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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Muito está ainda por explicar, mas tudo indica que o ator se suicidou, após se despedir dos amigos mais próximos. Não há palavras que exprimam o que se sente neste momento, pois como pode uma pessoa com 5 filhos, uma relação com 20 anos, uma carreira reconhecida, acabar assim com a própria vida?
São esses os mistérios da nossa mente, os fantasmas que atormentam quem sofre e que mais ninguém tem o poder de sentir nem de perceber. Mesmo com sinais de depressão confessados aos amigos e até através da imprensa, ninguém viu. O sorriso fácil escondia a dor.
E também esta crise, esta pandemia que tem levado à destruição de tantos sonhos, à dissolução de negócios, aos despedimentos, à perda de bens, ao desmoronamento das vidas até aí construídas. Ninguém sabe ainda o que se passou, mas como estes, outros casos haverão por aí, em que a falta de trabalho, a solidão (mesmo em famílias grandes e aparentemente felizes é possível estarmos sós? Sim, às vezes tão sós que dói), a perda de alguém e a destruição dos sonhos de vida levam à escolha de um trágico destino.
Os meus sentimentos para a família e para os amigos. E que seja uma lição, para que não se esqueçam dos nossos atores, dos nossos artistas, cantores, sonógrafos, guionistas...
Pedro Lima nasceu em Luanda, a 20 de abril de 1971. Foi atleta olímpico na modalidade de natação, por Angola, tendo participado nos jogos olímpicos de 1988 e 1992.
Mas foi como ator que muitos de nós o conhecemos.
Entrou no meio artístico através de Ricardo Carriço, na Central Models. Iniciou-se na RTP2, tendo apresentado Magacine, um programa dedicado ao mundo do cinema.
Nas novelas participou em "Terra mãe", "Os lobos", "O Último Beijo", "Ninguém como Tu", "Fala-me de Amor", "Ilha dos Amores", "A Herdeira" e "A Outra" entre muitas outras com pequenos e grandes papéis.
Participou também na novela "Espírito Indomável" (2010), que está a ser transmitido novamente pela TVI. Estaria a gravar a nova novela da TVI "Amar Demais" que irá estrear possivelmente em Dezembro.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Lima_(ator)
https://www.publico.pt/2020/06/20/culturaipsilon/noticia/morreu-actor-pedro-lima-1921310
Qualquer pequena saída pode ser usada para conhecer um pouco mais sobre a nossa história, sobre os antepassados que povoaram as nossas vilas e como viviam. Hoje fomos visitar a vila de Sines, a sua praia e o seu castelo. Sair de casa depois de tantos dias fechada parece um pouco estranho, porque apesar de termos tido agora algumas tréguas, parece que nada disto acabou ainda e que ainda estamos longe do fim desta pandemia que nos afeta a todos.
Estava um dia quente e à chegada o mar azul e as areias quase brancas chamavam para um mergulho. Depois de estacionar, foi das primeiras coisas que fizemos. Passeamos pelo areal com a água do mar a refrescar-nos as pernas. As minhas, cansadas e inchadas da condução.
Depois de descansar um pouco na toalha e de ler algumas páginas do meu livro, lanchamos e fomos fazer um passeio até ao castelo. A subida é feita por um jardim construído em patamares, com algumas descobertas a fazer pelo caminho: espécies diferentes de plantas e de árvores, que proporcionam sombras simpáticas e locais de descanso, instrumentos musicais gigantes, mas na sua maioria danificados e alguns baloiços também eles já não nos seus melhores dias.
Finalmente depois da subida, chegamos à praça, onde se ergue majestoso o castelo de Sines. Monumento de Interesse Público desde 1933, esta é uma fortaleza medieval construída sobre um ponto da falésia com sucessivas ocupações desde o Paleolítico, de grande utilidade defensiva e que é hoje um dos melhores miradouros sobre a baía.
