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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Já se passaram mais de duzentos anos, mas continua a ser um dos maiores acidentes envolvendo uma ponte em Portugal.
Neste caso, a queda desta peculiar ponte que estava sustentada em barcas que flutuavam no Rio Douro, deveu-se ao avanço das tropas francesas sobre a população. Em 1809, durante a segunda invasão francesa, o marechal francês Soult entrou de forma inesperada na cidade do Porto e as pessoas tentaram fugir para a outra margem. O peso exercido sobre a ponte, levou a que esta acabasse por ceder, resultando numa tragédia que levou a vida a cerca de 4000 pessoas. Quem a conseguiu atravessar, conseguiu "alcançar o posto Militar do monte pilar em Vila Nova de Gaia," o que levou "ao fracasso da 2.ª invasão Francesa."
Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre esta obra, que tinha sido um projeto de "Carlos Amarante, encomendado pela Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro em 1806." A ponte estava "assente em 20 barcas, e apesar da sua fragilidade, foi um índice de progresso para a região permitindo uma rapidez de comunicação entre as duas margens e facilitando as trocas comerciais de bens e pessoas." As barcas estavam ligadas umas às outras "por cabos de aço" e podia abrir-se "em duas partes para dar passagem ao tráfego fluvial."
Esta estrutura tinha também a "particularidade de poder ser desmontada e das suas 20 barcas serem amarradas às margens no caso da subida repentina do leito do rio. Após a destruição da ponte pelas tropas napoleónicas, em 1809, aquando das Invasões Francesas, foi a mesma reconstruída em tempo útil, mas já com 33 barcas." Mais tarde, acabaria por ser "substituída definitivamente pela Ponte Pênsil em 1843."
Fontes:
https://visitporto.travel/pt-PT/poi/5cd04b50f979e0000196bebd#/
https://ensina.rtp.pt/artigo/o-desastre-da-ponte-das-barcas/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ponte_das_Barcas
O Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Escravos é celebrado anualmente no dia 25 de março e tem como principal objetivo o prestar de uma homenagem àqueles que sofreram e morreram nas mãos do brutal sistema de escravidão e, também de lembrar e consciencializar sobre os perigos do racismo e do preconceito ainda existentes nos dias de hoje.
Esta data foi proclamada através da Resolução 62/102 adotada na Assembleia Geral das Nações Unidas de 17 de dezembro de 2007. "Neste dia, a Organização das Nações Unidas honra a memória de milhões de africanos retirados, à força, das suas famílias e terras, ao longo de centenas de anos." Infelizmente, o tráfico humano e a escravatura ainda são uma dura realidade e não pensemos que está apenas restrita a países menos desenvolvidos. Atualmente, encontramos ainda pelo mundo, pela Europa e aqui mesmo em Portugal, notícias que espelham bem a realidade vivida pelos escravos da atualidade e sobre as quais por vezes não damos a devida atenção. Conhece alguns desses casos? Partilhe-os nos comentários.
Mas vamos agora um pouco mais atrás. Num dos capítulos mais terríveis da história, mais de "15 milhões de homens, mulheres e crianças foram vítimas do trágico comércio transatlântico de escravos." Portugal foi "o primeiro estado do mundo a fazer comércio global de escravos vindos de África" mas acabou por ser um dos pioneiros "na abolição da escravatura". Apesar de ter sido um dos primeiros países a "abolir a entrada de escravos na Europa", não nos podemos esquecer que foi um dos últimos Estados a "abolir a escravatura nos territórios coloniais.” Mas afinal quando é que este flagelo se deu por terminado? A verdade é que em Portugal, "entre 2014 e 2015, o Observatório do Tráfico de Seres Humanos, do Ministério da Administração Interna, sinalizou 193 presumíveis escravos e deu conta de 40 condenações de traficantes."
"Já Portugal era há muito uma república quando morreu, em Lisboa, a última escrava do império. Foi nos anos 30 do século passado. Os jornais da época diziam que teria 120 anos. Era muito conhecida no Bairro Alto, onde vendia amendoins. Tinha sido escrava até 1869, data em que foi publicado o decreto que abolia a escravatura em todo o território português." Nem o decreto publicado em 1761 pelo Marquês de Pombal acabou com a escravatura, uma vez que esta "não foi proibida, o que foi proibido foi a entrada de novos escravos" pelo que, até as crianças "que nasciam de mãe escrava," continuavam a ser escravos. De acordo com o historiador Arlindo Caldeira, "em 1763, o Marquês de Pombal aprovou uma nova lei, a lei do ventre livre, que determinava que os filhos de escravos passavam a ser homens livres e que todos os escravos cuja bisavó já era escrava podiam ser libertados." Segundo ele, na teoria poderiamos pensar que "restava apenas uma geração de escravidão, mas isso não aconteceu por razões fraudulentas: a entrada ilegal de escravos vindos das colónias.”
