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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Um dos temas recorrentes, infelizmente, tem sido o das armas, em especial das armas de fogo. A facilidade com que uma criança ou um jovem agarra uma arma e dispara, provocando mortes e ferimentos graves, em si mesmo e nos outros, é de tal ordem que todos os anos se registam casos de acidentes e de atentados com armas de fogo. Líder nestas ocorrências, estão os EUA, mas infelizmente também ocorrem com frequência vários casos graves aqui em Portugal, em Espanha, França ou no Brasil, por exemplo.
Desta vez, a notícia que trago e que me chamou a atenção vem mesmo dos EUA, onde hoje um tiroteio matou uma jovem de 16 anos e um rapaz de 14 anos, ferindo ainda outras três pessoas, na escola de ensino médio Saugus, em Santa Clarita, na Califórnia, nos Estados Unidos.
O suspeito terá 16 anos e é de origem asiática. Está a receber tratamento no hospital para onde foi transportado em estado grave, depois de ter tentado o suicídio.
Segundo o que é dito nos canais noticiosos, a mãe e a namorada do autor dos disparos estarão a colaborar com o trabalho da polícia.
A proteção nestes espaços é sempre complicada, uma vez que esta é uma escola com cerca de 2300 alunos e que se espalha em mais de uma dezena de edifícios. Tanto o colégio como outras escolas da área foram fechadas.
Fontes:
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/11/14/atirador-deixa-feridos-em-escola-nos-eua.ghtml
As imagens da queda do Muro, são de facto umas das primeiras que me recordo de ver na televisão. Eu tinha apenas 6 anos e ver noticiários não fazia parte nessa altura daquilo que me era permitido fazer, apesar de eu ser muito curiosa e de tentar sempre assistir quando podia.
Na altura, claro que nada daquilo fazia sentido para mim, eu não percebia o que representava aquele muro. Penso que hoje em dia, se questionar os jovens e até alguns adultos sobre o real significado que a demolição daquele muro teve na Europa, poucos saberão responder.
O Muro de Berlim dividiu a cidade em duas partes durante 28 anos, tornando-se no símbolo da Guerra Fria, que marcou parte história do século XX. No fim da II Guerra Mundial, depois da divisão da Alemanha, Berlim também ficou dividida em quatro setores de ocupação: soviético, americano, francês e inglês. As divergências entre os comunistas e os aliados foram crescendo e deram origens a duas partes da mesma Alemanha.
Como não existiam barreiras entre as Alemanhas, o fluxo de pessoas acontecia livremente e com a Alemanha Ocidental oferecendo melhores condições de vida à sua população, os habitantes da Alemanha Oriental começaram a mudar-se para lá. Entre 1948 e 1961, cerca de três milhões de pessoas fugiram da RDA para a RFA.
Isso era um grande problema para as autoridades da Alemanha Oriental, principalmente pelo fato de que o país perdia muita mão de obra qualificada com isso. A solução encontrada pela RDA foi realizar a construção de um muro para isolar Berlim Ocidental.
A sua construção remonta à noite de 12 de agosto de 1961, quando a RDA ergue um muro provisório e fecha 69 pontos de controle, deixando apenas 12 abertos. Na manhã seguinte, foi colocado “muro” de arame provisório com cerca de 155 quilómetros. Berlim divide-se em duas cidades, o mesmo acontecendo com famílias e amigos. Podemos dizer então que o Muro de Berlim foi um produto da Guerra Fria.
A República Federal da Alemanha (RFA) era chamada Alemanha Ocidental, tinha capital em Berlim Ocidental e era aliada dos Estados Unidos. A República Democrática Alemã (RDA), por sua vez, era conhecida como Alemanha Oriental, tinha capital em Berlim Oriental e era aliada da União Soviética.
Acompanhando o muro, foi criada a chamada “faixa da morte”, formada por um fosso, em arame farpado, sistemas de alarme, armas automáticas, torres de vigilância e patrulhas 24 horas do dia. Entre 1961 e 1989, mais de 5.000 pessoas tentaram passar o muro e mais de 3.000 foram detidas. Cerca de 100 pessoas morreram a tentar passar o muro, a última delas em 5 de fevereiro de 1989.
A queda do Muro de Berlim relaciona-se com a desintegração do bloco de nações socialistas no leste europeu. A década de 1980 foi uma década de crise para o bloco socialista em geral e a situação não foi diferente para a Alemanha Oriental. Assim, a queda acabou por ser motivada pela abertura das fronteiras entre a Áustria e a Hungria em maio de 1989, depois do desmantelamento de uma cerca elétrica ao longo da fronteira entre a Hungria e a Áustria, em abril do mesmo ano. O que acontecia era que essas pessoas que iam para Hungria, desejavam aproveitar da abertura das fronteiras húngaras para encaminharem-se até a Áustria. Uma vez na Áustria, elas poderiam solicitar asilo na Alemanha Ocidental. Ou seja, mudavam de "lado" sem terem de passar pelo muro.