Com os Romanos, o concelho define-se pela primeira vez como centro portuário e industrial. A baía de Sines é o porto da cidade de Miróbriga. O canal da Ilha do Pessegueiro está ligado a Arandis (Garvão). Sob o poder de Roma, Sines e a Ilha são polos "industriais", com complexos de salgas de peixe. A segunda hipótese de etimologia de Sines é também romana: "sinus" - baía ou "sinus" - seio, que é a configuração do cabo de Sines visto do Monte Chãos.
Depois resolvi levar o meu filho a conhecer melhor a vila, a sua disposição, as ruas estreitas e caraterísticas e outros pontos de interesse. Depois do passeio a pé, voltamos ao carro para seguir viagem pelas redondezas ants de regressarmos. Esta é uma região extremamente rica em factos históricos que ainda hoje espreitam à nossa passagem.
A Alta Idade Média, em que a região teve ocupação por Visigodos e Mouros, é o período mais obscuro da história de Sines. Há no Museu de Sines cantarias visigóticas que atestam a existência de uma basílica do século VII. Durante a ocupação árabe do sul da Península, Sines é praticamente abandonada.
À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, a região foi conquistada por D. Sancho I (1185-1211) entre o final do século XII e o início do século XIII. O seu filho e sucessor, D. Afonso II (1211-1223) fez a doação dos domínios de Sines aos cavaleiros da Ordem de Santiago.
No século XIV, o pequeno povoado burguês de Sines reivindica junto do rei Dom Pedro I a autonomia administrativa em relação a Santiago do Cacém. O monarca, interessado na importância estratégica da terra na proteção desta zona de costa em relação aos corsários, concede foral a Sines. Mas com uma condição: a construção de uma cerca defensiva.
O castelo é construído durante a primeira metade do século XV. A sua área é relativamente pequena, meio hectare, o que pode justificar-se pelo facto de na altura em que o castelo é construído a povoação ocupar já uma área demasiado grande para ser totalmente cercada.
O mais famoso dos alcaides de Sines foi Estêvão da Gama, pai de Vasco da Gama, que fez obras na fortaleza. Admitindo que Estêvão já ocupava esse posto em 1469, ano provável de nascimento do navegador, este deve ser o local de nascimento de Vasco da Gama.
À época da Guerra Peninsular, tropas napoleônicas saqueiam a vila, picando a pedra de armas com o brasão real que encimava o portão de armas do castelo.
Quando das Guerras Liberais, após a Concessão de Évora Monte (26 de Maio de 1834) foi de Sines que D. Miguel (1828-1834) embarcou para o exílio (Julho de 1834).
Houve acordo de aliança dos Reinos de Portugal e de Inglaterra no século XIX em altura de Rainha Victoria, o acordo era os senhores ingleses a ocupar os terrenos do território de Sines, de Santiago do Cacém e de Odemira, com a divisão dos terrenos de mais de numa área dois campos de futebol em atualmente ainda na cidade e no arretares de Sines e de Porto Côvo, foi a forma a iniciar a produtividade de agricultura, de animais e de cortiça nos territórios do Litoral Alentejano e o desenvolvimento das vilas de Sines, de Santiago do Cacém, de Odemira, de Santo André e de Milfontes e das aldeias de Porto Côvo, de Melides, de Abela e de Grândola.
A industria com mais produtividade para os senhores ingleses foi a da cortiça, com oito fábricas em Sines. No século XIX, com o Liberalismo, o concelho deixa de pertencer à Ordem de Santiago.
É no século XX que começa a restauração do município, em 1914. A indústria da cortiça, a pesca e alguma agricultura e turismo constituem a base da vida de Sines até ao final da década de 60, quando, além da proximidade do mar, Sines pouco se distingue do resto do Alentejo.