Em 1822, a independência do Brasil, trouxe de regresso a Portugal "muitos portugueses que trouxeram os escravos como um dos seus aforros" e apesar destes se deverem tornar livres, isto não aconteceu uma vez que "o rei concedeu aos seus donos um privilégio especial para os poderem manter".
António de Almeida Mendes, refere que o "tráfico moderno de escravos africanos para a Europa, as Américas e o continente asiático é uma das manifestações dessas migrações mundiais de longa distância que acompanham a modernidade atlântica, mas também se inscreve nas mobilidades de proximidade, intraeuropeias e intramediterrâneas." Almeida Mendes, explica que foram necessárias várias gerações "para que o Estado português, finalmente, aprovasse o princípio da abolição da escravatura." Vai ainda mais longe, afirmando que a escravatura estava "enraizada na economia, nas práticas e nos costumes desde a Antiguidade; ser escravo era ser obrigado a um trabalho agrícola, a serviços domésticos e de aprendiz mais do que a um trabalho industrial, e era ser também um membro efetivo da Igreja cristã portuguesa."
Fontes:
https://books.openedition.org/oep/1541
Além do que se passa no nosso país, é importante não virarmos a cara àquilo que se passa do outro lado do mundo. Na China, os acidentes de trabalho são frequentes e originam constantemente vários mortos, uma vez que as condições mínimas raras vezes são alcançadas. Hoje registou-se um forte incêndio, seguido de duas explosões, numa fábrica de produtos químicos perto de Taiyuan, capital da província vizinha de Shanxi. As explosões aconteceram depois dos bombeiros e equipas de socorro já estarem a operar no local. Quatro bombeiros ficaram feridos e dois perderam contato com a restante equipa. Ainda há a lamentar 47 mortos e feridos contabilizam-se já mais de 600, dos quais 32 tinham ferimentos muito graves.
A onda de choque pelo deslocamento de ar foi sentida a vários quilómetros, havendo descrição por parte de moradores de distritos próximos da quebra de janelas. À primeira explosão, segui-se uma outra, a qual foi avaliada como equivalente a 21 toneladas de TNT, pelo Centro Chinês de Vigilância de Terramotos.
O incêndio na fábrica da empresa química Tianjiayi alastrou-se a outras fábricas, e algumas crianças que estavam num infantário também ficaram feridas.
Fontes:
https://portalincendio.com.br/explosao-em-fabrica-da-china-deixa-47-mortos-noticias
Falar de religião... para mim é falar da história das comunidades que se unem, dos costumes culturais. De todas as religiões há tanta coisa positiva a retirar, mas também há a maldade dos homens, escondida atrás de dogmas e de crenças que em qualquer das religiões seguidas, os leva a cometer atos de fanatismo, de desrespeito pela liberdade dos outros, de imposição de valores. Vêm de muito longe no tempo os primeiros atos de violência cometidos entre povos. Sou agnóstica e para mim é difícil conceber que uma pessoa siga de tal maneira uma doutrina que mate em nome disso. Consigo respeitar as diferenças culturais e as diferenças religiosas até um certo ponto, mas ainda não consigo ser benévola quanto ao se cometerem crimes em nome de algo ou de alguém, em vcez de se assumirem como verdadeiros prevadicadores em vez de tentarem imiscuir a sua culpa em atos religiosos. Todas as pessoas podem ser boas ou más.
E assim depois destas palavras deixo mais uma notícia para pensarmos. Foram 49 mortos. Duas mesquitas foram atacadas na Nova Zelândia, deixando um rasto de 49 mortos e cerca de 48 feridos. Os ataques, passava pouco da meia noite em Lisboa, aconteceram nas mesquitas de Al Noor, em Hagley Park, e de Linwood Masjid. Entre as vítimas estarão vários refugiados e imigrantes. Refugiados e imigrantes que foram mortos sem se saber quem eram, quem seriam as suas famílias. Quem o fez apenas olhou ao local onde estavam e os classificou como sendo, talvez, criminosos a que teriam de fazer frente, não fossem estas pessoas fazer-lhes mal. Assim vai o nosso mundo em pleno século XXI. Mata-se ainda como no tempo dos Cruzados, como se não tivessemos evoluído da barbaridade para uma sociedade civilizada.
