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Terrorismo em França

por Elsa Filipe, em 29.10.20

Quando falamos em ataques terroristas, lembramo-nos de ataques massivos e com muitas mortes envolvidas. 

Em Nice, França, um homem gritou "Allah Akbar" várias vezes, enquanto esfaqueava pessoas de forma aleatória. O ataque, na Basilica de Notre-Dame, aconteceu às 9h locais e deixou pelo menos três mortos, conforme revelou o autarca da cidade, Christian Estrosi. Segundo testemunhas no local, não há dúvidas da intencionalidade do ato que acabou por matar o sacristão da basílica,  uma mulher que foi decapitada e uma terceira pessoa, que apesar de ter conseguido escapar e se refugiar num bar próximo depois de ser gravemente ferido, acabou por morrer devido aos ferimentos.

Segundo fontes policiais, o agressor foi ferido pela polícia e encontra-se hospitalizado. As autoridades acreditam que agiu sozinho e a polícia não está à procura de outros atacantes. Este é o terceiro ataque que ocorre desde a abertura em setembro de um julgamento de terrorismo sobre as mortes no jornal satírico Charlie Hebdo e num supermercado judaico que ocorreram em janeiro de 2015. Há quatro anos, a cidade foi palco de um grave atentado islâmico que deixou 86 mortos.

O presidente francês, Emmanuel Macron, deve chegar no final desta manhã à cidade.Todas as igrejas foram fechadas. 

Este ataque poderá estar relacionado com o clime de insegurança crescente em França, depois do professor Samuel Paty, de 47 anos, ter sido morto no último dia 16. Samuel Paty, terá sido morto após mostrar caricaturas do profeta Maomé numa aula sobre a liberdade de expressão. Pouco depois de deixar a escola onde trabalhava na pequena cidade de Conflans-Saint-Honorine, em Yvelines, na região parisiense, por volta das 17h, o professor foi decapitado por um terrorista, um jovem de 18 anos de origem chechena.

Na semana passada, durante uma homenagem ao professor na Sorbonne, o presidente Emmanuel Macron defendeu a liberdade de expressão e o uso de caricaturas satíricas, como as do profeta Mohamed mostradas pelo professor Samuel Paty. Desde então, vários países muçulmanos, como a Turquia, tem endurecido o tom de crítica e alimentado um boicote à França.

Fontes:

https://www.dw.com/pt-002/ataque-%C3%A0-faca-na-bas%C3%ADlica-de-nice-deixa-pelo-menos-tr%C3%AAs-mortos/a-55434089

https://www.rfi.fr/br/fran%C3%A7a/20201029-ataque-perto-de-igreja-em-nice-deixa-pelo-menos-tr%C3%AAs-mortos-e-v%C3%A1rios-feridos

 

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publicado às 19:54

75 anos de ONU

por Elsa Filipe, em 24.10.20

A 24 de outubro de 1945, na cidade de S. Francisco na Califórnia, EUA, é criada a Organização das Nações Unidas (ONU), como resultado dasconferências de paz realizadas no final da Segunda Guerra Mundial. Foram 50 os países que assinaram inicialmente a Carta das Nações Unidas. Hoje celembram-se os seus 75 anos.

A ONU era uma segunda tentativa de criar uma união de nações com o propósito de estabelecer relações amistosas entre os países. A primeira tentativa ocorreu com a formação da Liga das Nações, que aconteceu no fim da Primeira Guerra Mundial, mas que acabou por fracassar.

No seu preâmbulo pode ler-se:

“Nós, os povos das Nações Unidas, decididos: a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra que por duas vezes, no espaço de uma vida humana, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade; a reafirmar a nossa fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, assim como das nações, grandes e pequenas”.

A ONU tem como principal objetivo: “Manter a paz e a segurança internacionais e para esse fim: tomar medidas coletivas eficazes para prevenir e afastar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão, ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos, e em conformidade com os princípios da justiça e do direito internacional, a um ajustamento ou solução das controvérsias ou situações internacionais que possam levar a uma perturbação da paz”.