No início de novembro, um número elevado de refugiados chegava à Hungria via Tchecoslováquia ou pela embaixada da Alemanha Ocidental em Praga. A emigração foi inicialmente tolerada por causa de acordos de longa data com o governo comunista da Tchecoslováquia, permitindo viagens gratuitas através de sua fronteira comum. No entanto, esse movimento de pessoas cresceu tanto que causou dificuldades para os dois países.
Nessa altura, eram cada vez mais os alemães que viajavam até à Hungria para pedir asilo nas diferentes embaixadas da República Federal Alemã. Isso acabou por motivar enormes manifestações na Alexanderplatz, o que fez com que, no dia 9 de novembro de 1989, o governo da RDA afirmasse que a passagem para o lado oeste estava permitida. Nesse mesmo dia, milhares de pessoas se aglomeraram nos pontos de controle para poder passar para o outro lado e ninguém podia detê-los, o que acabou por levar a um êxodo massivo.
A queda do Muro de Berlim foi um dos acontecimentos mais marcantes do final do século XX e aconteceu na virada de 9 para 10 de novembro de 1989. A queda desse muro foi um dos capítulos que marcou a decadência do bloco socialista que existia no leste europeu. Na prática, apesar da sua grande importância, a queda do Muro de Berlim foi um ato apenas simbólico, mas marcou o início de um processo político que culminou com a reunificação da Alemanha. O chanceler da Alemanha Ocidental, Helmut Kohl, preparou-se para isso e, no dia 3 de outubro de 1990, a Alemanha reunificava-se e o lado socialista deixava de existir.
Fontes:
https://idi.mne.gov.pt/pt/atividades/exposicoes/muro-de-berlim-30-anos
https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/queda-muro-berlim.htm
Há uns dias, a comunicação social relatou a notícia de um recém-nascido encontrado por um homem num ecoponto, em Lisboa. A história do pequeno bebé, fez-me pensar em quem seria capaz de tal acto. Mas a verdade é que isto é tudo muito complicado e não sou ninguém para julgar esta mãe.
Fonte envolvida na investigação da PJ explicou ao DN que "em causa podem estar os crimes de infanticídio, caso se venha a confirmar que a mãe quis matar o filho durante ou logo após o parto, em estado de perturbação (artigo 136 do Código Penal), de homicídio de forma tentada ou de abandono. Só depois da conclusão da investigação ficará clarificado".
Segundo um comunicado da Polícia Judiciária (PJ), através da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo, esta "identificou, localizou e deteve", na madrugada desta sexta-feira, em Lisboa, "uma mulher, de 22 anos de idade, por fortes indícios da prática de homicídio qualificado, na forma tentada, vitimando uma criança do sexo masculino, recém-nascido, seu filho". A medida aplicada foi depois a prisão preventiva para a mulher, que irá ser encaminhada para o Estabelecimento Prisional de Tires.
A mãe, vivia na rua junto à estação ferroviária de Santa Apolónia com um companheiro que não será pai do bebé e que diz nem se ter apercebido da gravidez. No momento da detenção, a mulher "não apresentava sinais de consumo de droga, estava completamente consciente" e não ofereceu resistência.
Neste caso, o que poderia ter corrido muito mal, acabou por correr bem e o pequeno foi encontrado a tempo por um homem que passava por ali. Manuel, um sem-abrigo, foi alertado por sons vindos do eco-ponto e podia ter virado as costas, ignorado, mas não o fez. A surpresa foi imensa quando descobriu que ali havia um bebé!
Depois de dado o alerta, Luís Pedro Nunes, um técnico de emergência pré-hospitalar, chegou ao local. O bebé ainhda corria perigo por apresentar "uma hemorragia ativa no cordão umbilical, hipotermia grave e dificuldades respiratórias”, disse o TEPH, em entrevista ao DN.
Mais tarde, foi ao Hospital D. Estefânia para saber como estava o recém-nascido: "As enfermeiras no hospital perguntaram-me que nome lhe queria dar”, contou ao “DN”. “Tenho uma filha, gostava de ter um filho mas se calhar não vou conseguir e, se tivesse, seria Salvador."
O bebé apesar de tudo está clinicamente bem e terá alta em breve da Maternidade Alfredo da Costa, onde está internado. De acordo com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), o recém-nascido não deverá ser entregue a nenhuma instituição. Poderá ficar numa família de acolhimento e possivelmente será encaminhado para adoção. Outra possibilidade é se aparecerem familiares que comprovadamente tenham condições e interesse em ficar com o menino.
Fontes:
https://expresso.pt/sociedade/2019-11-08-Bebe-abandonado-em-ecoponto-vai-para-familia-de-acolhimento
https://www.dn.pt/pais/bebe-recem-nascido-encontrado-em-caixote-do-lixo-em-lisboa-11483325.html
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