Muitos dos feridos estão em estado grave e o número de vítimas ainda pode aumentar. O atentado ocorreu durante as orações da tarde e foi transmitido em direto na Internet, num vídeo que mostra um homem com uniforme militar e uma arma semiautomática a entrar numa das mesquitas e abrir fogo sobre os que estavam em oração, abandonando depois o local num carro e continuando a disparar pela janela. O mesmo cenário poderia acontecer entrando um homem de armadura a cavalo, golpeando uns quantos e fugindo de seguida com o sentimento de dever cumprido. Só que na altura a mensagem era levada por escudeiros ou mensageiros durante semanas ou meses até chegar ao seu destino e agora é levada em direto pelas redes sociais. Só mudou a rapidez, de resto continuam a existir uma humanidade rude e sem escrúpulos.
A equipa de críquete do Bangladesh, que está em Christchurch para defrontar a Nova Zelândia, encontrava-se na mesquita de Hagley Park para a oração diária quando o tiroteio começou, mas conseguiu abandonar o local sem que qualquer dos jogadores tenha sido atingido pelos disparos. Não se sabe se seriam um dos alvos.
A polícia neozelandesa deteve quatro pessoas relacionadas com os disparos. Uma delas, um homem com mais de 20 anos, está acusado de homicídio, confirmou o comandante da polícia neozelandesa, Mike Bush. Um dos suspeitos é um cidadão australiano, que escreveu um manifesto anti-imigração com mais de 70 páginas, onde começa com um poema de Dylan Thomas e detalha as motivações dos suspeitos: “criar uma atmosfera de medo” e “incitar à violência” contra os muçulmanos. Um mulher também foi detida mas ainda não se sabe se teve participação direta nos ataques.
Como resposta ao ataque, houve quem saísse à rua para prestar homenagem às vítimas. Há tributos a acontecer em Daca (Bangladesh), Bombaim (Índia), Carachi (Paquistão) e Wellington, capital da Nova Zelândia. A polícia também terá desativado dois carros armadilhados que não chegaram a explodir e que se pensa estarem relacionados com os ataques.
Christchurch é a capital de Canterbury e a maior cidade da Ilha Sul da Nova Zelândia e a terceira maior cidade do país com cerca de 376,700 habitantes, localizada na costa leste da ilha e a norte da península de Banks. Desde o ataque que as autoridades reforçaram o patrulhamento junto das mesquitas do país. O mesmo está a acontecer em França e no Reino Unido.
Mais uma vez, estamos a lidar com o medo. Não é aqui, mas podia ser. Ninguém parece estar seguro, quando há armas a circular por aí e se chega tarde para extinguir estas ações terroristas. Parece que conseguem sempre ganhar no jogo do gato e do rato contra as autoridades. E quando se prende ou mata um, outro o substitui e começa a levar a cabo um novo plano. Desta vez foi do outro lado do mundo, mas quem é que pode afirmar que está em segurança?
Fontes:
https://www.rtp.pt/noticias/mundo/dezenas-de-mortos-em-ataque-a-mesquitas-na-nova-zelandia_n1134966
Os jovens e as crianças são facilmente manipuláveis pelos conteúdos a que assistem nas redes sociais. Nós, adultos agora, podemos fazer um esforço e tentar lembrarmo-nos como éramos na idade dos nossos filhos, sobrinhos, alunos, mas não conseguimos ter uma verdadeira comparação acerca dos perigos atuais.
Depois do jogo da "Baleia azul" que levou à morte várias crianças e jovens em todo o mundo, surge agora um novo evento viral que está já a provocar vítimas e azo qual devemos estar muito atentos. O "Momo" é uma personagem que envia mensagens e que "apela" ou "obriga" as suas vítimas a se automutilarem e pode mesmo levá-las a cometer suicídios. É assustador e temos de nos colocar no lugar da criança ou jovem que recebe estas mensagens e perceber como é que algo de certo modo "fantasioso" as leva a obedecer, colocando-se mesmo em risco de vida. Este desafio viral foi lançado através da aplicação WhatsApp e do jogo Minecraft.