Inicialmente foram criados cinco órgãos fundamentais: a Assembleia Geral, composta por todos os países-membros; o Conselho de Segurança, formado por cinco membros permanentes (URSS, EUA, Inglaterra, França e China) e mais dez membros provisórios eleitos pela Assembleia Geral. Também se criou um Secretariado, presidido pelo Secretário-Geral e com a atribuição de administrar e organizar a instituição, um Conselho Económico e Social, ao qual estão ligados diversos órgãos, como a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a OMC (Organização Mundial do Comércio). O quinmto órgão é a Corte Internacional de Justiça, órgão jurídico da ONU com sede em Haia, na Holanda.

Apesar de afirmar a ideia da participação igual dos países, a ONU acabou por dar um peso maior às potências militares saídas da 2ª Guerra Mundial, principalmente aos EUA e à URSS, em virtude do papel principal que era exercido pelo Conselho de Segurança na resolução de conflitos militares. Nem sempre a resolução de conflitos foi bem conseguida.

Nas últimas décadas também se empenhou na implementação de projetos de desenvolvimento em países necessitados. Portugal não integrou o núcleo fundador da organização e apenas em 1955, dez anos depois do seu aparecimento, é que foi tomada a decisão de integrar a ONU.

Fontes:

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/criacao-onu-apos-ii-guerra-mundial.htm

https://ensina.rtp.pt/artigo/historia-da-organizacao-das-nacoes-unidas/

 

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publicado às 15:35

Prémio Nobel da Paz premeia combate à fome

por Elsa Filipe, em 10.10.20

O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas venceu este ano o prémio Nobel da Paz. O anúncio foi feito esta sexta-feira em Oslo pelo Instituto Nobel norueguês, que sublinha “os seus esforços por combater a fome, o seu contributo para melhorar as condições para a paz em áreas afetadas por conflitos e a sua ação como força motriz nos esforços por evitar a utilização da fome como arma na guerra e em conflitos”.

O Programa Alimentar Mundial foi criado em 1961 e tem a sua sede em Roma. É neste momento, a maior organização no planeta a promover a segurança alimentar. Com cerca de 17 mil funcionários, todos os anos presta assistência a cerca de 90 milhões de pessoas em mais de 80 países. Em agosto deste ano, Beirute, no Líbano, sofreu uma enorme explosão que levou 300 mil pessoas a ficarem sem abrigo e sem de que se alimentar. Era necessário agir e foi isso que esta organização conseguiu fazer: levou 12,5 toneladas de farinha de trigo, para tentar estabilizar a oferta do ingrediente e baixar o preço do pão. Organizações não governamentais que receberam apoio desta entidade distribuíram refeições para mais de 3000 pessoas por dia - não só para afetados, mas também a todos os libaneses que participaram na limpeza dos escombros resultantes da explosão. David Beasley é o atual diretor-executivo.

Com um valor de cerca de 918 mil euros, o prémio Nobel da Paz distingue “quem fez mais ou melhor trabalho pela fraternidade entre nações, pela abolição ou redução dos exércitos ativos e pela realização e promoção de congressos de paz”. Alfred Nobel foi o criador destes galardões. Desde 1901, o prémio coube a 107 indivíduos e 24 organizações.

No ano passado a honra coube ao primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, pelos esforços para promover a paz no seu país e entre este e a vizinha Eritreia. Em 2018 foi a luta contra a violência sexual que valeu o prémio à iraquiana Nadia Murad e ao médico Denis Mukwege, da República Democrática do Congo.

Destaco também o prémio atribuído à pessoa mais jovem de sempre (17 anos) em 2014. Malala, era ainda uma criança, uma jovem paquistanesa quando começou a ser ouvida em todo o mundo. Ainda hoje, Malala não se cansa de dizer que todas as crianças devem ir à escola, que todas têm direito à educação.

A causa desta ativista começou quando tinha 11 anos e vivia no Vale de Swat, no Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão. Em 2009 os extremistas religiosos conseguiram impor a sharia, a lei islâmica, e o terror entrou na sua aldeia, com as adolescentes a serem perseguidas por frequentarem o ensino. A situação começou a ser relatada por Malala num blogue da BBC, com a coragem e a inocência de uma menina que falava quando todos os outros tinham medo.

