ao jantar de Natal e reclama por ter de estar agora confinada, ou sem trabalhar, é a mesma que sobrecarrega os serviços hospitalares com o abandono dos seus, enquanto outros morrem dentro da célula sanitária de uma ambulância sem chegar a dar entrada no hospital por falta de espaço.

E não acredito que as coisas vão melhorar nos próximos tempos. Mesmo com as vacinas, vendo aquilo que nós estamos a ver na comunicação social, ainda há tanto a fazer. Mas o amor ao próximo não vem numa vacina!

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publicado às 15:00


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