Este desafio consiste em adicionar um número de telefone começado por +81, que corresponde ao indicativo do Japão. A personagem que aparece a partir daí - Momo - corresponde à imagem, "de uma escultura de uma mulher-pássaro, exposta em 2016 numa galeria japonesa, em Tóquio, ameaçando os jogadores e seus familiares e incitando ao suicídio", garante a PSP. As primeiras ocorrências terão sido reportadas na Rússia, mas países como México, Colômbia, Brasil, Argentina e França, registaram no ano passado diversas mortes de adolescentes quase todas por enforcamento. A faixa etária que o jogo mais afeta é entre os 9 e os 20 anos de idade.
De acordo com uma reportagem emitida pela TVI24, para além da promoção a comportamentos destrutivos, o desafio passa também pela tentativa de obtenção de imagens de cariz erótico das vítimas. Em Portugal há já "vários jovens e crianças que entraram neste jogo suicida e que se automutilaram. A jovem mais nova tem apenas 11 anos. Em declarações à TVI24, uma criança menor de idade contou que começou a jogar por influência de uma amiga e disse que na altura pensou tratar-se apenas de uma brincadeira até que, depois de se ter recusado a realizar um dos desafios, o jogo, o Momo, lhe enviou uma fotografia da sua rua, de forma a mostrar que sabia onde esta vivia." Desta forma, o "jogo" (ou quem está por detrás dele), provoca medo na criança: medo de que alguém lhe faça mal a ela ou à sua família.
Segundo a mesma reportagem, também um outro jovem, esteve "às portas da morte" depois de ter realizado um corte no olho e um outro na barriga, enquanto que uma sua amiga se atirou do telhado de sua casa, tendo acabado por ficar "presa a uma cadeira de rodas".
Temos de estar muito atentos e sempre que possível presentes nas atividades que as nossas crianças fazem nas redes sociais. Os limites de idade, são uma ajuda mas podem ser facilmente ultrapassados com declarações falsas na criação de novos perfis e na abertura de contas. E muitas vezes, somos nós que abrimos essas mesmas contas para os autorizarmos a jogar um ou outro jogo, sem percebermos os reais perigos a que devemos estar atentos. Conhecem algum caso próximo?
Fontes:
https://www.jm-madeira.pt/nacional/ver/46454/Momo_desafio_mortal_da_Internet_ja_chegou_a_Portugal
https://www.techemportugues.com/2019/03/13/momo-afinal-esta-vivo-e-ja-fez-vitimas-em-portugal/
Hoje é dia de Luto nacional em homenagem às vítimas de violência doméstica e às suas famílias. A data foi determinada no final de fevereiro, no mesmo dia em que o Governo deu luz verde à criação de uma equipa técnica multidisciplinar para a melhoria da prevenção e combate a este fenómeno.
Hoje às 12h00, o Primeiro-Ministro António Costa, os membros do Governo presentes no Conselho de Ministros e os dirigentes e funcionários da Presidência do Conselho de Ministros fizeram um minuto de silêncio, na escadaria frontal do edifício. Vale o que vale e não muda o que aconteceu. Não muda o facto de aquelas mulheres não terem sido devidamente protegidas. Ainda se escuta da parte de vítimas de violência doméstica que as autoridades (algumas) em vez de receberem a sua queixa lhes dizem para tentar a reconciliação.
A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva, garantiu "total empenho" do executivo na melhoria e reforço das respostas a esse tipo de casos. Esta data vem alertar para a problemática cada vez mais visível das vítimas de violência doméstica e para o aumento do número de mortos que dela advém.
A nossa sociedade, ainda tem costumes de submissão de um dos elementos do casal perante o outro, e que normalmente é a mulher que se submete, o que vem de hábitos patriarcais antigos. Ontem, mais uma vítima declarada. 11º vítima deste ano e ainda vamos apenas em março. Neste caso, uma mulher foi morta pelo marido, que se entregou mais tarde às autoridades, em Vieira do Minho, distrito de Braga.
Há ainda a lamentar a criança de dois anos que morreu no mesmo contexto. Sobre isto, ainda estamos todos revoltados e sem saber como reagir.
Fontes:
https://www.cig.gov.pt/2019/03/7-marco-dia-luto-nacional-pelas-vitimas-violencia-domestica/
https://www.publico.pt/2019/03/07/sociedade/noticia/dia-luto-nacional-violencia-domestica-1864445
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