O sucesso do "Diário de uma Estudante Paquistanesa" chamou a atenção dos taliban que, a 9 de outubro de 2012, dispararam sobre ela, atingindo-a na cabeça. A menina foi levada para o Hospital da Rainha Isabel, em Birmigham, Reino Unido, onde esteve em coma durante vários dias. Malala sobreviveu ao ataque e continuou, ainda mais determinada, a defender o direito à educação. Por causa das constantes ameaças, a família refugiou-se em Inglaterra e lá Malala pôde regressar à escola, em liberdade.

“Uma criança, um professor, um livro, uma caneta. Educação é a solução. Educação primeiro.” é o mantra que repete em todos os grandes palcos deste mundo. O dinheiro dos muitos prémios que já recebeu tem sido investido na ONG que fundou com o pai. O Fundo Malala já ajudou 60 milhões de raparigas que não podiam ir à escola.

Fontes:

https://ensina.rtp.pt/artigo/malala-a-jovem-paquistanesa-que-defende-as-criancas/

https://expresso.pt/internacional/2020-10-09-Programa-Alimentar-Mundial-da-ONU-vence-Premio-Nobel-da-Paz-2020

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/10/09/conheca-o-orgao-da-onu-que-venceu-o-nobel-da-paz-de-2020.ghtml

 

 

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publicado às 12:05

Dia dos mais velhos

por Elsa Filipe, em 01.10.20

Hoje assinala-se o Dia Internacional do Idoso. "Este dia foi instituído em 1991, pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento e a necessidade de proteger e cuidar da população mais idosa." A vida passa e um dia, não muito longe, chegarei a velha. Ou talvez não chegue, que importa. Penso sempre que não quero estar cá para sofrer ou para dar trabalho aos outros, mas não sei o que vou pensar daqui a uns anos. Agora, só sei que a vida de velho é extremamente difícil na sociedade em que vivo.

A velhice é um conceito que tem evoluído ao longo dos anos e, hoje em dia, ser avó, não é mais sinal de se estar a entrar na terceira idade. Cada vez mais, a esperança média de vida é maior e as mulheres conseguem ganhar aos homens.

A velhice em Portugal está infelizmente marcada pela solidão e pelo abandono. E em pleno Covid, são os idosos aqueles que mais têm sofrido com os confinamentos sucessivos, com o afastamento dos seus, com a doença e com a morte. Este ano em especial tem sido particularmente complicado para quem é velho, especialmente para aqueles que estão em instituições e para aqueles que vivem sozinhos.

Se os confinamentos sucessivos têm sido complicados para todos nós, não têm sido menos dolorosos para os idosos que têm estado fechados nos lares. Alguns, já não conseguem entender o que se passa à sua volta e não compreendem que o motivo de ninguém os ir visitar é que há uma pandemia. Muitos não percebem que os filhos e os netos têm muito medo de os ir ver e de lhes passarem esta terrível doença, que isso os leve a ficar doentes, que isso os leve a uma morte prematura.

Temos medo da culpa. Este vírus, é terrível por isso, porque no fundo, quando se trata de transmissão, todos sentimos que tivemos a culpa. E não é para menos porque os números são assustadores.

Os nossos idosos, sendo uma parte da população que pela sua idade e pelas comorbilidades está mais frágil, acaba por sofrer também de outros modos. São também vítimas da info-exclusão. A tecnologia que usamos diariamente para estar com os nossos, para trabalhar, para conversar e para nos distrairmos, está-lhes muitas vezes inacessível. E mesmo acessível, não substitui os afetos que querem receber, a atenção que lhes deveríamos estar a dar. Uma vídeo-chamada não substitui o abraço dos netos. 

Nesta data, há também a saudade daqueles que hoje poderiam aqui estar e já não estão. Da mãe que nunca teve a oportunidade de conhecer os netos que as filhas a seu tempo vieram a ter. 

Fontes:

https://www.sns.gov.pt/noticias/2016/09/30/dia-internacional-do-idoso/

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publicado às 22:37


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