O grande complexo industrial criado pelo governo de Marcello Caetano em Sines, em 1970, muda o concelho. A população começa a aumentar exponencialmente e diversifica-se, a paisagem ganha novas configurações e a comunidade luta para manter a sua integridade e a qualidade de vida, mitigando os impactos negativos da instalação das novas unidades e aproveitando os positivos.
O castelo foi objeto de obras de restauro, completadas em novembro de 2008, em simultâneo com a inauguração do núcleo sede do Museu de Sines e Casa de Vasco da Gama.
Fontes:
https://www.sines.pt/pages/701
https://www.castelosdeportugal.pt/castelos/Castelos(pos)SECXIII/sines.html
Penso que sou uma pessoa com sorte, quando ao fim de um dia de trabalho, consigo sair de casa, fazer uma caminhada pertinho do rio e ainda pôr os pés na areia.
Já detestava confusões mas agora ainda me sabe melhor ter a praia só para mim. Poder molhar os pés na maré baixa e ver o meu filho a brincar. Depois se tantos dias confinada, até o vento sabe bem na pele (e sabem que odeio vento) mas hoje até isso me fez sentir viva.
Tento ir nos dias menos quentes e nas horas a que normalmente não há tanta gente. Felizmente, esta praia nem sequer agrada a muita gente, mas eu pelo contrário adoro-a. Enquanto ele brinca, aproveito também para pôr a leitura em dia.
Foram apenas uns momentos antes de regressarmos a pé, com o sol a pôr-se no horizonte. Mas mesmo assim foi muito, muito bom, a calma, o sossego, o som das aves da baía, o cheiro, tudo tem o seu significado especial.
Começa a ser difícil aguentar, quando nós temos de ficar em casa e outros andam pelas ruas como se nada fosse.
Em Portugal morreram 12 pessoas nas últimas 24 horas, mas ainda não estamos tão mal como outros países.
Mesmo assim, por cá, o desconfinamento não é total e não abrange ainda todos os setores. Hoje faz precisamente 3 meses que foi detetado o primeiro caso Covid no nosso país e isto ai da está tão longe de terminar!
Ontem, dia da criança, eu iría retomar a minha atividade laboral fora de casa. Mas ainda não foi autorizada a abertura dos centros de estudo e não podemos correr riscos. Já começou a reabertura do pré escolar, por isso se tudo correr bem, em breve abrimos nós.
Pelo que tenho visto aqui na minha zona, mais perigoso do que juntar crianças, é juntar adolescentes. Na porta da escola, juntam-se em amena cavaqueira. Seria normal, se não estivessemos a passar por uma pandemia. Eles que são o futuro, não tem escolaridade suficiente para entender e cumprir regras? E perante este total incumprimento, ninguém atua?
É difícil cultivar nas pessoas o sentimento de proteção em relação aos outros. Os mais jovens que não estavam a ser tão afetados, estão a colocar-se cada vez mais em risco. Quando vou caminhar, andam poucas pessoas de máscara, mantendo o distanciamento, mas também andam outros e, na sua maioria jovens, em grupos e passando junto de outras pessoas, sem qualquer cuidado.
Vê-se que nem todos são maiores de idade, terão 13, 14 anos, mas o pior é haver um sentimento de impunidade. Ninguém os vai multar ou prender. Eles sabem disso, não têm medo, acham que são invencíveis e que com eles nada vai acontecer.
E ai se alguém ralhasse com aqueles meninos, que podiam até levar a mal ou fazer queixinhas. E aí, os pais (que agora não estão a responsabilizar-se pelos comportamentos dos miúdos), sairiam em sua defesa, ofendidos por alguém ter feito o trabalho que a eles cabia.
A mim assusta-me esta impunidade. Assusta-me o aumento da criminalidade. Nada como se vê nos EUA, mas receio bem que se caminhe para algum próximo dessa realidade. Já se começam a ver movimentos pela Europa...
Assusta-me que alguns portugueses menos informados e educados, possam aderir ou querer trazer para cá essas ideias estúpidas!
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